Com
a evolução tecnológica e a diversidade
de matérias-primas com que conseguimos obter
o biodiesel, como óleos vegetais e até
mesmo de gorduras animais. O metanol e o etanol mostraram
que não existem obstáculos para darmos
inicio ao uso de bicombustíveis na frota de
automóveis. Uma vez utilizados, não
danificaram o motor de nenhum automóvel.
Mas
para a utilização da nova fonte de energia,
precisamos da relação positiva entre
a energia consumida no processo de produção
e a energia disponibilizada pelo combustível
produzido. Por exemplo, no caso do etanol produzido
a partir da cana-de-açúcar, essa relação
é de 8,3 para um. Comparativamente, nos EUA,
o etanol tem uma relação de apenas 1,3.
No Brasil, alguns estudos efetuados para fins de biodiesel
indicam uma relação de 1,4 no caso da
soja, de aproximadamente, 5,6 no caso do dendê,
e de 4,2 para a macaúba, o que confirma o potencial
das palmáceas como fonte de matéria-prima,
ou seja, maior produtividade e disponibilidade de
resíduos de valor energético.
Além
da matéria-prima fácil, o biodiesel
reduz as emissões de gases poluentes em até
60%. Não é tóxico e é
biodegradável, ao contrário do combustível
fóssil.
A
diversidade de matérias-primas, óleos,
e as alternativas de processo levam a diversos programas
de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.
No Brasil, a ANP (Agência Nacional do Petróleo)
estabeleceu preliminar do biodiesel com algumas premissas
considerando o uso em misturas até 20% (B20).
São especificações similares
à européia e a americana, com alguma
flexibilização para atender as características
das matérias-primas nacionais.
O biodiesel promove uma redução das
principais emissões associadas ao derivado
de petróleo, com a exceção notável
dos óxidos de nitrogênio (NOx). O aumento
das emissões de NOx associado ao biodiesel
tem sido confirmado por muitos estudos. Sua atenuação
tem sido sugerida com o uso de aditivos e alterações
nos motores.
Resultados,
expressos em biodiesel puro (B100), indicam reduções
de 40% a 60% das emissões correspondentes ao
diesel puro. A redução das emissões
de gases de efeito estufa pode ser relevante, contudo
os valores monetários associados a possíveis
créditos de carbono são ainda pequenos.
Para valores de crédito entre US$ 1 e 5/tonelada
de carbono avaliado, estes valores corresponderiam
e cerca de 3% do custo da produção.
Para estabelecer mais as comparações
entre o diesel mineral e o biodiesel, temos que além
de considerá-los sem impostos, incluir no biodiesel,
a produção agrícola e industrial,
custos relativos ao capital, custos da terra e, se
for o caso, o custo dos assentamentos e suas benfeitorias.
Em casos em que haja outras culturas consorciadas
com a mamona, tipicamente da agricultura familiar,
devem-se considerar todos os custos associados e seus
retornos. Só assim é possível
avaliar corretamente o valor do subsídio alocado
ao diesel.
A
diferença entre custos de produção
do diesel, sem impostos, e custos de oportunidade,
que são os valores pagos no mercado internacional
para os óleos vegetais, indica o valor do subsídio
a ser pago diretamente ou por meio de renúncia
fiscal. Mesmo no caso da soja, que conta com um subsídio
mínimo, apenas a renúncia fiscal não
seria suficiente para atingir o valor ideal para a
incorporação do biodiesel como alternativa
econômica ao óleo mineral.
Os
custos de produção dependem essencialmente
do custo da matéria-prima, ou óleo vegetal.
Em geral o custo do óleo vegetal corresponde
a cerca de 85% do custo do biodiesel. Há, portanto,
interesse em reduzir os custos da matéria-prima
e eventualmente, obter o material graxo a partir de
rejeitos industriais: óleo de fritura usado,
sebo e águas servidas.
Matérias-primas
que encontraram em todo o território brasileiro
começando pelo Sul, Sudeste e Centro-Oeste,
têm a soja, a mamona para o Nordeste e o dendê
para a região Amazônica.
Girassol,
amendoim e outros também têm sido considerados.
Igualmente, as Palmáceas tropicais são
sempre mencionadas como viáveis e potenciais
produtores de biodiesel. Alguns estudos apontam perspectivas
interessantes para as oleaginosas aparentemente inusitadas
e pouco citadas, como o abacate, com uma produtividade
estimada em 1200 litros de biodiesel por hectare.
Usando apenas soja, dendê e mamona, teríamos
cerca de 3 milhões de hectares.
O
agronegócio da soja gera empregos diretos para
4,7 milhões de pessoas em diversos segmentos.
Trata-se de uma produção de 52 milhões
de toneladas em 20 milhões de hectares, no
total, diretos e indiretos, quatro hectares por pessoa.
Na Europa e nos EUA, o custo do biodiesel é
hoje, 1,5 a 3 vezes maior que o diesel mineral. Não
há previsão de reduções
importantes desse custo para o futuro. O biodiesel
é justificado por externalidades positivas
como o meio ambiente, geração de empregos,
segurança e balanço de pagamentos. É
preciso conhecer, de modo mais detalhado, os custos
atuais e esperados no futuro.
O
consumo de diesel ocorre principalmente, na região
Sudeste (44%), vindo a seguir o Sul (20%), Nordeste
(15%), Centro-Oeste (12%) e Norte (9%). O diesel para
consumo veicular no Brasil pode ser diesel interior,
com teor de enxofre de 0,35% ou o diesel metropolitano,
com 0,20 de enxofre, que corresponde por cerca de
30% do mercado. Existem grandes consumidores privados
de diesel para geração de energia elétrica
como empresas de mineração localizadas
na região Norte.
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