SAIBA
UM POUCO MAIS SOBRE SEU LIXO
Precicle
Você sabe o que é
preciclar?
É muito simples!
É só pensar antes de compara?
40% do que nós compramos é lixo.
São embalagens que, quase sempre, não nos
servem para nada, que vão direto para o lixo aumentar
os nossos restos imortais no planeta.
Poderia ser diferente?
Tudo sempre pode ser melhor.
Pense no resíduo da sua compra antes de comprar.
Às vezes um produto um pouco mais caro tem uma embalagem
aproveitável para outros fins.
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Reduzir,
Reutilizar e Reciclar
Reduzir o desperdício,
Reutilizar sempre que for possível antes de jogar
fora, e Reciclar, ou melhor: separar para a reciclagem,
pois, na verdade, o indivíduo não recicla
(a não ser os artesãos de papel reciclado).
O termo reciclagem, tecnicamente falando, não corresponde
ao uso que fazemos dessa palavra pois reciclar é
transformar algo usado, em algo igual, só que novo.
Por exemplo, uma lata de alumínio, pós consumo,
é transformada, através de processo industrial,
em uma lata nova.
Quando transformamos uma coisa em outra coisa, isso é
reutilização.
O que nós, como indivíduos, podemos fazer,
é praticar os dois primeiros R's: reduzir e reutilizar.
Quanto à reciclagem, o que nós devemos fazer
é separar o lixo que produzimos e pesquisar as alternativas
de destinação, ecologicamente corretas, mais
próximas.
Pode ser uma cooperativa de catadores ou até uma
instituição filantrópica que receba
material reciclável para acumular e comercializar.
O importante é pensarmos sobre os 3 R's procurando
evitar o desperdício, reutilizar sempre que possível
e, antes de mais nada, preciclar!
Ou seja: Pensar antes de comprar.
Pensar no resíduo que será gerado.
Evite embalagens plásticas: elas poderão ser
transformadas em produtos plásticos reciclados. O
vidro é totalmente reciclável e muito mais
útil em termos de reutilização da embalagem.
Preciclar é pensar que a história das coisas
não acaba quando as jogamos no lixo. Tampouco acaba
a nossa responsabilidade!
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O Destino
do Lixo
O primeiro passo quando
pensamos na questão do lixo, o mais difícil
de equacionar e o que vai demandar maior pesquisa é
a destinação. Afinal de que adianta separar
se não conhecemos o processo como um todo? Para onde
vai o nosso lixo depois que o lixeiro passa? Há alternativas?
O que fazer com o lixo separado? As alternativas de destinação
atuais são ambientalmente satisfatórias? Como
poderia melhorar? O que eu posso fazer? Todas essas são
perguntas altamente pertinentes que devem preceder qualquer
iniciativa relativa a lixo. Este deve ser o fio condutor
tanto de um trabalho escolar quanto de uma proposta de logística.
Afinal, se queremos participar devemos conhecer a fundo
o processo de nossa cidade. Essas perguntas nos instrumentalizam
para a mudança com os pés no chão.
Costumamos dizer que o romantismo é muito prejudicial
para o meio ambiente pois alguns indivíduos, munidos
da mais genuína boa vontade, eventualmente, ignoram
o processo e acabam interferindo de maneira não durável
ou afastada dos reais pressupostos, o que deixa uma imagem
de insucesso que vai comprometer a próxima ação
em meio ambiente. Todos vão achar que "isso
não dá certo". Isso acontece com freqüência,
não é mesmo?
Não existem respostas resposta universais.
Não existe um sistema de coleta seletiva que possa
ser considerado universal e aplicável a toda e qualquer
situação. Cada caso é um caso, cada
cidade tem a sua peculiaridade e as questões condicionantes
devem ser minuciosamente estudadas antes de escolhermos
este ou aquele desenho de logística de coleta seletiva.
Precisamos estar preparados para os 4 fatores: quantidade,
qualidade, freqüência e forma de pagamento; leis
de mercado que muitas vezes inviabilizam a continuidade
do programa de coleta seletiva.
