Economia Verde
Lâmpadas Fluorescentes: A economia pode custar caro
 
Devido ao racionamento de energia está havendo grande procura pelo consumidor por lâmpadas fluorescentes, também conhecidas como lâmpadas frias, pois são mais econômicas (cerca de 80%) que as incandescentes (lâmpadas tradicionais), o que muita gente não sabe é o quanto esse tipo de lâmpada é prejudicial à saúde e ao meio ambiente, pois quando quebradas acidentalmente ou simplesmente jogadas fora liberam substâncias tóxicas dentre elas o vapor de mercúrio, metal pesado que quando absorvido pelo ser humano pode causar problemas respiratórios, neurológicos e gastrointestinais, podendo causar até a morte.

Dentre as pessoas que mais correm o risco de contaminação, estão os garis e catadores de lixo, pois com a falta de atenção no manuseio das lâmpadas, elas podem se romper e o trabalhador se contaminar respirando o mercúrio liberado. Segundo o Departamento de Limpeza Urbana da Prefeitura de São Paulo, além de orientações que são dadas aos garis para o manuseio destas lâmpadas, os caminhões de lixo possuem mecanismos que garantem que o gari não irá respirar o mercúrio, mesmo após serem trituradas dentro do veículo. Quando absorvido, cerca de 80% deste metal permanece no corpo atravessando facilmente as membranas celulares, o vapor dissolvido atinge todos os órgãos humanos, inclusive o cérebro, ao chegar no sistema nervoso central, o mercúrio causa sintomas como déficit de coordenação motora, de concentração, memória visual, insônia, fadiga, confusão mental, numa síndrome conhecida como eritismo.

Uma lâmpada fluorescente padrão é formada por um tubo selado de vidro preenchido com gás argônio a baixa pressão e vapor de mercúrio, também à baixa pressão parcial, o interior do tubo é revestido com uma poeira fosforosa composta por vários elementos. Quando está funcionando, o mercúrio que está dentro dela não oferece riscos; entretanto quando se rompem na manipulação ou no descarte liberam cerca de 20 a 30 miligramas sob a forma de vapor de mercúrio que podem ser absorvidos pelo organismo. Em razão dos danos que as lâmpadas fluorescentes oferecem, as embalagens deveriam ter recomendações e simbologia de resíduo perigoso, uma vez separados os resíduos mercuriais podem ser tratados recuperando o mercúrio neles contidos, e com a finalidade de minimizar o volume de mercúrio descarregado ao meio ambiente, a melhor solução seria a reciclagem e consequentemente com a recuperação do mercúrio, além da coleta seletiva como acontece em outros países como Estados Unidos, Japão e diversos países da Europa.

Aqui no Brasil somente quatro empresas fazem esse tipo de serviço, uma localizada em São Paulo, uma no Paraná e duas em Santa Catarina, além do alto custo para reciclagem e conseqüente descontaminação dos resíduos, uma empresa cobra pelos serviços cerca de R$ 0,70 por lâmpada, a esse preço devemos acrescentar os custos com o transporte, embalagem e seguro contra acidentes, existindo uma despesa para se fazer a destruição das lâmpadas sem deixar que o mercúrio volte para o ambiente, além, é claro, do transporte, pois elas são muito frágeis, não podendo fazer longas viagens para reciclagem.

Segundo estimativas atualmente 95% das cerca de 40 milhões de lâmpadas fluorescentes consumidas são depositadas em aterros sanitários.

· QUAIS OS CUIDADOS QUE DEVEMOS TER COM AS LÂMPADAS?

· Normas de segurança do trabalho determinam que no contato com lâmpadas quebradas, é necessário o uso de avental, luvas e botas plásticas.
· Quando houver quebra acidental de uma lâmpada, o local deve ser bem limpo por aspiração.
· Os cacos devem ser colocados de forma a não ferir quem os manipula e colocados em embalagem estanque, com possibilidade de ser lacrada, a fim de evitar a contínua evaporação do mercúrio liberado.
· Não jogue as caixas das lâmpadas fora. É recomendável que as unidades a descartar sejam armazenadas em local seco, na própria embalagem original, que as protegerá contra eventuais choques que possam provocar sua ruptura.

· QUAL A COMPOSIÇÃO DE UMA LÂMPADA FLUORESCENTE?

Elemento
Concentração
Alumínio
3000
Antimônio
2300
Bário
610
Cádmio
1000
Cálcio
170000
Chumbo
75
Cobre
70
Cromo
9
Ferro
1900
Magnésio
1000
Manganês
4400
Mercúrio
4700
Níquel
130
Sódio
1700
Zinco
78

 


· COMO É O PROCESSO DE RECICLAGEM?

O processo de reciclagem começa na conscientização de seus usuários e fabricantes, outro fato determinante é seu transporte, a fim de que não ocorra a quebra de seu bulbo e que o mercúrio vaze. As lâmpadas passam por processadores especiais de esmagamento, sendo divididas por peneiramento, separação eletrostática e ciclonagem.

- terminais de alumínio
- pinos de latão
- componentes ferro-metálicos
- vidro
- poeira fosforosa
- isolamento baquelítico

São quebradas em pequenos fragmentos por um moinho, desta forma é possível separar o mercúrio. As partículas esmagadas restantes são levadas a um ciclone de exaustão, onde o vidro, terminais de alumínio e pinos são separados e ejetados do ciclone. A poeira retirada desse filtro é transferida para uma unidade de destilação para mercúrio. O vidro é limpo, testado e levado a reciclagem para fins de fabricação de embalagens não alimentares; o alumínio é levado para um processo de fundição; o mercúrio após recuperado também pode ser reutilizado.

O único elemento da lâmpada que não pode ser reciclado é o baquelítico existente nas suas extremidades.

 
 
Ao imprimir documentos pela internet ou de seu computador
procure utilizar os dois lados da folha de papel. Quando você economiza
papel evita que outras árvores sejam derrubadas. Quando for possível use papel reciclado.

Fonte: Folha de São Paulo (www.folha.com.br)
Ibama (www.ibama.gov.br)
 
 
 
 

 

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