A
questão dos agrotóxicos nos alimentos - o
caso do bicarbonato
Fonte: Alexandre Harkaly - Instituto Biodinâmico (Botucatu,
12 de Novembro de 2002)
Gostaríamos
de comentar a matéria divulgada pela Rede Globo e
outros veículos de jornalismo, na última semana,
sobre a questão dos agrotóxicos nos alimentos
e a melhor maneira de se evitá-los.
Sem dúvida, na medida em que algumas poucas análises
de controle de qualidade são feitas, principalmente
análises de resíduos de agrotóxicos,
nos defrontamos com dados alarmantes e preocupantes. O Instituto
Biodinâmico, com sua experiência de 10 anos
em certificação orgânica e biodinâmica
e em análises químicas de culturas agrícolas
e alimentos, pode acrescentar, ainda, que se trata apenas
da ponta do iceberg. São dezenas de princípios
ativos sendo introduzidos todos os dias em todas as culturas
agrícolas do país e do planeta.
O movimento de agropecuária orgânica já
alertou inúmeras vezes para este problema que vem
causando prejuízos sérios e irreparáveis
à saúde da população e também
ao meio ambiente. O Brasil é atualmente um dos maiores
nichos do mercado de agrotóxico, o terceiro no ranking
mundial.
Formas simplistas e erradas têm sido usadas para orientar
as donas de casa sobre como diminuir os riscos de contaminação
com agrotóxicos como, por exemplo, o uso de bicarbonato
de sódio. Esta recomendação está
errada. O bicarbonato de sódio tem uma reação
superficial na folha e nos alimentos. Os agrotóxicos
estão dentro, os principais resíduos são
sistêmicos, encontram-se dentro da estrutura celular
das plantas. Existem relatos de contaminação
superficial, e mesmo neste caso a lavagem com substâncias
pode resultar em eliminação parcial, mas não
100 % garantida. O bicarbonato não atua tão
profundamente. Os agrotóxicos constituem diferentes
famílias, com características químicas
completamente diferentes do bicarbonato. É impossível
determinar que um composto de estrutura simples como o bicarbonato
seja capaz de reagir com todos os compostos químicos
que compõem a família de agrotóxicos.
Do ponto de vista da reação de neutralização
do agrotóxico na superfície dos alimentos,
também há erro. O bicarbonato tem uma reação
tanto ácida como alcalina, porém leve (chamado
de anfótero). As complexas moléculas dos agrotóxicos
não serão afetadas pela reação
fraca (ácido-base) do bicarbonato. Para que ocorra
uma "neutralização" dos agrotóxicos,
estes compostos deveriam apresentar características
ácido-base, o que não ocorre com a maioria
dos compostos. Seria necessária uma reação
de destruição dos compostos clorados, por
exemplo. Entretanto, esta reação é
extremamente difícil e exatamente por isso alguns
dos agrotóxicos são considerados pelos especialistas
como "poluentes persistentes", ou seja, uma vez
formados são dificilmente destruídos.
Ainda que um composto "mágico" apresentasse
características químicas tão variadas
e fosse capaz de reagir quimicamente com os agrotóxicos,
qual a toxicidade dos resíduos formados? Após
uma reação química, os compostos são
transformados e não desaparecem simplesmente! O uso
de bicarbonatos, vinagres e água sanitária
é muito mais coerente para ajudar a esterilizar a
solução da água e da superfície
dos vegetais contra bactérias e agentes vivos. Mas
não contra contaminação química
externa.
Sendo assim, a única solução realmente
efetiva e global e 100 % segura para se livrar dos efeitos
dos agrotóxicos, depende de os consumidores e os
órgãos de imprensa olharem mais seriamente
para esta questão. Os meios de comunicação
e os jornalistas devem estar cientes e informar aos consumidores
que estes somente estarão reduzindo os riscos de
contaminação, ao se alimentarem com produtos
verdadeiramente isentos de agrotóxicos. E é
também para garantir a origem isenta de agrotóxicos
que o IBD, assim como outras certificadoras do país,
vem atuando, inspecionando e orientando milhares de agricultores
orgânicos e biodinâmicos que se espalham pelo
país no laborioso trabalho de reconstrução
da paisagem agrícola, hoje completamente descaracterizada
pelo processo agrícola convencional.
Os alimentos orgânicos e biodinâmicos são
os únicos, com comprovação analítica
acadêmica, que não são cultivados com
a utilização de agrotóxicos, não
são produzidos com transgênicos, não
poluem o meio ambiente, não agridem ao trabalhador.
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Perigo
ronda o prato, da salada à sobremesa. Estudo da Anvisa
aponta substâncias não autorizadas em verduras
e frutas
Fonte: Herton Escobar – O Estado de São Paulo (São
Paulo, 10 de Novembro de 2002)
Morango
temperado com endosulfan e tetradifon; mamão com
dicofol e metamidofós; alface com ditiocarbamatos
e clorotalonil. São apenas alguns exemplos de agrotóxicos
não autorizados para essas culturas, mas detectados
nos alimentos em um estudo da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
As análises foram realizadas em quatro Estados -
São Paulo, Minas, Paraná e Pernambuco - com
1.295 amostras de nove tipos de alimento: alface, banana,
batata, cenoura, laranja, maçã, mamão,
morango e tomate.
Cerca de 83% das amostras (1.051) continham resíduos
de agrotóxicos e 22% (233) estavam em desacordo com
a legislação: 74 com resíduos de produtos
não autorizados para aquele alimento, 94 com resíduos
acima do permitido e 65 com os dois problemas.
"Embora o Brasil não disponha de dados suficientes
que reflitam a situação de contaminação
nos alimentos, é possível supor que o problema
seja significativo, considerando-se que o País é
um dos maiores mercados consumidores de agrotóxicos
do mundo, aliado ao fato de que as Boas Práticas
Agrícolas (BPA) não estão asseguradas",
afirma o relatório, obtido com exclusividade pelo
Estado. O gerente-geral de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio
Meirelles, classificou alguns dos resultados como "alarmantes".
Não há comprovação científica
de que o consumo de alimentos da agricultura tradicional
a longo prazo faça mal à saúde, até
mesmo pela complexidade que um diagnóstico como esse
exigiria. O uso de agrotóxicos, segundo Meirelles,
é regido por normas internacionais e nacionais de
segurança, segundo as quais o alimento deve chegar
à mesa do consumidor livre de qualquer resíduo
potencialmente nocivo (abaixo de um valor máximo
permitido).
A falta de fiscalização e capacitação
sobre a aplicação desses produtos no campo,
entretanto, oferece poucas garantias. "O alimento convencional
carrega esse risco embutido", diz Meirelles, comparando
com os produtos orgânicos.
"Há uma exposição humana muito
grande e desnecessária a esses produtos", afirma
o coordenador-geral de vigilância ambiental em saúde
da Fundação Nacional de Saúde (Funasa),
Guilherme Franco Netto. "Não há um produto
na cadeia alimentar que não receba algum tipo de
agrotóxico."
A preocupação maior é com o morango,
o tomate e o papaia, que podem absorver grandes quantidades
de veneno. Lavar o alimento não resolve, pois os
resíduos ficam incorporados na polpa, diz Franco
Netto.
Opção - "Com tudo de agrotóxico
que a gente já comeu, é bom ter uma opção
mais saudável", diz a aposentada Lúcia
Pescuma, de 77 anos, freguesa habitual da feira de orgânicos
do Parque da Água Branca. "Fico mais tranqüila
de saber que estou comendo algo que vai me fazer bem ou
pelo menos não vai me fazer mal", concorda a
psicóloga Antonia Covi, consumidora de orgânicos
há mais de dez anos. A escritora paulista Lauret
Godoy diz que prefere os orgânicos por uma questão
de "confiança na natureza". "Acredito
que a terra vai sempre me dar o melhor."
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Orgânicos:
saudáveis e cada vez mais acessíveis. Diferença
de preço é pequena em relação
aos alimentos convencionais e o consumo cresce
Fonte: Herton Escobar – O Estado de São Paulo (São
Paulo, 10 de Novembro de 2002)
Na
seção de verduras e frutas de um supermercado
paulista, uma dona de casa escolhe entre dois pés
de alface. Eles têm o mesmo tamanho, aparentam ser
igualmente fresquinhos e saborosos, só que um custa
R$ 1,70 e o outro, R$ 0,70. O primeiro é orgânico
e o segundo, "convencional". Para compreender
realmente a diferença entre eles seria preciso uma
viagem ao campo, uma boa conversa com os produtores ou pelo
menos uma cartilha explicativa sobre os impactos da agricultura
na saúde e no meio ambiente ao longo dos últimos
50 anos. Mas a dona de casa não tem tempo para isso.
Ela simplesmente quer um alimento que seja saudável
e se encaixe no orçamento familiar. Vale a pena pagar
mais pelo orgânico? Cada vez mais pessoas respondem
que sim.
O mercado orgânico cresce em ritmo acelerado no mundo
todo, apesar de ainda representar uma fatia minúscula
do cardápio internacional de alimentos. Algo como
um candidato nanico que vem crescendo nas pesquisas e ganhando
a simpatia da população, mas ainda está
muito longe ganhar as eleições. No melhor
dos casos, em países como Alemanha, Dinamarca e Estados
Unidos, as vendas de orgânicos representam entre 1%
e 3% do mercado total de alimentos.
Isso apesar de um crescimento global de quase 150% nos últimos
cinco anos.
Estima-se que os cultivos orgânicos tenham movimentado
US$ 11 bilhões em 1997 e cerca de US$ 25 bilhões,
em 2001.
Para o Brasil, faltam números confiáveis.
