A maior
floresta tropical do Planeta, a Amazônia sul-americana,
corresponde a 2/5 da América do Sul e a metade
do Brasil
Em território brasileiro, os ecossistemas amazônicos
ocupam uma superfície de 368.989.221 ha, abrangendo
os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Rondônia, Roraima e pequena parte dos estados do
Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. A Amazônia
é reconhecida como a maior floresta tropical existente,
o equivalente a 1/3 das reservas de florestas tropicais
úmidas e o maior banco genético do planeta.
Contém 1/5 da disponibilidade mundial de água
doce e um patrimônio mineral não mensurado.
A grande diversidade geológica, aliada ao relevo
diferenciado, resultou na formação das mais
variadas classes de solo, sob a influência das grandes
temperaturas e precipitações, características
do clima equatorial quente superúmido e úmido.
Contudo, a fertilidade natural dos solos é baixa,
em contraste com a exuberância das florestas ombrófilas
(úmidas) que nelas se desenvolvem.
A floresta Amazônica é um ecossistema auto-sustentável.
Ou seja, é um sistema que se mantém com
seus próprios nutrientes num ciclo permanente.
Os ecossistemas amazônicos são sorvedouros
de carbono, contribuindo para o equilíbrio climático
global. Existe um delicado equilíbrio nas relações
das populações biológicas que são
sensíveis a interferências antrópicas.
A floresta, apesar de ser a característica mais
marcante da Amazônia, não esconde a grande
variedade de ecossistemas, dentre os quais se destacam:
matas de terra firme, florestas inundadas, várzeas,
igapós, campos abertos e cerrados. Conseqüentemente,
a Amazônia abriga uma infinidade de espécies
vegetais e animais: 1,5 milhão de espécies
vegetais catalogadas; três mil espécies de
peixes; 950 tipos de pássaros; e ainda insetos,
répteis, anfíbios e mamíferos...
Tipos
de Vegetação do bioma Amazônia |
Campinaranas
Florestas Estacionais Deciduais e Semideciduais
Florestas Ombrófilas Abertas
Florestas Ombrófilas Densas
Formações Pioneiras
Refúgios Montanos
Savanas Amazônicas
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Matas de Terra Firme
Situadas em terras altas, distantes dos rios, sujeitas a
alterações. São formadas por árvores
alongadas e finas, apresentando espécies como a castanha-do-pará,
o cacaueiro e as palmeiras. Possuem grande quantidade de
espécies de madeira de alto valor econômico.
Matas de Várzea
São próprias das áreas periodicamente
inundadas pelas cheias dos rios. Apresentam maior variedade
de espécies. É o habitat da seringueira e
das palmáceas.
Matas de Igapós
Situam-se em áreas baixas, próximas ao leito
dos rios, permanecendo inundadas durante quase o ano todo.
As árvores são altas, com raízes adaptadas
às regiões alagadas. A vitória-régia
é muito comum nestas matas.
A ocupação
da Amazônia
Segundo os registros arqueológicos,
data de 10.000 a.C.
Quando ocorreu a conquista dos colonizadores europeus, no
século XVI, estima-se que alguns milhões de
índios viviam na região. A ocupação
da Amazônia pelos europeus iniciou-se por volta de
1540, porém, até o final da II Guerra Mundial,
a presença humana na região quase não
trouxe modificações à cobertura vegetal
original.
Hoje, aproximadamente, 10 milhões de pessoas habitam
a região, numa densidade de dois habitantes/km2.
Estima-se que 1,5 milhão de pessoas vive na floresta.
O uso e a ocupação do solo da Amazônia
são caracterizados pelo extrativismo vegetal e animal
– incluindo a extração da madeira – pela pecuária,
por madeireiras e pela agricultura de subsistência,
bem como pelo cultivo de espécies vegetais arbustivo-arbóreas.
A produção de grãos recobre parcelas
contínuas expressivas. A mineração
e o garimpo (atividades pontuais) e a infra-estrutura regional
(atividades pontuais e lineares) também são
responsáveis pela alteração dos ecossistemas
naturais.
Nos arredores de núcleos
urbanos e áreas de ocupação mais antigas,
uma boa parte das terras, outrora desmatadas, encontra-se
recoberta ora por capoeiras ora por florestas nativas nos
seus vários estágios de crescimento e regeneração.
Estima-se que 15% da Amazônia já foi desmatada.
Sustentabilidade
A riqueza da biodiversidade da Amazônia e
o seu delicado equilíbrio ecológico, aliados
ao grande valor econômico de seus recursos naturais,
exigem da sociedade, tanto nacional como mundial, uma nova
consciência em direção ao desenvolvimento
sustentável. Este é o grande desafio da Amazônia
que, apesar das várias experiências desenvolvidas
nesse sentido, continua uma incógnita para a ciência
no horizonte futuro.
