Mundo
 
 
 
Protocolo de Kyoto
Cronologia Resumida
 
 

Junho de 1992

Líderes mundiais reunidos no Rio adotam convenção para reduzir as emissões de gases estufa nos países desenvolvidos. Nasce a convenção do Clima.

Dezembro de 1997

Reunidos em Kyoto, Japão, os países-membros da Convenção do Clima adotam o primeiro tratado mundial para reduzir emissões.

Novembro de 1998

Cerca de 170 países adotam o Plano de Ação de Buenos Aires, que discute os meios de implementar o Protocolo de Kyoto em 2002 e de viabilizar redução de emissões.

Abril de 2000

Em reunião do G-8, ministros do ambiente pedem ratificação do protocolo, mas não chegam a um acordo.

Novembro de 2000

A Sexta Conferência das Partes (COP-6), em Haia, Holanda, deveria regulamentar a implantação do protocolo. As negociações são postergadas para 2001.

Março de 2001

Os Estados Unidos abandonam o Protocolo de Kyoto, alegando razões econômicas. O tratado fica ameaçado, pois os EUA respondem por quase 25% das emissões globais.

Julho de 2001

A continuação da COP-6, em Bonn, consegue resgatar o protocolo e marca sua implementação para 2002, mesmo sem os EUA.

Como ficou o tratado:

Para conseguir o acordo, a União Européia, seu principal defensor, flexibilizou alguns pontos:

· Sumidouros: os países que têm florestas podem usá-las para conseguir créditos sobre o total de emissões a cortar. Na prática, isso reduz as metas de 5.2% para até 2%, segundo ambientalistas.

· Financiamento: fundo de U$ 530 milhões anuais ajudará os países do Terceiro Mundo a se adaptarem à mudança do clima.

· Sanções: para cada tonelada de carbono emitida acima da meta no período 2008-2012, os países terão de cortar 1.3 toneladas no segundo período de compromisso, que começa em 2013.

O que é o efeito estufa:

1 Luz solar: A atmosfera da Terra permite a passagem da maior parte da radiação do Sol, aquecendo o ara a terra e o mar.

2 Calor irradiado: A terra aquecida irradia a energia solar, na forma de calor, de volta para o espaço.

3 Radiaçào aprisionada: Um coquetel de gases - principalmente dióxido de carbono - atua como vidro de uma estufa de plantas, refletindo parte da energia solar de volta para atmosfera.

Quais as consequências do efeito:

· Seca: Possível decréscimo da produção agrícola pode levar a mais fome no Terceiro Mundo. A degradação do solo irá piorar e regiões equatoriais poderão virar desertos. Mais chuvas nas latitudes ao norte poderão aumentar a erosão do solo.
· Chuva e neve: Acréscimo de 1% a 2% em altitudes mais elevadas; redução em outros lugares.
· Inundações: Aumento de tempestades no norte e oeste da Europa. Países com Bangladesh - onde a maior parte do país está a menos de um metro do nível do mar - sofrem com mais monções.
· Temperatura noturna: Aumentando mais rápido que a diurna desde 1950.
· Doenças: População de insetos deve aumentar, à medida que as latitudes ao norte se tornam mais quentes e úmidas. Casos de diárréia e infecção alimentar devem aumentar drasticamente.
· Temperatura da superfície do oceano e do ar: Subirá 1.4ºC a 5.8ºC no próximo século.
· Nível do mar: Poderá subir até 88cm em 2100.
· Recuo da camada de gelo: Derretimento de geleiras continentais contribui para elevar o nível do mar. Um iceberg com quatro vezes a área de Long Island se separou da camada de gelo da Antártida.

Quem é quem no tratado:

União Européia: Seus quinze membros são as maiores vozes a favor da ratificação. Faz lobby para convencer outros países a aderir ao protocolo.

China: Segundo maior emissor de gases-estufa do planeta, tem reduzido significativamente suas descaragas de dióxido de carbono na atmosfera. Não tem meta de emissão a cumprir, mas os americanos querem que adote compromissos de redução.

Austrália: Faz parte do "Umbrella Group", (integrado, ainda, por Canadá, Noruega, Japão e Nova Zelândia), conjunto de países normalmente aliados dos EUA nas conversas climáticas.

Rússia: Colapso econômico pós-União Soviética fez com que o terceiro maior emissor não precisasse reduzir suas descargas.

Japão: País em cuja antiga capital Kyoto foi assinado o protocolo, tornou-se a galinha dos ovos de ouro nas negociações. Tem uma posição dúbia, ao mesmo tempo apoiando o tratado e se recusando a assiná-lo sem os EUA.

EUA: O país que responde por quase 25% das emissões de dioxido de carbono do planeta rejeitou o Protocolo de Kyoto em março, alegando motivos econômicos.

Kiribati: Maior interessado no Protocolo de Kyoto, o arquipélago está ao nível do mar e vai desaparecer se as águas subirem.

Com a ratificação do protocolo

Quem ganha:

União Européia: Firma-se líder na questão ambiental e vai liderar competições tecnológica pela substituição de combustíveis fósseis.

Japão: É o principal beneficiário do acordo, pois graças ao sumidouro, não vai precisar fazer reduções drásticas em sua emissões de gases-estufa.

Quem perde:

EUA: Ficam isolados das negociações e não vão poder nomear representantes nos comitês de implantação do protocolo.

União Européia: Para conseguir a adesão do Japão, foi obrigada a aceitar um protocolo enfraquecido, devido à inclusão dos sumidouros.


Folha de São Paulo
Pick-upau – 2002 – São Paulo – Brasil

 
 
 
 

 

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