Brasília
(23/07/08) - Com 60 condicionantes, o presidente do Ibama,
Roberto Messias Franco, assinou hoje a Licença Prévia
relativa à Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto-CNAAA, a usina Angra 3. Localizada na praia de Itiorna,
em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, a usina terá
capacidade para gerar 1.350 Mwe.
Dentre
as várias exigências estabelecidas no processo,
o empreendedor deverá iniciar a execução
do projeto para disposição final dos rejeitos
radioativos de alta atividade antes do início da
operação da Unidade 3. O monitoramento da
radiação deverá ser feito por uma fundação
universitária ou empresa independente da Eletrobrás.
Em 90 dias deve ser apresentado ao Ibama o relatório
do monitoramento sísmico efetuado na região.
“Na
análise do Estudo de Impacto Ambiental apresentado
foi dada atenção especial a aspectos relacionados
com a segurança das instalações nucleares
e com a segurança das populações e
áreas vizinhas”, informa o presidente do Ibama,
Roberto Messias Franco. Segundo ele, a CNEM deverá
também participar nos próximos passos do licenciamento
dos aspectos de segurança nuclear da usina.
A
empresa responsável pela obra também deve
investir até o limite de R$ 50 milhões em
saneamento das cidades de Angra dos Reis e Paraty, ambas
no Rio de Janeiro, e adotar o Parque Nacional da Serra da
Bocaina, localizado na divisa entre os estados do Rio de
Janeiro e de São Paulo, implantar a Estrada Parque
da Bocaina, trecho Parati-Cunha.
A
licença exige ainda realização de projeto
de educação ambiental, prevendo atividades
de conscientização para acabar com a pesca
de arrasto e propor novas atividades pesqueiras. Também
deverá conscientizar a população sobre
a importância dos ecossistemas de mangues, restingas
e Mata Atlântica. Os conteúdos e as estratégias
didático/pedagógicas do Programa de Educação
Ambiental deverão ser detalhados pelo empreendedor.
Dentro
do Programa de Saúde Pública, o empreendedor
deverá apresentar os resultados dos estudos técnicos
desenvolvidos pela Fiocruz sobre possíveis efeitos
de radiação, a longo prazo, na população
do entorno do empreendimento. Os postos de saúde
de Mambucaba e Cunhambebe deverão ser beneficiados
por meio de convênios. A população das
áreas de influência do empreendimento deverá
ser assistida por programas de inserção social.
E devem ser elaborados programas de ações
direcionados às populações indígenas
e quilombolas com a participação de seus integrantes.