MATA
ATLÂNTICA
Resolução
261, de 30 de junho de 1999
O Conselho Nacional do Meio Ambiente-Conama, no uso das
competências que lhe são conferidas pela Lei
nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo
Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, alterado
pelo Decreto nº 2. 120, de 13 de janeiro de 1997, tendo
em vista o disposto em seu Regimento Interno e,
Considerando o disposto no artigo 6° do Decreto n.o
750, de 10 de fevereiro de 1993, resolve:
Artigo 1° Aprovar, como parâmetro básico
para análise dos estágios sucessionais de
vegetação de restinga para o Estado de Santa
Catarina, as diretrizes constantes no Anexo desta Resolução.
Artigo 2° Esta Resolução entra em vigor
na data da sua publicação.
JOSÉ SARNEY FILHO
Presidente do CONAMA
JOSÉ CARLOS CARVALHO
Secretário-Executivo
ANEXO
1. INTRODUÇÃO
Entende-se por restinga um conjunto de ecossistemas que
compreende comunidades vegetais florísticas e fisionomicamente
distintas, situadas em terrenos predominantemente arenosos,
de origens marinha, fluvial, lagunar, eólica ou combinações
destas, de idade quaternária, em geral com solos
pouco desenvolvidos. Estas comunidades vegetais formam um
complexo vegetacional edáfico e pioneiro, que depende
mais da natureza do solo que do clima, encontrando-se em
praias, cordões arenosos, dunas e depressões
associadas, planícies e terraços.
A vegetação de restinga compreende formações
originalmente herbáceas, subarbustivas, arbustivas
ou arbóreas, que podem ocorrer em mosaicos e também
possuir áreas ainda naturalmente desprovidas de vegetação;
tais formações podem ter-se mantido primárias
ou passado a secundárias, como resultado de processos
naturais ou de intervenções humanas. Em função
da fragilidade dos ecossistemas de restinga, sua vegetação
exerce papel fundamental para a estabilização
dos sedimentos e a manutenção da drenagem
natural, bem como para a preservação da fauna
residente e migratória associada à restinga
e que encontra neste ambiente disponibilidade de alimentos
e locais seguros para nidificar e proteger-se dos predadores.
A vegetação de ambientes rochosos associados
à restinga, tais como costões e afloramentos,
quando composta por espécies também encontradas
nos locais citados no primeiro parágrafo, será
considerada como vegetação de restinga, para
efeito desta Resolução. A vegetação
encontrada nas áreas de transição entre
a restinga e as formações da floresta ombrófila
densa, igualmente será considerada como restinga.
As áreas de transição entre a restinga
e o manguezal, bem como entre este e a floresta ombrófila
densa, serão consideradas como manguezal, para fins
de licenciamento de atividades localizadas no Domínio
Mata Atlântica.
A composição florística e estrutural
das três fitofisionomias originais ou primárias
da restinga e de seus estágios sucessionais passa
a ser caracterizada a seguir.
2. RESTINGA HERBÁCEA E/OU SUBARBUSTIVA
Vegetação composta por espécies predominantemente
herbáceas ou subarbustivas, atingindo geralmente
até cerca de 1 (um) metro de altura, apresentando
uma diversidade relativamente baixa de espécies.
Está presente principalmente em: praias, dunas frontais
e internas (móveis, semifixas e fixas), lagunas e
suas margens, planícies e terraços arenosos,
banhados e depressões. Na restinga herbácea
e/ou subarbustiva, em função de uma morfodinâmica
intensa (causada pela instável ação
de ondas, ventos, chuvas e marés), não são
definidos estágios sucessionais naturais ou decorrentes
de atividades humanas.
2.1 - Vegetação de praias e dunas frontais
a) A vegetação é constituída
predominantemente por plantas herbáceas geralmente
providas de estolões ou rizomas, com distribuição
geralmente esparsa ou formando touceiras, podendo compreender
vegetação lenhosa, com subarbustos em densos
agrupamentos, fixando e cobrindo totalmente o solo. Corresponde
aos agrupamentos vegetais mais próximos do mar, recebendo
maior influência da salinidade marinha, através
de ondas e respingos levados pelo vento.
b) Predominância dos estratos herbáceo e/ou
subarbustivo.
c) A altura das plantas geralmente não ultrapassa
1 (um) metro.
d) As epífitas são inexistentes ou raras.
e) As lianas (trepadeiras) apresentam-se predominantemente
rastejantes.
f) A serapilheira é considerada irrelevante para
a caracterização dessa vegetação.
g) Sub-bosque inexistente.
h) Principais elementos da flora vascular: espécies
herbáceas mais características: Ipomoea pes-caprae
(batateira-da-praia); Canavalia rosea* (feijão-de-porco);
Panicum racemosum, Paspalum vaginatum, Sporobolus virginicus,
Stenotaphrum secundatum, Spartina ciliata (capim-da-praia);
Blutaparon portulacoides*; Polygala cyparissias; Acicarpha
spathulata (rosetão); Cenchrus spp. (capim-roseta);
Centella asiatica; Remirea maritima (pinheirinho-da-praia);
Alternanthera maritima; Ipomoea imperati*; Petunia littoralis;
Vigna luteola, Vigna longifolia (feijão-da-praia);
Oxypetalum spp. (cipó-leiteiro). espécies
subarbustivas mais características: Lantana camara
(cambará); Achyrocline spp. (marcela); Cordia curassavica*
(baleeira); Sophora tomentosa; Scaevola plumieri; Epidendrum
fulgens*, Cyrtopodium polyphyllum* (orquídea); Eupatorium
casarettoi (vassourinha); Noticastrum spp. (margaridinha);
Porophyllum ruderale; Dalbergia ecastaphylla; Desmodium
spp. (pega-pega); Stylosanthes viscosa (meladinha); Tibouchina
urvilleana (quaresmeira); Oenothera mollissima; Smilax campestris
(salsaparrilha); Diodia radula, Diodia apiculata; Vitex
megapotamica (tarumã); Aechmea spp., Vriesea friburgensis
(bromélia, gravatá); Cereus sp., Opuntia arechavaletae
(cacto); Dodonaea viscosa (vassoura-vermelha); Rumohra adiantiformis*,
Polypodium lepidopteris (samambaia); Sebastiania corniculata.
