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Que energia é essa?
Energia Eólica
 
 
 

O que são fontes de energia?

Entende-se por energia a capacidade de realizar trabalho. Fontes de energia, dessa forma, são determinados elementos que podem produzir ou multiplicar o trabalho: os músculos, o sol, o fogo, o vento etc.

Através do uso racional do trabalho, especialmente na atividade industrial, o homem não apenas sobrevive na superfície terrestre – encontrando alimentos, abrigando-se das chuvas ou do frio etc –, mas também domina e transforma a natureza: destrói florestas, muda o curso dos rios, desenvolve novas variedades de plantas, conquista terras ao mar, reduz distâncias (com modernos meios de transporte e comunicação), modifica os climas (com a poluição, as chuvas artificiais etc), domestica certos animais e extermina outros.

As primeiras formas de energia que o homem utilizou forma o esforço muscular (humano e de animais domesticados), a energia eólica (do vento) e a energia hidráulica, obtida pelo aproveitamento da correnteza dos rios. Com a Revolução Industrial, na Segunda metade do século XVIII e no século XIX, surgem as modernas máquinas, inicialmente movidas a vapor e que hoje funcionam principalmente a energia elétrica. A eletricidade pode ser obtida de várias maneiras: através da queima do carvão e do petróleo (usinas termelétricas), da força das águas (usinas hidrelétricas), da fissão do átomo (usinas nucleares) e de outros processos menos utilizados.

As chamadas modernas fontes de energia, ou seja, as mais importantes, são: o petróleo, o carvão, a água e o átomo. As fontes alternativas, que estão conhecendo um grande desenvolvimento e devem tornar-se mais importantes no futuro, são o sol (energia solar), a biomassa e os biodigestores, o calor proveniente do centro da Terra energia geotérmica), as marés, o xisto betuminoso e outras.

É importante ressaltar que as fontes de energia estão ligadas ao tipo de economia: quanto mais industrializada ela for, maior será o uso de energia. O carvão mineral foi a grande fonte de energia da Primeira Revolução Industrial, e o petróleo foi a principal fonte de energia do século XX e continua a desempenhar esse papel, apesar de um recente e progressivo declínio. Tanto o petróleo como o carvão mineral são recursos não renováveis, isto é, que um dia se esgotarão completamente; eles também são muito poluidores, na medida em que seu uso implica muita poluição do ar. Por esses dois motivos eles estão em declínio atualmente, em especial o petróleo, que foi básico para a era das indústrias automobilísticas e petroquímicas. Vivemos na realidade numa época de transição, de passagem do domínio do petróleo para a supremacia de outras fontes de menos poluidoras e renováveis, ou seja, que não apresentam o problema de esgotamento. Este pensamento está pelo menos na cabeça dos ambientalistas de todo o planeta, mas a realidade ainda é um mundo dominado pelos combustíveis fósseis.

A série “Que energia é essa?” irá trazer as principais fontes de energia usadas em nosso planeta; como surgiram, onde são usadas, qual a dependência humana dessas fontes e muito mais. Neste capítulo conheceremos a fonte de energia chamada “Eólica”.

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Energia eólica

A força dos ventos é uma fonte de energia, já conhecida há milhares de anos em moinhos e agora pesquisada para gerar eletricidade. Atualmente, já existem no mundo cerca de 20 mil geradores que produzem eletricidade a partir da força eólica (do vento), principalmente nos Estados Unidos, na costa oeste do país, onde cada pequena usina produz cerca de 1,5 mil quilowatts. Na Dinamarca, a energia eólica já produz em conjunto cerca de 350 mil quilowatts de eletricidade.

A energia eólica é obtida através da força dos ventos que fazem girar as pás do moinho. O impacto causado ao meio ambiente é mínimo, além de ter a mesma estimativa de custo que as termelétricas a gás, por exemplo, propostas pelo governo brasileiro. Mas, no Brasil, apenas a região Nordeste possui potencial eólico, apesar de uma usina dessa produzir mais energia do que duas usinas nucleares de Angra, sem ter no final o saldo de toneladas de lixo atômico, nem o custo altíssimo para montagem e desmontagem. Mesmo com todas as vantagens, não há ainda interesse governamental em desenvolver esse tipo de gerador energético.

