Sítios Ramsar
Sitio Ramsar - Convenção
sobre Zonas Úmidas (Ramsar - Irã, 1971)
no Brasil
No dia 02 de fevereiro é o Dia Mundial das Zonas
Úmidas (DMZU), que celebra a data da assinatura
da Convenção sobre as Zonas Úmidas.
O dia 02 de fevereiro de 1971, às margens do Mar
Cáspio, na cidade iraniana de Ramsar.
Sítios Ramsar - Convenção sobre Zonas
Úmidas
O Brasil ratificou a Convenção
em 24 de Setembro de 1993. É considerado o 4º
país do mundo em superfície na Lista Ramsar.
Possui sete Zonas Úmidas consideradas Sítios
de Importância Internacional - Sítios Ramsar,
o que equivale a 6.456.896 ha.
Reserva de Desenvolvimento Sustentado
Mamirauá (AM)
Designada em 04/10/93, compreendendo
1.124.000 ha, é considerada a maior área
protegida do Brasil coberta por florestas inundadas (várzeas).
Abriga uma biodiversidade ímpar, incluindo espécies
endêmicas e ameaçadas da flora e da fauna,
tais como: répteis, peixes, aves e mamíferos
como o Uacari-Branco.
Área de Proteção
Ambiental da Baixada Maranhense (MA)
Designada em 1999, compreendendo 1.775.035
ha. Área composta por terras planas e inundáveis
periodicamente onde ocorrem campos, matas de babaçu,
matas ripárias, manguezais e bacias lacustres.
Parque Nacional da Lagoa do Peixe (RS)
Designado em 24/05/93, com 34.400 ha,
situado na planície costeira do Rio Grande do Sul.
Inclui amostras de estingas, banhados, lagoas e dunas
que abrigam espécies endêmicas e ameaçadas.
São conhecidas 181 espécies de aves, sendo
35 migratórias. Área rica em alimento para
espécies da fauna marinha.
Área de Proteção
Ambiental das Reentrâncias Maranhenses (MA)
Designada em 30/11/93, com 2.680.911 ha. Zona costeira
irregular com muitas ilhas, estuários, dunas e
praias cobertas por grandes extensões de mangue
que abrigam várias espécies de peixes, crustáceos
e moluscos além de aves migratórias. Explorada
economicamente pelas populações locais.
Parque Estadual Marinho do Parcel de
Manuel Luiz (MA)
Designada em 1999, com 34.556 ha. Área de afloramentos
rochosos que dão origem a um extenso banco de corais
favorecendo a ocorrência de algas, cnidários
e esponjas. Ambiente propício à reprodução
de várias espécies de peixes, inclusive
ameaçadas.
Parque Nacional do Araguaia (TO)
Designado em 04/10/93, com 562.312ha,
localizado na Ilha do Bananal, considerado área
de tensão ecológica entre o cerrado e a
Amazônia, sujeito a inundações periódicas.
Abriga uma enorme diversidade de fauna, incluindo espécies
endêmicas e ameaçadas de extinção
de peixes, aves aquáticas e mamíferos.
Parque Nacional do Pantanal Matogrossense
(MT)
Designado em 24/05/93, com 135.000
ha, extensão de cerrado e florestas estacionais
periodicamente alagada, representa a maior concentração
de fauna do neotrópico, incluindo várias
espécies ameaçadas de extinção
de mamíferos, aves, répteis e peixes.
Reserva Particular do Patrimônio
Natural do SESC Pantanal
Designado em 04/2003, tem 87.871,44 ha de rios permanentes,
lagos, planícies e florestas inundáveis.
É o primeiro Sítio Ramsar brasileiro em
área privada, também reconhecido como unidade
de conservação pelo governo federal. Assim
como o vizinho Sítio Ramsar do Parque Nacional
do Pantanal, a RPPN abriga fauna e flora exuberantes,
tornando-se um reforço à conservação
do ecossistema.
Por que conservar as Zonas Úmidas?
As zonas úmidas estão entre os ambientes
mais produtivos do mundo, considerados armazéns
naturais de diversidade biológica. Além
disso, proporcionam sistemas de apoio a vida para grande
parte da humanidade, cumprindo funções ecológicas
fundamentais como reguladora dos regimes hidrológicos
e como hábitat de uma rica biodiversidade. Contribuem
também para a estabilidade climática, por
meio de seu papel nos ciclos globais de água e
carbono, constituindo-se em um recurso de grande importância
econômica, cultural, científica e recreativa,
que deve ser preservado.
As zonas úmidas podem ser conservadas mediante
o USO RACIONAL, definido como a "utilização
sustentável que outorga benefícios à
humanidade de uma maneira compatível com a manutenção
das propriedades naturais do ecossistema". A sua
vez, o uso sustentável é "o uso humano
de uma zona úmida que permite a obtenção
de um máximo de benefícios de maneira contínua
para as gerações presentes, ao mesmo tempo
que se mantêm o potencial para satisfazer as necessidades
das gerações futuras".
Quais são os compromissos do Brasil frente à
Convenção de Ramsar?
A convenção não é uma agência
internacional reguladora, e não tem pretensão
de impor nenhum tipo de restrição ou condição
que afete a soberania dos países.
As Partes Contratantes da Convenção
de Ramsar participam de um processo destinado a identificar
os sítios em seus territórios que podem
ser classificados como "zonas úmidas de importância
internacional", com o objetivo de prestar especial
atenção a sua conservação
e a seu uso sustentável. Até a presente
data, os 133 estados partes (países) haviam incluído
cerca de 1079 Sítios Ramsar (aproximadamente 80
milhões de ha) na Lista de Zonas Úmidas
de Importância Internacional - Lista Ramsar.
Ademais, as partes promovem o uso sustentável
("uso racional", na terminologia de Ramsar)
de todas as zonas úmidas situadas em seu território,
mediante a adoção de políticas e
legislação apropriadas e atividades de formação,
pesquisa ou destinadas a incrementar a consciência
pública do valor das zonas úmidas.
Quais os procedimentos para a designação
de sítios adicionais à Lista de Zonas Úmidas
de Importância Internacional - Lista Ramsar?
A Convenção contempla que as partes contratantes
podem agregar outras zonas úmidas à Lista
Ramsar quando assim o desejarem. A documentação
requerida para adicionar sítios é exatamente
a mesma que é requerida ao designar zonas úmidas
quando um país adere por primeira vez a Convenção
(Ramsar Information Sheet, mapas e descrições).
As designações são
apresentadas pela Autoridade Administrativa (Ponto Focal)
responsável pelas questões relativas a Convenção
de Ramsar, ou seja, dirigindo-se diretamente a Oficina
Ramsar ou por meio da Missão da Parte Contratante
em Genebra, Suíça ou da Embaixada que serve
de nexo oficial com a Oficina da Convenção.
A comunicação direta
com a Oficina de Ramsar constitui uma via mais simples,
mas a comunicação através do Ministério
das Relações Exteriores ou da Embaixada
na Suíça outorgará mais solenidade
e formalidade ao ato.
Como a Convenção funciona?
Os estados membros se reúnem a cada três
anos, nas reuniões da Conferência das Partes
(COP), para discutir o progresso da conservação
das zonas úmidas, rever o status dos sítios
da Lista Ramsar, apreciar os relatórios de organização
internacionais e elaborar resoluções e recomendações
para a implementação da Convenção.
Partes das avaliações
de progresso são baseadas nos informes nacionais
apresentados por cada estado membro por ocasião
da COP.
O informe nacional tem formato de um
questionário, padronizado, com questões
equivalentes às ações do Plano Estratégico
da Convenção.