24
de Março de 2008 - Vitor Abdala - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Novas audiências
públicas serão realizadas a partir de amanhã
(25), a fim de discutir o licenciamento ambiental para implantação
da Usina Nuclear Angra 3, no sul do estado. Nas audiências
serão apresentados o estudo e o relatório
de impacto ambiental de Angra 3, para discussão com
a sociedade civil.
A
primeira audiência está prevista para as 18h
no Iate Clube Aquidabã, na Praia do Anil, em Angra
dos Reis, município onde será instalada a
usina. Outras duas serão realizadas nos municípios
limítrofes de Paraty, na quarta-feira (26), e de
Rio Claro, na quinta-feira (27). Por decisão judicial,
a pedido do Ministério Público, foram anuladas
as audiências já realizadas nessas cidades,
em junho do ano passado.
A
última audiência está prevista para
sexta-feira (28), no município paulista de Ubatuba,
a pedido do Conselho Estadual de Meio Ambiente de São
Paulo (Consema).
Para
Leonam Guimarães, assessor da presidência da
Eletronuclear, estatal responsável pela usina, a
licença prévia que permitirá o início
das obras de Angra 3 deverá ser liberada no prazo
de dois meses. “Na prática, o Ibama [Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]
já tinha feito todos os procedimentos para concluir
a primeira etapa do licenciamento ambiental, que é
a licença prévia. Como houve a intervenção
judicial, isso vai ser refeito e a expectativa é
de concessão da licença até dois meses
após as audiências", disse.
Na
manhã de hoje (24), ativistas da organização
não-governamental Greenpeace promoveram uma manifestação
diante da sede da Eletrobrás, estatal que controla
a Eletronuclear, para criticar os investimentos em energia
nuclear no Brasil. Eles entregaram à empresa um estudo
segundo o qual Angra 3 custará R$ 4 bilhões
a mais do que o divulgado inicialmente pelo governo federal
– R$ 7,2 bilhões.
Este
custo extra, segundo o Greenpeace, seria referente a gastos
já feitos com a usina desde 1984 (R$ 1,5 bilhão)
e aos juros sobre o dinheiro gasto na obra (R$ 2,4 bilhões).
Guimarães
informou que não há gasto “oculto”,
já que os juros não podem ser confundidos
com o investimento inicial. E que ainda não foi decidido
se o gasto de R$ 1,5 bilhão será repassado
ao consumidor nas tarifas e nem como será feito esse
repasse.