A
Mata Atlântica é considerada como a quinta
área mais ameaçada e rica em espécies
endêmicas do mundo
Em termos gerais, a Mata Atlântica pode ser vista
como um mosaico diversificado de ecossistemas, apresentando
estruturas e composições florísticas
diferenciadas, em função de diferenças
de solo, relevo e características climáticas
existentes na ampla área de ocorrência desse
bioma no Brasil.
Atualmente, restam cerca de 7,3% de sua cobertura florestal
original, tendo sido inclusive identificada como a quinta
área mais ameaçada e rica em espécies
endêmicas do mundo. Na Mata Atlântica existem
1.361 espécies da fauna brasileira, com 261 espécies
de mamíferos, 620 de aves, 200 de répteis
e 280 de anfíbios, sendo que 567 espécies
só ocorrem nesse bioma. Possui, ainda, cerca de 20
mil espécies de plantas vasculares, das quais 8 mil
delas também só ocorrem na Mata Atlântica.
Várias espécies da fauna são bem conhecidas
pela população, tais como os mico-leões
e muriquis, espécies de primatas dos gêneros
Leontopithecus e Brachyteles, respectivamente. Vale lembrar
que, no sul da Bahia, foi identificada, recentemente, a
maior diversidade botânica do mundo para plantas lenhosas,
ou seja, foram registradas 454 espécies em um único
hectare.
A exploração da Mata Atlântica vem ocorrendo
desde a chegada dos portugueses ao Brasil, cujo interesse
primordial era a exploração do pau-brasil.
O processo de desmatamento prosseguiu durante os ciclos
da cana-de-açúcar, do ouro, da produção
de carvão vegetal, da extração de madeira,
da plantação de cafezais e pastagens, da produção
de papel e celulose, do estabelecimento de assentamentos
de colonos, da construção de rodovias e barragens,
e de um amplo e intensivo processo de urbanização,
com o surgimento das maiores capitais do país, como
São Paulo, Rio de Janeiro, e de diversas cidades
menores e povoados.
A sua área atual encontra-se altamente reduzida e
fragmentada com seus remanescentes florestais localizados,
principalmente, em áreas de difícil acesso.
A preservação desses remanescentes vem garantindo
a contenção de encostas, propiciando oportunidades
para desfrute de exuberantes paisagens e desenvolvimento
de atividades voltadas ao ecoturismo, além de servir
de abrigo para várias populações tradicionais,
incluindo nações indígenas. Além
disso, nela estão localizados mananciais hídricos
essenciais para abastecimento de cerca de 70% da população
brasileira.
A conservação da Mata Atlântica tem
sido buscada por setores do Governo, da sociedade civil
organizada, instituições acadêmicas
e setor privado. Vários estudos e iniciativas têm
sido desenvolvidos nos últimos anos, gerando um acervo
de conhecimento e experiência significativo. Vale
ressaltar, também, a existência de um amplo
arcabouço legal para a proteção do
bioma.
Ecossistemas de Mata Atlântica
Ecossistemas florestais e ecossistemas associados
de Mata Atlântica
A totalidade da Floresta Ombrófila Densa, do Rio
Grande do Sul ao Rio Grande do Norte; Florestas Estacionais
Deciduais e Semideciduais do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro
e Espírito
Santo; Florestas Estacionais
Semideciduais de Mato Grosso do Sul (vales dos rios
da margem direita do rio Paraná), Minas Gerais
(vales dos rios Paranaíba, Grande e afluentes),
Minas Gerais e Bahia (vales dos rios Paraíba
do Sul, Jequitinhonha, rios intermediários
e afluentes) e de regiões litorâneas
limitadas do Nordeste, contíguas às
florestas ombrófilas; Totalidade da Floresta
Ombrófila Mista e os encraves de Araucária
nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e
Minas Gerais; Formações
florísticas associadas (manguezais, vegetação
de restingas e das ilhas |
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litorâneas); Encraves
de Cerrados, campos e campos de altitude compreendidos no
interior das áreas acima; Matas de topo de morro
e de encostas do Nordeste (brejos e chás), particularmente
as do Estado do Ceará, com ênfase nas da Serra
de Ibiapaba e de Baturité, e nas da Chapada do Araripe;
e Formações vegetacionais nativas da Ilha
de Fernando de Noronha.