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O vento

É uma corrente que se desloca numa determinada direção. É proveniente de diferença de pressão entre duas regiões atuantes. Os ventos regionais só atuam numa região, como ocorre com o mistral em Provença, na França. O minuano ocorre no sul do Brasil. Os centros de ação da atmosfera ou anticiclones e depressões determinam os ventos. “A força dos ventos e sua rapidez são tanto maiores, quanto mais elevado for o grau de pressão ou queda barométrica, isto é, quando as linhas isobáricas estiverem mais próximas”. O aparelho usado para medir os ventos é o anemômetro. A escala de Beauforte indica a força dos ventos. Entre massa de ar e ventos existe grande distinção. A massa de ar possui milhares de quilômetros de extensão em sentido horizontal, ao passo que o vento alcança amplitudes bem menores.

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Brasil perde energia eólica, diz cientista

O Brasil possui potencial de utilização de energia eólica superior ao da Alemanha, mas produz só 1/350 da energia gerada pelos ventos daquele país europeu. A conclusão é de um estudo comparativo feito pelo pesquisador Maurício Tolmasquim, da Coppe-UFRJ (Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

O estudo foi apresentado na abertura da Rio 02 – Evento Mundial Sobre Mudanças Climáticas e Energias Renováveis, que está sendo realizada na capital fluminense.

Tolmasquim escolheu a Alemanha para fazer a comparação porque é o país, ao lado da Espanha e Dinamarca. É um dos mais avançados do mundo na geração de energia elétrica por meio de turbinas de vento instaladas no alto de torres.

Enquanto a Alemanha tem capacidade instalada de 7.000 MW (megawatts), o brasil tem apenas 20 MW. A diferença nada tem a ver com o potencial de exploração dessa energia alternativa. De acordo com Tolmasquim, o Brasil, além de possuir um território maior, tem média de velocidade de 7 a 8 metros por segundo, superior à Alemanha que é de 5 a 6 metros por segundo.

O pesquisador cita um estudo da Cepel (Centro de Pesquisas da Energia Elétrica da Eletrobrás) que estimou em 143.500 MW o potencial de energia que pode ser gerada pelos ventos no território brasileiro, principalmente no litoral das regiões Sul e Nordeste e em alguns pontos do Centro-Oeste. O potencial é de mais de dez vezes a capacidade de geração de energia da usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil.

“A energia eólica pode ainda ser mais cara do que a gerada por hidrelétricas, mas seu custo ambiental é menor. Isso reduz também o custo que o Estado teria com gastos ocasionais por problemas ambientais”, afirmou pesquisador da Coppe.

 
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Segundo ele, a taxa de retorno de uma empresa que invista em energia eólica é de 12% ao ano. “Esse retorno é menor do que o de uma usina hidrelétrica, mas, com financiamento estatal, ela pode se tornar até mais competitiva do que a energia hidrelétrica.”

Tolmasquim lembra que o governo federal pretende investir este ano em projetos com capacidade para gerar 1.050 MW de energia eólica. “Esse valor, no entanto, ainda é inferior ao da Alemanha, que, em um ano, conseguiu aumentar em 1.600 MW sua capacidade de geração”, disse.

Segundo o estudo de Tolmasquim, o potencial da Alemanha foi alcançado principalmente na década de 90. “Os países que mais investiram nesse tipo de energia foram Alemanha, Dinamarca e Espanha”, disse.

O secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Estado do Rio, Wagner Victer, afirmou que o Estado planeja instalar usinas de energia eólica em seu litoral norte. Segundo Victer, já está sendo produzido um levantamento do potencial da região.
 
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Estudos comprovam competitividade de energia eólica

Mais um estudo que comprova que custos ambientais e sociais tornam os combustíveis fósseis (não renováveis)mais caro em relação as energias renováveis como a solar e a energia eólica. Segundo dois pesquisadores da Universidade Stanford nos Estados Unidos, a energia eólica que é obtida através da força dos ventos pode competir com larga vantagem em relação ao carvão, argumentam Mark Jacobson e Gilbert Masters que a instalação de moinhos de vento poderia sair pela metade do preço em relação aos custos gerados pela produção de energia realizado durante a queima do carvão.

ENERGIA EÓLICA....
Funciona como se fosse um cata-vento gigantesco, que pela força dos ventos; este movimenta as pás e aciona um gerador que produz eletricidade, quanto maiores as pás e mais rápido o vento mais energia é gerada.

