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José Lutzenberger
Biografia
 
 

- Biografia

- O que dizia José Lutzenberger
- O reconhecimento do trabalho
- Clipping José Lutzenberger
- As obras literárias


BIOGRAFIA

Em 1970, na cidade de Porto Alegre (RS), conheceu um grupo de pessoas que estavam preocupadas com a degradação do meio ambiente, então sugeriu a Hilda Zimmermann e seus companheiros que criassem uma entidade de proteção ao meio ambiente, como já vinha sendo feito nos EUA e na Europa.

Quando retorna a cidade, em 1971, encontra a AGAPAN (Associação Gaúcha de proteção ao Ambiente Natural), torna-se presidente da organização, cargo que ocuparia até 1983.

No período de sua permanência no AGAPAN, luta contra a poda incorreta de árvores na capital gaúcha, ajuda a criar reservas naturais no Estado, se opõe ao desmatamento, é contra os agrotóxicos e atua na elaboração da Lei 7747/83, sobre defensivos agrícolas, luta contra industrias que poluíam o meio ambiente indiscriminadamente e foi incisivo na preservação da fauna.

Mesmo não sendo mais presidente da organização continuou sua luta em defesa do meio ambiente, através de ações na Amazônia e divulgando suas idéias pelo mundo em palestras, conferências, simpósios e seminários.

Empreendedor ecológico

Ao longo de sua vida sempre envolveu-se com as questões ambientais, criou empresas ligadas ao setor como a Vida Produtos Ltda, fundada em 1979, voltada ao manejo e reciclagem de resíduos industriais de celulose, tecidos entre outros. No período de 1985 a 1997 sua empresa Tecnologia Convivial Ltda, implanta um parque ecológico, desenvolve e promove o planejamento, monitoramento e a educação ambiental no setor privado.

Em 1987 cria a Fundação Gaia (www.fgaia.org.br), no qual foi presidente e promoveu o desenvolvimento sustentável, expressão que na época ainda causava estranheza aos ouvidos. Intensifica seus estudos sobre a educação ambiental e a reciclagem de lixo e em março 1990 é nomeado Secretário Especial do Meio Ambiente da Presidência da República Federativa do Brasil, pelo então presidente Fernando Collor de Mello. Durante sua permanência no cargo, até abril de 1992, foi decisivo na demarcação de terras indígenas, como a dos yanomamis, participou do Tratado da Antártida e da Convenção das Baleias, foi contra a criação da bomba atômica no Brasil e participou da Eco 92, realizada no Rio de Janeiro.

Até sua morte em 14 de maio de 2002, lutou e promoveu intensamente a união dos povos através da conscientização em torno da preservação da natureza em todos os seus aspectos. Esse foi José Antonio Lutzenberger, ambientalista, nascido em Porto Alegre (RS), em 17 de dezembro de 1926.

 
 
Formado em agronomia pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), ficou conhecido em todo o mundo por suas ideologias conservacionistas e até a data de sua morte, em 14 de maio de 2002, alertou sobre os perigos da globalização, incentivou a conscientização ecológica, social e harmoniosa no planeta.

O QUE DIZIA JOSÉ LUTZENBERGER

Folha Seca Não é Lixo

A luxuriante Hiléia, a floresta tropical úmida da Amazônia, floresce há milhões de anos sobre os solos que estão entre os mais pobres do mundo. Este fato intrigava muito cientista. O grande cientista alemão, explorador da Amazônia, Alexander Von Humboldt, ainda pensava que a floresta tão viçosa, alta e densa, era indicação de solo muito fértil. Como pode haver tanta vegetação, crescendo tão intensivamente, sobre solo praticamente desprovido de nutrientes? O segredo é a reciclagem perfeita. Nada se perde, tudo é reaproveitado. A folha morta cai ao chão, é desmanchada por toda sorte de pequenos organismos, principalmente insetos, colêmbolos, centopéias, ácaros, moluscos e depois mineralizada por fungos e bactérias. As raízes capilares das grandes árvores chegam a sair do solo e penetrar na camada de folhas mortas para reabsorver os nutrientes minerais liberados. Poucas semanas depois de caídos, os nutrientes estão de volta no topo, ajudando a fazer novas folhas, flores, frutos e sementes. A floresta natural não necessita de adubação. Assim a floresta consegue manter-se através de séculos, milênios e milhões de anos. A situação não é diferente em nossos bosques subtropicais, nos campos, pastos ou banhados. A vida se mantém pela reciclagem. Assim deveríamos manter a situação em nossos jardins.

Um dos maiores desastres da atualidade, um desastre que está na base de muitos outros desastres, é o fato de estar a maioria das pessoas, mesmo as que se dizem cultas e instruídas, totalmente desvinculadas espiritualmente da Natureza, alienadas do Mundo Vivo. As pessoas nascem, se criam entre massas de concreto, caminham ou rodam sobre asfalto, as aventuras que experimentam lhe são proporcionadas pela TV ou vídeo. Já não sabem o que é sentir orvalho no pé descalço, admirar de perto a maravilhosa estrutura de uma espiga de capim, observar intensamente o trabalho incrível de uma aranha tecendo sua teia. Capim, aliás, só bem tosadinho no gramado, de preferência quimicamente adubado! Se não estiver tosado, é feio! Na casa, a desinsetizadora mata até as simpáticas pequenas lagartixas, os gekos.