Projetos Mata Atlântica
Gestão Biorregional
do Maciço do Baturité
O projeto engloba o Maciço ou Serra do Baturité,
no Estado do Ceará, com área de aproximadamente
4 mil km², contendo excepcionalmente florestas tropicais
úmidas de altitude. O Maciço é cercado
pela caatinga, que se caracteriza por secas periódicas,
baixos níveis médios de pluviosidade e relativa
escassez de recursos hídricos.
A região possui rica biodiversidade, ocorrendo o
jatobá (Hymenaea courbaryl), a barriguda (Cavanillesia
arborea), o babaçu (Orbignye matiniana), o pau-d’arco-roxo
(Tabebuia impetiginosa), o angico-vermelho (Anadenanthera
macrocarpa) e o pau-ferro (Caesalpinia ferrea leiostachya),
dentre outros. Vale ressaltar também sua importância
como provedor de água para a população
local e de parte da população da cidade de
Fortaleza.
O IBAMA incentiva e desenvolve ações no Maciço
para facilitar a cooperação entre as instituições,
obter informações relevantes, refletir sobre
os problemas e oportunidades de conservação
da natureza, estabelecer uma visão de futuro e objetivos,
definir atividades e implementar projetos. Esta abordagem
é conhecida por “gestão biorregional” e adotada
pelo IBAMA como um reforço às demais medidas
de conservação da natureza. Recentemente,
foram implementadas medidas de articulação
interinstitucional e planejamento participativo no Maciço
do Baturité, envolvendo mais de 30 organizações
governamentais e não- governamentais que atuam na
região.
O IBAMA e a Universidade Estadual do Ceará estão
desenvolvendo estudo para o estabelecimento do Corredor
Ecológico Baturité-Aratanha-Maranguape, e
estudo para conhecer todas as matas de altitude do Nordeste
e planejar ações para a sua conservação.
Os principais parceiros do projeto de gestão biorregional
do Maçiço do Baturité são: IBAMA,
UECE, Associação dos Municípios do
Maçiço do Baturité, Governo do Estado
do Ceará, organizações não-governamentais,
comunitárias e empresariais.
Corredor Ecológico
Atlântico de Santa Catarina
O projeto está localizado no litoral norte do Estado
de Santa Catarina, em uma área com mais de 700 quilômetros
quadrados, com a presença de ecossistemas de Mata
Atlântica e marinhos, tais como, a floresta ombrófila
densa, onde ocorre a canela-preta (Ocotea catharinensis)
e o palmiteiro (Euterpe edulis), floresta quaternária,
restinga, manguezais, estuários e costões,
além de várias ilhas oceânicas. Também
existem na área do Corredor Ecológico diversas
áreas-núcleo constituídas por unidades
de conservação, tais como, Reserva Biológica
Federal do Arvoredo, Área de Proteção
Ambiental Federal de Anhatomirim, dentre outras municipais
e privadas.
O projeto nasceu da mobilização das comunidades
locais de Zimbros, com vistas a impedir que modelos de ocupação
do solo propostos fossem implementados. A partir daí,
sua ação foi ampliada para distritos e municípios
vizinhos e apoiada por um amplo conjunto de organizações
não-governamentais e governamentais. O projeto foi
elaborado de forma participativa e resultou na definição
de objetivos, metas e orçamento. São previstas
e executadas atividades relativas à educação
ambiental, fiscalização, pesquisa científica,
extensão rural, dentre outras. Foi proposta ao IBAMA
a criação de um parque nacional, com cerca
de 3 mil ha, na região costeira de Zimbros.
Os executores do projeto são: IBAMA/Decoe/Cepsul,
Pelican Brasil, Universidade Federal de Santa Catarina,
Universidade do Vale do Itajaí, Governo de Santa
Catarina, Prefeituras Municipais de Bombinhas, Porto Belo
e Itapema, organizações não-governamentais
e comunitárias, bem como o setor empresarial.
