22
de Julho de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O destino que será dado
ao lixo nuclear produzido pela Usina Nuclear de Angra 3
deve ser motivo de mais uma polêmica entre as áreas
ambiental e energética do governo. Ao anunciar hoje
(22) que a licença prévia para a retomada
da construção da obra será dada amanhã
(23), o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse que
quer uma solução definitiva para a questão.
“Vai
ter que resolver a questão definitiva do lixo nuclear,
porque hoje é tudo provisório. Aliás,
como muitas coisas no Brasil, que são eternamente
provisórias”, criticou Minc. Segundo ele, essa
é uma das exigências que serão impostas
pela área ambiental para a concessão da licença
de instalação para a obra.
Entretanto,
o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse
que o lixo de Angra 3 será armazenado, assim como
é feito em Angra 1 e Angra 2. “O que se está
fazendo é o que se conhece no mundo. O Brasil não
está fazendo nada inferior nem superior ao que se
faz nas 440 usinas nucleares espalhadas pelo mundo inteiro”,
disse.
Segundo
ele, ainda não existe em nenhum país uma solução
definitiva para a questão. “O meio ambiente
não pode pedir uma solução que ainda
não existe no mundo”, afirmou, lembrando que
a França já está desenvolvendo um processo
de reutilização do lixo nuclear das usinas.
+
Mais
Licença
para construção de Angra 3 sai amanhã
com exigências "brutais", diz Minc
22
de Julho de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, disse hoje (22) que a licença prévia
para retomada da construção da Usina Nuclear
de Angra 3 será concedida amanhã (23) pelo
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama).
Ele
garantiu que a licença trará exigências
"brutais", como a solução definitiva
para o lixo nuclear que será produzido pela usina.
Segundo Minc, também será exigido o monitoramento
da radiação que deverá ser feito por
uma fundação universitária ou empresa
independente.
A
empresa responsável pela obra também deve
resolver as questões de saneamento das cidades de
Angra dos Reis e Paraty, ambas no Rio de Janeiro, adotar
o Parque Nacional da Serra da Bocaina (localizado na divisa
entre os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo),
além de realizar ações ligadas a educação
ambiental.
Segundo
Minc, a concessão da licença de instalação
da obra vai depender do cumprimento dessas exigências
pela empresa responsável. A construção
da usina deve ser retomada em setembro.
"Nosso
papel é dar a licença prévia, e isso
será feito com exigências brutais", afirmou
o ministro. Sobre o monitoramento da radiação,
ele disse: "Não vai ser a própria Eletronuclear
que vai dizer se está ou não vazando água
contaminada".
Minc
participa de reunião do Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE), no Ministério de Minas
e Energia.