Segundo estimativas do Instituto Biodinâmico (IBD),
maior certificador de orgânicos no País, o
mercado nacional movimenta US$ 200 milhões por ano,
sustentado por mais de 7 mil produtores em 270 mil hectares
de agricultura e pecuária orgânica. Em 2000,
esse mercado era de US$ 50 milhões. "Temos sinais
claros de que, se bem trabalhado, esse mercado pode crescer",
diz o vice-presidente executivo do IBD, Alexandre Harkaly.
Preço - O setor enfrenta uma série de dificuldades
para crescer, mas a mais óbvia para os consumidores
é a diferença de preço. Nas feiras
e varejões, alguns produtos orgânicos já
custam o mesmo, ou até menos, do que os convencionais.
Mas, como regra geral, custam entre 10% e 200% a mais, especialmente
nos supermercados.
Se são mais caros ou não, porém, é
uma questão que vai além do preço na
etiqueta. Abrange, segundo os defensores da ideologia orgânica,
uma série de custos da agricultura convencional que
não são contabilizados no caixa, mas são
cobrados da sociedade de uma maneira ou de outra:
contaminação ambiental e alimentar, perda
de produtividade do solo, desperdício de água,
assoreamento de rios, perda da biodiversidade, desigualdade
social, fuga do homem do campo. Problemas que o modelo orgânico
promete evitar, por alguns reais a mais do consumidor.
Na agricultura orgânica, é proibido o uso de
agrotóxicos e fertilizantes sintéticos. No
caso da pecuária, é vetada a aplicação
de hormônios e os animais não podem ficar confinados.
Todo o processo produtivo precisa ser feito em equilíbrio
com a natureza, de modo a preservar a saúde do homem
e do meio ambiente. "Toda a cadeia de produção
é beneficiada", afirma Harkaly.
"Desde o produtor, que não se envenenará
e terá um ecossistema equilibrado para trabalhar,
até o consumidor final, que não se intoxicará
e terá um alimento mais vitalizado."
O produtor orgânico também cumpre uma série
de obrigações sociais e legais.
Não pode usar mão-de-obra infantil e todos
os trabalhadores devem ser registrados. A legislação
ambiental precisa ser cumprida rigorosamente, com a preservação
do solo e da água e até o reflorestamento
de partes da propriedade, se necessário. Tudo é
fiscalizado regularmente pelas certificadoras, que cobram
de R$ 500 a R$ 5 mil por ano pelo uso de seus selos, dependendo
do tamanho e valor da produção.
O maior desafio para o setor, segundo Santos, é educar
o consumidor sobre os benefícios desses alimentos.
"As pessoas dizem que não podem pagar por um
alface orgânico, mas enchem o carrinho de refrigerante.
Que economia é essa?", indaga o engenheiro agrônomo
Luiz Geraldo de Carvalho Santos, ex-produtor e especialista
em produção orgânica, que hoje atua
como consultor.
"Todo mundo diz que os orgânicos são apenas
para as classes A e B. Eu digo que é balela. Quem
gasta mais dinheiro com remédio, o pobre ou o rico?",
pergunta Hélio da Silva, gerente de negócios
da Native, empresa brasileira que domina mais de 40% do
mercado mundial de açúcar orgânico.
"Lá fora, alimentação é
segurança; no Brasil, é preço."
Produção - O orgânico chega mais caro
ao consumidor por vários motivos. No campo, falta
tecnologia e capacitação. "É um
sistema muito mais difícil de produzir. Cada propriedade
é um universo único. Não existe regra",
explica a pesquisadora Maria Fernanda Fonseca, da Empresa
de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro
(Pesagro).
Quase toda a tecnologia aplicada na produção
orgânica é adaptada da convencional e nem sempre
eficiente. "Vender veneno é fácil; produzir
orgânicos, não", compara Santos. "O
material genético disponível para o produtor
orgânico não é adequado, porque foi
desenvolvido para a agricultura convencional, para funcionar
à base de agrotóxicos."
A alternativa orgânica aos agrotóxicos são
os bioinseticidas - compostos à base de toxinas naturais
extraídas de bactérias - e outros defensivos
"caseiros", como o extrato de pimenta e alho com
álcool, que dá um aroma todo peculiar às
fazendas. Outra prática comum é o chamado
controle biológico, com uso de inimigos naturais
das pragas, como joaninhas e vespas.
O adubo básico é o bokashi, um fermentado
de vários tipos de farelos naturais.
Santos coordena atualmente um dos poucos projetos no Brasil
com financiamento federal para pesquisa de tecnologia orgânica.
Ele compara duas técnicas de irrigação
(aspersão e gotejamento), com dois tipos de cobertura
de solo (plástico e palha) para o cultivo de hortaliças
nas regiões de São Roque e Ibiúna.
O projeto, de R$ 350 mil, é financiado pelo CNPq,
Horta e Arte e produtores.
Mercado - A produtividade da agricultura orgânica
pode ser equivalente à da agricultura convencional,
dependendo da cultura, mas a produção como
um todo, ainda é muito pequena. Cerca de 90% dos
produtores orgânicos no País são pequenos
agricultores. Não há quantidade, diversidade
nem periodicidade suficientes para abastecer os supermercados,
o que confina a comercialização a algumas
poucas feiras orgânicas, quitandas e serviços
de entrega em domicílio.
Mesmo o consumidor disposto a pagar mais pelo orgânico
tem dificuldades para encontrar o produto. "O varejo
é o único canal viável; sem varejo
não há escala", diz o produtor Renato
Hauptamann, diretor da Fazenda Santo Onofre.
Os supermercados são a chave para a expansão
do setor orgânico, mas o relacionamento com os fornecedores
não é dos mais amigáveis. Produtores
reclamam do sobrepreço e da falta de disposição
para conscientizar os consumidores. Para o diretor de agronegócios
da rede Carrefour, Arnaldo Eijsink, o mercado de orgânicos
é promissor, mas dificilmente deixará o status
de nicho. "Você nunca vai ver só orgânicos
na loja, ao contrário. São produtos que não
estão dentro do poder de compra da maioria do clientes."
"Por enquanto o consumidor está investindo com
o produtor e a disponibilidade é limitada na diversidade",
avalia Alexandre Harkaly, do IBD. "Até que haja
produtos suficientes para provocar a baixa nos preços
e atender toda a população, ainda há
uma longo caminho a ser percorrido."
O governo também não ajuda. Não há
linhas de créditos disponíveis e no período
de conversão para o modelo orgânico, que pode
levar três anos, os agricultores sofrem prejuízos
enormes - não podem usar agrotóxicos nem vender
seu produto como orgânico.
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Os
orgânicos na PRONATURA
Fonte: Primeira Página – (São Paulo13.10.02)
A
quinta edição da feira PRONATURA, realizada
de 9 a 13 de outubro, no Expo Center Norte, em São
Paulo, refletiu mais uma vez a expansão dos mercados
de alimentos naturais, incluindo os orgânicos – aqueles
cultivados sem o uso de agrotóxicos ou aditivos químicos
e cujo processo de produção busca a preservação
do equilíbrio ecológico –, e de medicamentos
fitoterápicos.
Com a consolidação da expansão do setor
de orgânicos à taxa de 50% ao ano no Brasil
e um faturamento entre R$ 220 milhões e R$ 300 milhões,
o mercado nacional se volta agora sobretudo à intensificação
do consumo interno, na tentativa de reverter o quadro atual,
caracterizado pelo predomínio da exportação
em 70% de toda a produção brasileira.
Para a coordenadora de Ações Sociais da Associação
de Agricultura Orgânica (AAO), Simone Saraiva, a organização
da feira contribuiu substancialmente para a divulgação
do mercado de orgânicos. Nesta edição
da PRONATURA, avalia Simone, mais empresários e profissionais
do atacado e varejo perceberam a dimensão e as perspectivas
do setor de orgânicos. “Pretendemos voltar à
feira novamente em 2003 e favorecer a participação
dos expositores de forma ainda mais organizada”, anuncia
a representante da AAO.
A Divisão KW da multinacional holandesa Wessanen
também manifestou satisfação em relação
à aceitação dos consumidores de produtos
orgânicos que visitaram seu estande. Para Gil Alvarez,
diretor comercial da empresa, cada vez mais o público
exibe variedade e qualidade no mix de produtos. O suco orgânico
Maraú e as barras de fibra Fibraxx foram os principais
destaques da KW, que recebeu a visita de lojistas, estudantes
e consumidores de todo o Estado de São Paulo.
Outra grande corporação do setor de orgânicos
que obteve sucesso na PRONATURA foi a tradicional Native,
responsável por 60% da produção mundial
de açúcar orgânico. Para o gerente-geral
de Negócios da Native, Hélio Silva, a participação
na feira teve por meta reforçar a empatia que o consumidor
fiel aos produtos orgânicos tem em relação
à sua empresa. “A Native é a ‘querida’ do
mercado orgânico e estamos buscando uma perfeita sintonia
com as expectativas do consumidor”, afirma o executivo.
O grande lançamento da empresa na feira foi o suco
orgânico Native, que se caracteriza por baixa acidez
e sabor agradável.
A promoção, por parte do Instituto Biodinâmico
(IBD) e da Francal Feiras, do 1º Fórum de Agricultura
Orgânica, no dia 11, paralelamente à PRONATURA,
atraiu a atenção de profissionais, empresários
e importantes veículos de imprensa na discussão
das perspectivas e dos problemas deste mercado. Para o vice-presidente
do IBD, Alexandre Harkaly, a feira recebeu neste ano mais
distribuidores e donos de lojas interessados em incluir
alimentos orgânicos no rol de itens comercializados
em seus respectivos pontos de venda.