Corredor de Biodiversidade
do Rio Paraná
Este corredor estende-se pela bacia do rio Paraná
desde Mato Grosso, São Paulo, Paraná, até
Foz do Iguaçu. É composto por diversas áreas
protegidas: Parques Nacionais do Iguaçu e Ilha Grande,
a APA Federal do Rio Paraná, o Parque Estadual da
Serra do Diabo (SP) e outras APAs municipais.
Este projeto resultou de um convênio firmado entre
o IBAMA e a Itaipu Binacional, com o objetivo de implementar
o Parque Nacional da Ilha Grande. Participam do projeto
os gestores das áreas protegidas, Governos Estaduais
e ONGs.
Valoração
da Mata Atlãntica
Valor de Uso Recreativo
do Parque Nacional do Iguaçu - PNI
O Parque tem 185 mil hectares, está localizado na
cidade de Foz do Iguaçu, extremo oeste do Estado
do Paraná, próximo à foz do rio Iguaçu,
divisa territorial entre Brasil, Argentina e Paraguai. O
principal atrativo turístico do Parque é o
conjunto de quedas d’água no rio Iguaçu, chamado
Cataratas do Iguaçu, que recebe um fluxo turístico
de, aproximadamente, 800 mil visitantes/ano provenientes
de várias partes do Brasil e do mundo.
O projeto foi executado no âmbito do componente IBAMA,
do Subprojeto Treinamento e Elaboração de
Estudos de Análise Econômica para Valoração
da Biodiversidade, promovido pelo Ministério do Meio
Ambiente - MMA, com assistência do Instituto de Pesquisas
Econômicas - Ipea. O objetivo do estudo foi estimar
o valor de uso recreativo do PNI, utilizando o método
Custo de Viagem e Avaliação Contingente. O
valor de uso recreativo, calculado para a média do
total de visitantes, pelo método Custo de Viagem,
variou de US$ 12,5 a US$ 34,8 milhões, enquanto que
pelo método Avaliação Contingente,
este valor foi da ordem de US$ 11,8 milhões.
Valoração do Parque
Nacional do Superagüi - PNS
O Parque está localizado no litoral norte do Estado
do Paraná, abrange as ilhas de Peças e Superagüi
com uma área de 21,4 mil hectares, além de
uma área continental de, aproximadamente, 12,8 mil
hectares.
O estudo teve como objetivo desenvolver uma análise
social de custo-benefício, sob uma perspectiva ecológica,
envolvendo uma análise prospectiva sobre os grupos
sociais beneficiários e as políticas públicas
que dão suporte técnico-administrativo ao
parque, bem como identificação das instituições
que cooperam com recursos humanos e materiais para a sua
gestão ambiental. As estimativas chegaram ao valor
aproximado de R$ 3,1 milhões para os benefícios
anuais do parque, contra apenas R$ 134,3 mil de custo, ou
seja, a uma relação benefício/custo
anual de 23,12.
Fonte: Ibama/MMA
Mata Atlântica:
Patrimônio Planetário
Poucos lugares na Terra abrigam tantas formas de
vida como a Mata Atlântica brasileira. Milhares de
espécies de animais, plantas e microorganismos, muitas
delas ainda nem descritas pela Ciência, vivem nas
encostas das montanhas, nos rios, nos mangues, nas restingas,
nas ilhas, nas cavernas, nos campos de altitude e nos outros
ambientes que formam a Mata Atlântica e seus ecossistemas
associados. É tanta riqueza de vida que a Mata Atlântica
brasileira é apontada como um dos mais importantes
refúgios da biodiversidade em todo o planeta e declarada
pela UNESCO como Reserva da Biosfera, um Patrimônio
da Humanidade.
Para compreender a Mata Atlântica imagine um grande
quebra-cabeça com mais de 3 mil quilômetros
de extensão, em movimento permanente em todas as
direções e sentidos formado por um incontável
número de peças que variam de forma, cores
e tamanhos, de microscópicas a gigantescas e que
mantêm entre si complexas e ao mesmo tempo delicadas
ligações que asseguram a existência
do quebra-cabeça como um todo. Uma cumplicidade tão
extrema que a perda de qualquer uma das partes é
uma ameaça para o conjunto.
