22
de Novembro de 2007 - Alana Gandra - Repórter da
Agência Brasil - Rio de Janeiro - O Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) promove na segunda-feira (26), no Rio, mais uma
audiência pública relativa ao processo de licenciamento
ambiental da Usina Nuclear Angra 3. Segundo a técnica
do Ibama responsável pelo licenciamento na área
nuclear, Sandra Miano, o instituto deve concluir até
janeiro a análise da viabilidade ambiental do empreendimento.
A
audiência da segunda-feira tem caráter complementar
às anteriores, realizadas pelo órgão
em junho deste ano nos municípios fluminenses de
Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro, respectivamente.
A
técnica do Ibama confirmou à Agência
Brasil a possibilidade de as obras de Angra 3 serem retomadas
no primeiro semestre de 2008, o que depende da licença
prévia.
“Nós
sabemos que a Eletronuclear já está elaborando
o Plano Básico Ambiental (PBA), que apresenta as
medidas mitigadoras dos impactos [no meio ambiente]”.
A partir desse documento, o Ibama pode conceder a licença
de instalação, que permite ao empreendedor
iniciar a construção.
Para
Sandra Miano, é “bastante realista” a
previsão da Eletronuclear de retomada das obras no
próximo semestre. “Até meados do ano
que vem, junho ou julho, pode ser que eles já estejam
de posse da licença de instalação”,
disse.
“Na
verdade, o parecer pode ainda demorar quanto tempo mais
nós acharmos necessário, porque é muita
informação que tem que ser analisada”,
ponderou a coordenadora.
Dentre
os aspectos a avaliar destacam-se as partes oceanográfica,
meteorológica e radiológica. O licenciamento
configura uma parceria entre órgãos. Além
do Ibama, são examinadas informações
da Fundação Nacional do Índio (Funai)
e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan).
Durante
a audiência pública no Rio de Janeiro serão
discutidos o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental
(EIA/Rima) da usina.
Contrariando
ação do Ministério Público que
pedia a anulação do processo de participação,
o Ibama considerou válidos os encontros efetuados
em junho na Costa Verde fluminense e em 17 reuniões
preparatórias no estado. “Nós tivemos
mais de 2 mil pessoas presentes. Então, não
justificou perante o Ibama que não tenha havido presença
de público. Não houve impedimento por parte
do Ibama que aquelas audiências não foram válidas”,
disse Miano.
Na
ação, que tramita na 1a Vara Federal de Angra
dos Reis, o procurador da República André
de Vasconcelos Dias aponta riscos de catástrofe nuclear,
que ameaçam a segurança da população
e o meio ambiente.