5
de Março de 2009 - Sabrina Craide - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - Os resíduos
de combustível nuclear que serão gerados pela
Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, só serão
armazenados em um depósito de longa duração
a partir de 2026. Até lá, eles serão
mantidos em piscinas de estocagem que serão construídas
próximo à usina, prevista para entrar em operação
em novembro de 2014. A informação é
do assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam
dos Santos Guimarães.
Segundo
ele, o projeto para a construção do depósito
já está sendo elaborado pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e deverá ser entregue
no prazo de 180 dias estabelecido pelo Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). Também está sendo estudada a construção
do Repositório Nacional de Rejeitos de Baixa e Média
Atividades, que deverá entrar em funcionamento em
2018.
Guimarães
afirma que o Depósito Intermediário de Longa
Duração poderá armazenar, por cerca
de 500 anos e com segurança, todos os resíduos
nucleares gerados no país. “Assim, as gerações
futuras terão a opção de reciclar o
material ou encontrar uma solução definitiva
para eles”, afirma.
Segundo
ele, alguns países já utilizam a reciclagem
de resíduos nucleares, mas ela ainda é muito
cara. O armazenamento do material deverá ser feito
em tubos secos, que seriam dispostos em áreas ao
ar livre.
O
assessor da Eletronuclear diz que as atividades do canteiro
de obras da Usina Angra 3 já foram retomadas, com
autorização do Ibama. As demais obras devem
ser iniciadas logo após a concessão da licença
de construção, que deverá ser emitida
na próxima semana.
Na
avaliação de Guimarães, a entrada em
operação de Angra 3 deverá contribuir
para a complementação térmica do sistema
elétrico brasileiro, que hoje é feita principalmente
por usinas térmicas a carvão e a gás.
Ele
também acredita que as gerações atuais
estão aceitando melhor o uso da energia nuclear.
“As gerações passadas foram marcadas
por tragédias como as de Hiroshima e Nagazaki, mas
as gerações mais jovens conseguem ver com
mais clareza a importância da energia nuclear para
a necessidade energética do mundo”, disse.
+
Mais
Ibama
libera instalação da Usina Nuclear Angra 3
4
de Março de 2009 - Luana Lourenço - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - O presidente
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), Roberto Messias Franco,
assinou hoje (4) a licença de instalação
da Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro. A licença
prevê 44 exigências a serem cumpridas pela Eletronuclear,
responsável pelo empreendimento.
O
início das obras depende ainda da licença
de construção da Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN). O cronograma de Angra 3 prevê
que a usina entre em operação em 2014.
Entre
as condições exigidas pelo Ibama, está
a apresentação em 180 dias de um cronograma
técnico para construção de depósitos
para armazenar os resíduos de combustível
nuclear. A licença prévia incluía depósitos
definitivos para o lixo nuclear. Mas o presidente do Ibama
disse que a solução poderá não
ser definitiva, pois existe a possibilidade de reciclagem
dos resíduos.
Segundo
Messias, a Eletronuclear já apresentou o esboço
de como serão os depósitos. Eles seriam construídos
na forma de tubos secos, dispostos ao ar livre. Não
há previsão de onde serão colocados
esses tubos. A licença também incluiu as exigências
ambientais e cuidados sócio-econômicos com
a população que vive próxima à
usina.