 
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IMPACTO AMBIENTAL....
Além de ser mínimo o impacto causado ao meio ambiente, as energias renováveis não tem conseguido competir economicamente com os fósseis, porém este estudo mostra que em relação a energia eólica isto está mudando, um novo tipo de turbina de grande porte, que já está sendo encontrado no mercado pode gerar 1.500 kWh a um custo de 4 centavos de dólar por kWh, este é o mesmo preço por unidade de energia de uma termelétrica a carvão, enterrando diz Mark Jacobson que o governo dos Estados Unidos já gastou cerca de US$ 70 bilhões com auxílio-saúde para os mineiros de carvão desde 1973,isto somado aos custos do aquecimento global e da fumaça o preço do kWh do carvão sobe para 5.5 e 8.3 centavos de dólar. Segundo o físico José Goldemberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo, "apesar de não pagar por eles na fonte, o contribuinte acaba pagando de outras formas, como em internações hospitalares".

EFEITO ESTUFA...
Para Jacobson os Estados Unidos poderia instalar um parque gerador de energia eólica que hoje em dia corresponde a 0.1% do total produzido naquele país em substituição às termelétricas a carvão, estima-se que se o país trocasse metade do carvão por turbinas a vento, ele poderia cumprir sua meta na redução de emissão de gases-estufa prevista pelo Protocolo de Kyoto de 7% em relação aos níveis de 1990. O Presidente George W. Bush desistiu do pacto alegando razões econômicas.

 
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JÁ NOS ESTADOS UNIDOS...
Segundo cálculos realizados pelos dois pesquisadores o custo da instalação de turbinas que substituíssem 10% do carvão seria pago em 20 anos, isto em último caso pois os consumidores da Califórnia já pagam 12 centavos por kWh, a decisão é política e as pessoas não sabem como tomá-la pois muitas não conhecem ao certo a energia eólica. Com base em outros estudos os combustíveis fósseis ainda ganham a disputa pois com a inclusão os custos ambientais e sociais elevariam pelo menos um centavo o preço da energia a carvão, neste estudo não foi computado o preço das linhas de transmissão e de turbinas reserva, pois o vento não está presente o tempo todo, entretanto nos Estados Unidos não seria necessário instalar novas linhas, pois existem linhas próximas as regiões de potencial eólico, e também não é necessário turbinas extras pois as turbinas a vento não geram 100% de energia. Enfim com tantas vantagens, parece que não há interesse governamental em desenvolver esse tipo de gerador energético agora.

 
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Saída para o Nordeste pode vir dos ventos

A energia dos ventos poderá tornar-se uma alternativa real na geração de eletricidade no Nordeste. Nos últimos anos mais de 50 projetos para a criação de parques eólicos foram apresentados à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em busca dos incentivos criados pelo governo para este tipo de energia alternativa.

Segundo o diretor da Aneel Jaconias de Aguiar, os projetos somam cerca de 3,3 GW. “Cerca de 90% dos projetos brasileiros são para a costa nordestina”, explicou o diretor. Hoje, só existem seis usinas eólicas no País, gerando 18,8 MW.

Um problema a ser resolvido pelo governo, no entanto, é que a Eletrobrás está autorizada a comprar apenas 1,050 GW de energia eólica com incentivo, que é o que está atraindo os investidores para esta ainda cara fonte de energia. O estímulo, contido ao programa Pró-eólica, foi criado em 2001, pela Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica como uma das medidas de enfrentar as emergências. Ele prevê que a Eletrobrás pagará, nos dois primeiros anos do contrato, um adicional de 20% no preço da energia fornecida por usinas eólicas que entrem em operação nos primeiros meses. O adicional cai para 15% no caso das usinas que operem a parir de 2002, para 12,5%, depois 10% a té o fim de 2002. As usinas eólicas se somarão a outras fontes de eletricidade que deverão estar disponíveis nos próximos dois anos para enfrentar a crise e também para garantir a oferta de eletricidade para o desenvolvimento econômico da região no médio e longo prazo. O Nordeste está com a capacidade de produção hidrelétrica esgotada e depende de fontes alternativas e da energia importada de outros Estados.

A potência instalada na região passou de 9,3 MW em 1995 para apenas 10,7 MW em 2001, enquanto o consumo do período subiu de 38.151 MW/h para 49.698 MW/h. Este crescimento na demanda por energia, de 5,4% ao ano, fez com que o consumo da região subisse 13,8% do consumo nacional para 16,19% nesses seis anos.

