Bases
para Discussão
Regulamentação dos Instrumentos da Política
de Recursos Hídricos do Estado do Rio de Janeiro
O relatório Bases
para Discussão da Regulamentação
dos Instrumentos da Política de Recursos Hídricos
do Estado do Rio de Janeiro apresenta os resultados
de um Grupo de Trabalho, composto por técnicos
multidisciplinares de diferentes instituições
do Governo do Estado. O trabalho foi realizado durante
o ano de 2000, no âmbito do Projeto PLANÁGUA,
com o objetivo de oferecer à sociedade do Estado
do Rio de Janeiro uma primeira versão do conjunto
de documentos e textos legais, necessários à
implementação da Lei Estadual 3.239/99.
O Projeto PLANÁGUA SEMADS/GTZ - de Cooperação
Técnica Brasil Alemanha - apoiou este trabalho,
contratando os consultores Paulo Renato Paim e Fernando
Walcacer, organizando uma oficina de trabalho participativo
inicial e reuniões consecutivas do grupo.
As minutas da regulamentação são
o resultado de uma intensa discussão dentro do
grupo, baseadas em propostas apresentadas pelo consultor
Paulo Paim.
O Governo do Estado, aproveitando a minuta relativa
ao Conselho, instituiu o Conselho Estadual de Recursos
Hídricos CERHI através do Decreto no
27.208 de 02 de outubro de 2000 e o instalou em 01 de
dezembro de 2000.
Quanto as demais minutas contidas neste relatório
apresentamos ao CERHI e às suas câmaras
técnicas, como apoio às discussões
para definição das regulamentações
da Lei 3.239/99.
Esperamos que o presente trabalho possa facilitar e
agilizar a implementação do Sistema de
Gerenciamento de Recursos Hídricos em nosso Estado,
de forma integrada e que possibilite o uso racional
da água e a proteção de nossos
ecossistemas aquáticos.
Rios
e Córregos
Preservar, Conservar, Renaturalizar - A Recuperação
de rios - Possibilidades e Limites da Engenharia Ambiental
A presente informação
foi elaborada no âmbito do Projeto PLANÁGUA,
de Cooperação Técnica Brasil
Alemanha, baseada na publicação do consultor
Walter Binder, do Departamento Estadual de Recursos
Hídricos da Baviera - Alemanha e tem como objetivo
apresentar alternativas de recomposição
de rios impactados, que tiveram as condições
naturais alteradas por obras realizadas em seu leito.
A grande demanda dessa brochura, em todo o Brasil, nos
motivou para uma nova edição.
Experiências realizadas na Europa demonstram que
a recomposição de rios, buscando restabelecer
seu estado natural, é possível, mesmo
com as restrições impostas no meio rural
e urbano.
O conhecimento dessas experiências de recomposição
e seus respectivos custos, despertam para aspectos que
devem ser levados em conta nas fases de planejamento
e projetos de intervenção em cursos hídricos.
As alternativas técnicas apresentadas neste trabalho,
constituem-se importantes instrumentos a serem utilizados
no resgate do valor ecológico e paisagístico
e na manutenção e ampliação
das possibilidades de uso dos rios pela sociedade.
Temos sempre a obrigação e a possibilidade
de conservar rios em condições naturais,
evitando a destruição de nossos ecossistemas
aquáticos e ao mesmo tempo economizando enormes
recursos para uma futura recuperação.
Bacias
Hidrográficas e Rios Fluminenses - Síntese
Informativa por Macrorregião Ambiental
A Secretaria de Estado
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Semads, apresenta Bacias Hidrográficas e Rios
Fluminenses, numa série de publicações
destinadas ao planejamento e à gestão
de recursos
hídricos e à conservação
dos ecossistemas aquáticos do Estado do Rio de
Janeiro.
Resultado de um esforço conjunto da Semads e
suas vinculadas: Fundação Estadual de
Engenharia do Meio Ambiente Feema, Fundação
Superintendência Estadual de Rios e Lagoas Serla,
Fundação Instituto Estadual de Florestas
IEF, da Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento,
Pesca e Desenvolvimento do Interior Seaapi, tendo
como apoio o Projeto Planágua Semads/GTZ de Cooperação
Técnica Brasil/Alemanha, esta edição
traz informações hidrográficas,
hidrológicas e ambientais das principais bacias,
como também, mapas, relação de
rios federais, de barragens, represas e usinas hidrelétricas.
O conhecimento, aliado à indispensável
mobilização comunitária, transforma-se
em instrumento fundamental na luta pela preservação
dos recursos hídricos do nosso Estado.
