SAIBA
COMO É FEITA A COLETA SELETIVA EM ALGUMAS CIDADES
BRASILEIRAS
Surge no Estado do Rio de
Janeiro uma esperança em relação à
destinação de resíduos sólidos
urbanos no Estado do Rio de Janeiro: decidido a enfrentar
de frente o problema, o Governo do Estado lançou
o PRÓ-LIXO - Programa Estadual de Controle do Lixo
Urbano do Rio de Janeiro. Em três anos, o Programa
deverá ser implementado em 66 municípios com
população até 70 mil habitantes. De
acordo com o Secretário Estadual do Meio Ambiente,
André Corrêa, existem 150 depósitos
de lixo a céu aberto no Rio de Janeiro. O Programa
Estadual de Controle do Lixo Urbano - PRÓ-LIXO -
se propõe a reduzir este grave problema da destinação
final de resíduos, prevendo inclusive a coleta seletiva
de lixo nas cidades participantes. A coleta dos materiais
recicláveis e do lixo orgânico será
feita separadamente, utilizando-se um caminhão com
divisórias. O lixo orgânico será encaminhado
para uma unidade de compostagem, para ser transformado em
adubo; os recicláveis (vidro, plástico, papel,
metais) seguirão para um galpão onde serão
triados. O Governo do Estado do Rio de Janeiro vai instalar
galpões de reciclagem de lixo em 66 municípios,
ao longo de três anos. Cada galpão deverá
empregar, em média, 15 pessoas.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro vai instalar
galpões de reciclagem de lixo em 66 municípios,
ao longo de três anos.
Cada galpão deverá empregar, em média,
15 pessoas.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável (SEMADS), a população
dos 66 municípios favorecidos pelo PRÓ-LIXO
- cerca de 1,6 milhão de habitantes - produz 2 mil
toneladas de lixo por dia. A verba para implantação
do programa virá dos royalties do petróleo:
o Estado gastará R$ 10,6 milhões na instalações
de galpões e aterros sanitários; a iniciativa
privada destinará R$ 3 milhões para educação
ambiental, treinamento de pessoal e transporte. Caberá
às Prefeituras doar os terrenos e remunerar os funcionários,
além do compromisso de usar o dinheiro arrecadado
em projetos ambientais e sociais. A opção
do Governo de iniciar o PRÓ-LIXO pelas cidades menores
deveu-se aos custos e ao modelo adotado. O Secretário
André Corrêa compara as grandes usinas a verdadeiros
elefantes brancos, que utilizam equipamentos caros e poucos
eficientes. A estratégia do PRÓ-LIXO é
outra: estruturas menores e com poucas máquinas.
O Pró-lixo já conta com adesão de empresas
que têm interesse em reaproveitar o material que ainda
é desperdiçado: a Latasa vai reciclar latas
de alumínio; a Klabin vai reutilizar papel e papelão;
o grupo Gerdau recolherá sucatas de ferro para empregar
em siderúrgicas; garrafas plásticas serão
enviadas à Recipet; Cisper poderá retirar
diariamente dos lixões 200 toneladas de vidro. O
PRÓ-LIXO será administrado por um grupo gestor
integrado por representantes da secretaria, das prefeituras,
de ONGs e das empresas. Pelo cronograma do governo, o programa
será implantado em três etapas: 22 municípios
até junho do ano que vem, 22 até junho de
2001 e os demais até dezembro de 2001.
Municípios participantes
do Pró-lixo
Araruama, Armação
de Búzios, Arraial do Cabo, Areal, Aperibé,
Bom Jardim, Bom Jesus do Itabapoana, Cachoeiras de Macacu,
Cambuci, Cantagalo, Carapebus, Cardos Moreira, Carmo, Casimiro
de Abreu, Comendador Levy Gasparian, Conceição
de Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Engenheiro Paulo de Frontin,
Guapimirim, Iguaba Grande, Italva, Itacoara, Itatiaia, Laje
de Muriaé, Macuco, Mangaratiba, Maricá, Mendes,
Miguel Pereira, Miracema, Natividade, Paracambi, Paraíba
do Sul, Parati, Paty do Alferes, Pinheiral, Piraí,
Porciúncula, Porto Real, Quatis, Quissamã,
Rio Bonito, Rio Claro, Rio das Flores, Rio das Ostras, São
Fidélis, São Francisco do Itabapoana, São
José de Ubá, São José do Vale
do Rio Preto, São João da Barra, São
Pedro da Aldeia, São Sebastião do Alto, Santa
Maria Madalena, Santo Antônio de Pádua, Sapucaia,
Saquarema, Seropédica, Silva Jardim, Sumidouro, Três
Rios, Tanguá, Trajano de Moraes, Valença,
Varre-Sai e Vassouras.
COLETA
SELETIVA EM ANGRA DOS REIS (RJ)
Angra dos Reis é
um município localizado no litoral sul do estado
do Rio de Janeiro, que abrange várias ilhas. Cada
comunidade do continente é visitada pelo menos uma
vez por semana pelo sistema de coleta seletiva. As unidades
domiciliares devem se cadastrar e preencher um pedido de
retirada de material reciclável no Galpão
Central (Galpão de São Bento).
A Prefeitura de Angra dos Reis, através da Coordenadoria
do Programa de Saneamento, gerencia os resíduos sólidos
de forma semi-integrada, ou seja, parte das atividades é
gerenciada pela Coordenadoria e outra parte pelo Departamento
de Serviços Públicos da Secretaria de Obras.
Para serem coletados, os materiais precisam ser acondicionados
separadamente, em sacos contendo a identificação
do morador. De acordo com o peso do material reciclável
acumulado, são somados pontos que serão convertidos
em prêmios.
- As pessoas podem acumular pontos
em vez de LIXO !
- Onde entra material reciclável,
sai prêmio !
Beneficiamento e comercialização
dos recicláveis
Galpão
de São Bento |
Posto
do Perequê |
Usina
de lixo do Ariró |
19
funcionários
3 kombis
3 caminhões
1 balança |
3
funcionários
1 balança |
25
funcionários
1 caminhão
5 prensas
2 moinhos de plástico
1 moinho de vidro
1 balança |
Voltar
COLETA
SELETIVA NA ILHA GRANDE (RJ)
A população:
de Ilha Grande é de 4400 habitantes distribuídos
numa área de 187 km². A destinação
do lixo da Ilha Grande é feita através do
Barco do Lixo, onde o material seco é embarcado para
o continente. O lixo úmido ou orgânico é
enterrado ou queimado na própria ilha. A Prefeitura
mantém funcionários da própria comunidade
para a coleta regular. Além disso, há o sistema
de troca para a Coleta Seletiva, com a atuação
da Brigada Mirim Ecológica e de parte atuante da
comunidade, o que muito aumentou a recuperação
de material reciclável.