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Petunia littoralis
(Rio Vermelho, Campeche e Pântano do Sul, em Florianópolis;
Laguna), Gunnera herteri (Sombrio), Aristolochia robertii
(Rio Vermelho, em Florianópolis), Plantago catharinea
(São Francisco do Sul, Araquari, Barra Velha, Florianópolis,
Palhoça).
2.2 - Vegetação de dunas internas e planícies
a) A vegetação é constituída
predominantemente por espécies subarbustivas, podendo
haver algumas herbáceas ou também pequenos
arbustos. Desenvolve-se sobre dunas móveis, semifixas
ou fixas, além de também ocorrer em planícies
arenosas após a praia ou associadas a dunas e lagunas.
Algumas áreas podem apresentar cobertura vegetal
muito esparsa ou mesmo estar desprovidas de vegetação.
Situando-se após a faixa de praia e/ou dunas frontais,
está mais distante do mar e recebe menor ou nenhuma
influência da salinidade marinha.
b) Predominância dos estratos herbáceo e/ou
subarbustivo.
c) A altura das plantas geralmente não ultrapassa
1,5 metro.
d) As epífitas são inexistentes ou raras.
e) As lianas (trepadeiras) apresentam-se predominantemente
rastejantes.
f) A serapilheira é considerada irrelevante para
a caracterização dessa vegetação.
g) Sub-bosque inexistente.
h) Principais elementos da flora vascular (além dos
citados em 2.1): Alternanthera brasiliana, Alternanthera
moquinii; Schinus terebinthifolius (aroeira-vermelha); Baccharis
articulata (carquejinha); Baccharis radicans; Senecio platensis;
Chenopodium spp. (erva-de-santa-maria); Davilla rugosa (cipó-lixa);
Gaylussacia brasiliensis (camarinha); Centrosema virginianum;
Plantago catharinea (tansagem); Androtrichum trigynum; Andropogon
arenarius, Andropogon bicornis; Aristida circinalis; Schizachyrium
spp.; Chloris retusa; Ambrosia elatior; Conyza spp.; Gamochaeta
spp.; Pterocaulon spp.; Desmodium spp. (pega-pega); Cordia
monosperma (baleeira).
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Senecio reitzianus
(dunas da Lagoa da Conceição, em Florianópolis);
Petunia littoralis (Florianópolis, Laguna); Vernonia
ulei (Laguna); Noticastrum hatschbachii (Garopaba, Laguna),
Noticastrum psammophilum (Imbituba, Araranguá), Noticastrum
malmei (Massiambu, em Palhoça); Eupatorium ulei (Florianópolis,
Palhoça, Laguna), Eupatorium littorale (Massiambu,
em Palhoça; Sombrio); Buchnera integrifolia (Palhoça);
Plantago catharinea (São Francisco do Sul, Araquari,
Barra Velha, Florianópolis, Palhoça); Rollinia
maritima (Florianópolis, Garopaba).
2.3 - Vegetação de lagunas, banhados e baixadas
a) Essa vegetação desenvolve-se principalmente
em depressões, com ou sem água corrente, podendo
haver influência salina ou não. É constituída
predominantemente por espécies herbáceas ou
subarbustivas. Em locais com inundação mais
duradoura, geralmente dominam as macrófitas aquáticas,
que são principalmente emergentes ou anfíbias,
mas também podem ser flutuantes ou submersas.
b) Predominância dos estratos herbáceo e/ou
subarbustivo.
c) A altura das plantas é variável; em regiões
menos úmidas ou com inundações menos
duradouras, o porte da vegetação em geral
não atinge 1 (um) metro, mas algumas macrófitas
aquáticas podem atingir cerca de 1-2 m de altura.
d) As epífitas são raras ou inexistem.
e) As lianas (trepadeiras) geralmente são poucas
(Rhabdadenia pohlii, Mikania spp.) ou inexistem.
f) A serapilheira é considerada irrelevante para
a caracterização desta vegetação.
g) Sub-bosque inexistente.
h) Principais elementos da flora vascular: Drosera spp.
(papa-mosca); Utricularia spp.; Paepalanthus spp., Syngonanthus
spp., Eriocaulon spp. (sempre-viva); Eleocharis spp.; Juncus
acutus, Juncus spp. (junco); Cyperus spp., Rhynchospora
spp., Scirpus maritimus; Scirpus spp. (junco, piri); Xyris
spp. (botão-de-ouro, sempre-viva), Polygonum spp.
(erva-de-bicho), Ludwigia spp. (cruz-de-malta), Typha domingensis
(taboa); Tibouchina asperior, Tibouchina trichopoda*, Rhynchanthera
spp. (quaresmeira); Sphagnum spp.; Nymphoides indica (soldanela-d'água),
Lycopodium spp. (pinheirinho); Pontederia lanceolata, Eichhornia
spp. (aguapé); Acrostichum danaeifolium (samambaia);
Fimbristylis spadicea, Cladium mariscus, Salicornia sp.;
Limonium brasiliense (guaicuru), Sporobolus virginicus;
espécies de Lemnaceae (lentilha-d'água); Salvinia
spp., Hydrolea spinosa, Bacopa monnieri; Senecio bonariensis
(margarida-do-banhado); Mayaca spp., Spartina densiflora,
Spartina alterniflora; Erianthus asper (capim-pluma), Ischaemum
minus (grama-de-banho), Paspalum spp., Panicum spp., Potamogeton
spp.; Eryngium spp. (gravatá, caraguatá),
Pista stratiotes (alface-d'água, repolho-d'água),
Crinum sp. (cebolama), Myriophyllum aquaticum* (pinheirinho-d'água),
Echinodorus spp. (chapéu-de-couro).