“A transição entre um padrão de desenvolvimento
que se esgota – a economia de fronteira, para outro que
emerge – o desenvolvimento sustentável, envolve todo
o território brasileiro” (MMA, 1995. p.18). Assim,
o desenvolvimento da Amazônia tornou-se uma questão
complexa que abrange um conflito de valores acerca do meio
ambiente. Ao mesmo tempo em que a conservação
da biodiversidade da Amazônia tem enorme valor como
garantia de qualidade de vida para as futuras gerações,
os seus recursos naturais tornam-se fonte e meio de sobrevivência
para as populações nativas e, ainda, base
essencial de recursos para outros segmentos produtivos.
Por um lado, os conflitos de valores se materializam em
fortes disputas pelas terras e recursos. Por outro, a busca
de solução para eles acaba por definir uma
série de projetos conservacionistas e busca de tecnologias
sustentáveis e de apoio ao extrativismo tradicional
das comunidades locais.
Os instrumentos de conservação da natureza,
presentes na Amazônia, são o manejo de ecossistemas,
as unidades de conservação e o estudo e a
preservação de espécies da fauna e
flora. Adquire importância relevante à conservação,
o enfoque ecossistêmico, adotado pelo projeto de Corredores
Ecológicos do PPG7. Na Amazônia, os cinco corredores
ecológicos delimitados, cujo projeto está
em fase final de negociação, se juntarão
a outras iniciativas da própria comunidade local
que se mobiliza para garantir a integridade de suas áreas
naturais preservadas, como é o caso dos projetos
descritos a seguir, que estão sendo desenvolvidos
desde 1997.
Fonte: Ibama/MMA
DESCRIÇÃO
Na
Amazônia vivem e se reproduzem mais de um terço
das espécies existentes no planeta. Ela é
um gigante tropical de 4,1 milhões de km2. Porém,
apesar dessa riqueza, o ecossistema local é frágil.
A floresta vive do seu próprio material orgânico,
em meio a um ambiente úmido, com chuvas abundantes.
A menor imprudência pode causar danos irreversíveis
ao seu equilíbrio delicado.
A floresta abriga 2.500 espécies de árvores
(um terço da madeira tropical do planeta) e 30 mil
das 100 mil espécies de plantas que existem em toda
a América Latina. Desta forma, o uso dos recursos
florestais pode ser estratégico para o desenvolvimento
da região. As estimativas de estoque indicam um valor
não inferior a 60 bilhões de metros cúbicos
de madeira em tora de valor comercial, o que coloca a região
como detentora da maior reserva de madeira tropical do mundo.
A Amazônia é, também, a principal fonte
de madeira de florestas nativas do Brasil. O setor florestal
contribuiu com 15% a 20% dos Produtos Interno Bruto (PIB)
dos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Os insetos estão
presentes em todos os estratos da floresta. Os animais rastejadores,
os anfíbios e aqueles com capacidade para subir em
locais íngremes, como o esquilo, exploram os níveis
baixos e médios. Os locais mais altos são
explorados por beija-flores, araras, papagaios e periquitos
à procura de frutas, brotos e castanhas. Os tucanos,
voadores de curta distância, exploram as árvores
altas. O nível intermediário é habitado
por jacus, gaviões, corujas e centenas de pequenas
aves. No extrato terrestre estão os jabutis, cotias,
pacas, antas etc. Os mamíferos aproveitam a produtividade
sazonal dos alimentos, como os frutos caídos das
árvores. Esses animais, por sua vez, servem de alimentos
para grandes felinos e cobras de grande porte.
Mais do que uma floresta, a Amazônia é também
o mundo das águas onde os cursos d’água se
comunicam e sazonalmente sofrem a ação das
marés. A bacia amazônica - a maior bacia hidrográfica
do mundo com 1.100 afluentes - cobre uma extensão
aproximada de 6 milhões de km2. Seu principal rio,
o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano
Atlântico, lançando no mar, a cada segundo,
cerca de 175 milhões de litros de água. A
Amazônia é, de fato, uma região vasta
e rica em recursos naturais: tem grandes estoques de madeira,
borracha, castanha, peixe, minérios e outros, com
baixa densidade demográfica (2 habitantes por km2)
e crescente urbanização. Sua riqueza cultural
inclui o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma
de explorar esses recursos sem esgotá-los nem destruir
o habitat natural. No entanto, a região apresenta
índices sócioeconomicos muito baixos, enfrenta
obstáculos geográficos e de falta de infra-estrutura
e de tecnologia que elevam o custo da exploração.
Fonte: WWF-Brasil |