Declarado
pela Assembleia Geral das Nações Unidas,
2010 será o Ano Internacional da Biodiversidade
e a Agência Ambiental Pick-upau prepara várias
atividades sobre o tema. A ONU pretende estimular discussões
e sensibilizar a sociedade para a importância da
preservação e manutenção da
biodiversidade do planeta. Essas ações pretendem
combater, ainda que parcialmente, os danos causados pelo
homem a todas as outras formas de vida da Terra.
Durante
o lançamento da campanha, que ocorreu em Berlim,
foi exibido um vídeo com uma mensagem do secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon. Entre os presentes estava a chanceler
alemã Angela Merkel. Durante o discurso, o secretário,
fez questão de lembrar do fracasso do acordo firmado
na Cúpula de Johanesburgo (Rio +10), entre diversos
países em 2002, cujo documento previa a redução,
até 2010, da perda de biodiversidade, que só
nas últimas décadas atingiu taxas espantosas.
Segundo
a ONU, a campanha foi produzida, porque a preservação
da biodiversidade é essencial para a vida de todos
os elementos do planeta, inclusive da humanidade. Já
é sabido que o homem é o principal causador
da perda de biodiversidade através da expansão
agrícola, econômica e de infraestrutura.
Resta saber agora, que nós faremos para reverter
essa perda.
Ban Ki-moon
Ban
Ki-moon, secretário-geral da ONU lembrou o pacto
firmado entre líderes mundiais que se comprometeram
em 2002 a reduzir as taxas de perda de biodiversidade
significativa nas últimas décadas. E mencionou
a importância de uma ação conjunta
global para proteger a vida no planeta.
A
declaração do secretário faz parte
de sua mensagem sobre o Ano Internacional da Biodiversidade,
comemorado em 2010. Ban Ki-moon seguiu seu discurso lamentando
que o acordo que tinha 2010 como ano-limite não
foi efetivado.
E
alertou sobre as consequências da perda indiscriminada
de biodiversidade, que deve atingir as pessoas mais desfavorecidas
socialmente.
"Nossas
vidas dependem da biodiversidade. As espécies e
os ecossistemas estão desaparecendo em um ritmo
insustentável. Nós, seres humanos, somos
a causa. Podemos perder uma grande variedade de bens e
serviços que damos como infinitos", ressaltou
o secretário-geral da ONU.
A sede
Ironicamente
a sede da Conferência das Nações Unidas
sobre Biodiversidade, será a cidade de Nagoya no
Japão. Já foi inclusive escolhido o símbolo
do encontro que remete a harmonia do homem com a natureza.
Realmente será difícil o país convencer
que está preocupado com a biodiversidade, já
que o país resiste às pressões internacionais
contra a caça da baleia. E deixa claro que não
pretende mudar sua política sobre o assunto.
Na ilha é costume local caçar e abater baleias
desde a Idade Média. Todo ano frotas de embarcações
japonesas invadem o mar da Antártica, inclusive
o navio-fábrica Nisshin Maru, com o pretexto de
abater as baleias para fins científicos.
Mas
é possível que a caça as baleias
esteja perdendo força de mercado. O país
pretende reduzir os gastos públicos com a suspensão
do subsídio repassado ao Instituto para Pesquisa
de Cetáceos, o órgão que conduz o
programa científico que permite a caçada
das baleias no Japão. Segundo grupos ambientalistas
e governos como o dos EUA, Austrália e Inglaterra
o programa científico japonês é uma
fachada para justificar a pesca comercial dos mamíferos,
banida por uma moratória da Comissão Internacional
de Caça à Baleia (IWC, na sigla em inglês)
desde 1986.
A
caça as baleias não é exclusividade
só do Japão, a Noruega e a Islândia
também são adeptas desta prática.
O governo norueguês gastou mais de US$ 4,9 milhões
em divulgação, relações públicas
e lobby para defender essa indústria, além
de oferecer repasse de recursos.
E
a Islândia chocou os ambientalistas, quando em meio
à crise econômica aumentou a cota de caça
de baleias minke (100 por ano) e fin (150) para os próximos
cinco anos. Mas defendeu-se justificando que a caça
aos cetáceos aumenta o número de empregos
e gera mais recursos. Mas curiosamente o produto islandês
é exportado para o Japão que está
com o mercado saturado.
Portugal terá
agenda especial
País
cria Comissão para Ano Internacional da Biodiversidade.
A manutenção da biodiversidade (espécies
e ecossistemas que constituem a vida no planeta) é
fundamental para o equilíbrio natural do planeta,
bem como para garantir o bem-estar dos humanos. Mas por
todas as partes o que se vê é uma perda constante
deste conjunto, com extinções e destruições,
causadas pela atividade agrícola, exploração
de mineradoras, sobrexploração das florestas,
oceanos, rios, lagos e solos, introdução
de espécies exóticas, poluição
além das alterações no clima global.
Para
alertar sobre o tema o Ano Internacional da Biodiversidade
chama a atenção de líderes europeus
que articularão um conjunto de políticas
a nível nacional, comunitário e europeu.
Entre
os países engajados está Portugal que instituiu
a Comissão Nacional, que será presidida
pelo Instituto de Conservação da Natureza
e da Biodiversidade. A atuação contará
com um Centro de Investigação em Biodiversidade
e Recursos Genéticos e Centro de Biologia Ambiental.
Portugal
pretende realizar um ciclo de debates, comemorações
e visitas a áreas de maior diversidade, e ainda
poderá existir "uma articulação
com o país vizinho, já que Portugal partilha
uma área de geo-biodiversidade, com Espanha".
Saiba
mais sobre o Projeto Darwin
O “Projeto Darwin” tem como principais características
conhecer e divulgar os atributos naturais e culturais
dos Biomas Brasileiros, com ênfase na Floresta Atlântica
Tropical, incluindo áreas particulares, Unidades
de Conservação e Terras Indígenas.
Além dos inventários biológicos das
espécies predominantes da fauna e da flora (pesquisa),
há o compromisso de sensibilizar o maior número
de pessoas possíveis para tornar viável
o desenvolvimento sócio-econômico das regiões
inseridas no projeto e a preservação do
ambiente. Outro aspecto relevante e diferencial do Projeto
Darwin é o envolvimento de comunidades tradicionais
como a Aldeia Guarani Tenonde Porã.
Acesse: www.darwin.org.br
Leia mais sobre
o Ano Internacional da Biodiversidade
Acesse: www.unep.org/iyb
e www.cbd.int/2010/welcome
Da Redação