Origem e domínios
Formada por vários tipos de vegetação
(Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila
Mista, Floresta Estacional, Manguezais e Restinga) a origem
da Mata Atlântica está associada à separação
dos continentes africano e sul americano (eles formavam
um único continente chamado Gondwana), ocorrida há
aproximadamente 80 milhões de anos atrás.
A acomodação de tanta terra e água
com a formação do Oceano Atlântico,
marcou um período de agitação geológica
que sacudiu a Terra. Vulcões e grandes acomodações
na crosta terrestre levantaram inúmeros blocos de
montanhas, como a Serra do Mar, que ocupou a faixa litorânea
de Santa Catarina ao Espírito Santo e se transformou
no cenário ideal para a Mata Atlântica.
Os blocos de montanhas formaram uma barreira para os ventos
carregados de umidade que vinham do Oceano. Sob a forma
de névoa ou chuva, a umidade ajudou a criar as condições
necessárias para que as formações atlânticas,
que originaram a Mata Atlântica propriamente dita,
se instalassem e evoluíssem numa velocidade alucinante.
As variações climáticas provocadas
pela sucessão dos períodos de glaciação,
quando se formavam as grandes geleiras (clima mais frio
e seco) e períodos entre as glaciações
(quando o clima ficava mais quente e chovia mais) , contribuíram
para a expansão da Mata Atlântica que chegou
a ultrapassar os limites da Floresta Amazônica, outra
formação florestal presente no Brasil muito
antes do descobrimento.
Espalhada pela faixa litorânea de Norte a Sul e expandindo
suas fronteiras para o interior, em extensões variadas,
a Floresta Atlântica ocupou regiões de diferentes
relevo, clima e solo.
Estão encaixadas assim as peças básicas
sob as quais vão se ligar outras milhares na forma
de novas espécies de plantas, microrganismos, insetos,
aves, répteis, mamíferos, num processo dinâmico
de dependência, crescimento e evolução
que caracteriza a fantástica diversidade biológica
da Mata Atlântica. Nosso quebra-cabeça é
um laboratório vivo do tempo.
Riqueza ameaçada
A riqueza natural da Mata Atlântica é
demostrada por números que impressionam: 50% de espécies
de árvores só são encontradas aqui.
Este fenômeno, que a Ciência dá o nome
de endemismo, chega a 70% no caso de espécies como
as orquídeas e bromélias.
No caso da fauna, 39% dos mamíferos que vivem na
floresta são endêmicos, como a preguiça
(na foto ao lado). Mesmo percentual vale para a maioria
das borboletas, répteis, anfíbios e aves.
Mais de 15 espécies de primatas habitam a floresta,
a maioria endêmica.
Centenas de pesquisas procuram conhecer a biodiversidade
da Mata Atlântica para melhor protegê-la. Estes
estudos já revelaram que a destruição
da floresta está provocando o desaparecimento de
muitas espécies: das 202 espécies de animais
brasileiros ameaçados de extinção,
171 são originários da Mata Atlântica
Em quase 500 anos de ocupação, o impacto da
colonização, do extrativismo, da expansão
das fronteiras agropecuárias e da urbanização
sem controle, deixaram um rastro de destruição
dramático: em 1500, os domínios da Mata Atlântica
cobriam mais de 1 milhão de quilômetros quadrados
(1.085.544 km2), 12% do território nacional. Em 1990,
os remanescentes da floresta atingiam pouco mais de 95 mil
quilômetros quadrados (95.641 km2), 8,81% da mata
original. O levantamento mais recente feito em 1995 pelo
Inpe – Instituto de Pesquisas Espaciais e pela SOS Mata
Atlântica concluiu que cerca de 10% dos remanences
foram destruídos na primeira metade da década
de 90.
Em São Paulo, a devastação reduziu
para pouco mais de 7% (1.731.472 ha) a área coberta
por florestas naturais que ocupavam 81,8% do território
paulista (20.450.000ha).
