5
de Março de 2009 - Alana Gandra - Repórter
da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A realização
de obras de infra-estrutura de grande porte no Brasil, como
a Usina Nuclear Angra 3, as hidrelétricas do Rio
Madeira (RO) e o trem-bala, que ligará as cidades
do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, exigirá
o crescimento do mercado ressegurador brasileiro.
A
avaliação do especialista em resseguros, Luís
Felipe Pellon, foi feita hoje (5), na conferência
internacional The Brazilian Reinsurance.
Segundo
o advogado, o mercado nacional conta hoje com 55 resseguradoras
locais, admitidas e eventuais e terá de ser ampliado
“para poder colocar riscos lá fora”.
Em
entrevista à Agência Brasil, Pellon considerou
muito boa e moderna a regulamentação brasileira
para o setor de resseguros (Operações em que
o segurador transfere para outro, total ou parcialmente,
riscos assumidos considerados excessivos; uma espécie
de seguro do seguro.)
“Nós
demos uma partida excelente para o novo marco regulatório
do Brasil”.
Ele,
acrescentou, no entanto ,que essa regulamentação
pode ser melhorada para ampliar o número de resseguradoras
atuando no país.
“Nós
temos que tomar algumas medidas para aumentar o número
de resseguradoras locais [constituídas no país],
admitidas [empresa estrangeira com escritório de
representação no Brasil] e eventuais [companhias
estrangeiras especialistas que precisam ter um procurador
no país]", avaliou Pellon.
De
acordo com ele, a crise internacional reduziu o apetite
por novos negócios de várias empresas do setor,
que estão muito preocupadas e seletivas sobre o tipo
de riscos que irão assumir, por isso, um grande esforço
de infra-estrutura reforça a necessidade de aumentar
o número de resseguradoras de grande porte no Brasil.
“A
empresa tem que ter um porte financeiro significativo, de
forma que possa assumir maiores riscos. Esse é o
nosso problema”, afirmou.
Uma
das sugestões de Pellon para aumentar a capacidade
do mercado seria a redução de exigências.
No caso específico do seguro de vida, a proposta
é que o capital mínimo para a resseguradora
local especializada seja reduzido para R$ 12 milhões
- um quinto do valor exigido hoje (R$ 60 milhões)
para as empresas que atuam em todos os ramos.
Para
as resseguradoras admitidas e eventuais, o advogado defendeu
a redução de garantias e das dificuldades
na emissão de documentos, além da diminuição
da carga tributária que incide sobre a remessa de
prêmios ao exterior e o ingresso de dinheiro no país.
Para
o especialista, apesar da crise externa, o Brasil tem um
ambiente atrativo a investidores no setor do resseguro.
“Os
riscos brasileiros são melhores do que em outros
locais do mundo, porque não temos riscos de catástrofes
que afetam grande número de pessoas ou uma região
muito extensa. Há um interesse do mercado mundial
em participar do mercado brasileiro”, avaliou.