Voltar
COLETA
SELETIVA NA ILHA DA GIPÓIA (RJ)
A Prefeitura mantém
um funcionário nas duas praias onde há maior
fluxo de banhistas, com serviço semelhante ao da
Ilha Grande. Nas outras praias, o lixo é organizado
pela própria comunidade e destinado para o Barco
do Lixo. A coleta por barco se estende para as ilhas próximas
à Gipóia, como Redonda e Búzios.
Custos
O custo médio mensal da estrutura de coleta de lixo
em Angra é de R$55.000,00 e a média mensal
de lixo coletada é de 100 toneladas. O custo médio
anual é de R$660.000,00, representando menos de 1%
do Orçamento Municipal.
Benefícios sociais
O Programa de Troca faz circular entre a população
uma média mensal de R$10.000,00 em forma de prêmios.
Proporciona trabalho para 54 pessoas. De 1993 a dezembro
de 1996 o Programa já passou para a população
mais de 25 toneladas em material escolar.
Benefícios econômicos
e ambientais
A localização do município e suas características
ambientais dificultam a destinação final do
lixo. O atual aterro, no Ariró, é pequeno
e espremido entre a floresta, um córrego/brejo, a
estrada e a saibreira utilizada para aterrar o lixo.
Não se sabe até quando esta área será
apropriada para o despejo dos resíduos sólidos.
Hoje o sistema de Coleta Seletiva atua de forma decisiva
na diminuição desse impacto, reduzindo a quantidade
de lixo que precisa ir para o Aterro.
Com relação à contaminação
das águas, o sistema reduziu sensivelmente a presença
de lixo orgânico, já que grande parte da comunidade
passou a retê-lo em casa.
Voltar
COLETA
SELETIVA EM AREAL (RJ)
O município de Areal,
localizado na região serrana do estado do Rio de
Janeiro, implantou em novembro de 1997 seu programa de reciclagem
de lixo. O Programa, que recebeu o nome de RECICLA AREAL,
está sendo executado pela Prefeitura Municipal, com
apoio técnico da ECOMARAPENDI através de convênio
com o SEBRAE-RJ.
O processo empregado é bastante inovador, tendo em
vista que a coleta seletiva está agregada ao sistema
de coleta regular já existente no município.
Isto possibilitou a execução do programa sem
aumentar os custos para a Prefeitura.
Diversas formas de comunicação foram utilizadas
para divulgar o Programa e sensibilizar a população,
entre elas: mensagens diárias na rádio local;
entrevista na rádio; notícias nos jornais
locais e distribuição de folhetos em todas
as residências. Como evento principal de divulgação
foi criado o Concurso Recicla Areal, em que os participantes
deveriam elaborar peças a partir de materiais recicláveis.
Os primeiros resultados indicam uma boa adesão da
população ao Programa, superando as previsões
da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. É importante
ressaltar ainda a adesão da principal indústria
local que, ao repassar todos os seus materiais recicláveis
já separados para o programa Recicla Areal, provocou
um crescimento substancial nos quantitativos de materiais
recolhidos.
Os materiais recicláveis recolhidos pelos caminhões
são levados para um galpão, localizado a cerca
de dois quilômetros do centro da cidade. No galpão
eles são classificados, prensados ou quebrados, e
posteriormente armazenados para encaminhamento às
indústrias de reciclagem. Parte dos materiais vem
sendo assimilada por empresas e artesãos locais para
confecção de produtos ornamentais, utilitários
domésticos e brinquedos.
Dando prosseguimento ao Programa, a Prefeitura, em conjunto
com a ECOMARAPENDI e o SEBRAE-RJ, promoverão no primeiro
semestre de 1998 novo processo de divulgação
e conscientização para separação
de materiais recicláveis.
Voltar
COLETA
SELETIVA EM BELO HORIZONTE (MG)
Com 2 milhões e meio
de habitantes, cerca de 3.800 toneladas diárias de
resíduos sólidos e 90% da população
recebendo algum tipo de serviço de coleta e limpeza
urbanas, a capital de Minas Gerais é mais um grande
centro brasileiro que desenvolve programa de coleta seletiva.
Em 1993 a SLU (Superintendência de Limpeza Urbana)
iniciou uma gestão diferenciada dos resíduos
sólidos gerados na cidade de Belo Horizonte, não
só no aspecto tecnológico como também
na incorporação de componentes sócio-ambientais.
Este modelo usou como alicerce três pontos: consistência
tecnológica, qualificação do material
humano (trabalhadores) e cidadania e participação
popular.
Nestas bases, foram criados três programas: Compostagem
de Resíduos Orgânicos de Grandes Produtores,
Reciclagem de Resíduos da Construção
Civil e Coleta Seletiva dos Recicláveis Inorgânicos,
tendo como objetivo minimizar o descarte de rejeitos e conseqüentemente
diminuir os impactos ambientais negativos inerentes a uma
grande geração de resíduos. Assim,
a SLU utiliza a coleta seletiva como ação
concreta para incentivo à redução,
reutilização e separação de
materiais recicláveis, e para hábitos que
diminuam o desperdício.
Principais características
do projeto: Coleta seletiva dos Recicláveis Inorgânicos
- coleta ponto a ponto (Locais
de Entrega Voluntária) ao invés de coleta
porta a porta;
- incorporação dos catadores de papel como
atores prioritários do sistema;
- mobilização social, que coloca o cidadão
como agente propulsor da coleta seletiva;
- ação direta em grupos multiplicadores, como
estabelecimentos educacionais, instituições
públicas, igrejas etc.
Um fator importante para
a viabilização do sistema foi a interação
entre instituições, que contemplou, em linhas
gerais:
- articulação
entre as Secretarias Municipais de Desenvolvimento Social
e da Indústria e Comércio;
- parcerias com entidades civis e empresariais;
- celebração de convênio entre a Prefeitura,
a ASMARE (Associação dos Catadores de Papel,
Papelão e Materiais Reaproveitáveis) e a Mitra
Arquidiocesana, reconhecendo o trabalho do catador, como
disposto na Lei Orgânica do município.
Desenvolvimento e estrutura
do sistema
Na primeira fase, em dezembro
de 1993, foram instalados os primeiros LEVs - Locais de
Entrega Voluntária - na região central da
cidade, em parceria com os catadores. Em 1994 a SLU alugou
um galpão para triagem de materiais recicláveis
no centro (Galpão Curitiba), o que possibilitou a
eliminação de antigos pontos críticos
de triagem das ruas. Hoje, trabalham nele cerca de 80 pessoas.