Bacias
Hidrográficas e Recursos Hídricos da Macrorregião
- Bacia da Baía de Sepetiba
O presente documento
resume os principais aspectos físicos e ambientais
relacionados aos recursos hídricos inseridos
na bacia da Baía de Sepetiba, também denominada
de Macrorregião Ambiental MRA-2.
Esta publicação, elaborada pela Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
com o apoio do Projeto Planágua Semads/GTZ, faz
parte de uma série cujo objetivo é consolidar
e disponibilizar informações relacionadas
a hidrografia, hidrologia, qualidade da água
e usos/disponibilidade dos principais recursos hídricos
que integram as Macrorregiões Ambientais do Estado
do Rio de Janeiro.
O público alvo desta série é constituído
sobretudo pelos técnicos da Fundação
Superintendência Estadual de Rios e Lagoas Serla,
da Fundação Estadual de Engenharia do
Meio Ambiente Feema e da Fundação Instituto
Estadual de Florestas IEF que atuam nas Agências
de Gestão Ambiental da Semads alocadas no interior
do Estado, além de técnicos e extensionistas
rurais da Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural Emater, assim como funcionários
das Prefeituras que atuam nos setores ambientais e de
obras.
Trata-se de instrumento fundamental para que os membros
dos comitês de bacias hidrográficas e dos
consórcios intermunicipais de Gestão Ambiental
e demais usuários de recursos hídricos,
a partir das informações disponíveis
nesta publicação, assumam a indispensável
mobilização comunitária, fazendo
valer os direitos individuais e coletivos, em pleno
exercício de cidadania.
Peixes
de Águas Interiores - Do estado do Rio de Janeiro
Esta é mais uma
publicação da série que a Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
vem produzindo como parte do Projeto Planágua
SEMADS / GTZ, iniciativa que atende fundamentalmente
o objetivo de disseminar novos conhecimentos ambientais
entre técnicos e especialistas do setor e o público
em geral.
Pela primeira vez na história do Estado do Rio
de Janeiro, o Governo estadual põe em prática
uma política de meio ambiente que contempla real
e concretamente, entre outras prioridades, a educação
ambiental, como princípio, meio e fim do processo
que busca a melhoria da qualidade de vida, mediante
promoção do desenvolvimento sustentável.
A série de publicações produzida
pelo projeto Planágua SEMADS / GTZ insere-se
nesse contexto, na medida em que contribui para ampliar
o saber ambiental em seus diversos segmentos.
Como o uso múltiplo dos recursos hídricos
envolve obrigatoriamente a conservação
da biodiversidade aquática, à SEMADS impõe-se
o desafio de fundamentar uma estratégia de preservação
de flora e fauna de águas interiores, conforme
exposto no presente trabalho, que constitui, em linhas
gerais, o primeiro passo para a concretização
da pretendida estratégia preservacionista.
Ao lançarmos este volume da série, temos
a convicção de estarmos contribuindo decisivamente
para ampliar o interesse e, conseqüentemente, a
mobilização da sociedade na defesa e proteção
do meio ambiente, preservando-se os recursos naturais.
Poços
tubulares e outras captações de águas
subterrâneas - Orientação aos usuários
O Governo do Estado
do Rio de Janeiro, através do Departamento de
Recursos Minerais DRM RJ, entidade vinculada à
Secretaria de Estado de Energia, da Indústria
Naval e do Petróleo SEINPE e com o apoio do
Projeto PLANÁGUA SEMADS/GTZ, está lançando
a publicação POÇOS TUBULARES E
OUTRAS CAPTAÇÕES DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS:
ORIENTAÇÃO AOS USUÁRIOS.
Trata-se da primeira publicação estadual
voltada para a orientação aos usuários
de águas subterrâneas, como parte do esforço
de nosso Governo em prestar serviços de qualidade
ao cidadão fluminense.
O DRM RJ, órgão estadual de geologia,
de apoio ao desenvolvimento da mineração
em base sustentável e do estímulo ao conhecimento
de nossos recursos minerais, vem consolidar, com esta
publicação, sua competência técnica
e institucional no setor águas subterrâneas.
Divulgar para o cidadão as informações
básicas para utilização racional
dos recursos hídricos é fundamento da
Lei Estadual de Recursos Hídricos , que nosso
Governo aprovou em 1999. O DRM RJ está cumprindo
sua parte nesta tarefa.
As águas subterrâneas vêm-se constituindo
em importante alternativa para abastecimento de comunidades
rurais e urbanas, para uso agrícola e industrial.