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Boi
Orgânico. Criadores investem alto buscando novo mercado
Fonte: A Gazeta – (Cuiabá, 23.09.02)
Com
uma demanda significativa no mercado internacional, o chamado
boi orgânico - produzido sem a utilização
de insumos químicos que possam afetar a saúde
humana e o meio ambiente - está tentando garantir
o seu lugar no mercado brasileiro. É cada vez maior
o número de fazendas e criadores que se dedicam a
esse tipo de pecuária no país.
O Grupo Carrefour, por exemplo, é uma das empresas
que está se voltando à produção
do boi orgânico de olho no mercado internacional e
no crescimento da demanda interna do país. Segundo
o diretor de Agronegócios do Carrefour, Arnaldo Eijsink,
o gado já está até certificado pelo
Instituto Biodinâmico (IBD) - o principal órgão
certificador de alimentos orgânicos no país
-, com validade internacional.
Segundo o diretor, existe hoje um nicho para esse tipo de
alimento em nível mundial. "Estamos querendo
fornecer para esse nicho", acrescentou. A carne, no
entanto, tem um custo 20% maior de produção,
o que não afeta as vendas, já que os consumidores
desse tipo de alimento estão dispostos a pagar um
pouco mais por ele.
O primeiro abate foi realizado no final do mês passado,
revelou ele, observando que o próximo já está
marcado para esta semana. O abate é feito no Frigorífico
Tangará, em Tangará da Serra. Em seguida,
explicou Eijsink, o boi é desossado pelo frigorífico
Marfrigi, de Promissão (SP), onde é empacotado
a vácuo e distribuído para os mercados interno
e externo.
Este primeiro abate, contou o diretor, está sendo
colocado como amostra no mercado interno, como uma forma
de testar a aceitação e começar a tornar
a carne de boi orgânico mais conhecida no país.
A intenção, frisou ele, não é
tentar competir com a carne dita normal, cuja clientela
hoje é grande no Brasil. "Sempre vai ser um
nicho. Não tem como competir", concluiu.
O mercado para esse tipo de carne está se formando
agora, ressaltou o presidente da Associação
Brasileira de Pecuária Orgânica, Homero Figliolini.
Para ele, o maior entrave para que a comercialização
deslanche no país ainda é a certificação.
Ela só permite que a venda seja feita para o mercado
internacional. A certificação para o Brasil
deve incrementar as vendas internamente, acredita ele.
A produção cresce a cada ano. Atualmente,
várias fazendas, espalhadas por Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Paraíba e
São Paulo estão se certificando para trabalhar
com a pecuária orgânica, enumerou. Os Estados
mais desenvolvidos são os vizinhos Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul, destacou.
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Supermercado
Bio-Orgânico
Fonte: A Crítica – (Manaus, 15.09.02)
Em
plena expansão na Europa, os supermercados bio-orgânicos
representam hoje uma parcela de 50% do mercado de países
como Alemanha, França, Espanha e Suécia. As
lojas trabalham com produtos 100% orgânicos e não
poluentes, ajudando a difundir políticas de educação
ambiental e preservação do meio ambiente.
A estrutura desse tipo de supermercado foi apresentada pelas
pesquisadoras Karen Dunkelberg e Fernanda Oliveira durante
o seminário sobre fitoterápicos e fitofármacos
incluído na programação da 1a. Feira
Internacional da Amazônica (setembro/02).
As pesquisadoras apresentaram o planejamento do Supermercado
Basic, localizado em Munique (Alemanha), que comercializa
produtos naturais importados da Índia, Peru e Brasil.
O estoque da loja inclui artigos variados como chás,
comidas para bebê, detergentes domésticos e
até preservativos com aroma natural. As embalagens
dos produtos oferecidos pelos supermercados bio-orgânicos
substituem o plástico por materiais alternativos,
como a porcelana. "Os produtos com refil são
muito mais baratos do que os de embalagem convencional,
o que é um incentivo à reciclagem", disse
Fernanda Oliveira.
Para diminuir a produção de lixo não
reciclável, o supermercado vende sacolas de compras
aos clientes. Os interessados em sacolas de plástico
deverão desembolsar um valor três vezes maior
que o de uma sacola confeccionada em fibra vegetal. "Dessa
forma o consumidor é incentivado a preservar a natureza
através de um fator importante, a economia doméstica",
explica Fernanda Oliveira.
Esse modelo de supermercado existe na Europa há 20
anos, mas sua popularização só aconteceu
há uma década. A concorrência no setor
é acirrada e a lucratividade faz com que cada vez
mais empresários se interessem pelos supermercados
bio-orgânicos. "Atendemos a vegetarianos, naturalistas
e pessoas com doenças como diabetes. Os consumidores
europeus estão cada vez mais esclarecidos e procuram
produtos que tragam qualidade de vida", completa Karen
Dunkelberg.
As pesquisadoras vão começar o planejamento
para a implantação de um supermercado bio-orgânico
em Manaus. Durante um ano elas vão trabalhar no Departamento
de Botânica do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa), pesquisando novos produtos e analisando
o mercado consumidor local. Na fase de planejamento as pesquisadoras
também vão promover palestras de educação
ambiental.
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Alimentos
orgânicos da América do sul atraem os japoneses
Fonte: Gazeta Mercantil – (São Paulo – 27.08.02)
O
crescimento da demanda por alimentos orgânicos no
Japão está fazendo com que o governo do país
vá atrás de novos fornecedores pelo mundo
com objetivo de expandir esse mercado. Atentos ao potencial
do Brasil e de toda a América do Sul, um grupo de
técnicos japoneses irá percorrer até
o final de setembro nove países do continente para
esclarecer aos produtores rurais e exportadores sobre as
exigências dos consumidores japoneses e do mercado
para alimentos orgânicos.
O mercado de alimentos no Japão movimenta anualmente
US$ 35 bilhões, sendo que os orgânicos são
responsáveis por apenas 1%, ou seja, US$ 350 milhões.
"Esse é um mercado que está em constante
crescimento, principalmente depois dos casos da "vaca
louca" registrados em território japonês",
afirma Julia Yamaguchi, inspetora de alimentos orgânicos
e membro da Associação Japonesa de Inspetores
Orgânicos (JOIA, na sigla em inglês). O mercado
mundial de orgânicos movimenta US$ 20 bilhões.
Mesmo com valor agregado superior aos alimentos convencionais,
os orgânicos no Japão possuem uma classe consumidora
fiel e grandes canais de distribuição, desde
lojas especializadas, até as grandes redes de supermercados.
"O orgânico no Japão custa entre 10% e
20% a mais do que os convencionais."
Julia Yamaguchi detecta quatro pontos para a América
do Sul se caracterizar como um grande exportador de orgânicos.
O primeiro é o fato de o continente e de o Japão
terem estações do ano opostas, o que possibilitaria
o abastecimento do mercado japonês em períodos
de entressafra. Além disso, a inspetora ressalta
que a América do Sul tem terras extensas e livre
de contaminação, possui uma "imagem limpa"
e tem a experiência de exportar para a Europa e EUA.
Apesar das vantagens, produtos que levam no rótulo
a denominação de orgânicos só
podem entrar no mercado japonês se estiverem certificados
pelo JAS (Normas de Agricultura do Japão). O conjunto
de regras que teve início em junho de 2000, mas passou
a vigorar de forma obrigatória desde abril de 2002,
tem por objetivo normatizar todos os procedimentos de alimentos
que circulam no Japão.
"Mesmo que os exportadores já sejam credenciados
para vender aos EUA e Europa é necessário
ser certificado pelo JAS, pois alguns critérios são
diferentes", diz Yutaka Maruyama, inspetor e presidente
da ABC Food System. Sendo ele, existem no Japão 70
certificadoras, sendo que 15 destinadas à certificação
da América do Sul.
Alexandre Harkaly, vice-presidente do Instituto Biodinâmico
(IBD), entidade brasileira de certificação
de orgânicos, ressalta que o organismo ainda não
está cadastrado no Ministério da Agricultura,
Floresta e Pesca, do Japão. "Mas podemos encaminhar
o processo a uma certificadora credenciada, enquanto não
recebemos a autorização."
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Assentamentos
do INCRA, certificados pelo IBD, exportam 15 toneladas de
cacau orgânico para Suíça
Fonte: WWI – (São Paulo 24.7.2002) - Mais informações:
www.wwiuma.org.br
Quinze
toneladas de cacau orgânico - sem utilização
de agrotóxicos -, provenientes de nove assentamentos
do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA) na Bahia, foram comprados pela empresa
suíça Benrain, especializada na fabricação
de chocolates finos. O embarque do produto acontecerá
no próximo dia 28.
A informação foi dada pela Cooperativa dos
Pequenos Produtores e Produtoras Agroecologistas do Sul
da Bahia (COOPASB), que é monitorada pela entidade
ecológica internacional World Wilde Found (WWF).
O preço do cacau orgânico no mercado internacional
é cerca de 40% mais elevado do que o produto convencional,
segundo as últimas cotações registradas
na Bolsa de Nova York. A expectativa de buscar esse mercado
para o pequeno produtor foi o que motivou o INCRA a participa,
junto a outras entidades, do trabalho de consolidação
da agricultura orgânica no sul da Bahia, que já
vêm sendo realizados no sul do estado há cerca
de sete anos.
Atualmente, são os seguintes projetos de assentamento
do INCRA no estado que trabalham com técnicas da
agroecologia. São eles: Fortaleza; Cajueiro I e II,
Tico Castro; Frei Vantuy; Cascata; Cachoeira Bonita; Liberdade
e Vale do Rio de Contas. Estes assentamentos já contam
com certificado orgânico concedido pelo Instituto
Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD).
"Os resultados demonstram que há uma Reforma
Agrária acontecendo com a participação
dos trabalhadores, governo e associações da
sociedade civil, fazendo uma produção de alimentos
saudáveis e preservando
áreas de Mata Atlântica em reservas coletivas
com aproximadamente 3.500 hectares", afirmou Luis Souza
Souto, produtor e um dos sócios da COOPASB.