Em 1996 mais um galpão foi alugado (Galpão
Itambé), desta vez no bairro Floresta, para organização
do trabalho dos catadores. No mesmo ano, houve ampliação
do galpão sede da ASMARE (na Av. do Contorno, Barro
Preto). A ASMARE, que já conta com mais de 230 associados,
é responsável pelo gerenciamento dos galpões,
juntamente com a Pastoral de Rua, a Cáritas e a Secretaria
de Desenvolvimento Social.
Uma dificuldade encontrada pela SLU foi dimensionar os contêineres
para os diferentes tipos de material - papel, alumínio
e plásticos, com pesos específicos diferenciados
e coletados ao mesmo tempo, pelo mesmo transporte. Em 1996,
após adaptações e correções,
novos modelos de contêineres foram instalados em 9
locais; em 1997 chegou-se a 147 contêineres, sendo
40 para vidro, 37para o plástico, 38 para latinhas
de alumínio e 32 destinados ao papel. Estes LEVs
estão localizados principalmente na região
centro-sul da cidade, área de maior concentração
e trânsito de pessoas, obtendo, portanto, melhor utilização.
O recolhimento dos materiais recicláveis é
feito de forma mista: a ASMARE e a SLU coletam mecanicamente
nos LEVs. Os catadores coletam com carrinhos de tração
humana individuais junto ao comércio e instituições
diversas, concentrando-se mais no centro da cidade, e a
freqüência de coleta é estabelecida de
acordo com a região (foi desenvolvido um roteiro
em maio de 1996); a SLU implantou a coleta seletiva de papel,
metal e plástico em dezembro de 1996 (o vidro já
era recolhido desde 1994), com a utilização
de caminhões, que recolhem três vezes por semana,
em quatro roteiros alternados. Ainda assim, em locais onde
há contêineres com menor produtividade, o responsável
(ou "adotante") pelo LEV contacta diretamente
a ASMARE para a coleta. Uma vez levados aos galpões,
os materiais são triados, pesados, prensados e por
fim comercializados.
Recolhimento de Materiais
Recicláveis (kg/mês)
|
Papel |
Vidro |
Metal |
Plástico |
Total |
Janeiro-1998 |
277.468 |
121.170 |
6.031 |
18.855 |
423.524 |
Fevereiro-1998 |
238.929 |
88.790 |
5.988 |
22.082 |
355.789 |
Março-1998 |
276.325 |
114.960 |
8.780 |
24.693 |
424.758 |
Abril-1998 |
236.520 |
98.695 |
7.147 |
21.412 |
363.774 |
Maio-1998 |
264.613 |
94.470 |
5.611 |
17.415 |
382.109 |
Total no período: |
1.293.855 |
518.085 |
33.557 |
104.457 |
1.949.954 |
Custos
Os custos da coleta seletiva
de Belo Horizonte são distribuídos de acordo
com os sistemas de operacionalização, como
por exemplo:
- Custo de equipamento, manutenção, combustível,
licenciamento, seguros, além de custos dos serviços
de coleta seletiva de vidro etc. mais serviços de
terceiros como água, luz, telefone, mão de
obra pessoal, etc. - cabem à SLU.
- Custos de carreto e transporte, triagem, manutenção,
operação cabem à ASMARE.
A taxa de limpeza urbana, cobrada junto com o IPTU, cobre
65% dos custos da mesma, e a prefeitura complementa com
mais 30%; os 5% restantes são obtidos com receitas
próprias geradas pela SLU.
A remuneração dos catadores associados à
ASMARE é feita de acordo com sua produção
e com os preços praticados no mercado, além
do incentivo de 20% da produção de cada um.
A comercialização dos recicláveis é
realizada pela ASMARE e Santa Casa (vidro), beneficiárias
da coleta.
Evolução da Coleta Seletiva em Belo Horizonte
Educação
A Assessoria de Mobilização
Social foi criada em maio de 1993, para desenvolver um trabalho
educativo e participativo junto à população;
hoje possui cerca de 70 pessoas, em três comitês:
BH Mais Limpa, Projetos Especiais e BH Reciclando. Em cada
um deles, são desenvolvidas várias atividades,
que são utilizadas de acordo com as peculiaridades
de cada local ou comunidade. Esta metodologia envolve: contatos
iniciais com interessados, levantamento de locais para instalação
de contêineres, formação de grupos que
cuidam dos LEVs e ajudam na sensibilização,
realização de oficinas de papel e sucata,
realimentação do processo com informe de resultados,
etc.
A Assessoria produz ainda periódicos, direcionados
a diferentes públicos: população, garis
e técnicos da área de limpeza pública.
Reaproveitamento de Entulho
Os entulhos domiciliares compõem, em peso, aproximadamente
1/3 dos resíduos sólidos de BH. Para processamento
e melhor destinação deste tipo de resíduo,
foram criadas as Estações de Entulho, que
hoje são duas: a do Estoril, aberta em novembro de
1995, e Pampulha, inaugurada em dezembro de 1996. Há
um movimento de 25 a 35 caminhões/dia e perfazendo
aproximadamente 200 t/dia; a capacidade de processamento
de cada uma delas cerca de 190 t/dia.
Esse entulho processado é aplicado em pavimentação
(cerca de 22% da execução da pavimentação
asfáltica do município) e em blocos de vedação.
Apesar das dificuldades de um projeto inovador deste porte,
considera-se que os resultados são significativos,
principalmente no que tange à participação
da população.
Mais informações
Superintendência de
Limpeza Urbana - Coleta Seletiva (31) 277-9348;
Estação de Entulhos do Estoril: (31) 277-9092
Voltar
COLETA
SELETIVA EM BLUMENAU (SC)
Em 1984, o Departamento
de Serviço Urbano (DSU) de Blumenau, Santa Catarina,
iniciou a implementação da coleta seletiva
de resíduos sólidos na cidade. A idéia
foi retomada em 1987, quando a Sociedade Promocional do
Menor Trabalhador de Blumenau - PROMENOR - passou a gerenciar
a coleta seletiva. Desde o início o programa vem
sendo desenvolvido com apoio técnico da Fundação
Municipal do Meio Ambiente (FAEMA), na área de educação
ambiental, e o programa de coleta seletiva é um dos
mais bem sucedidos do país. Blumenau possui uma população
de 250 mil habitantes e gera, mensalmente, cerca de 4.500
toneladas de resíduos sólidos domiciliares.