O nosso Estado possui recursos que somente agora estamos
descobrindo, a água subterrânea é
um deles. E, no momento em que vivemos uma crise de
escassez de água, este assunto se reveste da
maior atualidade, sendo papel do Estado orientar para
a utilização racional dos recursos naturais,
estimulando e disseminando as boas práticas.
É desta maneira que entendemos a importância
desta publicação.
Peixes
Marinhos do Estado do Rio de Janeiro
Esta é mais uma
publicação da série que a Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
vem produzindo como parte do Projeto Planágua
Semads/GTZ, iniciativa que tem como objetivo disseminar
novos conhecimentos ambientais entre técnicos
e especialistas do setor e o público em geral.
A publicação visa também contribuir
para a integração da gestão de
bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos
e zonas costeiras do Estado. Essa integração
é definida como uma das diretrizes gerais de
ação dentro da Política Nacional
de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433, de 8
de janeiro de 1997, Cap. III, Art. 3º VI).
Assim como outros elementos integrantes do sistema marinho,
os peixes sofrem o impacto de diversas ações
antrópicas. Alterações no habitat
por obras e aterros, ingresso de substâncias nocivas,
sobrepesca, dentre outros,
vêm gradualmente comprometendo a manutenção
de vários grupos de peixes. As águas costeiras
recebem todas as cargas poluidoras de origem doméstica,
industrial e de fontes difusas, tais como agricultura,
drenagem urbana e ainda de esgotos sanitários,
diretamente ou transportados pelos rios do interior
do Estado e também de estados vizinhos. Os diversos
problemas advindos destas contribuições
indicam a necessidade da integração da
gestão de recursos hídricos em bacias
hidrográficas, com a gestão da zona costeira.
Pela primeira vez na história do Estado do Rio
de Janeiro, o Governo estadual põe em prática
uma política de meio ambiente que contempla real
e concretamente, entre outras prioridades, a educação
ambiental, como princípio, meio e fim do processo
que busca a melhoria da qualidade de vida, mediante
promoção do desenvolvimento sustentável.
A série de publicações produzida
pelo Projeto Planágua Semads/GTZ insere se nesse
contexto, na medida em que contribui para ampliar o
saber ambiental em seus diversos segmentos.
Como o uso múltiplo dos recursos hídricos
envolve obrigatoriamente a pesca e a conservação
da biodiversidade aquática, à Semads impõe-se
o desafio de fundamentar uma estratégia de preservação
de flora e fauna das águas costeiras, conforme
exposto no presente trabalho, que constitui, em linhas
gerais, o primeiro passo para a concretização
da pretendida estratégia preservacionista.
Ao lançarmos este volume da série, com
o apoio da Fundação de Estudos do Mar
- Femar, temos a convicção de estarmos
contribuindo decisivamente para ampliar o interesse
e, conseqüentemente, a mobilização
da sociedade na defesa e proteção do meio
ambiente, preservando-se os recursos naturais.
Enchentes
no Estado do Rio de Janeiro - Uma abordagem em geral
Águas pluviais,
tão necessárias a sobrevivência
humana e fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas
com os quais interagimos são, muitas vezes, entregues
pela natureza com o rigor dos eventos naturais extremos,
isto é, pela ocorrência de estiagens prolongadas,
onde a escassez é o fator relevante, ou pelas
enchentes, onde a abundância das águas
concentradas no tempo e no espaço, gera desconfortos,
preocupações, prejuízos e, eventualmente,
perda de vidas humanas.
Controlar as enchentes e diminuir seu poder muitas vezes
devastador sobre os bens públicos e privados,
assegurar a integridade física e garantir o bem
estar do cidadão, é dever constitucional
das autoridades estabelecidas, embora haja necessidade
de estreita colaboração e envolvimento
da própria sociedade.
O avanço da ocupação territorial
sobre áreas historicamente sujeitas a inundação,
a descaracterização da mata ciliar, o
desmatamento desenfreado, o descarte irresponsável
dos resíduos domiciliares sobre as encostas e
nos cursos de água, a impermeabilização
dos terrenos, as obras locais de caráter imediatista
e outras ações que por dezenas de anos
foram praticadas pelo homem em nome do desenvolvimento,
hoje se tornam fatores agravantes na formação
das enchentes.
O presente relatório, fruto de um amplo trabalho
de pesquisa no âmbito do projeto PLANÁGUA
SEMADS/GTZ, reúne uma série de esclarecimentos
sobre esses eventos naturais, inclui uma abordagem especial
para a situação no Estado do Rio de Janeiro,
ressalta a necessidade da adoção da área
da bacia hidrográfica como unidade territorial
de gestão, bem como, apresenta novos conceitos
para o controle das enchentes e redução
dos riscos de inundação e os conseqüentes
prejuízos.