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Regnellidium
diphyllum (Sombrio), Senecio oligophyllus (Massiambu, em
Palhoça; Sombrio), Tibouchina asperior (Florianópolis,
Sombrio), Cuphea aperta (Palhoça), Gunnera herteri
(Sombrio).
2.4 - Além das espécies vegetais citadas nos
itens anteriores, podem ocorrer também espécies
cultivadas (Casuarina sp., Pinus spp., etc.) ou plantas
ditas invasoras, secundárias alóctones ou
ruderais, resultantes de intervenções humanas,
tais como: Bidens pilosa (picão), Crotalaria spp.
(chocalho-de-cascavel), Ricinus communis (mamona); Sida
spp., Urena lobata, Malvastrum coromandelianum (guanxumas);
Ageratum conyzoides (mentrasto), Solanum spp. (joá,
mata-cavalo); Xanthium spp., Triumfetta spp. (carrapicho);
Elephantopus mollis, etc.
3. RESTINGA ARBUSTIVA
Vegetação constituída predominantemente
por plantas arbustivas apresentando cerca de 1 (um) metro
a 5 (cinco) metros de altura, com possibilidade de ocorrência
de estratificação, epífitas, trepadeiras
e acúmulo de serapilheira. Apresenta geralmente maior
diversidade florística do que o tipo anterior e pode
ser encontrada em áreas bem drenadas ou paludosas.
Ocorre principalmente em: dunas semi-fixas e fixas, depressões,
cordões arenosos, planícies e terraços
arenosos.
3.1 - Primária ou Original
a) Vegetação densa, formando agrupamentos
contínuos ou moitas intercaladas com locais menos
densos; plantas arbustivas com vigoroso esgalhamento desde
pouco acima da base, entremeando-se com ervas e subarbustos;
podem ocorrer palmeiras (butiazeiros) destacando-se na fitofisionomia;
em áreas mais abertas e secas, podem ocorrer líquens
terrícolas.
b) Predominância dos estratos arbustivo e herbáceos.
c) Geralmente entre 1 e 5 metros de altura.
d) Poucas epífitas, representadas principalmente
por liquens, briófitas, samambaias (Microgramma spp.,
Polypodium spp.) e bromélias (Tillandsia spp., Vriesea
spp.). Algumas orquídeas epifíticas podem
estar presentes.
e) As trepadeiras geralmente não são abundantes,
mas podem ocorrer: Oxypetalum spp., Mandevilla spp. (cipó-leiteiro,
leite-de-cachorro); Mikania spp., Ipomea spp., Merremia
spp.; Paullinia cristata, Paullinia trigonia, Serjania sp.
(cipó-timbó); Trigonia pubescens (cipó-de-paina),
Chiococca alba; Stigmaphyllon spp. e outras espécies
de malpiguiáceas; Smilax spp. (salsaparrilha); Davilla
rugosa, Doliocarpus spp., Tetracera spp. (cipó-lixa,
cipó-caboclo, cipó-vermelho); Pyrostegia venusta
(cipó-são-joão); Centrosema virginianum,
Canavalia bonariensis, Dalechampia micromeria; Vanilla chamissonis
(orquídea-baunilha).
f) A serapilheira pode acumular-se em alguns locais, especialmente
em moitas densas ou áreas mais baixas.
g) O sub-bosque é considerado irrelevante para a
caracterização desta vegetação.
h) Principais elementos da flora vascular: Estrato Arbustivo:
Dalbergia ecastaphylla; Dodonaea viscosa (vassoura-vermelha);
Schinus terebinthifolius (aroeira-vermelha); Lithrea brasiliensis
(aroeira-braba); Ocotea pulchella (canelinha-da-praia);
Butia capitata (butiazeiro); Gomidesia palustris, Eugenia
spp., Myrcia spp. (guamirim); Vitex megapotamica (tarumã);
Ilex spp. (caúna); Campomanesia littoralis (guabiroba-da-praia);
Eugenia uniflora (pitangueira); Tibouchina urvilleana, Tibouchina
trichopoda*, Tibouchina asperior (quaresmeira); Cordia curassavica*,
Cordia monosperma (baleeira); Guapira opposita (maria-mole);
Gaylussacia brasiliensis (camarinha); Senna pendula* (cássia);
Myrsine parvifolia*, Myrsine spp.* (capororoca); Calliandra
tweediei (topete-de-cardeal); Psidium cattleyanum (araçazeiro);
Erythroxylum argentinum, Erythroxylum spp. (cocão);
Tabebuia spp. (ipê-amarelo), Pera glabrata (seca-ligeiro);
Cereus sp., Opuntia arechavaletae (cacto, tuna); Sapium
glandulatum (pau-leiteiro), Schinus polygamus (aroeira,
assobieira), Sebastiania sp. (branquilho). Em locais úmidos,
Huberia semiserrata (jacatirão-do-brejo), Hibiscus
tiliaceus (uvira), Ternstroemia brasiliensis, Annona glabra
(cortiça), Pouteria lasiocarpa (guapeba). Estrato
Herbáceo: Peperomia spp.; Anthurium spp., Philodendron
spp. (imbé); Epidendrum fulgens*, Cleistes spp.,
Cyrtopodium polyphyllum* (orquídeas terrícolas);
Vriesea friburgensis, Vriesea spp., Aechmea lindenii, Aechmea
spp., Nidularium spp., Bromelia antiacantha, Dyckia encholirioides,
Canistrum spp. (e outras bromélias terrícolas);
Rumohra adiantiformis*, Polypodium lepidopteris, Cmistrum
spp, ( e outras bromélias terrícolas; Rumohra
adiantiforms*, Polypodium lepdopteris, Polypodium spp,,
Blechnum serrulatum (e outras samambaias terrícolas);
Desmodium spp. (pega-pega); Stylosanthes viscosa (meladinha),
Oenothera mollissima; Smilax campestris (salsaparrilha);
Diodia radula, Diodia apiculata. A ocorrência de espécies
ditas invasoras, ruderais ou cultivadas não necessariamente
descaracteriza o caráter primário da restinga.
