25
de Janeiro de 2008 - Alana Gandra - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - A Eletronuclear já está
recorrendo da decisão liminar da 1ª Vara Federal
de Angra dos Reis, em atendimento à ação
civil pública movida pelo Ministério Público
Federal, que determina a realização de novas
audiências públicas sobre o licenciamento ambiental
da usina nuclear de Angra 3.
Proposta
pelo procurador da República André de Vasconcelos
Dias, a ação pede o cancelamento das audiências
públicas ocorridas nos dias 19, 20 e 21 de junho
do ano passado, realizadas pelo Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama)
nos municípios de Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro,
respectivamente.
Segundo
informou hoje (25) à Agência Brasil o superintendente
de Licenciamento e Meio Ambiente da Eletronuclear, Yukio
Ogawa, a estatal, responsável pela operação
e construção das usinas nucleares no Brasil,
“tem duas ações a desencadear: a primeira
é atender à decisão judicial, e neste
sentido o Ibama já publicou hoje no Diário
Oficial da União a realização de novas
audiências em Angra, Paraty e Rio Claro nos dias 25,
26 e 27 de março próximo; a outra, é
agravar a decisão liminar”. Ou seja, a Eletronuclear
vai tentar cassar a liminar concedida pela Justiça
de Angra dos Reis.
Segundo
Ogawa, o Ibama vai recorrer da decisão “porque
também é réu no processo”. A
empresa, acrescentou, vai alegar em sua defesa que foram
atendidos os objetivos das audiências públicas,
de “levar a informação à população”.
Ele argumentou que só o fato de as audiências
terem sido realizadas e a presença de cerca de 1,3
mil pessoas em cada uma delas confirma que o objetivo foi
atingido.
O
superintendente lembrou que enquanto se aguarda uma decisão,
o processo de licenciamento ambiental de Angra 3 fica paralisado.
A Eletronuclear está requerendo no Ibama a concessão
de licença prévia para a obra. Posteriormente,
será dada uma licença de instalação
para dar início à construção.
A
decisão judicial, admitiu, “frustra a expectativa
de uma licença dentro do prazo previsto e também
em função do que está planejado dentro
do Programa de Aceleração do Crescimento [PAC]”.
A expectativa inicial era de concessão da licença
ainda neste mês. Se uma nova ação derrubar
a liminar, há possibilidade de obtenção
da licença e de retomada da obra ainda neste ano,
acrescentou.