A situação não é melhor nas universidades. No Departamento de Biologia de uma importante universidade de Porto Alegre, encontra-se um pátio com meia dúzia de árvores raquíticas. Ali o solo é mantido sempre bem varrido, nu, completamente nu! As folhas secas são varridas e levadas ao lixo. Não distinguem sequer entre carteira de cigarro, plástico e folha seca, para eles tudo é lixo. Já protestei várias vezes. Os professores e biólogos nem tomam conhecimento. Pudera! Hoje a maioria dos que se dizem biólogos, mais merecem o nome de necrólogos, gostam mais é de lidar com vida por eles matada do que dialogar com seres e sistemas vivos. Preferem animais em vidros com álcool ou formol, plantas comprimidas em herbários. São raros, muito raros, hoje, os verdadeiros naturalistas, gente com reverência e amor pela Natureza, que com ela mantém contato e interação intensiva, gente que sabe extasiar-se diante da grandiosidade da maravilhosa sinfonia da Evolução Orgânica.

Por que digo estas coisas na "A GARÇA"( ? Atrás do prédio onde estava a Florestal da Riocell, onde estou agora instalado com meus escritórios da TECNOLOGIA CONVIVIAL e da VIDA PRODUTOS BIOLÓGICOS, existe um barranco onde estão se desenvolvendo lindas "seringueiras". Na realidade, não são seringueiras, são plantas da mesma família que nossas figueiras, mas são oriundas da Índia. Além de crescerem pelo menos dez vezes mais rápido que nossas figueiras, fazem lindas raízes aéreas e lindas tramas superficiais no solo. A alienação, que predomina entre nós, em geral, faz com que sejam demolidas tão logo atinjam tamanho interessante e aspecto realmente belo.

As Ficus elásticas a que me refiro, fizeram um lindo tapete de folhas secas. Este tapete segura a umidade do solo, mantém o solo poroso e aberto para a penetração da água da chuva e evita a erosão, especialmente na parte mais íngreme do barranco, já bastante erodida, porque no passado, alí, as folhas eram sempre removidas. Este tapete promove também o desenvolvimento da vegetação arbustiva e rasteira que dará ainda mais vida ao solo e abrigo à fauna, como corruíras e tico-ticos, lagartixas, insetos, etc. Da janela do meu escritório alegro-me cada vez que posso observar esta beleza.

Houve quem insistisse em que varrêssemos para deixar o solo nu. Faço um apelo a todos que ainda não o fizeram, observem este aspecto importante e construtivo da Natureza, aprendam a ver a beleza na grande integração do Mundo Vivo. Não vamos varrer!

José Lutzenberger
Fevereiro de 1990
Especial para o jornal “A Garça”, periódico da empresa Riocell, fábrica de celulose

“Me interesso muito pouco pela minha pessoa. Olho sempre para a frente. Custo a entender que estou com 75 anos.

Na hora, digo o que penso, boto para fora. Uso a emoção. Se alguma coisa me excita, falo excitado. Se me agridem, passo a agredir. Mas não sinto raiva ou ressentimento.

Em Brasília, todos são cínicos e não entendem como você não possa ser (sobre sua passagem como ministro do governo Collor).

A Alemanha fez penitência pelo holocausto. Mas o Brasil ainda deve a sua pelo que fez com os índios e os negros."

Soja Transgênica: Problema Político, Não Técnico

A genética moderna, ou seja, a biologia molecular, constitui-se em uma das grandes aventuras do espírito humano neste século, tais como a relatividade especial e a geral, a física nuclear e de partículas elementares, a deriva dos continentes. Infelizmente, neste campo, está ocorrendo uma grave perversão.

O jovem Einstein, quando elaborava as suas geniais teorias, ganhava a vida como funcionário do departamento de patentes da Suíça, em Zurique. Jamais, no entanto, lhe teria ocorrido patentear suas idéias. O próprio James Watts e seu companheiro Francis Crick, que desvendaram a estrutura molecular do código genético, não tiveram a presunção de requerer patente para sua descoberta. Regozijaram-se, isto sim, com o Prêmio Nobel.

Aliás, patentes só se aplicam e se justificam para invenções, não a descobertas. Os gens dos seres vivos e todos os meios dos quais eles se servem, foram estruturados pela Natureza neste fantástico processo sinfônico que é a evolução orgânica, que nos deu origem, junto com todos os demais seres, e que remonta a mais de três bilhões de anos. Que monumental presunção querer patentear gens, seres vivos, partes de seres vivos e processos vitais! Entre outras coisas, estão querendo patentear todos os gens do genótipo humano que são algo como 100.000. Já o fizeram com alguns milhares e estão trabalhando febrilmente para terminar logo em 2001 ou 2003.