A agroecologia tem gerado resultados surpreendentes nas
comunidades que adotaram esta técnica. Enquanto o
manejo convencional, por exemplo, utiliza vários
tipos de agrotóxicos, empobrecendo o solo e gerando
um produto de valor nutricional inferior, a agricultura
ecológica combate as pragas utilizando recursos oriundos
da próprio ecossistema. Os produtos orgânicos
têm maior valor nutricional e comercial.
A CABRUCA - Cooperativa de Produtores Orgânicos do
Sul da Bahia, já exportou 60 toneladas de cacau orgânico,
com o apoio do IESB - Instituto Sócio Ambiental do
Sul da Bahia, e se prepara agora para a colocação
de palmito orgânico no mercado.
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UE
proibirá uso de 320 substâncias em pesticidas
Fonte: Dow Jones – (4.7.2002)
Projeto
quer reduzir os riscos de contaminação desses
produtos para a saúde humana e o meio ambiente
A União Européia (UE) vai proibir o uso de
320 substâncias utilizadas na produção
de pesticidas como parte de um projeto que visa reduzir
os riscos de contaminação desses produtos
para a saúde humana e o meio ambiente. "Temos
que usar os pesticidas de forma sustentável e fazer
a agricultura cada vez menos dependentes desses produtos",
afirmou a comissária de Meio Ambiente da UE, Margot
Wallstroem.
A atual legislação européia exige que
os fabricantes provem que seus produtos estão dentro
dos padrões de segurança do bloco.
Mas a indústria de agroquímicos não
conseguiu convencer as autoridades locais de que essas 320
substâncias, que serão banidas do mercado a
partir de 2003, são seguras. A UE está promovendo
debates com produtores rurais, ambientalistas e outros grupos
preocupados com a questão para melhorar o controle
do uso dos agroquímicos. Algumas das idéias
propostas são a substituição por produtos
não-tóxicos e incentivos para as propriedades
que não usarem pesticidas. Os 15 países integrantes
da UE usam cerca de 320 mil toneladas de pesticidas por
ano e a tendência é que esse volume aumente.
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Começa
recolhimento obrigatório das embalagens de agrotóxicos
Fonte: Instituto de Terras - www.wwiuma.org.br
Começou
a vigorar sexta-feira, dia 31.05.02, a lei federal nº
9.974 que obriga os usuários de agrotóxicos
a entregarem as embalagens usadas em postos de recebimentos
ou devolvê-los ao revendedor, que deverá repassá-las
ao fabricante. Essa lei é uma versão aprimorada
da Lei de Agrotóxicos, de 1989, que regulamenta o
uso, a produção e fiscalização
de produtos químicos.
Inicialmente prevista para entrar em vigor em 31 de maio
de 2001, a lei teve seu prazo de cumprimento prorrogado
para maio deste ano, por meio do decreto presidencial nº
4.074, para que os governos estaduais e o setor produtivo
se adequassem à nova legislação. Pela
nova regra, o recolhimento das embalagens será de
responsabilidade do setor privado (indústrias, revendas
e agricultores), cabendo aos governos dos Estados a fiscalização
das ações.
Outra medida estabelecida pela lei 9.974, é a obrigatoriedade
do fornecimento das informações sobre os procedimentos
de lavagem, armazenamento, transporte, devolução
e destinação final de embalagens nas bulas
e nos rótulos dos agrotóxicos. Hoje são
produzidos anualmente no Brasil cerca de 130 milhões
de embalagens (25 mil toneladas de agrotóxicos) por
isso existe a preocupação com o descarte aleatório
de uma grande quantidade de embalagens no meio ambiente.
A reutilização de embalagens de produtos químicos,
mesmo com diversas lavagens, pode causar problemas toxicológicos
e a contaminação de rios e do solo.
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Indígenas
reaprendem tradições de cultivo para recuperar
terra sadia
Fonte: Ecologia em Notícias - Edição
320
No
município de Dourados, na região Sul de Mato
Grosso do Sul, indígenas da etnia Guarani e Terena
estão enfrentando enormes problemas. O arrendamento
de terras para produtores não-índios de soja
e trigo e o manejo inadequado do solo e dos recursos naturais
causaram a degradação ambiental de três
aldeias locais: a Bororó, Jaguapiru e Panambizinho.
Os cerca de 9 mil indígenas da região vivem
hoje numa área de apenas 3.590 hectares e perderam
a prática de antigas tradições como
o plantio de milho, mandioca e outras espécies agrícolas.
A antiga mata fechada das aldeias ficou apenas na memória
e hoje a própria lenha para cozinhar alimentos é
escassa e rara.
A situação é relatada pela prefeitura
local, que desde 2001 tenta resgatar técnicas de
agricultura tradicionais dos Guarani e Terena e incentivar
atividades que possam gerar renda para famílias indígenas.
Os trabalhos são realizados em parceria com o Instituto
de Desenvolvimento Agrário, Assistência Técnica
e Extensão Rural (Idaterra). Na semana passada cerca
de 30 mil mudas de erva-mate (Ilex paraguayensis) começaram
a ser plantadas nas aldeias em um trabalho conjunto entre
funcionários da prefeitura e comunidades indígenas.
De acordo com o secretário de Agricultura de Dourados,
Huberto Paschoalick, a meta é recompor com a erva-mate,
espécie nativa da região, cerca de 40 hectares
de áreas já degradadas e prioritárias
para a recuperação de mananciais de água
nas aldeias do município. Além de resgatar
o hábito do índio de tomar o tereré
(água com a erva-mate), a produção
excedente das folhas poderá também gerar complemento
de renda para os indígenas.
O programa tem foco na segurança alimentar e além
da erva-mate são incentivados, com a doação
de sementes e o preparo da terra, o cultivo de milho, mandioca,
feijão, batata-doce e abóbora. Atualmente
cerca de 400 famílias participam do programa, que
também incentiva a criação de galinhas,
o cultivo de hortaliças e de plantas e ervas medicinais
tradicionais das etnias. Nos próximos dois meses
quatro tanques para a piscicultura serão instalados
nas aldeias para a produção de peixes. "Nossa
próxima ação será o estabelecimento
de uma unidade ou central para a comercialização
da produção dos indígenas", afirma
o secretário de Agricultura de Dourados. Paschoalick
acredita que em 4 anos os indígenas poderão
incorporar todas as técnicas agrícolas e conhecimentos
para a produção do próprio alimento
e comercialização do excedente. "As áreas
indígenas estavam abandonadas à própria
sorte, hoje 18 comunidades estão cadastradas no programa,
o que ainda é muito pouco", esclarece Paschoalick.
Para o secretário, o maior problema dos Guarani e
Terena de Dourados está na falta de terra. "O
principal e crucial problema é a disponibilidade
de terras, a população é muito grande
para áreas muito reduzidas e um quadro que tem assustado
muito é o alto número de famílias vivendo
em quintais de outros indígenas", alerta. O
resultado do arrendamento de áreas das aldeias para
que o não-índio praticasse a agricultura tradicional
altamente mecanizada e com uso de agrotóxicos resultou
na perda da qualidade das terras. Níveis altos de
acidez, erosão e desertificação do
solo, infestação de formigas e ervas daninhas
invasoras, extermínio das florestas nativas e a contaminação
da água por produtos químicos utilizados na
monocultura são as principais conseqüências
deixadas pelo branco para os indígenas. O manejo
inadequado do solo e a perda de antigas técnicas
agrícolas, que antes integravam o índio à
natureza, também são apontados pela prefeitura
como fatores agravantes ao problema socioambiental que atinge
os Guarani e Terena de Dourados. Atualmente a lenha disputada
entre as cerca de 9 mil famílias indígenas
que vivem nos reduzidos 3.590 hectares das aldeias Bororó,
Jaguapiru e Panambizinho já não vem da mata.
A floresta foi devastada e a única solução
emergencial adotada pela prefeitura está sendo a
doação da madeira resultante das podas de
árvores públicas de Dourados.
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Consumidor
já prefere orgânicos
Fonte: Joseane Martins www.parana-online.com.br
O
Brasil é um dos países onde mais cresce a
produção orgânica no mundo, cerca de
40 a 50% ao ano. E o Paraná está entre os
principais estados produtores, principalmente com soja,
açúcar mascavo e erva-mate. A informação
é do engenheiro agrônomo Moacir Roberto Darolt,
pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná
- Iapar. Segundo ele, a maior parte da produção
orgânica brasileira (85%) é exportada, ficando
apenas 15% para o mercado interno. E 70% da produção
orgânica é proveniente de pequenas propriedades
familiares.
As informações foram prestadas ontem, na abertura
das comemorações dos 46 anos da extensão
rural oficial no Paraná, a Emater (Empresa Paranaense
de Assistência Técnica e Extensão Rural).
Para marcar a data, foi realizado o 1.º Encontro de
Produtores e Consumidores de Produtos Orgânicos e
a Feira de Produtos da Região Metropolitana e Litoral.
O dia serviu como uma oportunidade para o consumidor conhecer
produtos diferenciados e transformados, com garantia de
procedência, com destaque para os orgânicos
- mercado que vem crescendo entre 25 e 30% ao ano, comparando-se
ao crescimento da indústria de informática.
Nas quinze barracas, a maioria de orgânicos, estavam
à venda produtos in natura e processados, entre os
quais hortaliças, frutas, palmito, carne de rã,
queijos, sucos, geléias e frutas desidratadas. "São
produtores de Curitiba, Região Metropolitana e litoral
assistidos pela Emater . O consumidor tem como saber a origem
dos produtos", explicou o extencionista da Emater na
área de comercialização, Paulo Luciano
da Silva.