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Prunus ulei
(Laguna, Sombrio), Miconia lagunensis (Laguna), Mimosa catharinensis
(Rio Vermelho, em Florianópolis), Aristolochia robertii
(Rio Vermelho, em Florianópolis), Vernonia ulei (Laguna),
Eupatorium ulei (Florianópolis; Massiambu, em Palhoça;
Laguna), Eupatorium littorale (Palhoça, Sombrio),
Weinmannia discolor (Florianópolis), Campomanesia
reitziana (Itajaí), Campomanesia littoralis (Florianópolis,
Palhoça, Garopaba, Laguna, Sombrio), Calyptranthes
rubella (Itapoá, Florianópolis, Palhoça,
Sombrio), Aechmea pimenti-velosoi (Praia Braba, em Itajaí),
Aechmea kertesziae (Itajaí, Porto Belo, Laguna),
Aechmea lindenii (Porto Belo, Florianópolis, Palhoça),
Rudgea littoralis (Massiambu, em Palhoça), Rollinia
maritima (Florianópolis, Garopaba), Tibouchina asperior
(Florianópolis, Sombrio).
3.2 - Estágio Inicial de Regeneração
da Restinga Arbustiva
a) Fisionomia predominantemente herbácea, podendo
haver indivíduos remanescentes da vegetação
arbustiva original.
b) Predominância do estrato herbáceo.
c) Se ocorrerem espécies lenhosas, são de
pequeno porte, em geral de até 1 (um) metro.
d) Epífitas raras ou inexistentes.
e) Trepadeiras raras ou inexistentes.
f) Pouca ou nenhuma serapilheira.
g) Sub-bosque inexistente.
h) A diversidade específica é bem menor em
relação à vegetação original.
Principais elementos da flora vascular: Bidens pilosa (picão),
Pteridium aquilinum (samambaia-das-taperas), Andropogon
bicornis (capim-rabo-de-burro), Melinis minutiflora (capim-gordura),
Rhynchelytrum repens (capim-rosado), Sporobolus indicus,
Solidago chilensis (erva-lanceta, rabo-de-foguete), Phyllanthus
spp. (quebra-pedra), Leonurus sibiricus; Ageratum conyzoides
(mentrasto), Amaranthus spp. (caruru), Baccharis trimera
(carqueja), Eleusine indica (capim-pé-de-galinha),
Vernonia scorpioides (erva-são-simão), Crotalaria
spp. (chocalho-de-cascavel), Ricinus communis (mamona);
Scoparia dulcis (vassourinha); Sida spp., Malvastrum coromandelianum,
Urena lobata (guanxuma); Solanum americanum (erva-moura),
Solanum sisymbriifolium (joá, mata-cavalo); Xantbhium
spp., Triumfetta spp. (carrapicho); Aster squamatus; Asclepias
curassavica (oficial-de-sala), Apium leptophyllum, Anagallis
arvensis, Elephantopus mollis, Emilia fosbergii*, Erechtites
valerianifolia, Erechtites hieraciifolia; Galinsoga spp.
(picão-branco), Sigesbeckia orientalis; Senecio brasiliensis
(flor-das-almas, maria-mole), Sonchus spp. (serralha), Tagetes
minuta (cravo-de-defunto), Lepidium virginicum (mastruço);
Euphorbia hirta, Euphorbia heterophylla (leiteira); Portulaca
oleracea (beldroega). Em locais úmidos, após
as intervenções antrópicas pode ocorrer
Hedychium coronarium (lírio-do-brejo).
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Noticastrum
hatschbachii (Garopaba, Laguna), Noticastrum psammophilum
(Imbituba, Araranguá), Noticastrum malmei (Massiambu,
em Palhoça); Petunia littoralis (Florianópolis,
Laguna).
3.3 - Estágio Médio de Regeneração
da Restinga Arbustiva
a) Fisionomia predominantemente arbustiva.
b) Predominância dos estratos arbustivos e herbáceos.
c) Plantas do estrato arbustivo com 1 a 2,5 metros de altura.
d) Possível ocorrência de algumas epífitas:
Tillandsia spp., Vriesea sp., liquens.
e) Possível ocorrência de algumas trepadeiras,
geralmente de pequeno porte: Smilax campestris, Smilax spp.