Relatamos aqui alguns casos para que um maior número
de referências sirvam para nos instrumentalizar para
a ação.
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Lâmpadas
Fluorescentes
São muito econômicas,
mas antes da compra é importante observar: Somente
adquirir o produto com selo PROCEL, pois foram testadas
e aprovadas pelo Inmetro. Sua durabilidade varia em torno
de 10 a 15mil horas, enquanto as que ainda não passaram
pelo teste tem, por vezes, duração de 800
a mil horas, muitas não atendem ao índice
de luminosidade indicado, ou seja, tem sido lesivas ao consumidor.
Fazer a escolha de acordo com o ambiente em que o produto
será utilizado: A luz mais branca ou azulada estimula
a produtividade e as lâmpadas desta tonalidade são
indicadas para áreas de serviço, cozinha,
escritórios, escolas, hospitais. As de tonalidade
mais amareladas são mais aconchegantes e para maior
conforto ambiental são recomendadas para quartos,
corredores, banheiros, salas de estar e de jantar. As lâmpadas
fluorescentes compactas eletrônicas, são lâmpadas
fluorescentes em tamanho reduzido, já com uma base
do tipo rosca, igual as das incandescentes, permitindo assim
a sua aplicação nos locais onde se utilizam
lâmpadas incandescentes comuns.
O que muita gente ainda não sabe, é que as
lâmpadas fluorescentes compactas ou tubulares, contém
mercúrio, substância tóxica nociva ao
ser humano e ao meio ambiente. Se rompidas liberam vapor
de mercúrio, que será aspirado por quem as
manuseia.
Em virtude da ampla utilização pela população,
que necessita diminuir as contas de eletricidade e da toxidade
do material não basta pensarmos em uma coleta diferenciada,
é importantíssimo enfocarmos os cuidados no
manuseio e no descarte para não quebrá-la.
Ao manusea-las nunca segurar pelo vidro. Descarte - É
recomendável que sejam descartadas em caixas de papelão
ou protegidas com jornal, plástico bolha, entre outros,
para evitar sua ruptura (como aliás deve ser para
todo material perfurante e cortante ao ser descartado).
No caso das lâmpadas, deverá ainda ser vedada
para conter o vapor de mercúrio e proteger a saúde.
Bem como para proteção do meio ambiente, pois
o metal pesado - mercúrio, ao chegar à água
subterrânea ou superficial, contamina-as. Serão
contaminados também os peixes e tudo que lá
se encontre e que poderá fazer parte da alimentação,
sendo transmitido através da a cadeia alimentar.
Orientar os encarregados das trocas e esclarecer a população
usuária - nunca quebrá-la.
Em caso de quebra acidental de uma lâmpada, o local
deve ser limpo. Os cacos coletados de modo a não
ferir quem os manipula e colocados em caixas de papelão
ou protegidos com jornal, para evitar o rompimento da embalagem
e deverão ser fechadas hermeticamente em sacos plásticos
a fim de evitar contínua liberação.
Enquanto não se regulamenta a legislação,
que criará normas para lâmpadas com mercúrio,
é recomendável que a população
não misture essas lâmpadas com o lixo doméstico,
pois será rompida fatalmente, contaminando o meio
ambiente e pondo em risco a saúde dos funcionários
da limpeza - local ou pública - bem como a saúde
dos catadores, que vivem nos aterros e lixões. Sugerimos
entrarem em contato com as Companhias de Limpeza ou Secretarias
do Meio Ambiente de seus Municípios a fim de informarem-se
sobre o procedimento que deverão adotar neste momento.
Em Niterói, a Secretaria do Meio Ambiente está
informando através de jornais, entrevistas em rádios,
palestras, informativos, mailing, entre outros, que a população
poderá leva-las, aos Distritos da Companhia de Limpeza
- CLIN em seu bairro e a CLIN, armazenará com os
devidos cuidados e encaminhará para a reciclagem.
É mais um esforço individual mas que trará
repercussões muito positivas e benéficas para
o meio ambiente e a saúde da população.
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Plantando
e Descartando Árvores
As pessoas estão
se dando conta da importância de plantar árvores.