Com a crise energética em que o País passou, estima-se que haverá uma queda no consumo do racionamento, e que poderá passar de 6% do previsto originalmente.
 
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Ainda no curto prazo, a Coelce (Companhia Energética do Ceará) aposta na modernização do Parque Eólico do Mucuripe, situado, na praia Mansa, em Fortaleza. O governo cearense promete construir mais duas usinas eólicas até 2004, uma em Camocim e outra em Paracuru com capacidade de geração de mais 30 MW. Além do Parque Eólico do Pecém.

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Começo: gerador comercial a vento funciona em São Sebastião (SP)

Movido pela força do vento, está funcionando em São Sebastião, no litoral Norte de São Paulo, um modelo comercial de um aerogerador de 2,2 quilowatts, que produz energia elétrica para iluminação exterior do campus do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da USP. O projeto foi desenvolvido pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp) e pela Composite, empresa nacional localizada em São José dos Campos, há 97 km de São Paulo.

Com a operação desse modelo, a Cesp irá verificar o comportamento do aerogerador sob condições reais de uso. Além deste saldo técnico-científico, o projeto vi render a Companhia 2,5% de royalties da Composite, pela venda dos próximos aparelhos desse tipo, como participante do know-how desenvolvido.

O engenheiro e físico Roberto Hukai, gerente do Departamento de Projetos Especiais da Cesp, explica que a tecnologia de fabricação de hélices para aerogeradores, feitas com resinas compostas, é bastante sofisticada e está bem desenvolvida no País. “Tanto é assim, que uma unidade protótipo de 100 quilowatts, bem maior que a de São Sebastião, está funcionado no Instituto de Pesquisas Aeroespaciais da Alemanha, com uma hélice de 25 metros de diâmetro feita no Brasil.” O aerogerador instalado no Cebimar é constituído de uma turbina para conversão da energia cinética dos ventos em energia elétrica. Ele é movido por uma hélice com três pás, medindo 5,3 metros de diâmetro. A energia gerada é armazenada em baterias que podem ser utilizadas durante 12 horas seguidas sem precisarem de realimentação.

 
 
O limite mínimo exigido do vento é que ele sopre a uma velocidade de pelo menos 3,5 metros por segundo ou 12,6 quilômetros por hora, abaixo do qual ele não gera eletricidade. Esse limite mínimo eqüivale, segundo Roberto Hukai, à brisa normal do mar. Ele informou ainda que, mecanicamente, para testes, o aparelho está funcionado, sem gerar eletricidade. “Durante todo esse tempo, raríssimas vezes o aerogerador ficou mais de uma hora parado por falta de vento.”

Se forem comprovadamente viáveis, do ponto de vista econômico, esses aerogeradores resolverão o problema de eletricidade dos pescadores e do pessoal que trabalha na manutenção do Farol da Ponta do Boi, a leste da ilha. Mas antes, a Cesp precisa enfrentar o preço da hélice e do sistema de controle do aparelho, que só poderiam ser mais baratos se fossem produzidos em massa.

Segundo Roberto Hukai, o Brasil possui um dos mais importantes potenciais de aproveitamento de energia eólica do mundo, especialmente no Nordeste, sul de Mato Grosso do Sul e na região da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.

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Onde o vento faz a curva e gera energia

Se existe um lugar onde o vento faz a curva, ele se chama Palmas. Nessa pequena cidade do sul do Paraná, os ventos sopram com tal intensidade, que construiu-se ali uma das centrais de energia eólica em operação no País. Nessas centrais, as usinas têm pás, como uma cata-ventos. O vento gira as pás, as pás fazem girar um gerador. Assim se3 produz a energia elétrica oferecida por Éolo, Deus do Vento.

Quem olha o Atlas Nacional das Jazidas de Ventos, de 1988, pode ser acometido da seguinte dúvida: porque exatamente nesse pedacinho de solo sulista, há tanto vento? A parte mais ventilada do País são as costas do Nordeste. Há “manchas” na Bahia, em Minas Gerais. Em São Paulo, muito pouco. Por que em Palmas.

Numa explicação singela: o vento que vem pelo oceano se aquece ao passar pelo Nordeste. Assim aquecido, desce para o sul e confronta-se com o vento frio, que sobre de paragens como a Argentina. Os dois ventos desviam então para o oceano. A região onde os dois ventos se encontram, e fazem o desvio, é justamente em Palmas. “Isso forma um canal de ar nesta região”, diz um técnico.