Estruturas dos equipamentos
O sistema conta atualmente
com sete carros para a coleta (quatro caminhões e
três utilitários), quatro prensas-enfardadeiras,
uma balança, um carrinho, um elevador, uma esteira
de triagem e outra de transporte, um moinho de vidro, além
de caixas de acondicionamento do material triado.
Recursos humanos
O programa envolve 44 coletores
e triadores, sete motoristas, dois encarregados da produção,
um assistente administrativo e um supervisor. Todos os funcionários
da empresa que foi contratada para a limpeza passam por
um treinamento e no momento de coletar os resíduos
já separam os materiais recicláveis.
Operação
do sistema
Todo o programa de coleta
se realiza praticamente pelo sistema de recolhimento porta
a porta, com os quatro caminhões baú e os
três veículos utilitários, uma vez por
semana, atingindo trinta bairros do município, ou
70 mil pessoas (23% da população). No ano
de 2000, os veículos da coleta seletiva percorreram
um total de 159 mil quilômetros. A coleta atinge,
além das residências e condomínios,
as empresas, escolas e as entidades organizadas, além
de boa parte das atividades comerciais e prestadores de
serviços.
Dificuldades
Há problemas na coleta
nos locais de difícil acesso, principalmente nas
pontas de morros, mas há estudos para que a mesma
seja efetuada com caminhão compactador.
DESTINAÇÃO
Todo o material recolhido é transportado para o galpão
de triagem da PROMENOR, onde a atividade de triagem é
exercida em dois turnos. Lá é feita a separação
e enfardamento dos plásticos, papéis e papelão.
O vidro também passa por uma triagem, podendo ser
comercializado inteiro ou triturado. Tudo é depois
comercializado e o dinheiro obtido com as vendas é
repassado à instituição PROMENOR, para
atender a 1.200 crianças e adolescentes carentes
do município.
Dentro das atividades desenvolvidas com os jovens são
oferecidas 21 oficinas, que vão dos esportes à
informática. Uma delas é o trabalho com materiais
recicláveis, como PET (garrafas de refrigerante),
caixa de leite, lata de alumínio, papelão
e jornal entre outros.
O programa de Coleta Seletiva de Blumenau recebeu, nos últimos
quatro anos, investimentos da ordem de R$ 120.000,00. Esse
valor foi investido em toda a estrutura do programa.
Crescimento
A coleta seletiva em Blumenau
deu um grande salto nos últimos quatro anos, passando
de 8,8 % do total dos resíduos sólidos domésticos
com potencial de serem reciclados, no início de 1997,
para 19 % no final de 2000 - em torno de 300 toneladas/mês
coletadas. Atribui-se esse sucesso ao investimento na estrutura
e a adesão da comunidade, que participa com a separação
prévia dos resíduos em casa; estima-se que
15 % do material reciclado pela PROMENOR já venham
separados pela população.
O programa não possui nenhum incentivo de troca.
Todo o trabalho de informação e sensibilização
visa fortalecer a mudança de hábito da população
nas questões ambientais e a doação
do material selecionado à PROMENOR.
Hoje o problema da geração do lixo é
encarado pelos habitantes como um fator ambiental e que
está associado diretamente à questão
social. O fato dos recursos serem destinados à PROMENOR
também contribuiu para a participação
da sociedade.
Educação
Ambiental
No galpão de reciclagem
da PROMENOR foi construída uma sala de educação
ambiental, destinada às atividades de sensibilização,
informação e educação. Esta
sala foi construída com 90 % de materiais reutilizados
e já atendeu, desde a sua implantação
no início de 2000, a 4.800 alunos da rede municipal
de ensino de Blumenau e dos municípios vizinhos.
Também foram realizadas palestras e exposições,
sobre a problemática dos resíduos e sobre
reciclagem em empresas, escolas e entidades do município.
O programa possui, como forma de divulgação,
um folheto sobre coleta seletiva, confeccionado com o papel
reciclado da caixa de leite longa vida pós consumo
(tetra pak).
Materiais coletados seletivamente
e comercializados pelo programa de reciclagem da PROMENOR,
nos últimos quatro anos, em toneladas:
Papéis |
2771 |
Plásticos |
1016 |
Metais |
1339 |
Vidros |
1896 |
Total |
7022 |
A coleta seletiva já
está presente também nos grandes eventos da
cidade. Em 1999 e 2000 foram implantados PEVs de coleta
seletiva para grandes eventos da cidade. Em 1999 e 2000
foram implantados PEVs de coleta seletiva para separação
de copos, papelão e metais durante a Oktoberfest.
Nesses dois anos, foram recuperadas no total 26 toneladas
de materiais recicláveis durante o evento.
Voltar
COLETA
SELETIVA EM CAMPINAS (SP)
O programa de Campinas (SP),
cidade com cerca de 820 mil habitantes, está no sétimo
ano de existência, atinge 200 dos 600 bairros e contempla
aproximadamente metade da população.
Início dos trabalhos
O Departamento de Limpeza
Urbana da Prefeitura Municipal de Campinas iniciou o programa
de Coleta Seletiva em agosto 1991, através de uma
lei municipal.
Iniciada no bairro Barão Geraldo, a coleta seletiva
domiciliar recolhia cerca de 80 quilos de material no circuito
escolar e aproximadamente 400 quilos no atendimento domiciliar.
Atualmente, para esta coleta, estão em operação
nove caminhões compactadores, que recolhem 15 toneladas
de recicláveis ao dia, num raio de 80 km. O material
arrecadado e triado no programa cabe ao Fundo Social de
Solidariedade de Campinas - o FUSSCAMP.
Desenvolvimento e estrutura
Em suas três formas
de atuação, a coleta seletiva é executada
diretamente pela administração municipal.
A terceirização da triagem e comercialização
está em fase de desenvolvimento, e gradativamente
outros órgãos integrarão o programa,
na medida em que possam incrementar as atividades. Como
exemplo, as Secretarias de Educação, Saúde,
Promoção Social; o Departamento de Meio Ambiente
e empresas que estejam com projetos na área de reciclagem
ou transformação de materiais e/ou embalagens.
No serviço de triagem e valorização
do material reciclável, há atualmente uma
ação conjunta que envolve outros setores,
como o Centro de Educação Integrado, o Centro
de Atendimento ao Migrante Itinerante e Mendicante (junto
com a Secretaria de Promoção Social) e o Presídio
Prof. Ataliba Nogueira (com apoio da iniciativa privada
e participação do FUSSCAMP). Com este último,
segundo a imprensa local, empregava-se, em março
deste ano, 36 presidiários que recebiam um salário
mínimo e poderiam reduzir suas penas em 30%. Outras
iniciativas em estudo ou andamento são a parceria
com Associações de Triadores ou Núcleos
Organizados (para que adquiram materiais coletados pelo
preço de cargas sem triagem) e a viabilização
da instalação de unidade de triagem do material
reciclável.
