‘Adnan
Oktar', o rosto muçulmano do criacionismo
O
criacionista turco Adnan Oktar, tem sido comparado com
celebridades de Hollywood como cientólogo Tom Cruise,
pois usam sua fama para contestar a teoria de Charles
Darwin sobre a evolução das espécies.
A
diferença entre o astro norte americano e o Islamita
Oktar, está na base da formação religiosa,
para os cristãos as inspirações estão
no Velho Testamento enquanto para os mulçumanos
as verdades estão contidas no alcorão, a
leitura destes livros sagrados é interpretada de
maneira divergente. O comum a ambos é a incansável
exposição de argumentos que põe em
dúvida o evolucionismo darwiniano.
Oktar
é mencionado pelo jornalista José Eduardo
Barella do Jornal Estadão, como um dos principais
contestadores das ideias ocidentais, mas que contraditoriamente
apresenta-se bastante elegante e cuidadoso com a aparência;
diferentemente dos fundamentalistas islâmicos que
pregam o desapego da vaidade e bens materiais. O conservador
turco faz-se lembrar um homem bomba quando lhe é
citado Darwin - “Não existe um fóssil
que comprove a evolução humana”- diz
Oktar; “Não conheço nenhum crocodilo
de 100 milhões de anos que depois teria se transformado
num professor, por exemplo”, completa sarcástico.
Estas frases são comuns em seu discurso além
de que, dedica-se vitalmente para propagar contestações
sobre a evolução.
Reprodução/Julia
Margaret Cameron |
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Oktar
publicou o livro, intitulado “Atlas of Creation”
(Atlas da Criação), com o pseudônimo
de Harun Yahya e nesta entre outras de suas obras, sustenta
a ideia de que desde os primórdios de existência
de vida não houve nenhuma modificação
ou evolução nas espécies. Apesar
de sua formação limitar-se ao curso de design
de interiores, Oktar aborda em suas publicações
assuntos de zoologia e paleontologia.
O
lançamento do Atlas ilustrado composto por mais
de 800 páginas e traduzido em onze idiomas, foi
distribuído gratuitamente sem nenhuma solicitação
em Universidades, jornais e entre um dos vários
cientistas acadêmicos ao redor do mundo que receberam
o exemplar, o biólogo Richard Dawkins eleito pela
revista inglesa Prospect um dos três intelectuais
mais importantes do mundo, criticou duramente a literatura
- “É uma perda reconciliar os valores de
produção cara e lustrosa deste livro com
a impressionante idiotice do conteúdo”, citou
Dawkins.
Em
resposta, Oktar conseguiu através de seus advogados
que o tribunal bloqueasse o site de Dawkins na Turquia
e conseguiu também desativar milhares de blogs
WordPress, a censura foi baseada na acusação
de que tais sites apresentavam conteúdo difamatório
e ainda declarou que “todos os terroristas são
darwinistas”.
Em
1996 Oktar publicou o polêmico livro “Soykirim
Yalani” (A mentira do Holocausto), em que apresentou
os judeus não como vítimas, mas sim como
culpados pelo nazismo; mas evita esclarecer este ponto
de vista. Segundo o Jornal britânico “The
Guardian” outro episódio conturbado envolveu
o criacionista turco, a internação por 19
meses em um hospital psiquiátrico em 1986, que
afirma ter ocorrido por “perseguições
políticas”.
Da Redação