BRASÍLIA
DISTRITO FEDERAL |
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Alguns perguntam porque Brasília
tornou-se Patrimônio da Humanidade; para saber a resposta
basta entrar na cidade, mais especificamente no Plano Piloto,
onde se encontram todos os ministérios e palácios.
Quem caminha por suas imensas praças pode perceber
a grandeza de suas obras arquitetônicas e entender
o porque do título. E este título deve ser
creditado, entre outros, ao Presidente Juscelino Kubitschek,
aos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, ao engenheiro
Israel Pinheiro e aos milhares de operários, conhecidos
como candangos, que tornaram este sonho realidade.
A grande diferença entre Brasília e outras
capitais brasileiras é o fato de ser totalmente planejada,
com um urbanismo baseado no projeto de Lúcio Costa
e a arquitetura de seus prédios serem basicamente
de concreto armado e vidro, projetados por Oscar Niemeyer.
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"As obras
de Brasília marcaram uma nova etapa no meu trabalho
profissional. Etapa que se caracteriza por uma busca constante
de concisão e pureza e de maior atenção
aos problemas fundamentais da arquitetura. Espero que os
trabalho em Brasília, sejam minhas obras definitivas;
tive que resolver três problemas diferentes: o do
edifício isolado, aberto a todas as possibilidades
da fantasia, mas exigindo características próprias;
o do edifício monumental, em que o detalhe plástico
da lugar à grande composição; e, finalmente,
o da solução do conjunto, que reclama, antes
do mais, unidade e harmonia.
No Palácio do Alvorada, o meu objetivo foi encontrar
uma solução que não limita-se a caracterizar
uma grande residência, mas um verdadeiro palácio,
com o espírito de monumentalidade e de nobreza que
tem de distinguir um palácio. Para tal fim aproveitei
a própria estrutura, que acompanha todo o desenvolvimento
da construção, conferindo-lhe leveza e dignidade,
e esse aspecto (distinto), como se pousasse suavemente no
chão. Para isso, as colunas adelgaçam-se nos
extremos, permitindo que as lajes - graças ao sistema
de abóbada em que se sustentam - tenham apenas uma
espessura de quinze centímetros no eixo de cada intervalo,
com o que se estabelece uma perfeita integração
entre a forma que caracteriza e expressa o edifício,
e o próprio sistema estrutural.
No edifício do Congresso Nacional, o meu propósito
foi fixar os elementos plásticos de acordo com as
suas diversas funções, dando-lhes a importância
relativa exigida e tratando-os em conjunto como formas puras
e equilibradas. Assim, uma imensa esplanada contrastando
com os dois blocos destinados à administração
e aos gabinetes dos congressistas, marca uma linha horizontal
de composição, enquanto se destacam sobre
ela os elementos principais que, junto com os outros, criam
esse jogo de formas que constitui a própria essência
da arquitetura que Le Corbusier tão bem definia:
"A arquitetura é o jogo sábio, correto
e magnífico dos volumes reunidos debaixo da luz".
Na Praça dos Três Poderes, a unidade foi a
minha principal preocupação e com este fim
idealizei um elemento estrutural que atuasse como denominador
comum dos dois palácios, o do Planalto e do Tribunal
Supremo, assegurando assim para o conjunto o sentido da
sobriedade das grandes praças européias, dentro
da escala de valores fixada pelo magnífico projeto
de Lúcio Costa.
São estas ainda hoje as minhas diretrizes como arquiteto.
E se agora se orientam num sentido de maior pureza e simplicidade,
continuam baseado-se no mesmo conceito de criação...
o único capaz de conduzir a uma verdadeira obra de
arte.
Assim surgiram as obras que projetei para Brasília
e que acompanhei com o máximo interesse, convencido
de sua importância e desejoso de que se transformem
em algo útil e permanente, capaz de transmitir emoção
e beleza."
Oscar
Niemeyer |
Uma coisa a ser dita, é que,
de forma alguma, a cidade deve ser relacionada com os políticos
que lá vivem, ou que, de vez em quando, passam por
lá.
Alheio a sua beleza, o que se espera de Brasília,
é que de lá saiam as decisões que tornem
este país mais justo, mais digno, mais nosso.
Que torne um Brasil de todos para todos, e que não
precisaremos mais perguntar - "Que país é
este?" |
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