Pela sombra, pela beleza, pelos frutos, pelo verde, pela
manutenção dos sistemas da Terra, pela busca
de um novo equilíbrio ser humano/natureza...
Infelizmente, porém, um plantio local e eventual
ainda é muito pouco no esforço de reflorestamento
necessário à preservação do
Planeta se, paralelamente, não mudarmos certos hábitos
que dependem de desmatamento. (Só para compensar
o gás carbônico que produz ao usar madeira
e combustíveis fósseis, cada americano teria
de plantar 900 árvores por ano!).
Inúmeras atividades humanas causam, direta e indiretamente,
a destruição contínua de árvores
em todo o mundo. Considerando apenas nosso consumo e nosso
lixo:
1) - árvores são
derrubadas para virar papel, grande parte subtilizada para
escrita e impressão ou desperdiçada na forma
de embrulhos e embalagens...que viram lixo, só de
guardanapos de papel o Brasil joga fora 15.000 toneladas
por ano!
2) - árvores são derrubadas para virar lenha
e servir como combustível... muitas vezes para a
produção de objetos e embalagens supérfluas
e descartáveis... que também viram lixo;
3) - árvores são derrubadas para construção
de usinas hidrelétricas... cuja energia muitas vezes
é usada na fabricação de produtos supérfluos
e descartáveis ... que viram lixo; a latinha de alumínio,
por exemplo, é um produto que consome muita energia,
exigindo instalações de grande impacto ambiental;
4) - e árvores são derrubadas para abrir espaço
para o próprio lixo.
Reflorestar a Terra é fundamental para revertermos
o quadro de degradação global. Mas podemos
e devemos, acima de tudo, rever nosso hábitos, refletir
sobre nossas reais necessidades, racionalizar o consumo,
combatendo o consumismo e o desperdício. Incorporar
na nossa rotina o hábito de recusar embrulhos desnecessários,
adotar embalagens retornáveis, reaproveitar papéis,
repartir impressos (como jornais e revistas), economizar
água e separar o lixo para a reciclagem e compostagem
já é um começo.
Portanto, caro leitor, plante árvores. Plante no
jardim, na calçada, na escola, no terreno baldio,
nas encostas da Serra do Mar. Mas também faça
algo que está bem ao seu alcance: jogue menos árvores
no lixo.
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Rotulagem
Ambiental e Consciência Ecológica
Com a valorização
da reciclagem de resíduos no Brasil, algumas indústrias
passaram a inserir em seus produtos símbolos que
inferem à reciclabilidade de materiais. As associações
setoriais de vidro, plástico, papel/papelão,
alumínio e aço desenvolveram símbolos
padronizados para cada material, em parceria com o CEMPRE
Compromisso Empresarial para Reciclagem, entidade
voltada para o incentivo da reciclagem no país. O
intuito deste código seria o de facilitar a identificação
e separação dos materiais para reciclagem,
ajudando "a criar uma consciência ecológica
nas pessoas, ao passarem a conviver com esses símbolos
padronizados". Os símbolos se tornaram cada
vez mais presentes em embalagens, apontadas como um problema
nos programas de gestão de resíduos sólidos,
por representarem, em média, 33% do peso total do
lixo nas cidades. Preocupado em conscientizar o setor produtivo
sobre sua responsabilidade na questão da reciclagem,
o CEMPRE afirmou que os símbolos não seriam
"armas de venda" ou promocionais, e que estes
"não garantem que o referido produto seja ecológico
ou mais reciclável que o do concorrente".
Isso não é, porém, o que vem ocorrendo.
