A
extensa costa brasileira abriga um rico mosaico de ecossistemas
– mares, estuários, ilhas, manguezais, restingas,
dunas, praias, falésias, costões rochosos
e recifes de corais
A costa brasileira abriga um mosaico de ecossistemas
de alta relevância ambiental. Ao longo do litoral
brasileiro podem ser encontrados manguezais, restingas,
dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías,
brejos, falésias, estuários, recifes de corais
e outros ambientes importantes do ponto de vista ecológico,
todos apresentando diferentes espécies animais e
vegetais e outros. Isso se deve, basicamente, às
diferenças climáticas e geológicas
da costa brasileira. Além do mais, é na zona
costeira que se localizam as maiores presenças residuais
de Mata Atlântica. Ali a vegetação possui
uma biodiversidade superior no que diz respeito à
variedade de espécies vegetais. Também os
manguezais, de expressiva ocorrência na zona costeira,
cumprem funções essenciais na reprodução
biótica da vida marinha. Enfim, os espaços
litorâneos possuem riquezas significativas de recursos
naturais e ambientais, mas a intensidade de um processo
de ocupação desordenado vem colocando em risco
todos os ecossistemas presentes na costa litorânea
do Brasil.
O
litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque
ao delta do rio Parnaíba. Apresenta grande
extensão de manguezais exuberantes, assim como
matas de várzeas de marés, campos de
dunas e praias. Apresenta uma rica biodiversidade
em espécies de crustáceos, peixes e
aves.
O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba
e vai até o Recôncavo Baiano. É
marcado por recifes calcíferos e areníticos,
além de dunas que, quando
perdem a cobertura vegetal que as fixam, movem-se
com a ação do vento. Há ainda
nessa área manguezais,
restingas e matas.
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Nas águas do litoral
nordestino vivem o peixe-boi marinho e as tartarugas, ambos
ameaçados de extinção.
O litoral sudeste segue do Recôncavo Baiano até
São Paulo. É a área mais densamente
povoada e industrializada do país. Suas áreas
características são as falésias, os
recifes e as praias de areias monazíticas (mineral
de cor marrom-escura). É dominada pela Serra do Mar
e tem a costa muito recortada, com várias baías
e pequenas enseadas. O ecossistema mais importante dessa
área é a mata de restinga. Essa parte do litoral
é habitada pela preguiça-de-coleira e pelo
mico-leão-dourado (espécies ameaçadas
de extinção).
O litoral sul começa no Paraná e termina no
Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Com muitos banhados
e manguezais, o ecossistema da região é riquíssimo
em aves, mas há também outras espécies:
ratão-do-banhado, lontras (também ameaçados
de extinção), capivaras.
A densidade demográfica média da zona costeira
brasileira fica em torno de 87 hab./km2, cinco vezes superior
à média nacional que é de 17 hab./km2.
Pela densidade demográfica nota-se que a formação
territorial foi estruturada a partir da costa, tendo o litoral
como centro difusor de frentes povoadoras, ainda em movimento
na atualidade. Hoje, metade da população brasileira
reside numa faixa de até duzentos quilômetros
do mar, o que equivale a um efetivo de mais de 70 milhões
de habitantes, cuja forma de vida impacta diretamente os
ecossistemas litorâneos. Dada a magnitude das carências
de serviços urbanos básicos, tais áreas
vão constituir-se nos principais espaços críticos
para o planejamento ambiental da zona costeira do Brasil.
Não há dúvida em defini-las como as
maiores fontes de contaminação do meio marinho
no território brasileiro. Além do mais, as
grandes cidades litorâneas abrigam um grande número
de complexos industriais dos setores de maior impacto sobre
o meio ambiente (química, petroquímica, celulose).
Enfim, observa-se que a zona costeira apresenta situações
que necessitam tanto de ações preventivas
como corretivas para o seu planejamento e gestão,
a fim de atingir padrões de sustentabilidade para
estes ecossistemas.
Por esses motivos, o Ministério do Meio Ambiente,
em cooperação com o Conselho Interministerial
do Mar, os Governos Estaduais, o IBAMA e outras instituições
tentam ordenar e proteger os ecossistemas com a implementação
do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC). O IBAMA
desenvolve projetos e ações continuadas de
gerenciamento dos ecossistemas costeiros.
Projetos de conservação
e manejo de ecossistemas
Gestão
Biorregional dos Lençóis Maranhenses/Delta
do Parnaíba
Esta biorregião abrange um complexo de ecossistemas
costeiros e marinhos, constituído pelos Lençóis
Maranhenses e o Delta do rio Parnaíba. Envolve um
mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental,
marcado pela transição de ambientes terrestres
e marinhos. Aí estão encadeados o Parque Nacional
dos Lençóis Maranhenses, a APA Federal do
Delta do Parnaíba, e APAs estaduais numa área
de 485.800 ha.
A área sedimentar denominada de Lençóis
Maranhenses resultou da ação combinada dos
ventos, ondas e correntes marítimas, formando dunas
que chegam a cobrir uma extensão de 50 quilômetros
da costa, atingindo até 20 metros de altura, moldando
o cenário de um verdadeiro deserto.