É com estes métodos que as mesmas transnacionais que, durante décadas, condicionaram a agricultura ao uso exagerado e mesmo indiscriminado dos agrotóxicos, preparam-se para arrebatar do produtor agrícola um dos últimos fatores do que lhe sobra de autonomia - a semente. A soja transgênica, patenteada, que agora está sendo introduzida no Estado, é resistente ao herbicida da própria casa, obriga o agricultor à "compra casada" - semente mais herbicida, mesmo que não haja necessidade para tal. Já estão, também, preparando cultivares com o gen "terminator", um gen que faz com que a semente colhida pelo agricultor se "suicide" ao ser semeada, tornando desnecessária a patente, pior que no caso do milho híbrido que, ao ser ressemeado, não mantém suas qualidades.

Não é por nada que as grandes transnacionais dos agrotóxicos nos últimos anos compraram já a quase totalidade das empresas independentes de sementes. Com isso se preparam para um monopólio global.

Que tem a ver isso com resolver o problema da fome? Tem a ver com criação de estruturas de poder, de dependência! Se, na Índia, centenas de milhares de agricultores estão demonstrando contra a introdução dos transgênicos - pessoalmente, em Bangalore 1996, assisti a uma demonstração de meio milhão - é porque sabem que este tipo de tecnologia se dirige contra eles, só favorece o agribusiness - o complexo agro-industrial; nem tanto o grande agricultor. A chamada Revolução Verde já marginalizou centenas de milhões de camponeses no mundo, um custo social que não é contabilizado quando se fala das "vantagens" da agricultura moderna.
   
 

O que a grande tecnocracia pretende, e para isso usa os mecanismos de globalização, o FMI e OMC, é deixar sobreviver apenas as grandes monoculturas comerciais que dependem totalmente de seus insumos, cada vez mais caros, e que tem que entregar seus produtos a preços sempre mais manipulados. Quanto aos pequenos, só deixarão sobreviver aqueles que se atrelarem diretamente à indústria ("contract farming"), como no cultivo do fumo, da fruticultura e legumes para fábricas de conservas, os campos de concentração de aves e fábricas de ovos ou calabouços de porcos. O produtor fica com a ilusão de ser empresário autônomo mas não passa de operário sem carteira, que tem que envolver toda a família como mão-de-obra gratuita, sem horário de trabalho definido, sem domingo, feriado, férias, e sem previdência social. É de estranhar que o INSS não se ocupe desta burla.

Se permitirmos o primeiro passo desta conspiração que agora se inicia com a introdução forçada dos cultivares transgênicos, os passos subseqüentes serão automáticos - crédito bancário só para sementes "certificadas"; mais adiante, proibição de toda semente ainda livre. Na Alemanha já estão punindo agricultores que apenas trocaram sementes com o vizinho. Em comunicação interna de uma das transnacionais, ela conta como está processando milhares e punindo centenas de agricultores americanos que reproduziram suas sementes transgênicas sem sua permissão. Os castigos são a destruição total da lavoura, mais multas de dezenas de milhares de dólares - o agricultor acaba entregando a propriedade ao banco. Nestes documentos a expressão "seed saver" (economizador de semente) é usada em sentido profundamente pejorativo.

Que tristeza, termos que testemunhar como nosso governo se submete incondicionalmente aos interesses imediatistas do grande poder tecnocrático sem pátria. O Ministro da Saúde chegou a multiplicar por cem o limite permitido de resíduo de glifosato na soja para acomodar os interesses dos donos da soja "Roundup-ready"...!!!

José Lutzenberger
Fevereiro de 1999
Especial para a Gazeta Mercantil

"Li Marx de ponta a ponta no original, em alemão. Ele é tão tecnocrata quanto os capitalistas.
Laden. Está arrasando o planeta.

A sociedade de consumo é, no fundo, uma religião fanática, um fundamentalismo pior do que o do Bin

O livre mercado não resolve tudo, até porque é manipulado. O mercado só vê demanda, não vê necessidades. Os mercados são cegos para as gerações futuras.

Os aviários se transformaram em campo de concentração de galinhas. Vem aí a galinha louca."

Vale a pena ter um jardim?

Já não é necessário ser naturalista para ver que nossas cidades são monstruosas. Todos começamos a sentir que o que chamamos "progresso" é, na verdade, uma corrida grotesca que nos torna cada dia mais neuróticos e desequilibrados.

Necessitamos de compensações. O jardim pode ser uma destas compensações. Além de contribuir substancialmente para a saúde do corpo e da alma, a jardinagem poderá constituir ocupação de grande valor educativo, pois nos fará sentir a Natureza, da qual estamos tão alienados. Mesmo quando praticada em escala mínima, a jardinagem restabelece um certo elo entre o homem e a Natureza, abrindo-nos os olhos para seus mistérios. Tivéssemos mais jardins, públicos e privados, seria mais amena e menos embrutecedora a vida nas cidades.