Três sistemas
1. COLETA SELETIVA DOMICILIAR
A população é orientada para separar
os materiais que vão para a reciclagem; a coleta
é feita uma vez por semana, por setor, em caminhões
de leve compactação, e o material é
levado para a área de triagem e despejado no pátio,
para posterior separação. A coleta seletiva
domiciliar em Campinas engloba 37 setores, sendo 21 diurnos,
em 137 bairros e 16 noturnos, em 73 bairros, onde são
coletadas 360 toneladas por mês. Dentro desse processo,
existe 25% de rejeito (o que corresponde a 5,5 toneladas
por dia) de materiais que não apresentam reciclabilidade
- isopor, trapo, porcelana e outros - ou de materiais comprometidos
no descarte - papéis engordurados, partículas
de difícil separação etc. O material
realmente reciclável corresponde, portanto, a cerca
de 15 t/dia.
2. COMUNIDADES ORGANIZADAS
Neste sistema são fornecidos recipientes metálicos
de 200 litros, identificados para a devida separação;
para a coleta são usados os caminhões com
carroceria compartimentada. São atendidos, hoje,
cerca de 420 estabelecimentos por semana * - escolas, associações
de bairros, condomínios e outros -, onde chegam a
ser coletadas, em média, 96 toneladas de recicláveis
por mês, o que equivale a 18% (em peso) do total de
materiais recicláveis coletados no município.
3. LOCAIS DE ENTREGA
VOLUNTÁRIA
São 14 pontos estratégicos do município**,
equipados com contêineres compartimentados, responsáveis
por 0,7% de toda a coleta seletiva, ou seja, cerca de 1,5
t/dia ou 34 t/mês. Neste sistema o D.L.U. conta com
um caminhão equipado com sistema hidráulico
de coleta.
Observam-se alguns problemas quanto à disposição
dos materiais, como um percentual de mistura dentro dos
LEVs, além do depósito de resíduos
ao lado dos contentores, muitas vezes sem separação.
Processo e destinação
Após triagem na esteira,
o material reciclável é acondicionado em bombonas
de plástico ou em carrinhos de fibra de vidro; daí
é prensado ou transferido para contêineres
de transbordo. São estocados em fardos ou soltos,
até atingirem a tonelagem mínima de retirada,
o que é feito pelas empresas de reciclagem.
Custos
O custo global, considerando-se
a tonelagem trabalhada e o custo operacional, é de
R$245,00 por tonelada em 1997.
Engajamento da população
A divulgação
é um dos fatores primordiais para a adesão
voluntária da população. A Prefeitura
tem difundido o sistema através do "boca a boca"
nas residências ou por palestras de educação
ambiental em escolas - como o curso de educação
ambiental "Nada se Perde, Tudo se Transforma"
- e também em prédios de repartições
públicas, associações de bairros, condomínios
etc.
Ainda dentro do programa de educação ambiental,
existe o "Lixo-Tour", que consiste em um roteiro
de palestras e visitas ao sistema de coleta, tratamento
e destinação dos resíduos da cidade.
Novas metas
A Prefeitura de Campinas
objetiva ampliar seus raios de atuação. No
caso da Coleta Domiciliar, em princípio, a meta é
atingir 210 bairros do município e 780 toneladas
mensais de material reciclável. Também aponta
a necessidade de que a frota de veículos tenha manutenção
permanente. Para o sistema em Comunidades Organizadas, Campinas
pretende se estender o máximo possível. Quer
atingir todos os estabelecimentos de ensino, além
de ampliar sua atuação em condomínios,
associações de bairros etc. Para isso vai
adquirir, por compra ou doação, tambores metálicos
de 200 litros cada. O ideal nesse início é
a marca dos 800 tambores. A Entrega Voluntária também
pretende aumentar sua marca: ampliar os atuais 14 para 40
contêineres. Também pretende adquirir um novo
sistema de braço hidráulico para adaptar em
outro caminhão do D.L.U., a fim reduzir dificuldades
operacionais.
Um dos pontos que a Prefeitura de Campinas está apostando
é em estabelecer parcerias com indústrias
de reciclagem e transformação de cada material
específico. Assim teria condições para
instalação de novos coletores no município.
Além disso, quer ampliar a participação
do programa de coleta seletiva em eventos municipais: feiras
do verde, exposições em shoppings, semanas
do meio ambiente, operações "cata-bagulho",
eventos esportivos, apresentações culturais
etc. Planeja também a criação de uma
equipe de monitores ambientais, com equipamentos volantes
de divulgação.
Equipamentos
Item |
Quantidade |
Utilização |
Esteira de Triagem |
01 |
Segregação
material coletado |
Prensa Vertical |
02 |
Prensagem e enfardamento (plásticos/papelão) |
Prensa Horizontal |
01 |
Prensagem
(latas) |
Contêineres Compartimentados |
14 |
Acondicionamento
de material reciclável |
Carrinhos de Fibra de Vidro |
10 |
Transbordo
da esteira para estocagem |
Pessoal envolvido
Função |
Nº
de trabalhadores |
Coletores/Triadores |
85 |
Motoristas |
30 |
Mestres |
09 |
Assistentes Administrativos |
01 |
Pintores |
02 |
Engenheiro |
01 |
Mais informações
DLU (Departamento de Limpeza
Urbana) - Coord. de Coleta Seletiva
Prefeitura Municipal de Campinas - (19) 231-3405
Voltar
COLETA
SELETIVA EM CURITIBA (PR)
Curitiba, capital do Paraná,
nos seus 305 anos e mais de 1 milhão e meio de habitantes,
caracteriza-se por ter sido a primeira Prefeitura a inovar
o sistema de coleta de resíduos urbanos do país,
inaugurando, em 1989, a Coleta Seletiva do Lixo Doméstico
- "O Lixo que não é Lixo".
Início dos trabalhos
Em outubro de 1989, Curitiba inaugurou um novo sistema de
recolhimento e destinação de resíduos
urbanos no país, com o Programa Lixo Que Não
É Lixo. A princípio, foi feito um trabalho
de educação ambiental nas escolas da rede
pública divulgando-se que um terço dos resíduos
coletados poderia ser encaminhado para a reciclagem. Em
seguida, todo o município foi sensibilizado e instruído
a separar os materiais recicláveis através
de cartilhas e panfletos, rádio, televisão
e jornais. O Programa Compra do Lixo, também lançado
em 1989, foi implantado para possibilitar a limpeza das
comunidades carentes; caracteriza-se pela troca dos resíduos
por produtos hortigranjeiros.
