O objetivo do PROCEL - Programa Nacional de Conservação
de Energia Elétrica - é promover a racionalização
da produção e do consumo de energia
elétrica, para que se eliminem os desperdícios
e se reduzam os custos e os investimentos setoriais.
O PROCEL foi criado
em dezembro de 1985 pelos Ministérios de Minas
e Energia e da Indústria e Comércio,
e gerido por uma Secretaria Executiva subordinada
à Eletrobrás. Em 18 de julho de 1991,
o PROCEL foi transformado em Programa de Governo,
tendo sua abrangência e responsabilidade ampliadas.
O Programa utiliza
recursos da Eletrobrás e da Reserva Global
de Reversão - RGR - fundo federal constituído
com recursos das concessionárias, proporcionais
ao investimento de cada uma. Utiliza, também,
recursos de entidades internacionais.
Os Objetivos do Procel
e o Meio Ambiente
O PROCEL tem como
principais objetivos diminuir o desperdício
de energia elétrica no país e buscar
a eficiência energética no setor elétrico,
que visam à realização de quatro
fins essenciais: o desenvolvimento tecnológico;
segurança energética; eficiência
econômica e a proteção ambiental.
Desenvolvimento tecnológico
implica pesquisa científica, capacitação
de laboratórios e de pessoal técnico,
para a melhoria da qualidade de vida. Segurança
energética visa garantir energia na quantidade
e no tempo necessários. Eficiência econômica
significa produzir e distribuir os bens e serviços
da economia com o melhor uso possível dos insumos
necessários à produção
e distribuição dos produtos. A energia
é um dos insumos básicos das atividades
econômicas, assim a eficiência econômica
passa pela eficiência energética.
O PROCEL e a proteção
ambiental
O PROCEL realiza um
poderoso papel de proteção ambiental
no Brasil: os Programas de Eficiência Energética
do PROCEL permitem atender ao crescimento da demanda
de energia elétrica sem que a oferta seja ampliada
na mesma proporção. Uma parte da demanda
por eletricidade passa a ser atendida pelo que poderíamos
chamar de energia "virtual", obtida através
de ações de conservação
de energia.
Isto porque estas
ações permitem fazer mais coisas com
a mesma energia, aumentando a eficiência energética
de lâmpadas, motores, eletrodomésticos
e também reduzindo o consumo de prédios
públicos.
Há ainda programas
para gerenciar a demanda de energia e diminuir as
perdas na transmissão e distribuição
aumentando a efetividade da oferta.
A partir do momento
em que a sociedade usar a energia elétrica
de forma mais eficiente, usinas, linhas de transmissão
e redes de distribuição, que teriam
de ser construídas para atender ao crescimento
da demanda, poderão ser evitadas, ou postergadas.
Impactos Ambientais
Usinas Hidrelétricas
Grandes usinas hidrelétricas
tendem a alagar áreas extensas, modificando
o comportamento dos rios barrados. A biota (conjunto
dos seres vivos) e os ecossistemas podem ser alterados.
A vegetação submersa decompõe-se,
dando origem a gases como o metano, que tem impacto
no chamado "efeito estufa" e causando mudança
no clima. Cidades e povoações, inclusive
indígenas, podem ser deslocadas pela construção
da barragem. O novo lago pode afetar o comportamento
da bacia hidrográfica. Com a operação,
mais tarde, ocorrem assoreamentos que, em conjunto
com outros fatores, podem ocasionar mudanças
na qualidade da água.
Usinas Térmicas
Já as usinas
térmicas a combustíveis fósseis
causam outros tipos de poluição ambiental.
Elas emitem uma série de gases de efeito estufa
como o dióxido e o monóxido de carbono,
o metano e, no caso das térmicas à carvão
e óleo, emitem óxidos de enxofre e nitrogênio,
que na atmosfera, dão origem às chuvas
ácidas que prejudicam a agricultura, as florestas
e até mesmo monumentos urbanos.
Usinas Nucleares
As usinas nucleares
são usinas térmicas que aproveitam a
energia do urânio e do plutônio. Embora
sejam cada vez mais seguras, elas envolvem o risco
de acidentes que podem causar vazamentos de radiação
para o meio ambiente com as notórias conseqüências
graves que os acompanham.
Todas estas formas
de geração de energia elétrica
envolvem, também, o risco de impactos ambientais
associados a outros estágios da cadeia de produção,
transporte e distribuição de energéticos.
Assim, há impactos associados, por exemplo,
à extração do urânio ou
carvão nas minas, que modifica a paisagem e
gera rejeitos que afetam solos agricultáveis.
Já há
algum tempo o setor elétrico vem realizando
estudos e pesquisas e tomando medidas práticas
na área ambiental que contribuem para diminuir
estes impactos.
Mas e a proteção ambiental?
A proteção
ambiental surge como uma meta e uma preocupação,
no sentido de garantir a qualidade de vida dessa e
das futuras gerações.
Numa sociedade de
consumo que exige cada vez mais conforto, a geração,
transmissão, distribuição e o
uso da energia (assim como todas as formas de atividade
econômica e social), podem causar impactos negativos
ao meio ambiente.
A produção
de energia implica, necessariamente, na exploração
de recursos naturais e emissão de rejeitos
no meio ambiente. Os rejeitos das atividades industriais
e agrícolas são despejados nos solos,
nas águas e no ar, modificando a paisagem e
o clima, afetando os ecossistemas, a fauna e a flora.
Quanto maior o nível
de atividade econômica, maior o uso da energia
e maiores os impactos ambientais deste uso. Assim,
a eficiência energética pode trazer muitos
benefícios, pois:
- Aumenta a segurança
no abastecimento de energia
- Contribui para a eficiência econômica
- Melhora a proteção ambiental
Estes três itens
se complementam, implicando na redução
da energia necessária por unidade de produto
econômico, aumentando a eficiência da
economia e garantindo que a mesma produção
possa ser obtida com menos energia e, portanto, com
menor uso de recursos naturais e menores danos ambientais.
O PROCEL evita emissões de carbono
Os projetos e ações
desenvolvidos no âmbito do PROCEL adiam a necessidade
de novas usinas, evitando, assim, o lançamento
de milhões de toneladas dos vários gases
de efeito estufa na atmosfera. O impacto destes gases
no aquecimento global costuma ser medido em termos
de (dióxido) de carbono equivalente. Por isso,
nos referimos ao carbono evitado, seguindo o Protocolo
de Kyoto.
O PROCEL realizou,
em conjunto com a COPPE/UFRJ, um estudo que avalia
a quantidade de carbono evitada por seus programas.
A conclusão é que a eficiência
energética terá, até o ano 2010,
contribuído para evitar a emissão de
cerca de 230 milhões de toneladas de carbono
na atmosfera - correspondentes à quase 29%
das emissões totais de gases estufa do setor
elétrico brasileiro.
Até aqui esta
vem sendo a contribuição do PROCEL para
abrandar as mudanças climáticas e ambientais
em nosso País.
Prédio Inteligente
Seguindo esta meta,
o Procel, o Cepel-Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
da Eletrobrás, em parceria com a Light e a
Construtora Prima, desenvolveram o projeto Prédio
Eficiente, que reduz o consumo de energia. Um edifício
inteligente foi construído no Recreio dos Bandeirantes
– Rio de Janeiro. |