Fazer ou não um jardim que cumpra tão importantes funções depende menos dos meios de que se dispõe do que da própria inclinação e disposição diante da tarefa. Quem é muito rico e dispõe de muita terra é claro que poderá, se quiser, fazer um imenso parque, com paisagismo esmerado. Mas com meios muito modestos também se pode fazer muita coisa, não menos interessante. Grande contentamento e paz de espírito pode-se obter com meios irrisórios. Há os que sabem fazer jardins fascinantes em poucos metros quadrados e que obtêm imensa satisfação no cuidado que lhes dispensam. Até no balcão de uma janela pode-se cultivar um pedaço de natureza, e mesmo num pequeno aquário pode surgir um jardim submerso encantador. A Natureza oferece um sem número de possibilidades. Quem sabe observá-la e tem imaginação nunca cansará de maravilhar-se diante dela. Sempre descobrirá coisas novas e surpreendentes. Aprenderá a deleitar-se com ela. Assim como eu posso gostar de jardins grandes e variados ou de árvores centenárias com seu vestido de epífitas, posso também deleitar-me com a arte do bonsai, que consiste em cultivar miniaturas de árvores. Em São Paulo, temos um grupo de japoneses que trouxe de seu país esta tradição. São grandes artistas. Alguns possuem exemplares de indescritível beleza. Estas miniaturas passam de pai a filho. Há os que possuem bonsais de 300 ou 400 anos. Dedicam muito tempo, paciência, amor e carinho a suas plantas. Devem obter tremenda satisfação e paz de espírito nesta arte.
   
 

Em nosso País, temos uma flora exuberante - ainda exuberante, porque, da maneira como hoje a combatemos, em poucos anos já não sobrará muita coisa. Nossa flora é uma das mais ricas do mundo. Temos uma infinidade de plantas e comunidades florísticas preciosas que poderiam ser protegidas ou cultivadas. Há campo para especialistas e para generalistas, para os que gostam de dedicar-se a um só grupo de plantas como para os que preferem ambientes complexos. Para os primeiros oferecem-se as orquídeas, cactáceas, bromeliáceas, suculentas ou samambaias, musgos, aráceas, plantas aquáticas ou carnívoras e muitas, muitas outras. Para quem gosta de ambientes harmônicos, os nossos ecossistemas naturais oferecem exemplos de formas e combinações as mais diversas.

O que nos falta é a mentalidade para ver a beleza do nosso mundo. Somos cegos diante da Natureza. Se o homem industrial moderno está, em geral, alienado da Natureza, entre nós esta alienação atinge seu clímax. Predomina entre nós o esquema mental do caboclo que, quando lhe perguntei pelo nome popular de uma determinada planta silvestre, me olhou muito surpreso e respondeu: "Mas isto não é planta. Isto é mato!". Usava a palavra "mato" com entonação profundamente depreciativa. Eu quis saber então sua definição de "planta" e de "mato". Deu-me um olhar ainda mais incrédulo e condescendente e explicou que "mato" era tudo aquilo que vingava sozinho, que não prestava, que devia ser exterminado, e que "planta" era o que se cultivava, o que tinha valor, que dava dinheiro. Quando me afastei, tive a impressão de que ele me considerava um pobre louco, por não saber fazer distinções tão evidentes.

Quem tem este esquema mental nunca saberá, é claro, fazer um jardim realmente interessante, nem terá vontade para tanto. Fará, quando muito, um jardim convencional, do tipo que predomina entre nós, com canteiros geométricos, de preferência rodeados de concreto e com plantas desfiguradas pela tosa ou poda mutiladora. Quando enxergar uma árvore velha coberta de belíssimas epífitas, só pensará em como limpá-la de suas "parasitas". Nos loteamentos, preparará o terreno pela terraplenagem violenta, arrasando tudo o que é natural, para então construir as casas em uma paisagem lunar onde, para fazer um jardim todo artificial, terá que trazer terra vegetal de outro lugar, causando assim mais uma depredação no mato natural em que obtém esta terra.

Só saberá fazer um jardim que lhe proporcione realmente satisfação e serenidade aquele que aprende a amar de fato a Natureza, porque este se dedica pessoalmente às suas plantas. Nunca entregará seu jardim aos que vêm armados com serrote e tesoura de podar e que si dizem jardineiros, mas que são apenas massacradores de plantas. Só quem faz de seu jardim um hobby poderá dele tirar prazer compensador.

Não temos demonstrado a mínima sensibilidade nem reverência pelas coisas da Natureza. Já houve entre nós os que ofereciam "concreto verde" para aqueles que reclamavam mais verde. Nossas árvores urbanas estão todas em estado deplorável, por causa da absurda moda das mutilações periódicas, geralmente praticadas pela própria administração pública. Em ambientes como este, é difícil que floresça uma cultura jardinística como a que podemos observar em alguns países europeus.

Mas nunca é tarde para começar.

José Lutzenberger
Fevereiro de 1999
Fundação Gaia

"Capitalismo e comunismo são, na verdade, duas seitas da mesma coisa, que é o industrialismo.

Há um governo mundial tecnoditatorial dos grandes grupos. O governo mundial é privado.

Hitler e Mussolini também diziam ser socialistas, como Fidel. Essa palavra e ser de esquerda não significam mais nada.

Os padres são mais safados que os comunistas. Oferecem o paraíso para depois da morte, quando já não é possível cobrar nada deles."