Produtores e consumidores
O produtor de Campo Largo, Leonardo Kmiecik, que há
sete anos trabalha com hortaliças, frutas e até
feijão orgânico, sente que o mercado está
melhorando, "mas aos poucos". Ele acredita que
é preciso divulgar ainda mais os benefícios
dos orgânicos, principalmente para a saúde.
São produtos que não usam agrotóxicos
e contêm mais proteínas e vitaminas.
A produtora de Almirante Tamandaré, Elizabeth Borga,
da chácara Morro Alto, que também participou
da feira, sente que a participação dos orgânicos
tem melhorado, mas diz que muitos consumidores entendem
que são produtos mais caros. "Nas feiras, os
orgânicos chegam a ser 30% mais barata que nos supermercados",
destacou. As diferenças não são tão
grandes, por exemplo, o quilo da batata orgânica estava
sendo vendido ontem a R$ 1,30, a cabeça da alface
a R$ 0,50 e a cenoura a R$ 1,00 o quilo. Segundo Elizabeth,
a pessoa que experimenta orgânico se torna cliente
cativo. "São produtos que utilizam adubação
verde e compostagem para o preparo do solo", explica.
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Relatório
da FAO mostra que o Brasil é o 3º maior consumidor
de agrotóxicos do mundo
Fonte: O Povo (Fortaleza, 04.05.02)
Recente
relatório da FAO classifica o Brasil como o terceiro
maior consumidor de agrotóxicos do mundo, com o emprego
anual de 1,5 kg de ingrediente ativo por hectare cultivado.
Isso em média global, considerando todo o universo
agrícola nacional. Em determinados tipos de lavoura,
o consumo é extremamente alarmante (na cultura do
tomate, a média é de 40 kg/ha a cada safra).
E, não por acaso, em matéria de mortalidade
por câncer, o Brasil é o terceiro no ranking
mundial.
Mas o câncer não é a única doença
grave causada por pesticida, conquanto seja a mais aterrorizante.
Na longa esteira de suas terríveis conseqüências,
incluem-se a cirrose hepática, a impotência
sexual, fibrose pulmonar, distúrbios do sistema nervoso
central (implicando depressão, loucura e/ou paralisia
facial) e muitas outras doenças de natureza toxicológica,
a que estão mais sujeitos, não só os
que lidam diretamente com agrotóxicos no campo, mas,
sim, os consumidores. (...)
Por mais paradoxal que possa parecer, esse exagerado investimento
em agrotóxicos, crescente a cada ano, não
correspondeu, em nosso país, a uma redução
significativa das perdas agrícolas, devido a pragas
e doenças. Ao contrário, os resultados foram
contraproducentes, em função da intensidade
dos desequilíbrios biológicos causados pelo
coquetel de pesticidas, culminando com o extermínio
dos inimigos naturais dos agentes de pragas e fitomoléstias.
Em correspondência com a assertiva acima exposta,
tal investimento foi, em linhas gerais, economicamente frustrante.
Com efeito, no período de dez anos (1976/85), cresceu
em 500% o consumo de agrotóxicos no Brasil, enquanto,
no mesmo período, registrava-se um aumento de produtividade
de 5% apenas, ganho que, além de irrisório,
não pode ser creditado exclusivamente a pesticidas.
A enorme discrepância entre tais números sinaliza
o malogro de tão pesado investimento em agrotóxicos.
Não obstante, por força de uma campanha tenaz
e massificante, indo da persistente propaganda na mídia
à corrupção de pesquisadores e técnicos,
o faturamento das multinacionais dos agroquímicos
continua em alta.
Conscientes da gravidade do problema, pesquisadores da Universidade
Federal do Ceará instituíram, desde 1979,
uma linha de pesquisa que objetiva a descoberta de defensivos
naturais, a partir de extratos e derivados vegetais. Foram
obtidos excelentes resultados com a manipueira (extrato
líquido ou sumo das raízes de mandioca), um
resíduo industrial abundante e gratuito em todas
as regiões onde se cultiva essa planta. (...)
A equipe da Universidade criou uma campanha contra os agrotóxicos
e está organizando, através da Academia Cearense
de Ciências (Aceci), o Congresso Brasileiro de Defensivos
Agrícolas Naturais (já agora em segunda edição),
que será realizado em Fortaleza, de 23 a 27 de setembro
de 2002.
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MT
começa a criar boi orgânico
Fonte: ENIPEC – (14 de Março de 2002)
Voltada
para o exterior, a carne sem substância química
requer mais investimento, mas é mais lucrativa.
O consumo de carne bovina livre de resíduos químicos
e sem toxinas para o organismo humano é a nova meta
de criadores de gado de corte no Brasil. Por enquanto, a
carne livre de substâncias químicas abastece
apenas o mercado europeu, com índice de crescimento
de 25% ao ano.
A carne orgânica como alternativa de renda foi o tema
abordado pelo presidente da Associação Brasileira
de Produtores de Carne Orgânica, Homero Figliolini,
durante o segundo dia de palestras do I Encontro Internacional
dos Negócios da Pecuária (Enipec), realizado
nos dias 13 e 14 de março, no Centro de Eventos Pantanal.
Desde seu surgimento - tendo aparecido no País há
três anos -, este sistema alternativo de manejo bovino
adota a política do "gado ecologicamente correto
e sadio", que consiste no emprego de técnicas
pouco usuais para criação extensiva de animais,
como o uso da homeopatia e da fitoterapia (medicação
à base de plantas), que fez surgir nos cerrados brasileiros
o "boi orgânico".
Para a formação de um rebanho orgânico
é preciso, antes de mais nada, estar enquadrado no
sistema de rastreabilidade bovina, que permite o monitoramento
de toda a vida do animal a partir do emprego de um chip
- que acompanha nascimento, ganho de peso, vacinação,
doenças adquiridas ao longo da engorda, número
de gestações. O chip funciona como uma "carteira
de identidade do animal" e é individual.
O sistema de "rebanho orgânico" respeita
e preserva as características mais sensíveis
do meio ambiente, pois o pasto não recebe adubação
e nem tratamento com herbicidas. O processo de cria, recria,
engorda e abate é feito por meio de um manejo rotacional
- que proporciona o descanso do pasto por 30 dias.
O calendário de vacinação é
respeitado. Vermífugos, pesticidas, hormônios
e carrapaticidas são substituídos por medicamentos
homeopáticos e fitoterápicos administrados
junto com o sal mineral. "No caso de medicação
convencional, como antibióticos, o número
do gado medicado vai para a central que processa as informações
contidas no chip (certificadora). O animal é retirado
do lote e fica afastado do rebanho por um prazo duas vezes
maior que o recomendado pelo laboratório", explica
Homero Figliolini.
A adoção do sistema de "boi orgânico"
pode onerar em cerca de 20% os custos para o produtor se
comparado ao rebanho tradicional. "Mas a produtividade
e o valor de compra desta carne, um pouco superior às
demais, garante lucro para o produtor", afirma Figliolini.
Até agora, apenas duas remessas de carne brasileira
de origem orgânica foram exportadas, representando
cerca de 100% do total produzido no País. Em Mato
Grosso, há cerca de 40 mil bovinos "orgânicos",
em fazendas do grupo Carrefour em Tangará da Serra
e em Juruena.
A produção do rebanho orgânico no Brasil
- com cerca de 200 mil cabeças em processo de rastreabilidade
- segue normas criadas pela União Européia,
que até 2003 permite que um bezerro de até
oito meses possa ser recriado e engordado nas normas orgânicas.
Em 2008, o bezerro poderá ser adotado pelo sistema
se for filho de vaca orgânica.
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Surge
a AECO - Associação do Agronegócio
Certificado Orgânico
Fonte: Planeta Orgânico
Foi realizada em São Paulo, na última sexta
feira, dia 1 de março, a Assembléia de Constituição
da AECO - Associação do Agronegócio
Certificado Orgânico. Numa iniciativa inédita
no país,. a AECO foi fundada com o objetivo de congregar
todos os representantes da cadeia de agronegócio
orgânico certificado, com a proposta de discutir e
buscar soluções para os problemas do setor
e fortalecer o segmento de produtos orgânicos certificados.
A constituição da AECO veio formalizar os
encontros entre algumas comercializadoras e certificadoras
que vinham acontecendo há alguns meses, com o intuito
de discutir problemas em comum. O amadurecimento do grupo
levou à formação da associação
que pretende aglutinar representantes dos diversos segmentos
da cadeia produtiva, além de tornar-se um amplo fórum
de discussão que envolva desde o produtor até
o consumidor. Para isso, a AECO convidou para a Assembléia
de sua Constituição, representantes de supermercados,
órgãos de defesa do consumidor, promotoria
pública, feiras de alimentos, entre outros.
Estiveram presentes os representantes do Grupo Pão
de Açúcar, Banco do Brasil, Fizpal, Abepolar
e Planeta Orgânico. Também estiveram lá
o presidente da certificadora BCS, representantes do IBD,
OIA, Agrosuisse, Sabor Natural, e o Professor Eduardo Ehlers,
da Faculdade Senac de Educação Ambiental além
de diversas pessoas que atenderam ao evento.
Para Presidente da AECO foi indicado o Dr. Fernando Augusto
de Souza, Gerente Geral da Korin Agropecuária. No
Conselho Deliberativo foram indicados os nomes de Joop Stoltenborg
(Sitio A Boa Terra), Dick Thompson (Sitio do Moinho), Renato
Hauptmann (Fazenda Santo Onofre), Sergio Homma (Korin Agropecuária),
Luis Carlos Trento (Horta e Arte), Alberto Wanderley (Itec)
e o Sr. Jose Pedro Santiago (OIA). Foi sugerida a formação
de um Conselho Técnico Consultivo, com a indicação
do Sr. Alexandre Harkaly como Presidente e a criação
de um grupo de estudo sobre economia associativa. Foram
também aceitas as chapas para Secretaria Executiva
e Conselho Fiscal.