Valendo-se da inexistência de programas de orientação
ao consumidor e da falta de informações detalhadas,
como a origem do material "rotulado" e o custo
ambiental de sua produção, as indústrias
se adiantaram na apresentação destes símbolos,
usando-os com caráter essencialmente mercadológico,
contribuindo para uma "consciência" ecológica
baseada:
1. Na suposição
da reciclagem garantida:
Os símbolos apenas indicam que os materiais são
potencialmente recicláveis. O sistema de codificação
adotado para os plásticos no Canadá alerta
para o fato de que a presença do símbolo "não
é uma garantia enunciada ou implícita de que
qualquer recipiente é próprio para ser transformado
em outro produto". Ainda que seja tecnicamente reciclável,
nenhum material deve ser considerado realmente reciclável
se não houver mercado para ele. Alguns países
têm tentado dar maior credibilidade à rotulagem
ambiental. Na Holanda, por exemplo, os símbolos só
podem ser usados se existirem formas adequadas de coleta
e destinação disponíveis para o público
a quem estes símbolos se dirigem. O problema é
que, no Brasil, ninguém pode estar seguro de que
as embalagens serão recicladas independentemente,
nem ao menos, da mudança nos hábitos de descarte
da população. O que fazer, por exemplo, com
a caixa de um hambúrguer, contendo o símbolo
de "reciclável", numa lanchonete que não
dispõe de lixeiras especiais para um descarte diferenciado
ou numa cidade em que não há coleta seletiva
de lixo, nem sucateiros, nem indústrias de reciclagem
próximas? A reciclagem de qualquer material é
um processo industrial que exige infra-estrutura específica
e depende de uma série de fatores, especialmente
de ordem econômica. De que adianta uma escola fazer
campanha para arrecadar embalagens recicláveis se
não há quem queira esses materiais? Muitas
vezes, sucateiros recusam até doações
de recicláveis, pelo fato de a retirada destes materiais
não compensar o custo do frete. Não existe
um compromisso, por força de legislação
específica, de as indústrias brasileiras coletarem
ou apoiarem iniciativas de coleta e processarem os materiais
que produzem. Pelo contrário, nossas indústrias
não tem demonstrado interesse em se responsabilizar
pelos danos ambientais causados por seus produtos.
2. Na noção
da reciclagem infinita:
Os símbolos geralmente sugerem um ciclo fechado perfeito,
como se a possibilidade de transformação de
uma caixa de papelão em outra, por exemplo, após
seu descarte, fosse ilimitada. O ciclo fechado é
especialmente inadequado no caso dos plásticos. Uma
garrafa descartável de refrigerante ou de água
não será reciclada e transformada numa nova
garrafa, mas sim em outros produtos, com características
diferentes, como o enchimento para sacos de dormir, jaquetas
de ski, solados, etc. (E como a oferta de garrafas descartadas
é maior do que a demanda por sacos de dormir, jaquetas
e solados, que são produtos mais duráveis,
haverá sempre garrafas sobrando que acabam no lixo).
A produção de novas garrafas descartáveis
continua dependendo da exploração de matéria-prima
virgem. Nesta situação, portanto, o símbolo
estaria iludindo o consumidor, a ponto de alguns grupos
ambientalistas americanos exigirem sua retirada das embalagens
plásticas.
3. No mito da embalagem
ecológica:
As embalagens descartáveis são apresentadas
como modernas e práticas, como uma tendência
do mercado, inclusive internacional. As gincanas "educativas
" de arrecadação de latas de alumínio
em escolas o Projeto Escola da Latasa tem recuperado
muito material para reciclagem, porém tem servido
para aumentar substancialmente a venda de lata no país.
O Programa Pró-Data, por sua vez, que divulga "o
potencial de reciclabilidade do aço e um selo de
garantia de reciclagem" é mais honesto: admite
ser um programa de Estímulo ao Consumo da Embalagem
no Brasil, cujo habitante consome apenas 5 kg de aço/ano
(contra os 18 kg registrados nos Estados Unidos). O consumidor,
portanto, (des)orientado pela propaganda e induzido pelos
símbolos, passa a comprar embalagens descartáveis
achando que está, necessariamente, contribuindo para
preservar o ambiente. Se podemos chamar alguma embalagem
de "ecológica" é a garrafa retornável
nosso "vasilhame", "casco" ou
garrafa com depósito que pode ser usada várias
vezes, circulando entre o consumidor e a empresa de engarrafamento,
em oposição à descartável, one-way.