O RECONHECIMENTO DO TRABALHO

José Lutzenberger recebeu ao logo de sua vida mais de 40 prêmios e cerca de 10 homenagens especiais. Veja a seguir algumas delas.

• "Destaque do Ano em Defesa do Meio-Ambiente em 1973", Rede Brasil de Comunicações, Porto Alegre Country Club, 08 de março de 1974;

• Mérito Agronômico DE 1980, concedido pela Federação das Associações de Engenheiros Agrônomos do Brasil - FAEAB;

• Medalha Bodo-Manstein 1981, conferido pela Liga Para o Meio Ambiente e Proteção da Natureza da Alemanha Ocidental em Worms, no Reno - Alemanha, 17 de maio de 1981;

• Prêmio Especial do Júri - Categoria Ecologia - do Prêmio Lei Sarney a Cultura Brasileira 2a. Edição, em 04 de novembro de 1988, no auditório do Palácio Bandeirantes - SP, promoção do Banco do Brasil S/A;

• The Right Livelihood Award de 1988, conhecido como "Prêmio Nobel Alternativo", em Estocolmo - Suécia, no dia 09 de dezembro de 1988;

• Nomeado Integrante da Ordem do Ponche Verde, no grau de Oficial, pelo então Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Pedro Simon, em 22 de dezembro de 1988;

• Comenda "Augusto Ruschi", conferida pelo Poder Executivo de Cachoeiro do Itapemirim - ES, em 28 de março de 1989;

• Prêmio Internacional "Vida Sana", 1990, Barcelona, Espanha;

• Nomeado Grande Oficial da Ordem de Rio Branco pelo então Presidente da República Federativa do Brasil, Sr. Fernando Collor de Mello, em 23 de maio de 1990;

• Nomeado Comendador de La Ordem del Condor de Los Andes, pelo então Presidente da República de Bolívia, Sr. Jaime Paz Zamora, em 10 de agosto de 1990;

• Nomeado Doctor Honoris Causa pela Universidade de São Francisco, Bragança Paulista, IV/1991;

• Nomeado Grande Oficial da Ordem do Mérito Brasília, pelo então Governador do Distrito Federal, Sr. Joaquim Domingos Roriz, em 21 de abril de 1991;

• Nomeado Grande Ufficiale Dell’ Ordine Al Merito Della Republica Italiana, pelo então Presidente della Repubblica Italiana, Sr. Francesco Cossiga, em 11 de dezembro de 1991;

• Nomeado Conselheiro Principal da Fundação Brasileira Para o Desenvolvimento Sustentável - FBDS, em 1992;

• Member of The Scientific Board da UTEC-ABSORGA - Viena, Áustria - 1994;

• Nomeado Doctor Honoris Causa da Universität Für Bodenkultur Wien, Viena, Áustria, em 21 de março de 1995;

• Homenageado com o título Brava Gente - Embaixadores do Rio Grande do Sul, pelo Governo de Estado, entregue pelo Governador Antônio Britto, em 18 de outubro de 1996.

• Nomeado Professor Honoris Causa, pela Universidade de Shandong, Província de Jinan, na República Popular da China, em maio de 2000.

CLIPPING (JOSÉ LUTZENBERGER)

Morre no RS o ambientalista Lutzenberger

Porto Alegre (RS) - Morreu ontem, 14 de maio de 2002, o ambientalista José Lutzenberger, de 75 anos, às 11h20, de parada cardíaca. Ele havia sido internado no dia anterior com um quadro de insuficiência respiratória no pavilhão Pereira Filho da Santa Casa de Misericórdia Porto Alegre (RS), onde faria exames.O pneumologista Bruno Palombini, que tratava Lutzenberger, disse que ele sofria de lesão no miocárdio (músculo do coração) e de um problema respiratório causado pelo tabagismo - ele foi fumante entre os 16 e 50 anos.

O ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, divulgou uma nota em nome do governo: "Lamentamos o falecimento do ambientalista José Lutzenberger, homem que se dedicou à defesa do meio ambiente. Devemos seguir seu exemplo, fazendo de nosso dia-a-dia uma busca permanente de novas ações capazes de assegurar respeito à nossa fauna e flora."

Fábio Feldman, assessor especial do presidente da República para o meio ambiente, assinalou que "Lutz era um gênio, com uma capacidade de comunicação incomum, em qualquer língua e frente a qualquer público. Não tem substituto."
Engenheiro agrônomo nascido em Porto Alegre (RS), Lutzenberger criou em 1987 a Fundação Gaia, entidade que presidia, voltada a projetos de agricultura orgânica, educação e consultoria ambiental. Lutzenberger ficou conhecido nacionalmente por sua atuação como secretário especial do Meio Ambiente, cargo para o qual foi nomeado em 1990 pelo então presidente Fernando Collor de Mello e que ocupou por dois anos.

   
 
Lutzenberger foi um dos idealizadores da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), criada em 1971, uma das primeiras entidades do gênero no País. Lutz, como era conhecido, ganhou vários prêmios internacionais em reconhecimento à sua contribuição à ecologia, entre eles o prêmio Nobel Alternativo.
Influenciou a formação de várias das lideranças do movimento ambientalista tanto no Rio Grande do Sul como em outros estados.