A formação da AECO vem confirmar que a agricultura
orgânica já deixou de ser um movimento alternativo
para se tornar uma proposta viável para a agricultura.
O reconhecimento desse fato se fez mais evidente com o anúncio
de que a Fizpal, a 3ª maior feira de alimentos do mundo
e a maior da América latina, abrirá em sua
próxima edição, em junho desse ano,
um espaço especial para os produtos orgânicos.
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Coco
orgânico apresenta bons resultados
Fonte: Gazeta Mercantil/Centro-Oeste (18.12.2001)
O
cultivo de produtos orgânicos em substituição
à agricultura convencional é a estratégia
encontrada pelas Fazendas Reunidas Nossa Senhora da Conceição,
Santa Terezinha e Sítio Jr. para ampliar os resultados
obtidos com a plantação de coco. Situadas
em Jandaíra, litoral norte baiano, as fazendas já
contabilizam, em períodos de chuvas, uma produção
anual de 100 frutos por árvore, na área de
coqueiros híbridos.
O número significa um recorde em toda a região
onde está situado o empreendimento, de acordo com
o empresário José Rabêlo de Santana,
sócio-gerente das fazendas. Depois de atuar por 24
anos em agropecuária tradicional, ele começou
a investir no manejo orgânico a partir de 1996, eliminando
o uso de fertilizantes e produtos químicos. Santana
destaca que, além de promover o bem-estar e a saúde,
a independência do empreendimento em relação
ao uso de substâncias tóxicas resulta em redução
significativa de custos de produção, tornando
o cultivo viável economicamente, principalmente considerando
que os agrotóxicos e agroquímicos têm
seu valor em dólar. O empresário cita ainda
como benefícios o incremento da produção
e da produtividade das fazendas e ainda a eliminação
de várias pragas e doenças. "A adoção
da agricultura orgânica também é uma
forma de superar, através deste diferencial, problemas
como a redução dos preços do coco no
mercado e o constante aumento nos custos dos insumos usados
pela agricultura tradicional", afirma. Plantas Com
uma área total de 1.160 hectares, o empreendimento
cultiva 12 mil coqueiros gigantes (o chamado coco-da-baía),
15 mil coqueiros híbridos de Kiepp e 6,5 mil coqueiros
do tipo anão-verde. Desse total, cerca de 12 mil
plantas ainda se encontram em fase de desenvolvimento. A
empresa cultiva também mudas originadas de plantas
selecionadas e com melhores características comerciais.
As mudas são utilizadas no plantio de novas áreas
e replantio das já existentes. "O resultado
despertou até o interesse dos vizinhos e visitantes,
daí a decisão de transformar a produção
de mudas numa atividade comercial", conta Santana.
As mudas são produzidas por encomenda, sendo o estoque
atual de 20 mil unidades. O empreendimento também
produz 1,8 milhão de frutos de coco verde por ano
e 1,5 milhão de frutos secos. A empresa emprega 18
funcionários e registra uma receita bruta anual de
R$ 300 mil. Apesar de carro-chefe, o projeto de coco, no
entanto, não é o único tocado pelas
Fazendas Reunidas. O plano global de produção
prevê também o desenvolvimento integrado de
atividades como criação de caprinos, cultivo
de sementes de leguminosas e de frutas nativas, principalmente
mangaba e caju.
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Banco
do Brasil impulsiona a produção de orgânicos
no Centro-Oeste
Maiores informações poderão ser obtidas
em www.bancodobrasil.com.br
ou www.agronegocios-e.com.br/fina/fco.rtf.
Utilizando os recursos do PRONATUREZA (Programa de Preservação
da Natureza), uma linha de financiamento do Fundo Constitucional
de Financiamento do Centro-Oeste - FCO, lançada em
1999, o Banco do Brasil tem contribuído com o desenvolvimento
da produção orgânica naquela região.
O Programa tem por finalidade financiar investimento de
custeio agrícola isolado e de custeio associado a
projeto de investimento destinados a:
. reabilitação de áreas degradadas
ou em degradação, com utilização
de
espécies nativas ou adaptadas;
. conservação e recuperação
de micro-bacias, nascentes e mananciais;
. implantação de sistemas para o aproveitamento
de fontes alternativas de
energia;
. tratamento de efluentes oriundos de atividade agropecuária;
. produção de alimentos associados a práticas
ecologicamente sustentáveis
(agricultura orgânica, controle biológico,
plantio direto);
. transição da agricultura convencional para
a orgânica.
O Programa é destinado aos produtores rurais, pessoas
físicas e jurídicas, e suas cooperativas de
produção e associações, desde
que se dediquem à atividade produtiva no setor rural.
As taxas de juros variam entre 6 e 10,75% a.a., de acordo
com o porte do produtor, e carência de até
6 anos para investimento fixo.
Durante a vigência do financiamento, o cliente deverá
cumprir a legislação ambiental em vigor e
as condições estabelecidas pelo Banco do Brasil
relativas ao meio ambiente.
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Encontro
sobre Merenda Escolar Orgânica em Botucatu
Fonte: IBD
Na
última quinta-feira, dia 28 de novembro, a BioFach
Brasil e o Instituto Biodinâmico, em parceria com
a Prefeitura Municipal, Sebrae SP, Associação
Biodinâmica e Associação dos Produtores
Orgânicos de Botucatu, realizaram uma palestra sobre
“nutrição e merenda escolar orgânica
nas escolas públicas municipais”, que contou com
a presença de mais de 70 participantes entre diretoras
de creches, merendeiras, nutricionistas, produtores rurais,
representantes de instituições governamentais
e não governamentais e outros profissionais ligados
ao desenvolvimento da agricultura, da cidade e da região.
A palestra foi ministrada pela nutricionista e docente da
Unisul/SC, Elaine Azevedo, que narrou a experiência
da AGRECO - Associação dos Agricultores Ecológicos
das Encostas da Serra Geral, no Estado de Santa Catarina.
“O produto orgânico tem maior valor nutricional. Os
alimentos são mais saudáveis para as crianças
e despertam a consciência ecológica e social,
além de dar um impulso à produção
regional”, disse a nutricionista. Segundo Elaine, a merenda
escolar orgânica já é realidade em algumas
cidades do sul do país que contam com a parceria
de prefeituras e associações locais de produtores
orgânicos. Porém, para a implantação
deste projeto, é necessário que as nutricionistas,
merendeiras e diretoras de creches conheçam os benefícios
da agricultura orgânica e também os pequenos
produtores se organizem para que possam fornecer os ingredientes
da merenda escolar.
O evento foi seguido de um encontro entre os principais
interessados, e o resultado foi a constituição
de um grupo de trabalho que se reunirá para discutir
o processo de implantação de um projeto-piloto
de merenda orgânica em duas ou três creches
municipais.
Para o presidente da Associação de Produtores
Orgânicos de Botucatu, Arnaldo Sampaio, o encontro
foi bastante proveitoso. “O importante é que, além
das pessoas envolvidas diretamente com a merenda escolar,
contamos com a presença de muitos produtores. A conclusão
também foi muito importante, porque deve se iniciar
uma parceria entre os produtores e a prefeitura e isso começa
com a visita das merendeiras às propriedades com
produção orgânica”.
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Aldeias
Indígenas lucram com orgânicos
Fonte: Gazeta Mercantil – (São Paulo 18.10.02)
O
crescimento da agricultura orgânica no Brasil, a taxas
de 50% ao ano, contribui para a formação de
uma cadeia produtiva muito diversificada, da qual fazem
parte hoje três aldeias indígenas. Localizados
nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Acre os
povoados indígenas começam a colher lucros
com a produção e comercialização
de mel, manga e urucum, produtos certificados como orgânicos
pelo Instituto Biodinâmico (IBD).
A tribo Yanawana, do Acre, por exemplo, montou em 1993 a
Organização dos Agricultores Extrativistas
Yanawana do Rio Gregório, que começou a colher
os primeiros frutos comerciais em 1999.
A aldeia - localizada às margens do Rio Gregório,
próxima de Taraucá (AC) - produz sementes
secas de urucum que são vendidas para a multinacional
de cosméticos Aveda, uma das pioneiras na fabricação
de produtos naturais ecologicamente corretos. "Nosso
desafio é adequar a produção industrial
a partir do urucum fornecido pelos índios",
diz May Waddington, antropóloga e coordenadora dos
projetos da Aveda no Brasil.
Segundo ela, as sementes de urucum são processadas
pela Formil Flora Brasil, que fabrica os cosméticos
- batom, condicionador de cabelo, shampoo - da Aveda no
País. A empresa já solicitou certificação
no IBD e encontra-se em fase de conversão. Os índios
Yanawana produziram na última safra 3 toneladas de
urucum, que geraram receita de US$ 81 mil. Além disso,
a aldeia está ampliando a produção
de andiroba, que já soma 3,5 toneladas.
"A andiroba está em processo de certificação",
diz a antropóloga. A Aveda aplicou, em média,
US$ 25 mil por ano nos dois primeiros ciclos da safra comercial
da aldeia. Os recursos foram destinados ao plantio, aquisição
de máquinas, construção do posto de
saúde, entre outras atividades. A Aveda paga US$
2,7 por quilo de urucum e US$ 5 por quilo de andiroba produzido
pelos 600 yanawanas.
No Mato Grosso, quatro diferentes etnias indígenas
produziram 1,3 toneladas de mel na safra passada, cuja colheita
se encerrou em junho. Metade deste volume está sendo
comercializado no mercado varejista de São Paulo
ao custo de R$ 14 o quilo.