O Programa Câmbio Verde, de 1991, derivou-se desses
dois primeiros e consiste na troca de materiais recicláveis
por produtos hortigranjeiros em postos de troca.
Desenvolvimento e estrutura
O Departamento de Limpeza
Urbana da Prefeitura Municipal de Curitiba é responsável
pelo gerenciamento, supervisão e fiscalização
dos serviços de coleta e destinação
de resíduos, executados por empresas contratadas.
A Prefeitura faz também o recolhimento seletivo de
resíduos dos serviços de saúde e dos
resíduos de jardins e podas de árvores.
Curitiba produz 35,3 mil toneladas de lixo por mês.
Desse total 29,8 mil são de lixo domiciliar que vão
para o aterro sanitário da Caximba. Outras 5,4 mil
são de lixo reciclável coletadas pelos programas
Lixo que não é Lixo, Câmbio Verde e
pelos carrinheiros. São 22 caminhões, 16 para
o Lixo que não é Lixo e 6 para o Câmbio
Verde. A usina de separação fica em Campo
Magro, e existem mais de 22 depósitos credenciados.
Programa "O LIXO
QUE NÃO É LIXO"
A maior parte dos recicláveis
da cidade é coletada pelos catadores ou "carrinheiros",
que coletam diariamente cerca de 150 toneladas de material,
revendendo-o para os sucateiros. Atualmente, estão
cadastrados pela Fundação de Ação
Social aproximadamente 1.300 catadores, que trabalham com
carrinhos especialmente projetados, coletes de identificação
e agora estão se organizando em cooperativas. Os
shopping centers, por exemplo, estão enviando o material
reciclável para a REECOPERE, Cooperativa de Trabalhadores
de Coleta de Recicláveis de Curitiba.
A população separa previamente o material
úmido (restos de alimentos, sobras, papéis
higiênicos etc.) dos recicláveis (papel e papelão,
vidro, metais ferrosos, plásticos), para que estes
sejam recolhidos nos dias determinados para a coleta.
Curitiba possui hoje 111 setores de coleta e mobiliza 15
caminhões baú, em dois turnos, envolvendo
30 motoristas e 90 coletores.
Programa "CÂMBIO
VERDE"
Desde junho de 1991 a população
de baixa renda pode trocar seus recicláveis por produtos
hortigranjeiros de época. Os pontos de troca estão
nas área externas dos supermercados e dos órgãos
municipais, nas associações de moradores e
funcionam em data e horários pré-determinados.
Cada pessoa deve levar cinco quilos de material reciclável
para receber em troca uma sacola com o produto hortigranjeiro.
Todo o material reciclável recolhido é então
transportado para a Unidade de Valorização
de Resíduos Sólidos Recicláveis ou
aos depósitos credenciados, para triagem e venda.
Atualmente são 61 pontos de troca, com dois caminhões
(um baú e um de carroceria), dois motoristas, dois
coletores e um ajudante.
Existem três modalidades do Programa Câmbio
Verde, com os seguintes objetivos:
Modalidades |
Objetivos |
Pontos de Troca |
incentivar os moradores a separarem os
resíduos úmidos ("lixo orgânico")
do lixo seco ("inorgânico") e promover
reforço alimentar das famílias mais carentes. |
Entidades assistenciais |
incrementar a alimentação
das pessoas que residem ou dependem dessas entidades
para obterem pelo menos uma refeição ao
dia. |
Especial |
realizado nas escolas municipais, para
consolidação do espírito de separar
para reciclar. Troca-se os recicláveis por cadernos,
brinquedos, chocolates, ingressos para espetáculos,
entre outros. |
Aterros
Existem três aterros
para destinação final dos resíduos
coletados e que não vão para a reciclagem:
o aterro de Caximba, para resíduos domiciliares,
Aterro Sanitário Hospitalar para os resíduos
dos serviços de saúde e o Aterro de Resíduos
Vegetais, para as podas de jardins e entulhos.
Educação
ambiental
A Educação
Ambiental é um dos fundamentos da gestão de
resíduos sólidos urbanos de Curitiba.
Nas escolas a educação ambiental faz parte
do currículo. Desde o início do programa,
foi inserida de modo interdisciplinar nas escolas municipais
e se expandiu para a comunidade, adaptando-se aos diferentes
segmentos sociais.
Além disso, desde 1997, existe o projeto Olho D'Água,
no qual as crianças acompanham e são levadas
a perceber a situação dos rios da região
através da análise e observação
da qualidade das águas.
Atualmente, estão em andamento processos educativos
direcionados a públicos específicos como moradores
de condomínios, proprietários, funcionários
e clientes de lojas em shopping centers, coletores de materiais
recicláveis e funcionários da Prefeitura.
A empresa concessionária de coleta, por exemplo,
distribui folhetos educativos em toda a cidade e empresta
300 contêineres para condomínios no bairro
Bigorrilho, para estimular a separação em
prédios que não dispõem de espaço
para armazenagem. Posteriormente, os prédios comprarão
suas próprias caçambas. A Prefeitura promove
palestras e 630 prédios já receberam a Secretaria
Municipal de Meio Ambiente.
Visitação
na Usina
No segundo semestre de 1997
foi iniciado um programa de visitação à
Usina de Reciclagem de Curitiba, que envolve atividades
para crianças e adultos e orientações
sobre o programa de coleta seletiva. Essas ações
de educação ambiental levaram este ano à
adaptação de um barracão, transformado
em sala de aula permanente, que tem como principal objetivo
integrar o equipamento à comunidade. O material utilizado
na reforma foi todo selecionado e reaproveitado da sucata.
Quem visita a Usina hoje pode observar a reciclagem artesanal
de papel e visitar o Museu - com raridades encontradas no
lixo - e o Mercadinho do Reciclado, onde são vendidos
alguns móveis e utilitários, ainda em condição
de uso, a preços simbólicos.
Inovação
Em setembro de 1998 a prefeitura
lançou o Programa de Coleta Seletiva de Lixo Tóxico,
viabilizando a coleta seletiva de resíduos domiciliares
perigosos, incluindo pilhas, baterias de telefones celulares,
latas de tintas, solventes e medicamentos vencidos. A coleta
especial é feita por um caminhão que permanece
um dia da semana em cada terminal de ônibus. Os materiais
são encaminhados à central de Tratamento de
Resíduos Industriais - CTRI.
Benefícios
- O aterro da Caximba ganhou mais quatro anos de vida útil,
porque deixou de receber 419 mil toneladas de materiais
reaproveitáveis desde 1989, quando foi construído.