O Delta do rio Parnaíba
caracteriza-se como uma desembocadura múltipla,
ramificada em um arquipélago, com cerca de
70 ilhas de variadas dimensões, separadas
por canais fluviais labirínticos, que desenham
rios, riachos, igarapés, dunas e lagoas cercadas
por extensas e conservadas áreas de manguezais.
O projeto objetiva desenvolver ações
de conservação, uso sustentável
dos recursos naturais e ordenamento da ocupação
do espaço territorial de forma cooperativa.
O projeto está sendo desenvolvido pelo IBAMA/Decoe,
em parceria com a UFMA, UECE, UEPIS, Governos Estaduais
e Municipais, um marco na conservação
desse ecossistema ímpar da costa brasileira.
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Valoração
Costeiros
Valoração
Econômica dos Manguezais de Santa Catarina
A área do projeto está situada no litoral
catarinense, entre os paralelos 26° e 28°45’ sul
e meridiano de 48°45’ oeste. Tem por objetivo desenvolver
e aplicar, por meio de uma função dose-resposta,
metodologia para determinar os diferentes impactos a que
vêm sendo submetidos os manguezais de Santa Catarina
e os valores correspondentes ao custo de reposição
dessas áreas.
A metodologia proposta está baseada no modelo de
indicadores ambientais elaborado pela Organização
para Cooperação de Desenvolvimento Econômico
- OCDE, Modelo Pressão–Estado–Resposta, que retrata
a relação de casualidade entre as atividades
humanas, o estado do meio ambiente e a reação
social decorrente das transformações havidas.
Os indicadores de pressão descrevem
a pressão ao meio ambiente causada pelas atividades
humanas; os indicadores de estado descrevem o estado ou situação
do meio ambiente nos seus aspectos quantitativos e qualitativos;
e os indicadores de resposta descrevem os esforços
realizados pela sociedade para resolver o problema ambiental
identificado. Projeto
de Valoração Econômica do Recôncavo
Baiano
Originalmente conhecido como Projeto
de Conservação e Valoração
Socioeconômica dos Ecossistemas de Manguezais
na América Tropical – Recôncavo Baiano,
objetiva avaliar as atividades e impactos ambientais
ocorrentes nas bacias de drenagem do Recôncavo
Baiano que comprometem a manutenção dos
ciclos naturais dos manguezais e outros ecossistemas
associados.
Este projeto proposto pela UNESCO é coordenado
pelo MMA e conta com a parceria de IBAMA, IO/USP, UFBA
e CRA.
Fonte: Ibama/MMA |
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DESCRIÇÃO
A Zona Costeira brasileira é extensa
e variada. O Brasil possui uma linha contínua de
costa com mais de 8 mil quilômetros de extensão,
uma das maiores do mundo. Ao longo dessa faixa litorânea
é possível identificar uma grande diversidade
de paisagens como dunas, ilhas, recifes, costões
rochosos, baías, estuários, brejos e falésias.
Dependendo da região, o aspecto é totalmente
diferente do encontrado a poucos quilômetros de distância.
Mesmo os ecossistemas que se repetem ao longo do litoral
- como praias, restingas, lagunas e manguezais - apresentam
diferentes espécies animais e vegetais. Isso se deve,
basicamente, às diferenças climáticas
e geológicas.
O litoral amazônico, que vai da foz do Rio Oiapoque
ao Rio Parnaíba, é lamacento e tem em alguns
trechos mais de 100 km de largura. Apresenta grande extensão
de manguezais, assim como matas de várzeas de marés.
Jacarés, guarás e muitas espécies de
aves e crustáceos são alguns dos animais que
vivem nesse trecho.
O litoral nordestino começa na foz do Rio Parnaíba
e vai até o Recôncavo Baiano. É marcado
por recifes calcáreos e arenitos, além de
dunas que, quando perdem a cobertura vegetal que as fixa,
movem-se com a ação do vento. Há ainda
nessa área manguezais, restingas e matas. Nas águas
do litoral nordestino vivem tartarugas e o peixe-boi marinho,
ambos ameaçados de extinção.
O litoral sudeste segue do Recôncavo Baiano até
São Paulo: a área mais densamente povoada
e industrializada do país. Suas áreas características
são as falésias, recifes, arenitos e praias
de areias monazíticas (mineral de cor marrom escura).
É dominado pela Serra do Mar e tem a costa muito
recortada, com várias baías e pequenas enseadas.
O ecossistema mais importante dessa área é
o das matas de restingas. Nessa parte do litoral é
possível encontrar espécies como a preguiça-de-coleira
e o mico-sauá, dois animais ameaçados de extinção.
O litoral sul começa no Paraná e termina no
Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Cheio de banhados
e manguezais, o ecossistema da região é riquíssimo
em aves, mas há também outras espécies:
ratão-do-banhado, lontras, capivaras etc.
Há muito ainda para se conhecer sobre a dinâmica
ecológica do litoral brasileiro. Complexos sistemas
costeiros distribuem-se ao longo, fornecendo áreas
para a criação, crescimento e reprodução
de inúmeras espécies de flora e fauna.
Fonte: WWF-Brasil |