"O restante é comercializado na região",
diz Ianukula Kaiabi Suia, coordenador do projeto de mel
da Associação Terra Indígena Xingu.
As quatro etnias somam 23 aldeias indígenas e cerca
de mil pessoas, que produziram na primeira safra (em 2001)
900 quilos de mel. "Nossos planos são de ampliar
o projeto, estendo-o ao artesanato", diz o coordenador,
que busca compradores para produção local
utilizando a internet como instrumento de marketing. O próximo
passo, entretanto, é a fabricação de
própolis e geléia real.
Outros 21 mil índios estão contemplados no
projeto em fase de implantação no Mato Grosso
do Sul pela empresa Bio da Terra, em parceria com o governo
do estado.
"Verificamos as plantações nativas de
mangas nas aldeias e detectamos um enorme potencial de produção",
diz Sérgio Rebelo Ribeiro, diretor da Bio da Terra,
empresa que cultiva bananas orgânicas em Santa Catarina
há dez anos. Entre os 21 mil índios, algumas
aldeias já foram certificadas pelo IBD. Outras encontram-se
em fase de conversão. "Estimamos um potencial
de 4 mil toneladas de manga por ano", diz Rebelo.
A primeira colheita comercial, em 2001, rendeu uma produção
de 200 toneladas. As frutas foram processadas e transformadas
em bala, geléia, polpa e suco e exportadas para a
Alemanha. A manga é uma fruta de enorme valor. "Detectamos
um grande interesse de compra por parte da Holanda."
Para ele, o excelente desempenho da agricultura orgânica,
que já movimenta R$250 milhões por ano no
Brasil, abre espaço para o potencial agrícola
existente nas aldeias indígenas.
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Orgânicos
movimentam R$ 250 milhões
Fonte: Gazeta Mercantil – (São Paulo, 10.10.2002)
A
agricultura orgânica cresce a taxas de 50% ao ano
no Brasil e já movimenta algo em torno de R$ 250
milhões. São cerca de 275 mil hectares cultivados,
que resultam em uma safra de 300 mil toneladas de produtos
orgânicos por ano, entre eles soja, café, hortaliças,
frutas, grãos, açúcar, algodão,
cereais, óleos, vinhos e flores.
"Recebemos ao longo deste ano entre 20 e 30 projetos
por mês, o dobro do que recebíamos ano passado",
diz Graziella Vasconcelos, vice-gerente de certificação
do Instituto Biodinâmico (IBD).
O IBD já certificou 707 novos projetos, dos quais
255 já usam o selo da instituição e
455 se encontram em processo de conversão. Produtos
como hortaliças, soja, café, suco de laranja,
e açúcar são os que mais contribuem
para engordar a produção de orgânicos
no País, que exporta 70% dos orgânicos que
produz. No mundo, a agricultura orgânica movimenta
um faturamento de US$ 24 bilhões e cresce a taxas
de 20% ao ano.
Consumo Interno. Após conquistar espaço no
mercado externo, onde o hábito de consumo de produtos
orgânicos já foi incorporado ao cotidiano dos
europeus, americanos e japoneses, os produtores brasileiros
estão concentrando seus esforços no aumento
do consumo interno. É o caso, por exemplo, da Native,
empresa do Grupo Balbo, que produz alimentos orgânicos
desde 1997.
A Native produz açúcar, café e acaba
de colocar no mercado o primeiro produto da linha de sucos:
o suco de laranja orgânico. Com um faturamento anual
de R$ 20 milhões na safra 2001/02, a companhia projeta
um crescimento para o período 2002/03 entre 15% e
20%, "sustentado pelo aumento da base de venda no Brasil
entre 40% e 50%, este ano", diz Leontino Balbo Junior,
diretor da Native.
Vegetação nativa. A empresa concluiu recentemente
um levantamento ecológico na área em que modificou
o manejo do solo para o cultivo orgânico, e constatou
que a vegetação nativa que há quinze
anos representava apenas 5% da área de cultivo, hoje
responde por 14%. "É o resultado que perseguimos
ao optar pela agricultura orgânica. Recuperamos a
fauna e as aves e a vida selvagem retornou ao ambiente",
diz Balbo.
O levantamento foi realizado pelo ecólogo Evaristo
Eduardo de Miranda, da Embrapa. Para Balbo, o melhor desempenho
que o produto orgânico produz é a preservação
ambiental.
"Os produtos orgânicos têm um custo de
produção maior que os convencionais porque
está preservando o ambiente. Na verdade essa opção
é mais econômica porque não gera gastos
futuros", afirma.
Custo maior. Da mesma opinião compartilha o produtor
de hortaliças Felipe Mesquita, que em parceria com
outros 134 produtores de hortaliças e frutas fundaram
a Horta e Arte, empresa que distribui 20 toneladas diárias
de frutas e hortaliças orgânicas para redes
de supermercados de São Paulo e do Rio de Janeiro.
A Horta e Arte detém a certificação
do IBD há um ano.
O IBD certifica produtos orgânicos para o Brasil e
para o mundo. O controle interno e as diretrizes do IBD
são monitorados por quatro organizações
internacionais: Ioas (International Organic Accreditation
Service), DAR (Deutscher Akkreditierungs Rat), Demeter International
e Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O instituto também mantém convênios
com certificadoras japonesas para o JAS - Japan Agriculture
Standart. Entre os certificados pelo IBD destacam-se três
tribos indígenas, que produzem manga (Mato Grosso
do Sul), mel (Mato Grosso), e urucum (Acre).
A agricultura orgânica é o sistema de produção
de alimentos e fibras saudáveis do ponto de vista
ambiental, social, e econômico, que beneficia diretamente
consumidor e produtor. Os critérios básicos
da agricultura orgânica são proteção
da fertilidade do solo a longo prazo, intervenção
mecanizada cautelosa e fornecimento de nutrientes ao solo
de maneira natural, não obtido por processo químico,
controle de doenças e pragas com adubação
orgânica, bem-estar das espécies exploradas
na criação animal e extrativismo sustentável,
segundo informações do IBD.
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Café
natural adubado por uma floresta de frutas
Fonte: Gazeta Mercantil – São Paulo, 27.06.02)
"Mata
com café embaixo". É assim que João
Pereira Lima Neto, dono da Fazenda Santo Antônio de
Mococa (SP), com área total de 400 hectares, cultiva
parte dos 200 hectares de cafezais. "Não é
café orgânico, é café natural",
diz o fazendeiro, explicando que nem adubo orgânico
é usado na lavoura. Adubos e defensivos químicos,
nem pensar. Pés de abacate, manga, amora, ameixa,
jabuticaba, jequitibá, cedro, amoreira, pereira e
guapuruvu convivem harmoniosamente com o café. "É
preciso que as árvores e o café tenham alelopatia
positiva, ou seja, que tenham simbiose, de maneira que a
associação das plantas beneficie a mata e
o cafezal ao mesmo tempo". O café gosta de sombra
no verão e de calor no inverno. Assim, a maioria
das árvores plantadas na mata são caducifólias,
ou seja, perdem parte das folhas no inverno, permitindo
que a luminosidade aumente sobre os cafezais. Nas partes
baixas, onde o risco de geada é maior, árvores
com folhas perenes são a maioria, para proteger os
pés de café do frio. "Se matas selvagens
vivem durante milhões de anos sem adubação
feita pelo homem, posso fazer algo parecido na fazenda",
rebate o produtor que cerca sua propriedade com corredores
de capim para evitar a contaminação com agrotóxicos
de agricultores vizinhos. Desde 1996, o fazendeiro substituiu
o investimento em adubo e defensivo por aplicação
em mudas e plantio de árvores. Segundo ele, até
a incidência de doenças e pragas diminuiu.
No Japão, esta maneira de cultivar a terra é
conhecida como Daí Shizen, ou "agricultura da
grande natureza". E é para distribuidoras de
café japonesas que Lima Neto vende parte da produção.
O preço da saca (R$ 600,00) passa seis vezes ou mais
a cotação do café convencional.
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Produto
certificado IBD tem acesso garantido ao mercado norte-americano
Fonte: Alexandre Harkaly - vice-presidente executivo do
IBD - julho/2002
O
IBD, em 11 de Julho de 2002, foi aprovado pelo USDA - United
States Department of Agriculture como certificadora credenciada.
Isto significa que após o dia 21 de Outubro de 2002,
todo produto certificado IBD terá acesso garantido
ao mercado norte-americano.
Apenas oito certificadoras estrangeiras foram aprovadas
até agora no NOP - National Organic Program (www.ams.usda.gov).
O Instituto Biodinâmico conseguiu satisfazer todas
as necessidades dos projetos de exportação
para os mercados de todo o mundo. Com esta recente aprovação
pelo USDA, o IBD passa a fazer parte de um selecionado grupo
de certificadoras que atende a todos os mercados de exportação.
Atualmente o IBD tem os seguintes credenciamentos ou autorizações:
- Europa, pelo DAR – Alemanha
- USA, pelo USDA
- Japão, para re-certificações IFOAM
Estão em andamento:
- Canadá (Quebec)
- Ministério da Agricultura do Brasil - faltando
auditoria
O
movimento orgânico mundial está, neste momento,
consolidando a sua estrutura de procedimentos técnicos
e legais para se consolidar globalmente. Infelizmente o
idealismo por trás da idéia do orgânico
não foi o suficiente para que o credenciamento IFOAM
fosse aceito globalmente.
Com a estratégia seguida até então,
o IBD garantiu e consolidou a possibilidade de haver fluxo
comercial internacional de produtos da agricultura orgânica
com o selo ORGÂNICO IBD e, também, produtos
da agricultura biodinâmica com selo DEMETER, evitando
que estes produtos sofressem qualquer ação
de barreira possível.
