8
de Julho de 2008 - Ivan Richard - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, voltou a manifestar hoje (8) posição
contrária à construção da usina
nuclear Angra 3. Apesar de ponderar que o processo para
a construção da usina nuclear tenha sido legal,
o ministro disse que vai impor condições para
o funcionamento da geradora de energia.
Ontem
(7) o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, informou
que pretende iniciar as obras da geradora de energia no
início de setembro. Minc afirmou, porém, que
existem outras fontes de energia mais “limpas”
e com menores potenciais de degradação ambiental.
Segundo
ele, o ministério vai adotar medidas como um programa
específico para a destinação do lixo
nuclear, aplicação de uma taxa para ser investida
na conservação dos parques ao redor da usina,
além do monitoramento externo dos índices
radioativos.
O
ministro falou sobre a construção da usina,
ao divulgar o diagnóstico da situação
das unidades de conservação brasileiras, pela
manhã, no Ministério do Meio Ambiente.
Sob
protesto de Marina Silva, Senado aprova MP que aumenta área
rural na Amazônia
9
de Julho de 2008 - Luciana Lima - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O Senado aprovou hoje (9) a Medida
Provisória 422 que aumenta a área da Amazônia
Legal que pode ser concedida pela União para uso
rural sem a necessidade de licitação. O limite,
hoje de 500 hectares, vai para 1.500 hectares, pois passará
a ser contado como até 15 módulos fiscais
- medida que varia para cada município. A proposta,
que ainda depende de sanção presidencial,
prevê que até 20% da área concedida
poderá ser desmatada.
A
votação foi marcada pela oposição
acirrada da ex-ministra do Meio Ambiente, a senadora Marina
Silva (PT-AC). Quase dois meses depois de deixar a pasta,
ela acabou levando a proposta para votação
nominal ao apresentar uma emenda excluindo as áreas
de florestas públicas da possibilidade de ampliação
da concessão. O relator e líder do governo,
Romero Jucá (PMDB-RR), não aceitou a proposta
de emenda e alegou que a medida somente regulariza uma situação
já existente.
Marina
chegou a acusar o governo de legalizar a grilagem de terras
na Amazônia ao editar a medida provisória.
“Essa medida vai significar um processo de privatização
de terras, de legalização de áreas
que foram ilegalmente griladas e com graves prejuízos
para o Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia”,
disse a senadora.
A
discussão ganhou um tom de desabafo no momento em
que Marina enfatizou não ter participado de decisões
que levaram à edição da medida provisória.
“Alguém poderia indagar se, no governo, eu
participei desse processo (de desmatamento). Eu não
participei desse processo. O Ministério do Meio Ambiente
também não participou. Essa medida é
contrária a tudo o que fizemos nesses cinco anos
e que levou o desmatamento a cair 59%”, disse a ex-ministra.
Ao
se contrapor a proposta, Marina enfatizou que nada garante
que o governo não tomará no futuro outra medida
para legalizar àqueles que ocuparem as áreas
de florestas públicas. “Quem foi que disse
que amanhã ou depois não se fará uma
nova medida para os que ocuparam ilegalmente as terras públicas
e as florestas públicas, as unidades de conservação,
as terras indígenas, as unidades de proteção
integral e assim por diante, não venham a ter novamente
uma lei para regularizar os seus processos de grilagem?”,
questionou a ministra.
Representante
de Roraima, onde existem várias ocupações,
Jucá disse que a senadora estava sendo injusta com
ele e como povo de Roraima e do Amapá. “A senadora
Marina está sendo injusta com o povo de Roraima e
o povo do Amapá. O povo do meu estado não
grila terras, é ocupante de terras públicas
e não de florestas públicas. O que estamos
tratando aqui é de regularização de
terras públicas e não de florestas públicas”,
disse o senador.
+
Mais
Lobão
informa que governo estuda participação da
iniciativa privada na construção de usinas
nucleares
10
de Julho de 2008 - Nielmar de Oliveira - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O ministro de
Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu hoje (10)
que o governo federal está estudando a possibilidade
de que empresas da iniciativa privada venham a participar,
em sociedade com a Eletronuclear, das quatro usinas nucleares,
que o país pretende construir até 2030.
O
ministro afastou, no entanto, a possibilidade da presença
da iniciativa privada em sociedade na usina de Angra 3 e
afirmou que a Eletronuclear terá participação
majoritária nas unidades nucleares a serem construídas
depois dela.
“Angra
3 nós vamos manter com a Eletronuclear [do grupo
Eletrobrás]. Com relação às
demais usinas, que vieram a ser construídas, nós
ainda estamos estudando, avaliando a possibilidade da participação
da iniciativa privada – isto deverá ocorrer,
mas permanecendo a Eletrobrás como acionista majoritária”,
disse o ministro.
Lobão
adiantou que para que isto venha a ocorrer, o governo federal
realizaria leilões para definir as empresas. "Nós
já temos feito isso com as usinas hidrelétricas,
as térmicas, as eólicas e as movidas a biomassa.
Então, por que não fazer o mesmo com a energia
nuclear?", questionou o ministro.
Edison
Lobão confirmou para 1o de setembro o início
das obras de construção da usina nuclear de
Angra 3, no litoral sul fluminense, e que a licença
de instalação da unidade deverá ser
concedida pelo Ministério do Meio Ambiente até
o final deste mês.
“Eu
venho conversando com freqüência com o Minc [Carlos
Minc, ministro do Meio Ambiente]. Uma, duas, três
vezes por semana, e ele me garantiu que emitirá a
licença de instalação ainda este mês,
de modo que nós poderemos começar a construção
de Angra 3 no começo de setembro”, disse Edison
Lobão.
+
Mais
Construção
de Angra 3 deve ser retomada em setembro, diz Lobão
7
de Julho de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A construção da
usina nuclear Angra 3 deve ser retomada no dia 1º de
setembro e a obra deverá estar pronta em quatro anos,
segundo informou hoje (7) o ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão.
Segundo
ele, a licença de instalação da usina,
que irá gerar 1,3 mil megawatts, será concedida
em 15 dias pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Nos
planos do governo também estão a construção
de mais três usinas térmicas movidas a energia
nuclear. “Daí por diante, teremos uma térmica
nuclear por ano até chegarmos a um total de 60 mil
megawatts daqui a 50 anos”, disse o ministro.
Para
alcançar essa meta, o governo está formando
o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro,
que será coordenado pela Casa Civil da Presidência
da República. O papel do comitê será
o de fixar diretrizes e metas para o desenvolvimento do
Programa Nuclear Brasileiro e monitorar sua implementação.
Também fazem parte do grupo os Ministérios
de Minas e Energia, da Ciência e Tecnologia, do Meio
Ambiente, da Defesa e da Fazenda.
Segundo
a Casa Civil, o comitê também vai estudar as
disponibilidades materiais e humanas do setor nuclear, considerado
cada vez mais estratégico para o desenvolvimento
do país por causa da crescente demanda por energia
elétrica.
O
decreto de criação do comitê foi publicado
no Diário Oficial da União da última
quinta-feira (3) e os ministérios ainda estão
em fase de indicação de seus representantes.
Lobão
defende a ampliação do uso da energia nuclear
no Brasil, por ser uma uma energia limpa utilizada no mundo
todo. Ele destaca que o Brasil tem a sexta maior reserva
mundial de urânio, mineral usado na produção
de energia nuclear.
“Será
uma excelente térmica, com produção
firme. Temos tudo para ter sucesso com a produção
de energia nuclear”, afirma.