Indígenas
marcham da Esplanada dos Ministérios até
monumento onde morreu Galdino dos Santos
17 de Abril de 2007
- Isabela Vieira - Repórter da Agência
Brasil - Antonio Cruz/ABr - Brasília - Um ato
público marca hoje (17) à tarde, em
Brasília, os dez anos da morte do índio
pataxó Galdino. Ele foi queimado por jovens
da elite brasiliense enquanto dormia em uma parada
de ônibus. Na foto, o monumento que marca o
local onde aconteceu o assassinato.
Brasília -
Cerca de 350 indígenas do Acampamento Terra
Livre estão fazendo uma marcha pela Esplanada
dos Ministérios. Eles vão caminhar até
o monumento erguido em homenagem ao índio Galdino
dos Santos, da etnia Pataxó Hãhãhãe,
assassinado em 1997 na capital federal.
Agência
Brasil |
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Índios
fazem homenagem a Galdino, morto há dez
anos |
O memorial fica próximo
à parada de ônibus localizada na avenida
W3 sul, onde Galdino foi incendiado por jovens de
Brasília. Há dez anos, quando ele esteve
em Brasília, o povo Pataxó Hãhãhãe
reivindicava a anulação de títulos
concedidos pelo governo do estado da Bahia a fazendeiros
que até hoje exploram a pecuária e o
cacau na região da reserva Caramuru Catarina
Paraguaçu, no sul da Bahia.
A reserva é
habitada por 2,8 mil índios da etnia e tem
uma área de 54 mil hectares. O processo de
nulidade dos títulos aguarda julgamento há
24 anos, no Supremo tribunal Federal (STF)
Na Praça Galdino,
em Brasília, manifestação lembra
índio assassinado há dez anos
17 de Abril de 2007
- Isabela Vieira - Repórter da Agência
Brasil - Marcello Casal Jr/ABr - Brasília -
Ato marca dez anos do assassinato do índio
Galdino dos Santos, da etnia Pataxó Hãhãhãe.
Manifestação também lembra mortos
na luta pela terra e repudia a violência contra
os povos indígenas. No local onde o pataxó
foi morto foi erguido um monumento em sua homenagem.
Brasília -
Cachimbos, chocalhos e cocares indígenas reunidos
em um ritual religioso marcaram hoje (17) os dez anos
da morte do índio pataxó hã-hã-hãe
Galdino Jesus dos Santos. A cerimônia foi realizada
no memorial construído em homenagem ao indígena,
próximo à parada de ônibus localizada
na avenida na Asa Sul de Brasília onde, em
1997, Galdino foi incendiado por jovens brasilienses
enquanto dormia.
Pajés de diversas
tribos indígenas organizados no Acampamento
Terra Livre participaram da cerimônia. Eles
limparam o local, rezaram e pintaram o monumento à
Galdino, que estava coberto por pichações.
Acompanharam o ato público cerca de 350 indígenas
que percorreram a Esplanda dos Ministérios
até o local do memorial. Muitos carregavam
placas com nome de familiares que morreram em conflitos
pela terra em todo o país.
Agência
Brasil |
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Monumento
em memória a Galdino em Brasília |
O Conselho Indigenista
Missionário (Cimi) revela que, desde abril
de 1997, mais de 250 índios foram assassinados
em disputas relacionadas à falta de recursos
naturais ou terra.
Na ocasião
do assassinato, o índio Galdino dos Santos
veio à Brasília reivindicar a anulação
de títulos concedidos pelo governo à
fazendeiros do estado da Bahia, que na década
de 60 ocuparam a reserva do seu povo. Passados dez
anos, um dos sobrinho do índio, o jovem Hairã
Nunes de Souza, disse que desde a morte do tio pouca
coisa mudou na situação do povo Pataxó.
“Continuamos querendo nossa terra. De lá tiramos
nossa fonte de vida. Queremos viver e morrer em paz,
sem mais mortes”.
Agência
Brasil |
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Índio
Galdino foi queimado vivo há dez anos
em Brasília |
O representante do
Cimi na Bahia, Haroldo Heleno, explica que a disputa
entre índios e fazendeiros pelo território
Hã-hã-hãe têm ocasionado
mortes na região desde a década de 80.
“Quando o povo Pataxó retomou a luta pelo seu
território, 19 lideranças foram assassinadas.
Isso demonstra o grau de violência e desrespeito
dos fazendeiros e do governo, que se omite na função
de proteger a etnia”. De acordo com Heleno, os fazendeiros
da região utilizam a região para plantação
de cacau e para a pecuária.
O líder da
etnia Pataxó Hã-hã-hãe
presente na manifestação desta tarde,
o cacique Pataxó Reginaldo Rodrigues, denuncia
que mortes e ameças acontecem com frequência
na aldeia. “Os fazendeiros sempre mandam pistoleiros
para matar os índios. Muitas vezes falam para
gente sair, mas, como somos resistentes, ficamos”.
E acrescentou: “Nós morremos todos, mas não
saímos de lá”.
Agência
Brasil |
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Índios
lembram morte de Galdino |
A reserva Caramuru-Catarina-Paraguaçu
se localiza a 250 quilômetros de Salvador. Tem
atualmente 54 mil hectares e é habitada por
cerca de 2,8 mil índios. Segundo informações
do Cimi, o processo de nulidade de títulos
está há 24 anos sem julgamento no Supremo
Tribunal Federal (STF).
Como parte das atividades
do Acampamento Terra Livre, os índios devem
se reunir com a ministra presidente do STF, Ellen
Gracie, na quinta-feira (19), Dia do Índio.
O objetivo é pedir pressa nos julgamentos que
envolvem territórios indígenas em todo
o país. |