Há outros fatores. Palmas é o segundo município mais frio do País (só perde para São Joaquim, em Santa Catarina). O frio torna o vento mais denso, mais presente. E o terreno, aqui, tem poucas rugosidades, como dizem os entendidos. Não apresenta barreiras naturais ao vento, como altas cadeias de montanhas. Também não há florestas. A vegetação é do campo, baixa.

Mas pode-se ter outra dúvida: quem garante que a situação dos ventos não mude e eles parem de soprar de uma hora para outra? A central de Palmas tem cinco geradores. A instalação de um único gerador custa US$ 500 mil, cada um dos cinco produz 500 quilowatts por hora (KW/h). Total de 2.500 KW/h, ou 2,5 megawatts por hora (MW/h). Suficiente para abastecer 20 mil casas.
 
 
O lufar comporta 40 geradores, que produziriam 20 mil MW/h. O equivalente ao consumo de 160 mil casas. Com a crise de energia elétrica, há chances de que se chegue a isso. E se o vento parar?

A primeira fase do projeto foi de pesquisas: montaram-se, na área da usina, estações para medir a velocidade e a direção dos ventos. O aparelho anemômetro mede a velocidade. Essas estações anemográficas trabalham durante três anos. Ao fim, deles, registram uma velocidade anual média de ventos excelente: 7 a 8,5 metros por segundo (m/s).

Isto, para os especialistas, garante a perpetualidade da jazida. Além de uma boa geração. As torres que sustentam as turbinas possuem 40 metros de altura e o diâmetro das pás é de 40 metros.
 
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CALMARAIA E TEMPESTADE....
Os ventos que movem as usinas eólicas não as sujeitam às calmarias que retardavam as caravelas dos tempos do Descobrimento. Às vezes param totalmente de soprar. Mas é raro. Outras vezes, como nas tempestades, são intensos demais. O que é ruim. Mas as aeroturbinas, como são chamadas, estão preparadas para as variações. Equipamentos como o anemômetro mudam o ângulo das pás de acordo com as situação.

Para começar a se mover, as pás precisam de vento de 2,5 m/s de velocidade. É pouco vento, mas cada uma das três pás da turbina foca toda aberta, de modo aproveitar tudo o que chega. Aos 12 m/s atinge o ponto ideal: 38,5 rotações por minuto (rpm), com geração de 500 KW/h. SE o vento fica mais forte do que 12 m/s, muda-se o ângulo das pás: elas vão sendo fechadas, o que faz com que uma parte do vento passe direto por elas e se perca.

Com isso, as 38,5 rpm são mantidas. Mas se a velocidade do vento aumenta muito, passa de 25 m/s numa tempestade, chegam a 90 quilômetros por hora – as pás são “embandeiradas”. Ficam num ângulo morto, inteiramente fechadas. O vento não pode movê-las: passa direto por elas. Quando tudo termina e a velocidade do vento volta para os 25 m/s, as pás retornam ao ângulo produtivo. Voltam a girar e a produzir energia. Tudo, automaticamente.

Não é incomum que, num mesmo dia, se chegue aos dois extremos: calmaria e tempestades. Outra situação é que o ventos mudam de direção. Neste caso, um aparelho instalado no gerador faz com que se mova com as pás voltadas para o rumo em que o vento está chegando.

CATA-VENTO FUTURISTA...
A energia produzida pelos geradores de Palmas é passada à rede interligada que abastece o País. As Centrais Eólicas do Paraná, que a geram, nasceu da associação entre a empresa que fabrica as usinas, a Wobben Windpower, de Sorocaba, interior de São Paulo, e a estatal Copel, Companhia Paranaense de Eletricidade . A Wobben é subsidiária da alemã Enercom.

A vantagem da energia eólica é que a matéria-prima é oferecida gratuitamente pela Natureza. Não polui nem causa grande impacto ambiental, como ocorre com as hidrelétricas e seus lagos que inundam extensa áreas.

O que se vê, nas centrais eólicas de Palmas, são os cinco gigantescos cata-ventos metálicos, futuristas, contrastando com um cenário bucólico. Uma casa com varanda é a sede. Às vezes, o gado pasta à sombra das torres. O terreno é parte do pasto de uma fazenda, alugado.

 
 

Na casa, durante toda a semana, está Sérgio Benke, um paranaense filho de gaúchos, que gosta de chimarrão. Na sal há um fogão a lenha, de ferro, que serve como aquecedor. Ao lado, uma cadeira de balanço coberta por um pelego. Esta é a sala de reuniões e também de estar, já que Benke mora na casa.