(salsaparrilha); Davilla rugosa, Doliocarpus spp., Tetracera
spp. (cipó-lixa, cipó-caboclo, cipó-vermelho);
Mikania spp.; Pyrostegia venusta (cipó-são-joão),
Ipomoea cairica, Ipomoea spp., Merremia spp.; Tragia polyandra,
Dalechampia micromeria (cipó-urtiguinha); Centrosema
virginianum, Mutisia spp.
f) Pouca serapilheira.
g) Sub-bosque inexistente.
h) Principais elementos da flora vascular: Dodonaea viscosa
(vassoura-vermelha), Gaylussacia brasiliensis (camarinha),
Tibouchina urvilleana (quaresmeira); Baccharis dracunculifolia,
Baccharis rufescens (vassoura-branca); Cordia curassavica*,
Cordia monosperma (baleeira), Dalbergia ecastaphylla; Senna
pendula* (cássia), Eupatorium casarettoi (vassourinha),
Solanum paniculatum (jurubeba), Solanum erianthum (fumo-bravo),
Schinus terebinthifolius (aroeira-vermelha), Mimosa bimucronata
(maricá, espinheiro, silva), Lithrea brasiliensis
(aroeira-brava), Myrsine parvifolia* (capororoquinha); Sebastiania
corniculata, Diodia radula, Diodia apiculata; Vriesea friburgensis
(gravatá), Noticastrum spp. (margaridinha), Epidendrum
fulgens* (orquídea), Stylosanthes viscosa (meladinha),
Oenothera mollissima; Remirea maritima (pinheirinho-da-praia),
Petunia littoralis; Hydrocotyle bonariensis (erva-capitão);
Rumohra adiantiformis*, Blechnum serrulatum, Polypodium
lepidopteris (samambaia).
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Noticastrum
hatschbachii (Garopaba, Laguna), Noticastrum psammophilum
(Imbituba, Araranguá), Noticastrum malmei (Massiambu,
em Palhoça), Eupatorium ulei (Florianópolis;
Massiambu, em Palhoça; Laguna), Miconia lagunensis
(Laguna), Tibouchina asperior (Florianópolis, Sombrio),
Aechmea lindenii (Porto Belo, Florianópolis, Palhoça).
3.4 - Estágio Avançado de Regeneração
da Restinga Arbustiva
a) Fisionomia arbustiva mais aberta que a original.
b) Predominância dos estratos arbustivos, subarbustivos
e herbáceos.
c) Altura das plantas no estrato arbustivo de 2,5 a 5 metros.
d) Maior diversidade e quantidade de epífitas em
relação ao estágio médio.
e) Maior diversidade e quantidade de trepadeiras em relação
ao estágio médio, como Smilax campestris (salsaparrilha);
Davilla rugosa, Doliocarpus spp., Tetracera spp. (cipó-lixa,
cipó-caboclo, cipó-vermelho); Paullinia cristata,
Paullinia trigonia, Serjania sp. (cipó-timbó);
Trigonia pubescens (cipó-de-paina), Mikania spp.;
Pyrostegia venusta (cipó-são-joão),
Ipomoea cairica, Ipomoea spp, Merremia spp.; Tragia polyandra,
Dalechampia micromeria (cipó-urtiguinha); Centrosema
virginianum, Canavalia bonariensis, Mutisia spp.; Vanilla
chamissonis (orquídea-baunilha); espécies
de malpiguiáceas.
f) Pouca serapilheira, podendo haver algum acúmulo
em moitas mais densas.
g) O sub-bosque é considerado irrelevante para a
caracterização desse estágio.
h) Principais elementos da flora vascular: Myrsine spp.*
(capororoca), Schinus terebinthifolius (aroeira-vermelha),
Lithrea brasiliensis (aroeira-brava), Pera glabrata (seca-ligeiro);
Erythroxylum argentinum, Erythroxylum spp. (cocão);
Guapira opposita (maria-mole), Vitex megapotamica (tarumã),
Butia capitata (butiazeiro), Psidium cattleyanum (araçazeiro);
Gomidesia palustris, Eugenia spp., Myrcia spp. (guamirim);
Vitex megapotamica (tarumã); Ilex spp. (caúna);
Sapium glandulatum (pau-leiteiro); Calliandra tweediei (topete-de-cardeal);
Hibiscus tiliaceus (uvira); Annona glabra (cortiça);
Huberia semiserrata (jacatirão-do-brejo); Cecropia
glazioui* (embaúba); Campomanesia littoralis (guabiroba-da-praia);
Cordia curassavica*, Cordia monosperma (baleeira); Dalbergia
ecastaphylla, Diodia apiculata, Diodia radular; Rumohra
adiantiformis*, Blechnum serrulatum, Polypodium lepidopteris
(e outras samambaias terrícolas); Peperomia spp.;
Anthurium spp, Philodendron spp. (imbé); Epidendrum
fulgens*, Cleistes spp., Cyrtopodium polyphyllum* (e outras
orquídeas terrícolas); bromélias terrícolas
como Vriesea friburgensis, Vriesea spp., Aechmea lindenii,
Aechmea spp., Nidularium spp., Bromelia antiacantha, Dyckia
encholirioides, Canistrum spp.
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Campomanesia
littoralis (Florianópolis, Palhoça, Garopaba,
Laguna, Sombrio), Miconia lagunensis (Laguna), Tibouchina
asperior (Florianópolis, Sombrio), Prunus ulei (Laguna,
Sombrio), Aechmea lindenii (Porto Belo, Florianópolis,
Palhoça).
4. Restinga Arbórea ou Mata de Restinga
4.1 - Primária ou Original
a) Fisionomia arbórea, com estratos arbustivos e
herbáceos geralmente desenvolvidos. Pode ser encontrada
em áreas bem drenadas ou paludosas.
b) Predominância do estrato arbóreo.
c) Altura das árvores geralmente variando entre 5
e 15 metros, podendo haver árvores emergentes com
até 20 metros.
d) Epífitas: Aechmea nudicaulis, Aechmea spp., Vriesea
philippo-coburgii, Vriesea vagans, Vriesea gigantea, Vriesea
incurvata, Vriesea carinata, Vriesea flammea, Nidularium
innocentii, Canistrum lindenii (gravatá); Tillandsia
usneoides (barba-de-pau), Tillandsia spp. (cravo-do-mato);
Philodendron imbe (cipó-imbé); Anthurium spp.,
Philodendron spp. (imbé); Codonanthe spp., Peperomia
spp.; Cattleya intermedia, Brassavola spp., Pleurothallis
spp. (orquídea); Rhipsalis spp. (rabo-de-rato), Polypodium
spp. (samambaia).
e) Trepadeiras: Strychnos trinervis (esporão-de-galo),
Vanilla chamissonis (orquídea-baunilha), Norantea
brasiliensis, Marcgravia polyantha; Dioscorea spp. (cará),
Passiflora spp. (maracujá-de-cobra); Smilax spp.
