25
de Junho de 2007 - Alana Gandra e Lourenço Canuto
- Repórteres da Agência Brasil - Brasília
e Rio de Janeiro - Após a aprovação
da retomada da construção pelo Conselho de
Política Energética (CNPE), a usina nuclear
de Angra 3 necessita de licenças ambientais para
as obras poderem ser concluídas e a unidade começar
a funcionar. A primeira é a licença prévia,
a segunda é o licenciamento de instalação
- as duas primeiras concedidos pelo Ibama -, e a última
é a licença nuclear, que garante a construção,
cuja competência é da Comissão Nacional
de Energia Nuclear (Cnen).
O
conselho aprovou por oito votos favoráveis e um contrário
pela retomada de obras. O único voto contra foi do
Ministério do Meio Ambiente, segundo informou o presidente
da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima.
Até
agora já foram investidos na usina U$ 750 milhões
na aquisição dos principais equipamentos importados
que compõem a chamada “Ilha Nuclear”,
que se acham armazenados na Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto, no município de Angra dos Reis, na Costa
Verde fluminense, além do seguro e programa de preservação.
A
conclusão do projeto demandará mais R$ 7 bilhões.
Esses recursos compreendem desde as obras civis, compra
dos componentes nacionais, montagem eletro-mecânica,
até a fase de testes operacionais de potência.
O
projeto é defendido por integrantes do governo, como
o Ministério de Minas e Energia e o próprio
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também
é criticado pelo Ministério do Meio Ambiente
e entidades não-governamentais como o Greenpeace.
Para os favoráveis, a usina pode ser considerada
uma energia limpa com pouco impacto para meio ambiente.
Os opositores criticam a unidade por significar grande gasto
de recursos públicos e risco de acidente radioativo.
A
retomada da construção da usina nuclear de
Angra 3 pode representar a geração de até
9 mil empregos diretos na fase de pico da obra civil e de
montagem eletro-mecânica. Esse número é
uma previsão de geração de emprego
durante os 5 anos e meio previstos para a conclusão
da obra, segundo o superintendente de Licenciamento e Meio
Ambiente da Eletronuclear, Iukio Ogawa.
“Vamos
ter oscilações. Esse seria um número
máximo, quando a gente teria uma superposição
de duas etapas, que é o final da construção
civil e o começo da montagem eletro-mecânica”,
observou. A nova usina terá capacidade de geração
de 1.350 megawatts de energia (MW) e junto com as usinas
de Angra 1 e 2, já em operação, poderá
contribuir para 80% do abastecimento de energia elétrica
do Estado do Rio de Janeiro.
As
atividades realizadas até agora correspondem a 30%
do projeto de implantação da usina. “Nós
já temos o canteiro implantado, já tínhamos
as escavações das fundações
prontas. Elas estão preservadas. Nós teríamos
agora uma fase de renovar e efetuar novos contratos, a parte
de detalhamento de início de obra e obtenção
das licenças”, informou Iukio Ogawa.