Para Magda Renner, 75 anos, hoje diretora da ONG Amigos da Terra, sediada em Porto Alegre, "uma palestra dele nos 1970 foi uma experiência inesquecível, como se da minha casa se abrissem quatro janelas e eu visse todo o mundo lá fora de uma nova perspectiva".A Fundação Gaia continuará sendo dirigida pelas suas filhas Lilly e Lara, que têm atuado nos últimos anos como secretária e vice-presidente da entidade. Lutzenberger será sepultado hoje às 11h na sede da Fundação Gaia, em Pântano Grande, a 120 quilômetros de Porto Alegre.

Fonte: O Estado de São Paulo (www.estado.com.br)
Sandra Hahn

Ecologista José Lutzenberger morre no RS vítima de parada cardíaca.

O agrônomo e ecologista José Lutzenberger morreu hoje, 14 de maio de 2002, em Porto Alegre (RS), aos 75 anos, vítima de parada cardíaca.Ele foi secretário especial do Meio Ambiente na gestão do presidente Fernando Collor e ganhou o Prêmio Nobel Alternativo, além de títulos de reconhecimento por sua luta em defesa do meio ambiente.O ecologista fundou a ONG Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), em 1970, e a Fundação Gaia, em 1987.Lutzenberger estava internado na Santa Casa para exames, segundo a Agência Brasil.

Fonte: Folha de São Paulo (www.folha.com.br)
Redação

José Lutzenberger morre aos 75, no RS

Aos 75 anos, morreu ontem, 14 de maio de 2002, na Santa Casa de Porto Alegre, onde estava com problemas respiratórios decorrentes da asma, o maior ambientalista do Brasil , José Antônio Lutzenberger - Lutz para os amigos. Sua vida foi toda dedicada à natureza e, não por acaso, tornou-se um dos maiores defensores do naturismo. Muitas vezes era visto nu em sua casa e não entendia que houvesse gente capaz de pôr malícia nessa prática. Era gaúcho de Porto Alegre mas sua paixão pela agronomia - na qual se formou em 1950, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - levou-o para a Universidade de Louisiana (EUA), em 1951-53, onde se especializou em agroquímica. Quatro anos depois seguiu para a Alemanha, contratado pela empresa de adubos Basf como técnico. Da Alemanha, seguiu para a Venezuela a serviço da empresa. Voltou à Alemanha em 1966 para continuar o que vinha fazendo na Venezuela e no ano seguinte a Basf mandou-o para Casablanca, no Marrocos, onde sua experiência e conhecimento foram postos a serviço também da Argélia e Tunísia. Quando percebeu que era intenção da Basf fabricar também agrotóxicos, Lutz entendeu que seria uma traição aos seus princípios se continuasse na empresa. Pediu demissão, abandonou de vez a indústria química e tornou-se ecologista.

Ele queria, disse mais tarde, ''uma agricultura livre de produtos químicos nocivos''. Junto com outros amantes da ecologia, fundou, em 1971, a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), primeira ONG brasileira do gênero e que ele presidiu de 1971 até 1987. A partir daí Lutz nunca mais se separou de sua bandeira e por ela travou muitas e duras batalhas. A primeira foi com a empresa de celulose norueguesa Borregaard, instalada no município de Guaíba e contra a qual recaía a acusação de maior poluidora de Porto Alegre. A empresa acabou passando para o grupo Klabin, graças ao qual, foi criado com sucesso um programa de reciclagem dos resíduos industriais. Outras batalhas do ainda pouco conhecido ecologista foi contra a poda de árvores na capital gaúcha, que ele considerava incorreta. Até contra o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Lutz brigou. ''O Incra, que só faz barbaridades, deveria desaparecer'', chegou a dizer.

Quando, em 1987, deixou a Agapan, criou a Fundação Gaia, destinada a desenvolver estudos com vistas à conservação da vida no planeta - e em cuja sede passou os últimos anos de vida e pediu para ser enterrado.

Ali também tinham lugar seus bichos de estimação, especialmente gatos, além dos peixes na lagoa. Criou ainda os parques ecológicos da Guarita e Itapeva, em Torres (RS). A convite do presidente Fernando Collor, foi empossado em março de 1990 secretário nacional de Meio Ambiente, cargo em que permaneceria até abril de 1992 - quando foi demitido, dois meses antes da Eco que atraiu ao Rio de Janeiro a atenção do mundo. Se alguém queria, mesmo por brincadeira, ver Lutz irritado, era só falar dessa experiência. ''Brasília, só de lembrar, me faz mal'', dizia. Entre as mais de 85 homenagens que recebeu no Brasil e no exterior, entre prêmios, medalhas, placas e distinções várias, está o Prêmio Nobel Alternativo concedido em 1988, por seus trabalhos científicos, pela The Right Livelihood Award Foundation.