(salsaparrilha); Paullinia spp., Serjania sp. (cipó-timbó);
Forsteronia spp., Mimosa pseudo-obovata; Stigmaphyllon spp.
e outras espécies de malpiguiáceas; Mutisia
spp., Mendoncia puberula; Davilla rugosa, Doliocarpus spp.,
Tetracera spp. (cipó-lixa, cipó-caboclo, cipó-vermelho).
f) Espessa camada de serapilheira, variável de acordo
com a época do ano.
g) Sub-bosque presente.
h) Principais elementos da flora vascular: Estrato Arbóreo:
Clusia parviflora* (mangue-formiga); Alchornea triplinervia,
Alchornea iricurana (tanheiro, tapiá-guaçu);
Arecastrum romanzoffianum (jerivá, coquinho-de-cachorro);
Ficus organensis, Coussapoa microcarpa (figueira); Inga
dulcis*, Inga luschnathiana (ingá); Pithecellobium
langsdorffii (pau-gambá), Nectandra oppositifolia*
(canela-amarela), Nectandra megapotamica (canela-merda),
Ocotea pulchella (canela-da-praia, canela-do-brejo), Tapirira
guianensis (cupiúva), Psidium cattleyanum (araçazeiro),
Byrsonima ligustrifolia (baga-de-pomba); Ilex theezans,
Ilex spp. (caúna); Pera glabrata (seca-ligeiro),
Laplacea fruticosa (santa-rita), Posoqueria latifolia (baga-de-macaco);
Sapium glandulatum (pau-leiteiro); Cecropia glazioui* (embaúba);
Myrsine umbellata*, Myrsine spp.* (capororoca); Eugenia
umbelliflora (baguaçu), Guapira opposita (maria-mole);
Gomidesia schaueriana, Eugenia spp., Myrcia spp. (guamirim);
Ormosia arborea (pau-ripa), Citharexylum myrianthum (tucaneira),
Pouteria lasiocarpa (guapeba), Jacaranda puberula (carobinha),
Cupania vernalis (camboatá-vermelho), Matayba guianensis
(camboatá-branco), Ternstroemia brasiliensis. Especialmente
em solos úmidos, podem ser freqüentes: Tabebuia
umbellata (ipê-amarelo), Calophyllum brasiliense (especialmente
na metade norte de Santa Catarina; olandi), Hibiscus tiliaceus
(uvira); Myrcia multiflora, Myrcia dichrophylla (guamirim);
Annona glabra (cortiça), Huberia semiserrata (jacatirão-do-brejo).
Sub-bosque: Geonoma spp. (guaricana), Bactris lindmaniana
(tucum); Allophylus edulis (chal-chal), Esenbeckia grandiflora
(cutia), Actinostemon concolor (laranjeira-do-mato); Ilex
pseudobuxus, Ilex spp. (caúna); Mollinedia spp. (pimenteira-do-mato),
Alsophila spp. (xaxim), Amaioua guianensis; Guarea macrophylla
(baga-de-morcego), Heliconia velloziana (caeté);
Faramea spp., Psychotria spp. (grandiúva-d'anta);
Rudgea spp., Peperomia spp., Piper spp., Coccocypselum spp.,
Alibertia concolor; Blechnum spp., Rumohra adiantiformis*,
Polypodium robustum, Polypodium spp. (e outras samambaias
terrícolas); Aechmea spp., Vriesea spp., Nidularium
innocentii, Bromelia antiacantha (e outras bromélias
terrícolas). A ocorrência de espécies
ditas invasoras, ruderais ou cultivadas não necessariamente
descaracteriza o caráter primário da restinga.
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Eupatorium rosengurttii
(São Francisco do Sul), Campomanesia reitziana (Itajaí),
Neomitranthes cordifolia (Itapoá, Palhoça,
Sombrio), Eugenia tristis (Garuva, Itapoá), Gomidesia
flagellaris (Garuva, Itajaí), Myrceugenia reitzii
(Itapoá, Itajaí), Myrceugenia kleinii (Itajaí),
Eugenia lanosa (Florianópolis), Eugenia cycliantha
(Governador Celso Ramos), Marlierea reitzii (Itapoá),
Calyptranthes rubella (Itapoá, Florianópolis,
Palhoça, Sombrio), Eugenia sclerocalyx (Itapoá),
Cyphomandra maritima (Porto Belo, Florianópolis),
Campomanesia littoralis (Florianópolis, Palhoça,
Garopaba, Laguna, Sombrio), Aechmea kertesziae (Itajaí,
Porto Belo, Laguna), Aechmea lindenii (Porto Belo, Florianópolis,
Palhoça), Aechmea pectinata (Itapoá, São
Francisco do Sul, Araquari), Aechmea candida (Araquari),
Vriesea pinottii (Itapoá), Cannarus rostratus (Florianópolis),
Rourea gracilis (Itapoá), Cecropia catarinensis (embaúba-branca;
Laguna, Sombrio), Mimosa catharinensis (Rio Vermelho, em
Florianópolis), Rudgea littoralis (Massiambu, em
Palhoça).