VISITA DA NEVE...
Em outra sala, a de trabalho, Benke, um técnico especializado, recebe a cada momento informações sobre o funcionamento dos geradores. Na segunda-feira, dia 2, às 18h06, os cinco geradores produziam 1,250 MW/h. A velocidade média do vento era de 9,5 m/s. Temperatura, 10,5 graus. Pelo computador, Benke mantém-se em contato permanente com a fábrica de Sorocaba.
Ele e um porteiro são os únicos funcionários do lugar. Às vezes têm um espetáculo inesperado: a neve. No ano passado aconteceu, caiu para 12 graus negativos.

ORGULHO DAS USINAS. MAS NENHUM LUCRO...
Por um momento, Palmas achou que era a cidade eleita pelos céus. No inverno, a natureza oferece o espetáculo da neve. Agora descobria que dispunha também de tanto vento, que ele moveria cinco turbinas e energia elétrica. Ninguém mais, em Palmas, pagaria pela luz e força, e seriam felizes para sempre.

A ilusão de muitos dos moradores se desfez. Logo souberam que a energia das cinco usinas iria para a rede interligada que abastece o País. No máximo, sobrou algum ICMS, o imposto sobre a circulação de mercadorias, que aumenta a receita do município. Mas é tão pouco, que ninguém, na Prefeitura, tem números à mão.

A cidade, no entanto, gostou do presente. Uma visita à área onde estão os geradores a ser programa de fim de semana. Na verdade, não só dos moradores. O relações-públicas da prefeitura, Marco Antônio Gomes, diz que vem gente dos países vizinhos, do Paraguai, do Uruguai e Argentina, para ver as usinas, pás sempre girando sobre as torres de 40 metros de altura.

Palmas, 35 mil habitantes, está no sul do Paraná, na divisa com Santa Catarina. Na semana passada, dois ônibus com 90 estudantes da Universidade Estadual de Londrina, no norte do Estado, chegaram à cidade para uma visita às usinas. “Toda semana vem uma excursão”, diz o relações-públicas.

EXTRA-TERRESTRE...
No primeiro momento, a presença das usinas causou acidentes de trânsito. Elas estão à margem de uma rodovia, a 30 quilômetros de centro. À noite, são iluminadas. Ganham um certo aspecto extra-terrestre. Muitos motorista se assustaram, ao dar com elas. Outros, apenas se espantaram muito – e descuidaram do volante.

Hoje, placas `beira da estrada indicam a proximidade das usinas. E orientam os motoristas, interessados em admirá-las, a estacionar em um mirante especialmente aberto à beira da estrada. Dois funcionários de um órgão que vigia as fronteiras do País, contra a febre aftosa, desceram do carro em que viajavam, máquina fotográfica em punho. “quero que meus filhos vejam isso”, disse Luiz Fernando Concer.

Palmas alcança 1.400 metros de altitude (Campos de Jordão tem 1.628, mas fica no Sudeste, região menos fria). Como se viu, é segundo município mais frio do País. O frio que dura oito meses é outra atração da cidade.

Uma filha da cidade, Aurora Mendes dos Santos, 77 anos, não se surpreendeu tanto com as usinas movidas a vento. Lembra que em sua inf6ancia na fazenda de seu pai, um cata-vento alimentava um gerador. Sã imagens distantes, difusas. “Tínhamos energia elétrica própria.” Mas lembra-se ainda mais claramente, de como ela e os seis irmãos viviam agasalhados. “Sempre fez muito frio e ventou muito aqui.”

O vice-prefeito, Francisco Puton, não ficou só na contemplação. Fundou uma empresa, a Chico Eletro, e foi contratado para instalar a rede que recebe a energia gerada pelas usinas. Palmas produz madeira (exporta compensado) e maçãs, mas Puton está empolgado com as novas perspectivas. “O que temos aqui não é uma jazida de vento, é de ouro!” Está seguro de que as usinas “vão proliferar”, com o que sua empresa pode ir de vento em popa.

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Vento volta a ser utilizado como energia

Existem em várias partes do mundo cerca de quinhentas turbinas de aproveitamento de energia eólica em formato vertical, com potência unitária entre 150 e 300 quilowatts, a maior parte em região de alta potência eólica ou isoladas dos Estados Unidos. Estas turbinas conectadas com a rede elétrica.