Mas, para o IBD, resta ainda saber quando o Ministério
da Agricultura do Brasil resolverá acelerar o processo
de normalização, regulamentação
e credenciamento das certificadoras atuantes no Brasil.
Ainda faltam para o Brasil alguns pontos importantes a serem
resolvidos. Por exemplo:
- Cada vez mais adentram no mercado brasileiro produtos
ditos orgânicos sem certificação.
- Cada vez mais existem certificadoras que operam seguindo
critérios próprios, sem aterem-se ao rigor
mínimo exigido.
- As normas brasileiras editadas na IN 007/1999 já
estão desatualizadas. Quem estiver usando-as, não
estará apto a exportar os seus produtos. Uma adaptação
das normas brasileiras às internacionais faz-se urgente.
Somente assim o Brasil poderá, no futuro, fazer acordos
bilaterais de comércio internacional para orgânicos.
Por razões ainda não esclarecidas, às
empresas que estão investindo em produção
orgânica de origem animal, o uso do termo orgânico
e o selo orgânico ainda não está sendo
autorizado pelo Ministério da Agricultura, causando
desestímulo e já prejuízos ao setor.
O atendimento por parte das autoridades às demandas
do setor produtivo e aos consumidores é fundamental.
Afinal, o consumidor consciente quer consumir e favorecer
os produtos e produtores orgânicos. O mundo inteiro
já está agindo. O comércio internacional
de orgânicos já representa a cifra de U$ 24
Bilhões!
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IBD
e CMO firmam contrato de reciprocidade
Fonte: Planeta Orgânico
O
contrato entre o IBD e a Certificadora Mokiti Okada foi
firmado com os objetivos de permitir ao produtor certificado
pela CMO a venda de produtos a projetos certificados pelo
IBD para fins de exportação, bem como permitir
que a certificação de uma das organizações
seja aceita pela outra para fins de compra de produtos para
processamento e/ou comercialização no mercado
interno. O sistema de reciprocidade será analisado
caso a caso e, entre outras ações, as certificadoras
adotarão procedimentos para corrigir as diferenças
significativas em suas estratégias de certificação.
As propriedades serão re-certificadas dentro dos
critérios de cada certificadora. Se uma delas tiver
um critério mais rigoroso do que a outra, o produtor
que desejar a certificação recíproca
deverá seguir o procedimento mais restrito.
BioFach 2002
A BioFach é um salão mundial para profissionais
de alimentos ecológicos e de produtos naturais, patrocinado
pela IFOAM, que acontece desde 1991 na Alemanha e reúne
expositores de todos os continentes.
Pelo nono ano consecutivo o IBD participou desta Feira,
entre os dias 14 e 17 de fevereiro, em Nuremberg. Neste
ano, juntamente com outros 24 expositores brasileiros (o
dobro de 2001) ocupou o stand Brasil, organizado em parceria
com a Câmara de Comércio Brasil-Alemanha. Os
expositores brasileiros que participaram da feira foram
as seguintes: Agroexotic Comércio Exterior Ltda.
(SP), Agroparr (RS), Agropecuária Vale das Uvas (SP),
Bio da Terra (SC), Cearapi Apicultura e Produtos Orgânicos
(CE), Citrovita, Chácara Santa Izabel (SP), Companhia
Albertina (SP), Cooperativa Agropecuária Cotrimaio
(RS), Ecocitrus (RS), FBA/Univalem (SP), Fazenda Céu
Azul (MT), Fazenda Jacarandá (SP), Fazenda Lagoa
Bonita (GO), MN Própolis (SP), Mogi Café (SP),
Motrecitrus Trading (SP), Naturalle Agro Mercantil Ltda
(PR), Nutra 7 (SP), Primor Doces (SC), Sustenagro Ass. Proj.
e Exec. Ltda. (RS), Velho Museu / Juan Carrau (RS), Volkmann
(RS) e SEDAI/RS.
Em entrevista concedida ao Planeta Orgânico, Alexandre
Harkaly, vice-presidente do IBD, afirmou que "é
fundamental investir na BioFach. É uma oportunidade
ímpar para se iniciar contatos. O produtor começa
a selecionar o comprador e, a partir daí, pode ir
preparando sua produção, escolhendo com quem
trabalhar de fato. É uma oportunidade para o produtor
entender a dimensão do mercado orgânico, para
saber o quanto ele é capaz individualmente no Brasil
e seu potencial de expansão." Para Alexandre,
o principal enfoque da BioFach foi o social. "Cada
vez mais cresce o enfoque social e os compradores já
entenderam que os consumidores saberão reconhecer
os produtos que trazem este valor agregado."
A BioFach 2002 registrou um número de 27.787 visitantes
e 1.921 expositores em um espaço de quase 30.000m2.
O Planeta Orgânico também esteve presente e
registrou o acontecimento. Para saber mais detalhes, incluindo
depoimentos dos produtores brasileiros, acesse www.planetaorganico.com.br/biofach2002.
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Produtor
de café certificado pelo IBD é premiado.
Fonte: Gazeta Mercantil (São Paulo, 30.11.01)
A
cafeicultura mineira obteve novamente o desempenho mais
significativo no concurso de cafés especiais, realizado
anualmente pela Brazil Coffee Association (BSCA), entidade
fundada para promover os cafés gourmet brasileiro
no mercado internacional. Dos 18 lotes finalistas da edição
2001 do concurso "Cafés do Brasil", dez
são originários de cafés cultivados
em Minas Gerais, com destaque para os frutos produzidos
na região Sul do Estado, que obtiveram as duas primeiras
posições - além de terem conquistado
a sexta, décima, décima terceira e décima
quinta colocações.
A qualidade dos cafés foi analisada por um juri internacional.
Os 18 vencedores receberão o prêmio "Cup
of Excellence" e também participarão
do leilão internacional a ser realizado pela internet,
no dia 4 de dezembro deste ano. Primeiro colocado na edição
deste ano, o engenheiro agrônomo Paulo Sérgio
de Almeida, da Fazenda Santa Terezinha, em Paraisópolis,
Sul de Minas, estima obter um lance mínimo entre
US$ 4000 e US$ 500 por cada uma das 150 sacas enviadas para
o concurso.
Em vinte anos de trabalho a frente da Fazenda Santa Terezinha,
sempre auxiliado pelos irmãos, Almeida intensificou
a melhoria do solo e investiu no processo de pós-colheita
do café - fatores primordiais para obtenção
de um café fino. Adepto do cultivo orgânico,
que não utiliza defensivos agrícolas nem adubos
químicos, o engenheiro agrônomo realiza o manejo
de solo do cafezal por meio da utilização
da biomassa. "O alicerce da planta é o solo,
pois com um solo rico a planta será sadia" diz.
Além do preparo adequado do solo, a obtenção
de cafés especiais está diretamente vinculada
ao processo de pós-colheita. O café arábica,
variedade mundo novo, cultivado na Fazenda Santa Terezinha,
passou pelo processo cereja descascado, que tem tido destaque
nos últimos concursos de cafés especiais realizados
no País. No ano passado, o café classificado
em primeiro lugar no concurso da BSCA, produzido por Ceci
Maria de Faria, de Manhuaçu, Zona da Mata mineira,
passou pelo mesmo processo de pós-colheita.
Almeida, no entanto, introduziu este ano uma nova técnica
ao processo, onde todas as variedades cereja, bóia
(café amadurecido no pé) e chão, passaram
pelo descascador e, depois, foram secados em um terreiro
suspenso coberto com sombrite (lona preta com furos). "Este
foi o meu pulo do gato; construi uma espécie de estufa
que permitiu uma espécie de estufa que permitiu o
café fino secar sem a incidência direta do
sol em cima do grão. Tirei um café fino do
pé e continuei com o fruto fino durante o processo
de secagem", assinala.
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Grupo
Independência apresenta maior projeto de boi orgânico
do país em Mato Grosso do Sul
Fonte: Instituto Biodinâmico
Mais
de duzentos produtores participaram, no dia 3 de agosto,
do maior "Dia de Campo" do país sobre o
Projeto de Produção do Boi Orgânico.
O evento, promovido pelo Grupo Independência, apresentou
aos produtores uma nova realidade no mercado agropecuário
do mundo - a produção de orgânicos.
Além de atender as necessidades do mercado consumidor,
a produção de alimentos orgânicos também
se mostra uma necessidade palpitante, viável e inovadora
aos produtores.
Conceitualmente, a cultura orgânica promove uma produção
agropecuária que procura minimizar o impacto ambiental
dessa atividade graças à eliminação
dos agrotóxicos e de quaisquer adubos minerais de
alta solubilidade. Trata-se, assim, de produzir alimentos
de qualidade sem qualquer resíduo tóxico,
com maior qualidade nutricional e biológica. Uma
proposta que se apoia num pensamento pautado por princípios
inerentes ao chamado paradigma da sustentabilidade, ou seja,
por critérios definidos em termos do ambientalmente
correto, do socialmente justo e do economicamente viável.
Há cerca de dois anos, o Grupo Independência
iniciou seu projeto de pecuária orgânica na
Fazenda São Miguel da Catequese e Estância
Independência, no município de Nova Andradina,
MS. Os resultados deste segundo ano de acompanhamento, avaliado
com entusiasmo pelo Grupo Independência, foram apresentados
aos produtores durante o Dia de Campo.
Miguel Graziano Russo, diretor do Grupo Independência,
acredita que o projeto, além de estratégico,
é oportuno para o desenvolvimento de conceitos inovadores
para a produção em Mato Grosso do Sul, que
vem de encontro às novas tendências ditadas
pelo mercado consumidor. "Este é um mercado
que traz grandes perspectivas aos produtores, mas também
exige uma nova visão dos conceitos de produção",
ressalta. A produção do Grupo Independência
é certificada pelo Instituto Biodinâmico -
IBD.
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