4
de Março de 2009 - Luana Lourenço - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - Das 44 condicionantes
previstas na licença de instalação
concedida hoje (4) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a
Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, duas tratam do
destino que será dado aos resíduos radioativos.
O documento dá prazo de 180 dias para que a Eletronuclear,
responsável pelo empreendimento, apresente um cronograma
para o projeto dos depósitos.
A
licença prévia, emitida em julho de 2008,
previa a apresentação de solução
“definitiva” para o lixo nuclear. Já
o documento de hoje fala em depósitos de “longo
prazo”. De acordo com o presidente do Ibama, Roberto
Messias, a solução deverá ser o armazenamento
do material em tubos secos, alternativa “nem tão
definitiva” apresentada em esboço da Eletronuclear.
“Mesmo
depois de utilizado, o combustível nuclear tem potencial
econômico, pode inclusive ser reciclado. É
como uma laranja que você já utilizou. Se você
pode espremê-la um pouco mais para tirar mais suco,
não vale a pena jogá-la fora. Temos que manter
essa janela de oportunidade. Estamos muito perto de ter
a tecnologia de reciclagem [de rejeitos nucleares] no Brasil”,
apontou.
Os
tubos seriam dispostos em áreas ao ar livre, mas
a definição dos locais de instalação
dos depósitos deverá ser feita pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear (Cnem). Segundo Messias, os
depósitos poderiam ser instalados na área
da usina ou mesmo em outros estados. “É preciso
avaliar a relação custo benefício.
O transporte não seria complexo, até porque
não seriam grandes volumes.”
De
acordo com a responsável técnica pela área
nuclear do Ibama, Sandra Miano, esses tubos podem armazenar
o lixo radioativo em segurança por até mil
anos, sem descartar a possibilidade de retirada de parte
dos resíduos para reciclagem.
“Os
tubos tem especificações de blindagem, dimensionamento
e segurança em profundidade”, comentou Sandra.
Segundo ela, as estruturas são compostas de camadas
de concreto, aço e outros materiais, resistentes
inclusive ao impacto da queda de um avião.
O
projeto definitivo para os depósitos só será
exigido pelo Ibama para a emissão da licença
de operação, após a conclusão
da obra, prevista para 2014.
Além
da exigência para a disposição do lixo,
a licença de instalação também
prevê condições como o monitoramento
da qualidade do ar na área da usina, o tratamento
de resíduos líquidos durante a construção,
a criação de corredores ecológicos
e até um programa de acompanhamento das tartarugas
marinhas que vivem na área de influência do
empreendimento.
Também
foram listadas pelo Ibama sete condicionantes sócio-econômicas
para atender a população dos municípios
vizinhos à usina, entre elas a elaboração
de um programa de educação ambiental e a assinatura
de convênios com hospitais da região.
“Estamos
tecnicamente seguros de que a licença foi dada com
correção”, avaliou Messias.
O
custo estimado para as obras de Angra 3 é de R$ 7,3
bilhões. A usina deve começar a operar em
2014 e terá potencial energético de 1.350
megawatts.
Licença
que autoriza retomada das obras de Angra 3 deve sair na
próxima semana
5
de Março de 2009 - Sabrina Craide - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - A licença
de construção da Usina Nuclear Angra 3, no
Rio de Janeiro, deverá ser emitida pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear (Cnen) no início da próxima
semana, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão.
A licença é necessária para que a Eletronuclear,
responsável pelo empreendimento, possa retomar as
obras da usina, que foram paralisadas em 1986.
Ontem
(4), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) concedeu a licença
de instalação da usina. O documento estabelece
44 exigências a serem cumpridas pela Eletronuclear,
como a apresentação de um cronograma para
a construção de depósitos para armazenar
os resíduos de combustível nuclear.
A
usina deve começar a operar em 2014 e terá
potencial energético de 1.350 megawatts. O custo
estimado para as obras de Angra 3 é de R$ 7,3 bilhões.