Esta quantidade equivale ao peso de 279 mil fuscas.
- A reciclagem de 16% de papel do lixo produzido em Curitiba
(PR) - o melhor índice do país - já
poupou o corte de 822.570 árvores nos últimos
nove anos, além da economia da água e energia.
- O dinheiro da venda dos materiais é aplicado em
programas sociais do Instituto Pró Cidadania da Prefeitura.
Custos
A coleta seletiva de lixo em Curitiba é sustentada
com os recursos da Prefeitura, sendo o serviço de
coleta terceirizado.
Mais informações
Secretaria Municipal do
Meio Ambiente - Dir. de Limpeza Pública: (41) 338-8399
Usina de Reciclagem - Eng. Marcelo Gomes Ferreira - (41)
767-1110
Unilivre - Centro de referência - (41) 254-5548
Voltar
COLETA
SELETIVA EM JOÃO PESSOA (PB)
Começam a ser detectadas,
em algumas cidades do nordeste brasileiro, ações
de implementação de soluções
para a geração e destinação
mais adequada dos resíduos sólidos. Neste
artigo, divulgamos o trabalho da prefeitura de João
Pessoa, capital da Paraíba.
O projeto foi idealizado a partir do começo da gestão
da atual administração da EMLUR (companhia
de limpeza do município), dentro do programa de governo
da prefeitura iniciado em 1997. A iniciativa se deu face
à necessidade de diminuir a quantidade de resíduos
dispostos nos vazadouros e aterros, bem como de redirecionar
a população marginalizada ligada à
catação de material nesses locais.
Metodologia
Tomando o princípio
dos "3 Rs" - Reduzir, Reutilizar e Reciclar, a
Emlur optou por fomentar a educação ambiental
na população, primeiramente uma faixa de formadores
de opinião.
Concomitantemente, está sendo organizada a Cooperativa
de Catadores, visando integrar os catadores que hoje atuam
no principal vazadouro da cidade, o "Lixão do
Roger".
Início da operação
A partir de 1º de maio
de 1998, quando se dará a inauguração
do programa, estarão funcionando os 15 PEVs (Pontos
de Entrega Voluntária de Materiais Recicláveis)
que estão sendo instalados na cidade, com a meta
de atingir, de imediato, 5% da população e
conseguir, até o final da gestão, 30% de abrangência.
Os materiais coletados repetem os outros programas conhecidos
do país (e divulgados neste informativo, em números
anteriores) - papel/papelão, plásticos, vidros
e metais.
Eles deverão ser encaminhados para a Cooperativa
de Catadores, que serão responsáveis pelo
acondicionamento adequado (enfardamento e outros) e destinação
para as indústrias.
O vidro terá um destino especial, que é o
Hospital do Câncer Napoleão Laureano.
Estrutura básica
O programa, para a inauguração,
conta com 1 veículo para a coleta, 20 funcionários
e 15 contêineres para coleta seletiva (PEVs).
O projeto é custeado atualmente pela própria
Emlur e pela Prefeitura Municipal de João Pessoa,
além de estar buscando novas parcerias.
Expansão
Espera-se uma participação crescente da população;
à medida que ela for ocorrendo, novos PEVs serão
instalados.
A Emlur também pretende ampliar a coleta seletiva
para as escolas da rede municipal e implantar a coleta seletiva
de papel em escritórios das repartições
públicas do município.
A maior meta do programa, até o final da atual administração,
é a Coleta Seletiva Porta a Porta em um bairro piloto
da cidade.
Mais informações
Emlur - Dir. de Operações
- Coord. de Planejamento - Tel.: (83) 244-4020 R: 216.
Voltar
COLETA
SELETIVA EM PORTO ALEGRE (RS)
O projeto de Coleta Seletiva
de Porto Alegre, implantado pelo DMLU - Departamento Municipal
de Limpeza Urbana -, é hoje um dos mais bem sucedidos
do país. Iniciado em 1990, o projeto completou sete
anos de existência em julho de 1997.
O alerta para o desenvolvimento de um programa de coleta
seletiva de materiais recicláveis em Porto Alegre
se deu através de problemas comuns a qualquer cidade:
falta de espaço para dispor o lixo e existência
de grupos sociais excluídos que sobreviviam da catação
(ou "garimpagem") do lixo.
Ainda na fase de planejamento (1989), a idéia foi
de possibilitar a geração de renda, de forma
organizada, para este setor marginalizado da população,
através da venda de materiais recuperados, retirados
da "corrente" da geração de resíduos
sólidos, destinando-os à reciclagem.
No início de 1990, foi constituída a primeira
entidade de reciclagem: a Associação de Mulheres
Papeleiras e Trabalhadoras em Geral (construído pela
Igreja Nossa Senhora dos Navegantes). A Associação
recebeu em seu galpão todo o lixo seco coletado em
Porto Alegre até final de 1991, quando se iniciaram
as atividades de outros grupos.
Em julho de 1997, o programa já atingiu 100% dos
bairros, tendo destinado mais de 28 mil toneladas de materiais
para a reciclagem ao longo de sua existência.
Implantação Progressiva
O sistema de coleta seletiva foi implantado por etapas a
partir de 1990, acontecendo da seguinte forma:
Período |
Etapas |
julho de 1990 |
O programa foi implantado no bairro do Bom Fim. |
dezembro de 1990 |
Chegada do programa aos bairros da Cidade Baixa e
Menino Deus. |
1991 |
Ao todo 16 bairros já eram beneficiados, incluindo
60 escolas. |
1992 |
Mais 37 bairros beneficiados pelo programa. |
de 1993 até 1995 |
O programa já abrangia 61 bairros. |
de 1996 até julho de 1997 |
Ampliação do programa para atingir 100%
dos bairros. |
Estrutura do sistema
de coleta seletiva
Operação
e destinação
A coleta seletiva está
dividida em duas equipes: equipe de educação
ambiental (planificação e desenvolvimento)
e equipe operacional (responsável pela execução
propriamente dita).
São 21 caminhões especiais, com aproximadamente
100 funcionários do DMLU. Uma vez por semana em cada
bairro, o caminhão da coleta seletiva recolhe o material
separado espontaneamente pelos moradores.
São arrecadadas 40 toneladas de material seco por
dia, destinadas às oito unidades de reciclagem. Parte
disto vem dos PEVs (Postos de Entrega Voluntária),
que são 28 contêineres de coleta seletiva localizados
em pontos de grande movimento e praças distribuídas
pela cidade.