Atualmente, existe um projeto para a instalação de quarenta turbinas de hélice vertical para a formação de um parque eólico nas ilhas Canárias (oceano Atlântico, costa da África), que se encontra em fase de estudos e negociações com as companhias elétricas espanholas e o governo autônomo das canárias (o arquipélago é uma possessão espanhola). A empresa construtora – criada dentro do processo de restruturação da firma Westinhouse na Espanha – vai fabricar e instalar um tipo de turbina eólica desenvolvida nos Estados Unidos e recentemente comercializada, da hélice vertical.

O modelo maior desta turbina mede dezenove metros de altura. Entre suas vantagens, assinala Irwin E. Vas, vice-presidente de pesquisas e desenvolvimento da empresa norte-americana, está o fato de que suas partes pesadas e sujeiras a avarias se encontram no nível do chão, ao contrário do que acontece com as turbinas de hélice horizontal.

Estas turbinas podem agüentar ventos de até 240 km por hora. Quando o vento alcança 96 km por hora, são usados freios para que deixe de girar ou não sofra danos. Este sistema se complementa com meios auxiliares de armazenamento geração de energia até formar um sistema autônomo. As turbinas são controladas por um computador instalado no próprio lugar ou por controle remoto. A soma de energia de várias turbinas – o que se conhece como parque eólico – permite alcançar potências de um megawatt.

 
 
Apesar da queda dos preços do petróleo, Vas se mostra otimista com relação à viabilidade em instalações desenhadas para sua conexão com a rede elétrica.

Ele afirma que ainda não foi feito o desenho e construção de turbinas eólicas para o uso individual, diretamente para o consumidor final, por falta de demanda. Elas não interessam às empresas elétricas e a energia produzida se torna mais cara, em um setor em que os fatores econômicos são decisivos. Vas, que é engenheiro aeronáutico, foi assessor do presidente norte-americano Jimmy Carter para energias alternativas e esteve ocupado com a pesquisa e desenvolvimento do programa de energia eólica no Instituto de Pesquisas de Energia Solar.

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Cata-vento é opção econômica e ecológica para sítios

O uso de cata-ventos em sítios e chácaras pode proporcionar uma redução de gastos com água e também com energia, pois o aparelho funciona apenas com a ação do vento.

Como conseqüência de seu uso, o cata-vento também valoriza a propriedade rural, deixando-a mais bonita e chamativa.

Podem ser encontrados dois tipos de cata-vento no mercado. O cata-vento de energia, utilizado em propriedades rurais distantes de redes elétricas, e o cata-vento de água, que trabalha sobre poços ou ao lado de rios, levando água para as residências. “Além disso, o cata-vento de água também serve para ajudar no trabalho de irrigação de diversa culturas, na pecuária e também na oxigenação da água para a produção de peixes”, explica Maria Chiyoshi, da Cataventos Kenya, em Encantado, no Rio Grande do Sul.

Para a instalação, o cata-vento de água deve ser colocado sobre um poço artesiano ou ao lado das margens e vertentes dos rios. Uma bomba é colocada no fundo do poço ou na vertente. De lá, a água vai por um cano até uma caixa-d’água, de onde é distribuída pela casa.

“O cata-vento consegue obter uma média de água de 2.000 litros/hora até 5.000 litros/hora”, afirma Chiyoshi.
Dependendo da região, o cata-ventos de água pode ter uma altura de 6 m até 24 m.

Já o cata-vento de energia deve ser colocado no telhado da casa. “O kit é simples e pode ser instalado facilmente. Se em vez do cata-vento o sitiante optar pela utilização de uma bomba elétrica, o gasto com manutenção poderá ser muito maior”, afirma. É necessário também que o sitiante verifique o local onde será instalado o cata-vento.

“No Estado de São Paulo todas as regiões são indicadas.
Porém, o cata-vento de energia precisa de bastante vento para funcionar e, em alguns lugares, onde os ventos são mais fracos, sua instalação fica comprometida”, afirma.

 
 

Fonte:
Geografia do Brasil – Dinâmica e Contrastes*
Pape, Programa Auxiliar de Pesquisa Estudantil (ed. DCL)**
Folha de São Paulo***
O Estado de São Paulo****
Revista Néz Adventure
El País
Fotos: Pixabay
Pick-upau – 2003 – São Paulo – Brasil

 
 
 
 

 

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