As garrafas retornáveis dominavam o mercado internacional
de bebidas até 1975. Embora em 1981 esta situação
tenha se invertido nos Estados Unidos, onde a maioria das
bebidas carbonatadas é vendida em garrafas one-way
ou em latas, na Europa elas estão voltando a ganhar
fatias maiores dos mercados de vinho, leite e outras bebidas.
A Dinamarca, por exemplo, proibiu em 1977 as embalagens
descartáveis para bebidas não alcoólicas
e, em 1981, para cerveja. Em Portugal, o Decreto-lei 322/95,
que estabelece as normas para a gestão de embalagens
e resíduos de embalagens, prioriza a prevenção
de sua produção e o retorno de embalagens
usadas. Portanto, a embalagem descartável para bebidas
não é uma tendência do mercado internacional.
Ora, considerando que reciclar qualquer material também
consome água, energia e polui o ambiente, não
é mais "ecológico" evitar a geração
de lixo do que reciclá-lo?
Diretrizes internacionais voltadas para a questão
do lixo têm orientado para a minimização
de resíduos, através de uma seqüência
de procedimentos didaticamente apresentada como os 3 Rs:
redução(na fonte geradora), reutilização
direta dos produtos, e reciclagem de materiais. A ordem
dos Rs segue o princípio de que causa menor impacto
evitar a geração do lixo do que reciclar os
materiais após seu descarte. No Brasil, a discussão
em torno da minimização de resíduos
tomou impulso com a Agenda 21, documento que representa
o acordo entre as nações no sentido de melhorar
a qualidade de vida no planeta, elaborada durante a Conferência
Rio-92. No capítulo sobre Manejo Ambientalmente Saudável
dos Resíduos Sólidos, a Agenda afirma que
a melhor maneira de combater o problema do lixo é
modificar os modelos de consumo, e aponta: "a adoção
de regulações nacionais e internacionais que
objetivam implementar tecnologias limpas de produção,
resgatar os resíduos na sua origem e eliminar as
embalagens que não sejam biodegradáveis, reutilizáveis
ou recicláveis, é um passo essencial para
a criação de novas atitudes sociais e para
prevenir os impactos negativos do consumismo ilimitado".
Com base na Agenda 21, a Secretaria do Meio Ambiente do
Estado de São Paulo está elaborando seu Programa
Estadual de Resíduos Sólidos que, novamente,
indica a necessidade de "diminuir a geração
de toda espécie de resíduos".
Devido à série de implicações
político-econômicas e culturais que a mudança
no padrão de consumo impõe no atual modelo
urbano-industrial, poucas iniciativas de redução
¦ evitar a geração de lixo ¦
tem sido efetivamente postas em prática. E é
por isso que o equacionamento da problemática dos
resíduos tem se centrado no último R a reciclagem.
Se a reciclagem de materiais, por um lado, polui menos o
ambiente e envolve menor uso de matérias-primas virgens,
água, e energia, por outro, ela é perfeitamente
compatível e beneficiária dos atuais níveis
de desperdício que provocamos.
Os símbolos sobre reciclabilidade talvez pudessem
funcionar quando se implementasse a ISO 14000, uma série
de normas de gestão ambiental que vêm sendo
discutidas desde 1993, algumas das quais sobre rotulagem
ambiental. O primeiro evento internacional no Brasil sobre
o tema, a ser realizado em março, prevê a discussão
em torno de como uma empresa comprovará que seu produto
é reciclável, reciclado etc. Ainda que a série
ISO 14000 seja aprovada, com base em critérios internacionalmente
aceitos, ela será "regulamentada" e fiscalizada
pelo mercado, não funcionando como legislação
específica nos diversos países.
Uma iniciativa brasileira que poderá contribuir para
dar credibilidade à rotulagem ambiental é
o Programa Consumidor e Meio Ambiente, desenvolvido pela
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Dentre seus objetivos, estão o de 1) diagnosticar
o perfil de consumo da sociedade, 2) pesquisar os fatores
indutores do consumo desenfreado, 3) tornar a certificação
ambiental um instrumento válido de orientação
ao consumidor, implementando a ISO 14000, e 4) reduzir a
produção de resíduos. O programa, enfim,
resgataria o princípio dos 3 Rs, alertando a população
sobre as limitações da reciclagem e seus símbolos.