Quando chega às unidades de reciclagem, o material
é triado, acondicionado e armazenado, para depois
ser encaminhado às indústrias recicladoras
através de venda direta ou via intermediários
(sucateiros).
Educação
e treinamento
Para ajudar na organização
de cada unidade de reciclagem aberta, o DMLU realiza, com
antecedência, um treinamento com os recicladores iniciantes,
muitos dos quais, porém, são pessoas que já
trabalhavam há vários anos na catação
dentro de lixão. Eles recebem informações
sobre matérias-primas com as quais irão lidar,
aspectos da comercialização, etc.
Desde o início do projeto há um programa de
divulgação e educação, com distribuição
de folhetos, difusão de mensagens através
de carros de som e eventos em comunidades, atingindo um
público diversificado.
Paralelamente, foi desenvolvido um programa direcionado
especialmente às escolas, empresas, hospitais e órgãos
públicos.
Há também cursos destinados a professores
e diretores de escolas. Só no segundo semestre de
1996 foram ministradas quatro edições dos
cursos.
Unidades de reciclagem
Atualmente são oito
as unidades de reciclagem de Porto Alegre. São operadas
por associações de trabalhadores autônomos
- os recicladores de resíduos sólidos, papeleiros
ou catadores. Ao todo, cerca de 250 pessoas estão
envolvidas na atividade. O DMLU faz o acompanhamento permanente
de cada uma destas unidades, auxiliando em sua capacitação
e organização.
O rendimento de cada trabalhador é entre R$150,00
e R$200,00, com vistas a melhorar na medida em que a quantidade
de material recuperado aumente e este seja vendido diretamente
às indústrias. As 40 toneladas diárias
de material reciclável coletados pelo programa representam
20% do total de lixo seco gerado na cidade. Quantidade de
material recuperado e destinado à reciclagem no programa
de coleta seletiva de Porto Alegre, em toneladas, até
meados de 1997:
Material |
Reciclagem
em toneladas |
Papel |
7.400 |
Vidro |
4.300 |
Metal |
2.538 |
Plástico e outros |
13.962 |
Total de materiais destinados à
reciclagem |
28.200 |
Custos
O custo da coleta seletiva
é totalmente pago pela taxa de lixo. O BID - Banco
Interamericano de Desenvolvimento - está destinando,
através do Programa Pró-Guaíba (o principal
rio da bacia hidrográfica local), recursos da ordem
de 300 mil dólares para equipamentos para educação
ambiental, caminhões e um micro-ônibus. O objetivo
é aumentar notavelmente o volume de material reciclável
recuperado.
Mais informações
DMLU - Porto Alegre
Av. Azenha, 631 - CEP 90160-001 - Porto Alegre (RS)
Telefax: (51) 217-9111
Voltar
COLETA
SELETIVA EM RIBEIRÃO PRETO (SP)
Em Ribeirão Preto,
no estado de São Paulo, o programa de coleta seletiva,
denominado "Lixo Útil" foi lançado
no 2º semestre de 1991 pelo DURSARP (Departamento de
Urbanização e Saneamento), inicialmente em
um bairro de classe média e média alta, o
Lagoinha. De 1992 até 1997 o programa se expandiu,
atingindo 10% da área do município.
A população fixa de Ribeirão Preto
é de cerca de 456.252 habitantes, chegando a 550.000
se considerados os 100 mil que compõem a população
flutuante. Hoje, da média de 450 toneladas diárias
geradas na cidade, 5 toneladas são coletadas pelo
programa de coleta seletiva.
Estrutura do sistema
de coleta seletiva
O programa de Coleta Seletiva
de Ribeirão Preto envolve dois sistemas principais
de recolhimento de material reciclável: a Coleta
Porta a Porta e os PEVs (Postos de Entrega Voluntária).
Na Coleta Porta a Porta, um caminhão-baú passa
de residência em residência, uma vez por semana,
atendendo a 14 bairros; no centro da cidade ela é
chamada Coleta Calçadão, sendo realizada diariamente
por um veículo menor. Existe também um atendimento
direcionado a escolas públicas, creches e instituições
afins, mediante solicitação.
Na Coleta Pontual, nos PEVs, um caminhão munk (com
um guincho que suspende o contêiner) coleta o material
dos contêineres, em 19 bairros, em dias alternados.
Destinação
Todo o material é
levado para o Centro de Triagem do Dursarp, localizado na
periferia da cidade. Lá é feita a separação,
o enfardamento de plásticos, metais, papel e papelão.
O vidro tem uma destinação diferente: é
coletado e transportado para a Casa das Mangueiras, instituição
que trabalha com adolescentes carentes. Neste local o vidro
é separado, lavado e comercializado. O dinheiro arrecadado
é para o uso da própria instituição.
Os materiais são comercializados através de
licitações (por carta convite) para pessoas
jurídicas cadastradas na Prefeitura. A verba obtida
é então repassada ao Fundo Social de Ribeirão
Preto, responsável por destinar recursos a instituições
assistenciais do município.
Compostagem
Os resíduos provenientes
de podas, folhagem e galhos são destinados ao setor
de produção de adubo, localizado no próprio
Centro de Triagem. O material é triturado e armazenado
devidamente para maturação, após o
qual é destinado às praças, hortas
comunitárias etc.
Distribuição
dos serviços
Os serviços de coleta
são feitos parte pelo Dursarp e parte por terceiros.
O Dursarp atende a escolas, creches e pedidos especiais,
sempre que solicitado, o que é feito com o caminhão
carroceria. As coletas Porta a Porta, Calçadão
e Coleta pontual são terceirizadas.
Entulho
Ribeirão Preto produz,
em média, 900 toneladas de entulho por dia; 25% desse
material é operado na Usina de Reciclagem de Entulhos
da Construção Civil e o material produzido
é utilizado na recuperação de estradas
municipais sem pavimentação. O gerenciamento
desta usina é feito pelo Dermurb, outro órgão
municipal.
Educação
Para informar, orientar
e educar a população, está sendo retomado
o Programa de Educação Ambiental, através
de um trabalho conjunto entre o Dursarp, a Secretaria Municipal
do Meio Ambiente, a Secretaria Municipal de Educação
e a Secretaria Municipal do Bem Estar Social. Ele consiste
em promover palestras para a população, além
de divulgar o projeto em escolas.
Expansão
A ampliação
do sistema Porta a Porta e Pontual, bem como a ampliação
do Centro de Triagem é a intenção dos
responsáveis pelo Programa Lixo Útil. Espera-se
com isso reduzir efetivamente o volume de resíduos
aterrados, diminuindo o problema de degradação
de áreas e recursos naturais, além de gerar
subsídios para programas sociais.
Voltar |