O objetivo principal do trabalho é abrir discussões
sobre o tema, de forma a permitir a reavaliação
e reflexão sobre os procedimentos e critérios
usualmente empregados e análise de medidas alternativas
e complementares no controle das enchentes.
Manguezais
- Educar para proteger
Um dos ecossistemas
associados ao bioma Mata Atlântica e aos recursos
hídricos, o manguezal é tido como um dos
indicadores ecológicos mais significativos na
zona costeira. O seu papel de proteger a costa, de conter
sedimentos oriundos das bacias hidrográficas
e de ser habitat de inúmeras espécies
biológicas o caracteriza como um verdadeiro berçário
do mar. Por isso mesmo, o manguezal ocupa uma larga
faixa litorânea brasileira e, na costa fluminense,
desempenha importantes funções ecossistêmicas.
Tal condição privilegiou o nosso Estado
com uma das mais belas porções de manguezais.
É também conhecida, na história
ambiental fluminense, a relação harmônica
das populações tradicionais litorâneas
com os manguezais.
No entanto, a farta legislação ambiental
e a inserção de diversas instituições
ambientais não foram suficientes para conter
expressivas perdas deste ecossistema.
Assim, é acalentador que o Conema tenha estimulado
e criado a Política Estadual para a Conservação
dos Manguezais. Única no Brasil, o Estado do
Rio de Janeiro é também pioneiro por ter
associado a esta política o Grupo Técnico
Permanente sobre Manguezais, com a missão de
orientar e assessorar as instituições
ambientais nas ações e projetos que envolvam
este importante ecossistema.
Portanto, é com grande orgulho que retomamos
esta política e instalamos o Grupo Técnico
Permanente de Manguezais (GTM). Como fruto deste ordenamento,
o GTM elaborou com apoio do Projeto PLANÁGUA
SEMADS / GTZ - esta publicação de educação
ambiental sobre manguezais, lançada com o apoio
da Fundação de Estudos do Mar FEMAR,
para professores, educadores, profissionais das ciências
ambientais e outros atores, multiplicadores de opinião.
Ambiente
das Águas - No estado do Rio de Janeiro
O ambiente das Águas
apresenta um diagnóstico da disponibilidade de
recursos hídricos no Estado do Rio de Janeiro,
as respectivas formas de gestão e a situação
fluminense dentro do contexto brasileiro e mundial.
Há quem veja a Terra como o Planeta Água,
considerando o volume de recursos hídricos nela
existente. No entanto, paradoxalmente, a escassez de
água constitui um dos maiores desafios do século.
Cálculos do WWF, Fundo Mundial de Preservação
da Vida Selvagem, revelam que um terço da população
mundial poderá ficar sem água dentro dos
próximos 25 anos, se não forem adotadas
medidas urgentes de preservação e proteção
dos mananciais.
Do planeta Terra, três quartos são constituídos
por água, sendo 97 por cento salgada e 2 por
cento integrantes das geleiras, intocáveis, portanto.
Esse quadro torna-se mais grave ainda, tendo em vista
a exploração irracional da água
doce armazenada nos lençóis subterrâneos
(representando 95 por cento da disponibilidade) e a
poluição de outros mananciais, como rios
e lagoas, situação que reduz mais ainda
a fatia de um por cento da água que realmente
pode ser usada pelo homem.
No Brasil, a preocupação de cientistas
e ambientalistas, quanto à imperiosa necessidade
de proteção de nossos mananciais, nem
sempre é levada em consideração.
A atual crise energética é um exemplo
da falta de cuidados especiais na preservação
e proteção dos nossos mananciais, fator
tão importante quanto a busca de novas fontes
de energia renovável para solucionar o problema
da escassez energética. Nosso país dispõe
de mais de 12 por cento do volume de água potável
existente no mundo, recurso que, entretanto, é
extremamente mal distribuído. Cerca de 80 por
cento concentram-se na Amazônia e os restantes
20 por cento são desigualmente distribuídos
pelo país, atendendo 95 por cento da população.