4.2 - Estágio Inicial de Regeneração
da Restinga Arbórea
a) Fisionomia herbáceo-arbustiva, podendo ocorrer
indivíduos arbóreos isolados, remanescentes
da floresta original, como Arecastrum romanzoffianum (coqueiro,
jerivá) e Ficus organensis (figueira-de-folha-miúda).
b) Predominância dos estratos arbustivos e herbáceos.
c) Altura dos arbustos geralmente de 1 a 3 metros. Áreas
originalmente de restinga arbórea, hoje totalmente
dominadas por Mimosa bimucronata (maricá, espinheiro,
silva), mesmo com alturas superiores a 3 metros, serão
consideradas como estágio inicial de regeneração.
d) Epífitas, se presentes, representadas por liquens,
briófitas e pequenas bromélias (Tillandsia
spp., cravos-do-mato), com baixa riqueza de espécies
e pequena quantidade de indivíduos.
e) Trepadeiras, se presentes, representadas por Mikania
spp., Ipomoea spp., com baixa riqueza de espécies.
f) Serapilheira inexistente ou em camada muito fina.
g) Sub-bosque inexistente.
h) Principais elementos da flora vascular: Mimosa bimucronata
(maricá, espinheiro, silva); Baccharis dracunculifolia,
Baccharis rufescens (vassoura-branca); Dodonaea viscosa
(vassoura-vermelha); Baccharis trimera (carqueja); Vernonia
tweediana (chamarrita, assapeixe); Vernonia scorpioides
(erva-são-simão), Vernonia chamissonis; Pteridium
aquilinum (samambaia-das-taperas), Gleichenia spp. (samambaia),
Senecio brasiliensis (maria-mole, flor-das-almas), Sonchus
spp. (serralha), Tagetes minuta (cravo-de-defunto); Eupatorium
inulifolium, Eupatorium laevigatum, Erechtites valerianifolia,
Erechtites hieraciifolia, Elephantoupus mollis; Bidens pilosa
(picão), Crotalaria spp. (chocalho-de-cascavel),
Ricinus communis (mamona); Sida spp., Urena lobata, Malvastrum
coromandelianum (guanxuma); Ageratum conyzoides (mentrasto),
Centratherum punctatum (perpétua), Solanum sisymbriifolium
(joá, mata-cavalo), Solanum erianthum (fumo-bravo),
Solanum americanum (erva-moura), Solanum paniculatum (jurubeba),
Heimia myrtifolia (erva-da-vida), Asclepias curassavica
(oficial-de-sala), Raphanus raphanistrum (nabiça),
Lepidium virginicum (mastruço), Amaranthus spp. (caruru),
Apium leptophyllum; Andropogon bicornis (capim-rabo-de-burro),
Melinis minutiflora (capim-gordura), Aster squamatus, Anagallis
arvensis; Rumex spp. (língua-de-vaca), Sigesbeckia
orientalis, Solidago chilensis (rabo-de-foguete, erva-lanceta),
Sporobolus indicus; Eleusine indica (capim-pé-de-galinha),
Rhynchelytrum repens (capim-rosado), Phyllanthus spp. (quebra-pedra),
Emilia fosbergii*; Galinsoga spp. (picão-branco),
Leomurus sibiricus; Euphorbia heterophylla, Euphorbia hirta
(leiteira); Scoparia dulcis (vassourinha); Xanthium spp.,
Triumfetta spp. (carrapicho). Em locais mais úmidos,
pode dominar Hedychium coronarium (lírio-do-brejo).
4.3 - Estágio Médio de Regeneração
da Restinga Arbórea
a) Fisionomia arbustivo-arbórea.
b) Predominância dos estratos arbustivo e arbóreo.
c) Arbustos maiores geralmente com 3 a 4 metros e árvores
com até 6 metros de altura.
d) Epífitas geralmente com bromélias já
desenvolvidas e espécies de orquídeas, samambaias,
cactáceas e outras iniciando a sua instalação.
e) Trepadeiras com maior riqueza de espécies que
no estágio anterior, podendo aparecer: Pyrostegia
venusta (cipó-são-joão), Mucuna urens,
Dalechampia micromeria; Dioscorea spp. (cará), Dioclea
sp. (estojo-de-luneta), Ipomoea spp., Merremia spp.; Serjania
sp., Paullinia spp. (cipó-timbó); Mikania
spp.; Passiflora spp. (maracujá-de-cobra); Smilax
spp. (salsaparrilha); espécies de malpiguiáceas;
Vanilla chamissonis (orquídea-baunilha), Forsteronia
spp., Mutisia spp., Canavalia bonariensis, Mendoncia puberula;
Davilla rugosa, Doliocarpus spp., Tetracera spp. (cipó-lixa,
cipó-caboclo, cipó-vermelho).
f) Serapilheira ainda pouco expressiva.
g) Sub-bosque ainda em formação e pouco desenvolvido.
h) Principais elementos da flora vascular: Miconia ligustroides
(jacatirãozinho), Guapira opposita (maria-mole),
Myrsine coriacea* (capororoca), Casearia sylvestris (chá-de-bugre,
guaçatunga, cafezeiro-do-mato), Pera glabrata (seca-ligeiro),
Clusia parviflora* (mangue-formiga), Solanum pseudoquina*
(canema), Eugenia umbelliflora (baguaçu), Tibouchina
pulchra (apenas no norte de SC; manacá), Cecropia
glazioui* (embaúba), Vernonia puberula (pau-toucinho),
Huberia semiserrata (jacatirão-do-brejo), Schinus
terebinthifolius (aroeira-vermelha); Ilex theezans, Ilex
dumosa, Ilex pseudobuxus (caúna); Gomidesia schaueriana,
Gomidesia palustris (guamirim); Myrcia rostrata (guamirim-de-folha-fina);
Myrcia spp., Eugenia spp. (guamirim); Jacaranda puberula
(carobinha), Psychotria spp. (grandiúva-d'anta),
Pschiera sp. (jasmim-catavento, leiteira), Erythroxylum
spp. (cocão), Ocotea pulchella (canelinha-da-praia),
Andira sp. (pau-angelim), Miconia sellowiana, Miconia rigidiuscula;
Sapium glandulatum (pau-leiteiro); Cupania vernalis (camboatá-vermelho),
Matayba guianensis (camboatá-branco), Citharexylum
myrianthum (tucaneira), Heliconia velloziana (caeté),
Faramea spp., Rudgea spp., Coccocypselum spp., Alibertia
concolor; Polypodium spp. (e outras samambaias terrícolas);
Aechmea spp., Vriesea spp., Nidularium innocentii, Bromelia
antiacantha (e outras bromélias terrícolas).