E a destruição não se limita às
espécies de flora e fauna. O patrimônio étnico,
cultural, histórico, arqueológico, arquitetônico,
construídos ao longo de séculos pelas comunidades
tradicionais que viviam na mata como os indígenas,
os caiçaras, os quilombolas, os caboclos correm o
risco de desaparecer junto com estas populações
cada vez mais descaracterizadas ou expulsas de seus locais.
Patrimônios protegidos
Para que o fantástico quebra-cabeça
da Mata Atlântica não desapareça, entram
em cena outras peças como inúmeras leis destinadas
a proteger o meio ambiente, como a Constituição
Federal, a Constituição Estadual e o Código
Florestal. E são as Unidades de Conservação,
criadas através de leis municipais, estaduais e federais,
um dos mais importantes instrumentos de proteção
da Mata Atlântica.
Concentrados na faixa litorânea e na região
do Vale do rio Ribeira de Iguape, os principais remanescentes
da Mata Atlântica estão sob proteção
legal em Parques Nacionais e Estaduais, Reservas, Estações
Ecológicas, Áreas de Proteção
Ambiental (APAs) e áreas tombadas. Em São
Paulo, as Unidades de Conservação de uso indireto
são administradas pela Secretaria do Meio Ambiente,
através do Instituto Florestal, órgão
ligado à Coordenadoria de Informação
e Pesquisa Ambiental, CINP e também pela Fundação
Florestal.
E para interromper o rastro de destruição,
reverter o cenário de devastação através
da recuperação de áreas degradadas,
aprofundar os conhecimentos sobre a floresta e criar alternativas
para o desenvolvimento sustentável, a Secretaria
do Meio do Estado de São Paulo tem buscado parceiros
no Brasil e no exterior para, juntos, vencerem o desafio
de proteger a Mata Atlântica.
É neste grande esforço pela vida que está
o Projeto de Preservação da Floresta Tropical
(Mata Atlântica) no Estado de São Paulo, denominado
Projeto de Preservação da Mata Atlântica
- PPMA, resultado do Convênio de Cooperação
Financeira Brasil-Alemanha.
Fonte: SMA-SP
DESCRIÇÃO
A natureza exuberante que se estendia pelos cerca
de 1 milhão de quilômetros quadrados de Mata
Atlântica na época do descobrimento marcou
profundamente a imaginação dos europeus. Mais
do que isso contribuiu para criar uma imagem paradisíaca
que ainda hoje faz parte da cultura brasileira, embora a
realidade seja outra. A exploração predatória
a que fomos submetidos destruiu mais de 93% deste “paraíso”.
Uma extraordinária biodiversidade, em boa parte peculiar
somente a essa região, seriamente ameaçada.
A Mata Atlântica abrange as bacias dos rios Paraná,
Uruguai, Paraíba do Sul, Doce, Jequitinhonha e São
Francisco. Originalmente estendia-se por toda a costa nordeste,
sudeste e sul do país, com faixa de largura variável,
que chegava a atravessar as regiões onde hoje estão
as fronteiras com Argentina e Paraguai.
Espécies imponentes de árvores são
encontradas no que ainda resta deste bioma, como o jequitibá-rosa,
de 40 metros de altura e 4 metros de diâmetro. Também
destacam-se nesse cenário várias outras espécies:
o pinheiro-do-paraná, o cedro, as figueiras, os ipês,
a braúna e o pau-brasil, entre muitas outras. Na
diversidade da Mata Atlântica são encontradas
matas de altitude, como a Serra do Mar (1.100 metros) e
Itatiaia (1.600 metros), onde a neblina é constante.
Paralelamente à riqueza vegetal, a fauna é
o que mais impressiona na região. A maior parte das
espécies de animais brasileiros ameaçados
de extinção são originários
da Mata Atlântica, como os micos-leões, a lontra,
a onça-pintada, o tatu-canastra e a arara-azul-pequena.
Fora desta lista, também vivem na região gambás,
tamanduás, preguiças, antas, veados, cotias,
quatis etc.
Apesar da devastação sofrida, a riqueza das
espécies animais e vegetais que ainda se abrigam
na Mata Atlântica é espantosa. Em alguns trechos
remanescentes de floresta os níveis de biodiversidade
são considerados os maiores do planeta.
Fonte: WWF-Brasil |