Mundo
 
 
 
Legislação Ambiental
Conheça as leis do Brasil
 
 

MATA ATLÂNTICA

RESOLUÇÃO Nº 6, DE 04 DE MAIO DE 1994


O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, alterada pela Lei nº 8.028, de 12 de abril de 1990, regulamentadas pelo Decreto nº 99.274, de 06 de junho de 1990, e Lei nº 8.746, de 09 de dezembro de 1993, considerando o disposto na Lei nº 8.490, de 19 de novembro de 1992, e tendo em vista o disposto em seu Regimento Interno, e

Considerando o disposto no §1º, do artigo 1º, da Resolução Conama nº 10, de 01 de outubro de 1993, publicada no D.O.U. de 03/11/93, que determina a apresentação de parâmetros mensuráveis para análise dos estágios de sucessão ecológica da Mata Atlântica, resolve:

Artigo 1º Considera-se vegetação florestal primária no Estado do Rio de Janeiro a forma de vegetação de máxima expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas características originais de estrutura e de espécies.

Artigo 2º As formações florestais abrangidas pela Mata Atlântica, no Estado do Rio de Janeiro, compreendem a Floresta Ombrófila Densa e a Floresta Estacional Semidecidual que, em seus estágios sucessionais secundários, apresentam os seguintes parâmetros estipulados com base em amostragens que consideraram indivíduos arbóreos com DAP médio de 10 centímetros.