Mas enquanto a ISO 14000 e o Programa Consumidor e Meio
Ambiente, dentre outros, não forem implementados,
devemos tomar cuidado, pois, desvinculados de um trabalho
de orientação ao consumidor e de educação
ambiental, aliado à inexistência de um sistema
efetivo de recuperação de materiais no Brasil,
os símbolos da reciclagem inseridos nas embalagens,
supostamente com o intuito de facilitar a identificação
e separação de materiais para descarte e coleta
seletivos e, em última análise, diminuir o
volume de lixo destinado a aterros e lixões tem causado
o efeito oposto. Para mero "alívio de consciência"
do consumidor, e como apelo mercadológico para o
produtor, os símbolos vêm incentivando a descartabilidade,
legitimando o desperdício e aumentando a quantidade
de lixo gerado nas cidades.
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Tempo
de Decomposição
Conforme a FUNDAÇÃO
NACIONAL DA SAÚDE (1999), qualquer que seja nossa
proposta quando nos referimos ao meio ambiente, sempre teremos
que considerar o gerenciamento dos resíduos humanos,
de forma contínua, pois uma quantidade elevada de
lixo é diariamente descartada no solo e na água,
a absorção destes resíduos pelo meio
ocorre de forma lenta.
Tempo necessário
para a decomposição de alguns materiais:
MATERIAL
RECICLADO |
PRESERVAÇÃO |
DECOMPOSIÇÃO |
1000 kg de papel |
o corte de 20 árvores |
1 a 3 meses |
1000 kg de plástico |
extração de milhares de
litros de petróleo |
200 a 450 anos |
1000 kg de alumínio |
extração de 5000 kg de minério |
100 a 500 anos |
1000 kg de vidro |
extração de 1300 kg de areia |
4000 anos |
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Classificação
do Lixo
A palavra lixo, derivada
do termo latim lix, significa "cinza".
No dicionário, ela é definida como sujeira,
imundice, coisa ou coisas inúteis, velhas, sem valor.
Lixo, na linguagem técnica, é sinônimo
de resíduos sólidos e é representado
por materiais descartados pelas atividades humanas. Desde
os tempos mais remotos até meados do século
XVIII, quando surgiram as primeiras indústrias na
Europa, o lixo era produzido em pequena quantidade e constituído
essencialmente de sobras de alimentos.
A partir da Revolução Industrial, as fábricas
começaram a produzir objetos de consumo em larga
escala e a introduzir novas embalagens no mercado, aumentando
consideravelmente o volume e a diversidade de resíduos
gerados nas áreas urbanas. O homem passou a viver
então a era dos descartáveis em que a maior
parte dos produtos - desde guardanapos de papel e latas
de refrigerante, até computadores - são inutilizados
e jogados fora com enorme rapidez.
Ao mesmo tempo, o crescimento acelerado das metrópoles
fez com que as áreas disponíveis para colocar
o lixo se tornassem escassas. A sujeira acumulada no ambiente
aumentou a poluição do solo, das águas
e piorou as condições de saúde das
populações em todo o mundo, especialmente
nas regiões menos desenvolvidas. Até hoje,
no Brasil, a maior parte dos resíduos recolhidos
nos centros urbanos é simplesmente jogada sem qualquer
cuidado em depósitos existentes nas periferias das
cidades.
A questão é: o que fazer com tanto lixo?
Felizmente, o homem tem a seu favor várias soluções
para dispor de forma correta, sem acarretar prejuízos
ao ambiente e à saúde pública. O ideal,
no entanto, seria que todos nós evitássemos
o acúmulo de detritos, diminuindo o desperdício
de materiais e o consumo excessivo de embalagens.
Nos últimos anos, nota-se uma tendência mundial
em reaproveitar cada vez mais os produtos jogados no lixo
para fabricação de novos objetos, através
dos processos de reciclagem, o que representa economia de
matéria prima e de energia fornecidas pela natureza.
