13
de Julho de 2008 - Nielmar de Oliveira - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O presidente
da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício
Tolmasquim, disse que acha razoável o ministro do
Meio Ambiente, Carlos Minc, querer impor condições
e também compensações para o funcionamento
da Usina Nuclear de Angra 3. A licença ambiental
deverá ser concedida até o próximo
dia 30, para que as obras de construção da
usina tenham início em 1o de setembro, como já
anunciou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Para
Tolmasquim, no entanto, estas exigências têm
que manter o mínimo de razoabilidade, de modo a não
inviabilizar o projeto ou onerar o custo final da energia
e, por extensão, prejudicar o consumidor.
“Eu
acredito que as compensações, desde que seja
algo razoável, não devam ser evitadas pelo
setor energético. Eu acho que tudo que seja razoável
deva ser considerado. Se para que a área ambiental
libere projetos de fontes alternativas seja necessário
compensações - seja para hidrelétrica,
térmicas ou nucleares - elas [as exigências]
devem ser consideradas”, disse Tolmasquim.
Na
avaliação do presidente da EPE - órgão
do Ministério de Minas e Energia encarregado de formular
o planejamento energético do país –
as exigências que vêm sendo feitas “até
agora” pelo ministro Carlos Minc são bastante
razoáveis.
Tolmasquim
adiantou à Agência Brasil que o governo tem
um grupo analisando os principais gargalos a serem eliminados
para a continuidade do Programa Nuclear Brasileiro e que
prevê a construção de mais quatro usinas
nucleares até 2030, além da de Angra 3. Entre
esses gargalos está a questão do que fazer
com os rejeitos nucleares provenientes da atividade de geração
nuclear no país.
“É
fundamental o Brasil ter uma estratégia permanente
de armazenar os rejeitos decorrentes da geração
da energia nuclear. É inconcebível ter um
programa [nuclear] sem dar uma solução, em
termos de estoque e de guarda dos rejeitos. Eu acho que
as solicitações feitas pelo ministro Carlos
Minc, por enquanto, me parecem bastante razoáveis”,
disse Maurício Tolmasquim.