EDUCAÇÃO
AMBIENTAL – VINTE ANOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
tem como motivação fundamental contribuir
para o resgate e a divulgação da educação
ambiental
desenvolvida nos órgãos públicos estaduais
responsáveis pela gestão do meio
ambiente. Evoca fatos e episódios que marcaram o
processo de institucionalização
da educação ambiental em São Paulo.
Com esta publicação a Secretaria do Meio Ambiente
procura instituir uma
memória da educação ambiental compreendida
como o espaço onde se engendram
relações sociais resultantes de um passado
instituidor que se atualiza
no presente, e faz emergir as referências para futuras
ações educacionais no
campo das políticas públicas de meio ambiente.
Significa, ainda, desvelar para
a sociedade experiências e propostas de educação
ambiental, em tempos diferentes,
muitas vezes até conceitualmente divergentes, mas,
todas, reveladoras
de um nexo comum com as conjunturas políticas, social,
econômica e ambiental
vivenciadas.
É indicativo desse processo que o nascimento da educação
ambiental em
São Paulo, enquanto política de governo, tenha
ocorrido com caráter participativo
e comunitário e tendo como foco a região de
Cubatão.
O Brasil vivia, na época, o período da redemocratização,
em que o processo
participativo da sociedade nas ações governamentais
constituía perspectiva
política necessária à consolidação
da democracia recém-conquistada. Ao
mesmo tempo, ampliava-se a crítica à idéia
chave dos governos militares, do
“crescimento econômico a qualquer custo” cujo exemplo
mais expressivo era
Cubatão.
Coube ao Governo de São Paulo dar respostas práticas
às conseqüências
socioambientais decorrentes do processo de industrialização
adotado na região,
que a tornaram mundialmente conhecida como “Vale da Morte”.
Para
tanto, o Governo de São Paulo adotou a educação
ambiental como um instrumento
democrático de gestão ambiental participativa
e comunitária, em conjunto
com as medidas técnicas de contenção
dos riscos de deslizamentos, de
revegetação das encostas da Serra do Mar,
e da obrigatoriedade de as industrias
colocarem filtros para reduzir a poluição
do ar.
Nosso desejo é que esta publicação
possa contribuir para o avanço das
reflexões sobre a educação ambiental
enquanto instrumento de gestão das
políticas públicas de meio ambiente, permitindo
que sejam vislumbrados novos
caminhos, sem, contudo, perder o fio condutor da memória
que a religa
com as ações e práticas do passado.
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