Assim, o conceito de lixo tende a ser modificado, podendo
ser entendido como "coisas que podem ser úteis
e aproveitáveis pelo homem".
Para determinar a melhor
tecnologia para tratamento, aproveitamento ou destinação
final do lixo é necessário conhecer a sua
classificação.
Lixo Urbano:
Formado por resíduos sólidos em áreas
urbana, inclua-se aos resíduos domésticos,
os efluentes industriais domiciliares (pequenas industria
de fundo de quintal) e resíduos comerciais.
Lixo Domiciliar:
Formado pelos resíduos sólidos de atividades
residenciais, contém muita quantidade de matéria
orgânica, plástico, lata, vidro.
Lixo Comercial:
Formado pelos resíduos sólidos das áreas
comerciais Composto por matéria orgânica, papéis,
plástico de vários grupos.
Lixo Público:
Formado por resíduos sólidos produto de limpeza
pública (areia, papéis, folhagem, poda de
árvores).
Lixo Especial:
Formado por resíduos geralmente industriais, merece
tratamento, manipulação e transporte especial,
são eles, pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos,
embalagens de combustíveis, de remédios ou
venenos.
Lixo Industrial:
Nem todos os resíduos produzidos por industria, podem
ser designados como lixo industrial. Algumas industrias
do meio urbano produzem resíduos semelhantes ao doméstico,
exemplo disto são as padarias; os demais poderão
ser enquadrados em lixo especial e ter o mesmo destino.
Lixo de Serviço de
Saúde:
Os serviços hospitalares, ambulatórias, farmácias,
são geradores dos mais variados tipos de resíduos
sépticos, resultados de curativos, aplicação
de medicamentos que em contato com o meio ambiente ou misturado
ao lixo doméstico poderão ser patógenos
ou vetores de doenças, devem ser destinados a incineração.
Lixo Atômico:
Produto resultante da queima do combustível nuclear,
composto de urânio enriquecido com isótopo
atômico 235. A elevada radioatividade constitui um
grave perigo à saúde da população
, por isso deve ser enterrado em local próprio, inacessível.
Lixo Espacial:
Restos provenientes dos objetos lançados pelo homem
no espaço, que circulam ao redor da Terra com a velocidade
de cerca de 28 mil quilômetros por hora. São
estágios completos de foguetes, satélites
desativados, tanques de combustível e fragmentos
de aparelhos que explodiram normalmente por acidente ou
foram destruídos pela ação das armas
anti-satélites.
Lixo Radioativo:
Resíduo tóxico e venenoso formado por substâncias
radioativas resultantes do funcionamento de reatores nucleares.
Como não há um lugar seguro para armazenar
esse lixo radioativo, a alternativa recomendada pelos cientistas
foi colocá-lo em tambores ou recipientes de concreto
impermeáveis e a prova de radiação,
e enterrados em terrenos estáveis, no subsolo.
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Coleta
Seletiva
A coleta seletiva é
uma alternativa ecologicamente correta que desvia, do destino
em aterros sanitários ou lixões, resíduos
sólidos que poderiam ser reciclados.
Com isso alguns objetivos importantes são alcançados:
a vida útil dos aterros sanitários é
prolongada e o meio ambiente é menos contaminado.
Além disso o uso de matéria prima reciclável
diminui a extração dos nossos tesouros naturais.
Uma lata velha que se transforma em uma lata nova é
muito melhor que uma lata a mais. E de lata em lata o planeta
vai virando um lixão...
No Brasil existe coleta seletiva em cerca de 135 cidades,
de acordo com o professor Sabetai Calderoni (autor do livro
Os Bilhões Perdidos no lixo Ed. Humanitas). Na maior
parte dos casos a coleta é realizada pelos Catadores
Cooperativados.
Sistemas de coleta seletiva podem ser implantados em uma
escola, uma empresa ou um bairro. Há algumas informações
básicas que podem ajudar.
Não há uma fórmula universal. Contudo,
apresentamos em casos, referências de coleta seletiva.
É muito importante pensar globalmente mas agir localmente.
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