Na Europa, Lutz era considerado o ''pai dos movimentos ecológicos da América Latina''. Apesar do que, Lutz disse uma vez: ''Não tenho medo dos transgênicos, que são proteínas como qualquer outra''. Opunha-se era contra os agrotóxicos, as usinas nucleares, a destruição das matas e a matança dos animais silvestres. ''Era um purista e sonhador capaz de defender a eliminação dos combustíveis fósseis, caso dos derivados de petróleo'', disse Rodney Ritter Morgado, gerente do Ibama no Rio Grande do Sul. Era viúvo de Anemarie Wilm, com quem teve duas filhas, ambas biólogas: Lilly, 40, e Lara, 32.

Fonte: Jornal do Brasil (www.jb.com.br)
Redação

Morte de Lutzenberger preocupa Fundação Gaia

A morte do ambientalista gaúcho José Lutzenberger traz preocupação para a Fundação Gaia. De acordo com o conselheiro da fundação Fernando Bergamin, o carisma de Lutzenberger era responsável pelo apoio de entidades internacionais que apoiavam financeiramente iniciativas da instituição, que passa a ser presidida por Lara, a filha mais nova do ambientalista.

O enterro de Lutz ocorreu na sede rural da fundação, em Pantano Grande. Apenas uma coberta de algodão o separou da terra. Durante o velório, o corpo ficou em um caixão, coberto com flores e bilhetes escritos pelas netas, Heloísa, de 10 anos, e Helena, de oito. O caixão seguiu de carro até um bosque de eucaliptos, acompanhado pelas filhas Lilly e Lara, parentes, amigos, ambientalistas e autoridades, como o governador Olívio Dutra e o secretário do Meio Ambiente, Claudio Langone.

Lutzenberger morreu aos 75 anos. Sofreu uma parada cardíaca na terça-feira, no quarto em que estava no Pavilhão Pereira Filho da Santa Casa, na Capital. Ele havia sido internado menos de 24 horas antes. Não houve cerimônia religiosa. A legislação diz que as pessoas precisam ser enterradas em cemitérios, mas, Bergamin, uma permissão especial garantiu o enterro no Rincão Gaia, uma antiga pedreira recuperada pelo ambientalista entre Pantano Grande e Rio Pardo, a 120 quilômetros de Porto Alegre.

Durante o enterro, a família mostrou indignação com a afirmação do pneumologista Bruno Palombini, publicada em Zero Hora, de que Lutz fumou dos 16 aos 50 anos. O médico responsabilizou o cigarro pela tosse crônica e um enfisema pulmonar. "Ele não deve ter colocado mais do que cinco cigarros na boca durante toda a vida" disse em nome da família Alexandre de Freitas, encarregado de cursos, eventos e educação ambiental da Fundação Gaia. Segundo Palombini, que atendia Lutz havia cerca de 15 anos, a informação foi dita pelo próprio ambientalista e constava em sua ficha. Em três entrevistas a ZH, Lutzenberger confirmou que filava eventualmente cigarros, por chiste.

Fonte: Jornal Zero Hora (www.zerohora.com.br)
Redação

Chuva no adeus para Lutzenberger

Uma forte chuva no momento exato em que José Antônio Lutzenberger era sepultado, na manhã de ontem, emocionou quem acompanhou a homenagem ao ambientalista gaúcho de 75 anos, morto na terça-feira. Depois de ser velado na Casa Comunal, sede rural da Fundação Gaia, em Pantano Grande, ele foi enterrado, na mesma área, junto ao bosque de eucaliptos e envolto em um tecido de algodão, conforme desejo manifestado há muitos anos. Para amigos e familiares do ambientalista, a cerimônia, sob ruídos de pássaros e de outros animais, não poderia ter sido encerrada de outra forma - com uma homenagem da natureza, que também chorou a sua perda.

O enterro também foi acompanhado por crianças, estudantes, dirigentes de entidades e autoridades, como o governador Olívio Dutra e os secretários da Agricultura, Angelo Menegat, e do Meio Ambiente, Claudio Langone. Para Langone, a lembrança mais marcante do ambientalista será o humor. 'Ele sempre recebia as pessoas com um sorriso e com atenção. Dificilmente haverá alguém tão envolvido na defesa do meio ambiente.' O ambientalista Arno Kaiser, do Movimento Roessler para a Defesa Ambiental, resumiu o sentimento dos demais protetores da natureza presentes ao sepultamento, como Flávio Lewgoy e Magda Renner. 'Demorará muito tempo para que outra pessoa tenha tamanho destaque e dedicação pela causa. É hora de aprendermos que uma pessoa não consegue lutar sozinha. É preciso um esforço coletivo.' Um dos mais emocionados era o técnico agrícola Alexandre de Freitas, que trabalhava há nove anos na Fundação Gaia. Para ele, o grande aprendizado deixado por Lutzenberger foi sua bondade. 'Ele era muito generoso e não tinha nenhum pudor em compartilhar o conhecimento que carregava. Para ele, era um prazer permitir que todos também aprendessem.' Freitas lembra que o trabalho desenvolvido pelo ambientalista teve muitos seguidores e que a continuidade da Fundação Gaia está assegurada. 'Este lugar foi onde ele aplicou a sua genialidade e inspiração. De uma forma simples, vamos devolver tudo o que ele ensinou, como cuidar das pequenas coisas, por exemplo'.
   
