26
de Junho de 2007 - Lourenço Canuto - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - A usina nuclear
Angra 3, cuja retomada de obras foi aprovada ontem (25),
pelo Conselho Nacional de Política Energética
vai começar a gerar seus 1.350 megawatts de capacidade
(o mesmo obtido por Angra 2), a partir de 2013, segundo
informação do ministro interino de Minas e
Energia, Nelson Hupner.
Angra
1, a primeira usina construída no país, gera
em torno de 600 megawatts. A Eletronuclear ficará
encarregada de comercializar a energia com as concessionárias
do país que disputarem a compra através de
leilões, coordenados pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel), segundo informou o ministro.
Atualmente,
o megawatt hora é negociado em torno de R$ 140. As
tarifas de Angra 3 serão fixadas de acordo com os
custos próprios de uma usina nuclear, em que entram
também os cálculos em torno do custo com os
depósitos dos rejeitos.
Hupner
argumentou que eles não significam perigo, pois são
de pequena quantidade e podem ser depositados em piscinas
especiais, que existem nas próprias usinas. A França
por exemplo, segundo ele, tem quase 60 usinas nucleares,
que geral 80% de sua energia elétrica e utiliza esse
sistema.
O
Ministério de Minas e Energia e os demais setores
envolvidos vão formalizar detalhes finais sobre a
decisão de ontem, que vão constar de documento
a ser encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula
da Silva para aprovação. Depois da decisão
presidencial assinada, o MME publica então a resolução
para início das obras.
Hupner
disse que é oportuna a aprovação da
retomada de Angra 3 porque o país gasta muito dinheiro
para manutenção da estrutura já montada
para a usina, que sofreu paralisação em 1984.
Mas, segundo ele, não há equipamentos obsoletos
pois o que deverá mudar serão controles mais
modernos e softwares de ultima geração.
O
ministro interino informou que o Brasil vai agora poder
executar todo o ciclo do combustível nuclear: temos
domínio sobre todo o ciclo de processamento de urânio
e ainda fazemos enriquecimento no Canadá e em países
da Europa porque economicamente vinha sendo mais barato.
Com
a implantação de Angra 3 no entanto, queremos
colocar todo o ciclo do país em funcionamento e seremos
no mundo quem tem reserva, capacidade de produção
e capacidade para enriquecimento do combustível nuclear.