§1º Estágio Inicial:
a) fisionomia herbáceo/arbustiva, cobertura aberta ou fechada, com a presença de espécies predominantemente heliófitas; plantas lenhosas, quando ocorrem, apresentam DAP médio de 5 centímetros e altura média de até 5 metros;
b) os indivíduos lenhosos ocorrentes pertencem a, no máximo, 20 espécies botânicas por hectares;
c) as espécies são de crescimento rápido e ciclo biológico curto;
d) a idade da comunidade varia de 0 a 10 anos;
e) a área basal média é de 0 a 10 metros quadrados/hectare;
f) epífitas raras, podendo ocorrer trepadeiras;
g) ausência de sub-bosque;
h) serapilheira, quando existente, forma uma camada fina pouco decomposta, contínua ou não;
i) as espécies herbáceas ou de pequeno porte mais comuns e indicadoras desse estágio são:
alecrim-do-campo - Baccharis dracunculifolia (Compositae)
assa-peixe - Vernonia polyanthes (Compositae)
cambará - Lantana camara (Verbenaceae)
guaximba - Urena lobata (Malvaceae)
guizo-de-cascavel - Crotalaria mucronata (Leguminosae)
erva-colégio - Elephantopus mollis (Compositae)
juá - Solanum aculeatissimum (Solanaceae)
jurubeba - Solanum paniculatum (Solanaceae)
pindoba - Attalea humilis (Palmae)
pixirica - Clidemia hirta (Melastomataceae)
sapê - Imperata brasiliensis (Gramineae)
samambaia-das-taperas - Pteridium aquilinum (Polypodiaceae)
oficial-de-sala - Asclepias curassavica (Asclepiadaceae)
vassourinha - Sida spp. (Malvaceae)
falsa-poaia - Borreria verticillata (Rubiaceae)
cipó-cabeludo - Mikania spp. (Compositae)
j) as espécies lenhosas mais frequentes e indicadoras desse estágio são:
angico - Aradenanthera colubrina (Leguminosae)
araçá - Psidium cattleyanum (Myrtaceae)
aroeira - Schinus terebinthifolius (Anacardiaceae)
crindiúva - Trema micrantha (Ulmaceae)
embaúbas - Cecropia spp. (Moraceae)
esperta - Peschiera laeta (Apoynaceae)
goiabeira - Psidium guayava (Myrtaceae)
maricá - Mimosa bimucronata (leguminosae)
candeia - Vanillosmopsis erythropappa (Compositae)
tapiá - Alchornea iricurana (Euphorbiacea)
sangue-de-drago - Croton urucurana (Euphorbiacea)
§2º Estágio Médio:
a) fisionomia arbustivo/arbórea, cobertura fechada com início de diferenciação em estratos e surgimento de espécies de sombra;
b) as espécies lenhosas, por sombreamento, eliminam as componentes herbáceas ou de pequeno porte do estágio inicial;
c) as árvores têm DAP médio variando de 10 a 20 centímetros, altura média variando de 5 até 12 metros e idade entre 11 e 25 anos;
d) sempre existe uma serapilheira, na qual há sempre muitas plântulas;
e) a área basal média varia de 10 a 28 metros quadrados/hectare;
f) muitas das árvores do estágio inicial podem permanecer, porém mais grossas e mais altas;
g) sub-bosque presente;
h) trepadeiras, quando presentes são predominantemente lenhosas;
i) outras espécies arbóreas surgem nesse estágio sendo dele indicadoras:
açoita-cavalo - Luethea grandiflora (Tiliaceae)
carrapeta - Guarea guidonia (Meliaceae)
maminha-de-porca - Zanthoxylon rhoifolium (Rutaceae)
jacatirão - Miconia fairchildiana (Melastomataceae)
guaraperê - Lamanonia ternata (Cunoniaceae)
ipê-amarelo - Tabebuia chrysotricha (Bignoniaceae)
cinco-folhas - Sparattosperma leucanthum (Bignoniaceae)
caroba - Cybistax antisyphilitica (Bignoniaceae)
guapuruvu - Schizolobium parahiba (Leguminosae)
aleluia - Senna multijuga (Leguminosae)
canudeiro - Senna macranthera (Leguminosae)
pindaíba - Xylopia brasiliensis (Annonaceae)
camboatá - Cupania oblongifolia (Sapindaceae)
j) as espécies mais frequentes que estruturam o sub-bosque são:
aperta-ruão, jaborandi - Piper spp. (Piperaceae)
caapeba - Potomorphe spp. (Piperaceae)
fumo-bravo - Solanum sp. (Soloanaceae)
grandiúva-d'anta - Pshychotria leiocarpa (Rubiaceae)
sonhos-d'ouro - Pshychotria nuda (Rubiaceae)
caeté - Maranta spp. Ctenanthe spp. (Marantaceae)
pacová - Helioconia spp. (Musaceae)
§3º Estágio Avançado:
a) fisionomia arbórea, cobertura fechada formando um dossel relativamente uniforme no porte, podendo apresentar árvores emergentes com sub-bosque já diferenciado em um ou mais estratos formados por espécies esciófilas;
b) grande variedade de espécies lenhosas com DAP médio 20 centímetros e altura superior a 20 metros;
c) comunidade com idade acima de 25 anos;
d) há cipós, trepadeiras e abundância de epífitas;
e) a área basal média é superior a 28 metros quadrados/hectare;
f) serapilheira sempre presente, com intensa decomposição;
g) as espécies arbóreas podem ser remanescentes do estágio médio acrescidas de outras que caracterizam esse estágio, como:
canela-santa - Vochysia laurifolia (Vochysiaceae)
araribá - Centrolobium robustum (Leguminosae)
canela - Ocotea, Nectandra, Cryptocarya (Lauraceae)
canjerana - Cabralea canjerana (Meliaceae)
cedro - Cedrela fissilis (Meliaceae)
xixá - Sterculia chicha (Sterculiaceae)
sapucaia - Lecythis pisonis (Lecythidaceae)
cotieira - Johannesia princeps (Euphorbiaceae)
garapa - Apuleia leiocarpa (Leguminosae)
figueira - Ficus spp. (Moraceae)
jequitibá-branco - Cariniana legalis (Lecythidaceae)
jequitibá-rosa - Cariniana estrellensis
jequitibá-rosa - Couratari pyramidata (Lecythidaceae)
bicuíba - Virola oleifera (Miristicaceae)
vinhático - Plathymenia foliolosa (Leguminosae)
perobas - Aspidosperma spp. (Apocynaceae)
guapeba - Pouteria sp. (Sapotaceae)
pau-d'alho - Gallezia integrifolia (Phyttolaccaceae)
airi - Astrocaryum aculeatissimum (Palmae)
aricanga - Geonoma spp. (Palmae)
palmito - Euterpe edulis (Palmae)
pindobuçu - Attalea dubia (Palmae)
h) o sub-bosque é menos expressivo que no estágio médio e geralmente muito rico em espécies esciofilas; aumenta o número de espécies de rubiácas e de marantáceas, principalmente, surgindo, ainda criciúma Olyra spp (Gramineae), Leandra spp (melastomataceae), e muitas espécies e famílias de Pteridophyta.
§4º Os parâmetros definidos neste artigo não são aplicáveis para restingas que serão objeto de regulamentação específica.
Artigo 3º Os parâmetros apresentados para tipificar os diferentes estágios de sucessão ecológica secundária variam de uma região geográfica para outra e dependem das condições topográficas, edáficas, climáticas, assim como do uso pretérito que teve a área onde se situa uma determinada formação florestal, devendo os casos de dúvida ou aqueles não previstos nesta Resolução serem analisados e definidos pelo Órgão competente.
Artigo 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.


Fonte: Ibama
MMA - Ministério do Meio Ambiente
SMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo
Pick-upau – 2002 – São Paulo – Brasil

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.