 
A filha mais velha de Lutzenberger, Lilly, disse que a melhor forma de dar continuidade ao trabalho do pai será colocar em prática tudo o que ele defendia. Para os que acompanharam a cerimônia, a maior homenagem foi fazer com que, como uma flor, daquelas que ele tanto protegeu, Lutzenberger fosse cuidadosamente devolvido à terra e regado pela própria natureza.

Quando, em 1987, deixou a Agapan, criou a Fundação Gaia, destinada a desenvolver estudos com vistas à conservação da vida no planeta - e em cuja sede passou os últimos anos de vida e pediu para ser enterrado.

Ali também tinham lugar seus bichos de estimação, especialmente gatos, além dos peixes na lagoa. Criou ainda os parques ecológicos da Guarita e Itapeva, em Torres (RS). A convite do presidente Fernando Collor, foi empossado em março de 1990 secretário nacional de Meio Ambiente, cargo em que permaneceria até abril de 1992 - quando foi demitido, dois meses antes da Eco que atraiu ao Rio de Janeiro a atenção do mundo. Se alguém queria, mesmo por brincadeira, ver Lutz irritado, era só falar dessa experiência. ''Brasília, só de lembrar, me faz mal'', dizia. Entre as mais de 85 homenagens que recebeu no Brasil e no exterior, entre prêmios, medalhas, placas e distinções várias, está o Prêmio Nobel Alternativo concedido em 1988, por seus trabalhos científicos, pela The Right Livelihood Award Foundation. Na Europa, Lutz era considerado o ''pai dos movimentos ecológicos da América Latina''. Apesar do que, Lutz disse uma vez: ''Não tenho medo dos transgênicos, que são proteínas como qualquer outra''. Opunha-se era contra os agrotóxicos, as usinas nucleares, a destruição das matas e a matança dos animais silvestres. ''Era um purista e sonhador capaz de defender a eliminação dos combustíveis fósseis, caso dos derivados de petróleo'', disse Rodney Ritter Morgado, gerente do Ibama no Rio Grande do Sul. Era viúvo de Anemarie Wilm, com quem teve duas filhas, ambas biólogas: Lilly, 40, e Lara, 32.

Fonte: Correio do Povo (www.correiodopovo.com.br)
Silvia Maino Bica

Sepultado o corpo do ambientalista José Lutzenberger

O corpo do ecologista José Antônio Lutzenberger foi sepultado na manhã desta quarta-feira, na sede rural da Fundação Gaia, em Pântano Grande, no estado do Rio Grande do Sul.

Lutzenberger morreu aos 75 anos, na terça-feira, em decorrência de problemas respiratórios. Ele estava internado na Santa Casa de Porto Alegre. Fundador da Gaia, em 1987, e vencedor do Prêmio Nobel Alternativo, Lutzenberger foi um grande incentivador das lutas ambientalistas no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil.

No governo federal, Lutzenberger foi secretário especial do Meio Ambiente, no início da gestão Fernando Collor de Mello.

Fonte: CNN (www.cnn.com)
Redação

AS OBRAS LITERÁRIAS

Veja a seguir algumas obras lançadas por José Lutzenberger;

- "Fim do Futuro?" Manifesto Ecológico Brasileiro
1976, Ed. Movimento, 4ª. Ed. 98 págs.

- "Pesadelo Atômico"
1980, Ched Editorial, 1ª. Ed. 82 págs.

- "Ecologia - Do Jardim ao Poder"
1985, L&PM Editores, Coleção Universidade Livre, 10a. Ed. 102 págs. - 11ª. Ed. Revisada e Ampliada - 192 págs. 1992.

- "Política e Meio Ambiente",
Co-autoria com Flávio Lewgoy e outros, 1986, Mercado Aberto, Série Tempo de Pensar, 1ª. Ed. 115 págs.

- "Giftge Ernte - Tödlicher Irrweg der Agrarchemie, Beispiel: Brasilien"
Co-autor: Michael Schwartzkopff, Eggenkamp Verlag, Greven 1988, 312 págs.

- "Gaia - O Planeta Vivo (Por um Caminho Suave)"
1991, L&PM Editores, 2ª. Ed. 112 págs.

- "Knowledge And Wisdom Must Come Back Together"
Publicado em 1994 pela Folkuniversitet da Suécia em forma de livreto. 32 págs.

- "Wir Können Die Natur Nicht Verbessern: Reden und Aufsätze des brasilianischen Ökologen/José Lutzenberger"
Edition Siegfried Pater Bonn, 1996, 76 págs.


Fonte: Folha de São Paulo (www.folha.com.br)
O Estado de São Paulo (www.estado.com.br)
Agência Reuters (www.reuters.com)
Enciclopédia Britânica (www.eb.com)
Fundação Gaia (www.fgaia.org.br)
Wikipedia (www.ql.wikipedia.org)
Enciclopédia Barsa
Organização: Redação Pick-upau
2005 – São Paulo – Brasil

Para saber mais sobre José Lutzenberger acesse : www.fgaia.org.br

 
 
 
 

 

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