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Cecropia catarinensis
(embaúba-branca; Laguna, Sombrio), Aechmea lindenii
(Porto Belo, Florianópolis, Palhoça), Cyphomandra
maritima (Porto Belo, Florianópolis).
4.4 - Estágio Avançado de Regeneração
da Restinga Arbórea
a) Fisionomia arbórea.
b) Predominância do estrato arbóreo.
c) Altura das maiores árvores geralmente de 6 a 15
metros, podendo haver árvores emergentes com até
20 metros.
d) Desenvolvimento expressivo de epífitas, representadas
por liquens, briófitas, samambaias, Aechmea nudicaulis,
Aechmea spp., Vriesea philippo-coburgii, Vriesea vagans,
Vriesea gigantea, Vriesea incurvata, Vriesea carinata, Vriesea
flammea, Nidularium innocentii, Canistrum lindenii (gravatá);
Tillandsia usneoides (barba-de-pau), Tillandsia spp. (cravo-do-mato);
Philodendron imbe (cipó-imbé); Anthurium spp.,
Philodendron spp. (imbé); Codonanthe spp., Cattleya
intermedia, Brassavola spp., Pleurothallis spp. (orquídea);
Rhipsalis spp. (rabo-de-rato), Polypodium spp. (samambaia).
e) Ocorrência de várias espécies de
trepadeiras, como Norantea brasiliensis, Marcgravia polyantha;
Dioscorea spp. (cará), Passiflora spp. (maracujá-de-cobra),
Dioclea sp. (estojo-de-luneta); Mucuna urens, Mikania spp.;
Strychnos trinervis (esporão-de-galo), Vanilla chamissonis
(orquídea-baunilha), Smilax spp. (salsaparrilha);
Paullinia spp., Serjania sp. (cipó-timbó);
Forsteronia spp., Mimosa pseudo-obovata; Stigmaphyllon spp.
e outras espécies de malpiguiáceas; Mutisia
spp., Canavalia bonariensis, Mendoncia puberula; Davilla
rugosa, Doliocarpus spp., Tetracera spp. (cipó-lixa,
cipó-caboclo, cipó-vermelho).
f) Ocorre um certo acúmulo de serapilheira; as folhas
podem estar já em adiantado estado de decomposição.
g) Presença de sub-bosque, com aspecto semelhante
ao original.
h) Principais elementos da flora vascular: Clusia parviflora*
(mangue-formiga), Gomidesia spp. (guamirim), Psidium cattleyanum
(araçazeiro), Alchornea triplinervia (tanheiro, tapiá-guaçu),
Ocotea pulchella (canelinha-da-praia), Calophyllum brasiliense
(especialmente na metade norte de Santa Catarina; olandi),
Tapirira guianensis (cupiúva), Guapira opposita (maria-mole),
Nectandra oppositifolia* (canela-amarela), Nectandra megapotamica
(canela-merda), Citharexylum myrianthum (tucaneira), Inga
spp. (ingá), Jacaranda puberula (carobinha), Cupania
vernalis (camboatá-vermelho), Matayba guianensis
(camboatá-branco), Geonoma spp. (gamiova); Aechmea
spp., Vriesea spp., Nidularium innocentii, Bromelia antiacantha
(e outras bromélias terrícolas); Polypodium
robustum, Polypodium spp., Blechnum spp. (e outras samambaias
terrícolas); Heliconia velloziana (caeté),
Faramea spp., Psychotria spp. (grandiúva-d'anta),
Rudgea spp., Coccocypselum spp., Alibertia concolor.
i) Espécies vegetais endêmicas ou raras ou
ameaçadas de extinção: Cecropia catarinensis
(embaúba-branca; Laguna, Sombrio), Aechmea lindenii
(Porto Belo, Florianópolis, Palhoça).
5. Apêndice
Várias espécies, assinaladas com * nesta Resolução
e citadas abaixo em ordem alfabética, foram tratadas
com outros nomes na literatura botânica catarinense:
Blutaparon portulacoides - como Iresine portulacoides, Philoxerus
portulacoides
Briza spp. - como Chascolytrum spp., Poidium spp.
Canavalia rosea - como Canavalia obtusifolia, Canavalia
maritima
Cecropia glazioui - como Cecropia adenopus
Clusia parviflora - como Clusia criuva
Cordia curassavica - como Cordia verbenacea
Cyrtopodium polyphyllum - como Cyrtopodium paranaense
Emilia fosbergii - como Emilia coccinea
Epidendrum fulgens - como Epidendrum mosenii
Inga dulcis - como Inga striata
Ipomoea imperati - como Ipomoea stolonifera
Myriophyllum aquaticum - como Myriophyllum brasiliense
Myrsine coriacea, Myrsine spp.- como Rapanea ferruginea,
Rapanea spp., respectivamente
Nectandra oppositifolia - como Nectandra rigida
Rumohra adiantiformis - como Polystichum adiantiforme
Senna pendula - como Cassia bicapsularis
Solanum pseudoquina - como Solanum inaequale
Tibouchina trichopoda - como Tibouchina multicep |