O Estado do Rio de Janeiro, rico em mananciais, mas
igualmente mal distribuídos, passou a contar
com dispositivos institucionais para disciplinar, controlar
e fiscalizar o exercício da atividade de captação
e exploração de águas, inclusive
as subterrâneas, a partir da Lei de Recursos Hídricos
promulgada em 1999. Mais recentemente, o Governador
do Estado assinou decreto criando o Conselho Estadual
de Recursos Hídricos, órgão deliberativo,
normativo e consultivo, com atribuições
de supervisionar e promover a implantação
das diretrizes da Política Estadual de Recursos
Hídricos.
Revitalização
de rios - Orientação técnica
O presente trabalho,
mais um da série realizada no âmbito do
projeto Planágua Semads/GTZ, de Cooperação
Técnica Brasil Alemanha, pretende dar apoio
ao Estado do Rio de Janeiro na gestão dos recursos
hídricos. A revitalização de rios
e córregos, a partir de exemplos europeus, é
o tema prioritário.
Experiências realizadas na Europa demonstram que
é factível a recomposição
de rios, ou seja, o estabelecimento de seu estado primitivo,
o mais natural possível, não obstante
as restrições e obstáculos impostos
ao processo no meio rural e urbano.
Anteriormente, para mostrar a viabilidade do processo
de revitalização, publicou-se o trabalho
intitulado Rios e Córregos Preservar, Conservar,
Renaturalizar, que em conseqüência da grande
demanda, em todo o Brasil, exigiu várias edições.
Seguiu-se ainda uma série de palestras em diversos
municípios e universidades do Estado do Rio de
Janeiro, além de estágios, na Alemanha,
de técnicos da área de gestão de
recursos hídricos, em busca de conhecimento mais
profundo de projetos já realizados com êxito
e para discussão do tema junto a especialistas
alemães. Resultado dos novos conhecimentos assimilados,
este trabalho apresenta orientações sobre
procedimentos para conservação e revitalização
de rios e córregos fluminenses, indicando caminhos
que, sob uma nova abordagem, possibilitem a adoção
de novas técnicas de engenharia ambiental que
contribuam para a preservação e desenvolvimento
da biodiversidade e para que se obtenha uma mais saudável
integração das atividades humanas com
o rio.
A nossa expectativa é que esta publicação
tenha uma ampla divulgação não
só no Estado do Rio de Janeiro como em todo o
país, de tal modo que funcione como instrumento
prático para esferas do poder público,
sobretudo pelas prefeituras e a população,
que poderão encontrar nestas páginas esclarecimentos
para o trato da questão ambiental e das águas.
Lago
de Araruama - Perfil ambiental do maior ecossistema
Lagunar hipersalino do mundo
A lagoa de Araruama,
a maior do mundo em hipersalinidade permanente, emoldura
com sua peculiar beleza 160 quilômetros dos 850
da extensão da região costeira fluminense.
A milenar história geológica da lagoa
e de seu ecossistema mostra que suas transformações
naturais comprometeram-se, ao longo do tempo, com a
crescente presença humana e uso indevido do solo
da região nos últimos 30 anos.
Movido por tais evidências, o Governo do Estado
enfrenta a questão ambiental como uma de suas
prioridades. O Programa Nossas Lagoas é um dos
exemplos de ação governamental que a Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Semads implementa mediante a aplicação
de recursos do Fundo Estadual de Conservação
Ambiental Fecam.
Além da desobstrução do canal de
Itajuru, para melhorar a entrada de água do mar
na lagoa de Araruama, o Programa promove a recuperação
de outros sistemas lagunares, como Jacarepaguá,
Piratininga-Itaipu, Maricá e da lagoa de Saquarema.
Medidas práticas como essas são importantes.
Entretanto, o futuro da lagoa de Araruama e de sua bacia
com 404 quilômetros quadrados, como de outros
ambientes lacustres estaduais, depende de esforços
e efetivas parcerias entre governos, sociedade organizada
e usuários para que formações litorâneas
tão frágeis sejam recuperadas, mantidas
vivas e úteis à coletividade.
Neste sentido, devemos mencionar o trabalho conscientizador
do Consórcio Ambiental Lagos-São João,
formado por doze prefeituras situadas na bacia hidrográfica,
empresários e Organizações Não-Governamentais
ONGs. O consórcio cumpre diretrizes, em paralelo
às ações desenvolvidas por órgãos
estaduais na região, que já produzem resultados
positivos em prol da Lagoa de Araruama e do seu ecossistema,
como a retirada de obstáculos (marnéis)
para melhorar a circulação das águas.
Com a nova mentalidade no trato das questões
ambientais, aliada à gestão e aplicação
das legislações estaduais sobre recursos
hídricos Lei 3.239/99 e Decreto 27.208/00 ,
estamos convencidos de que os atuais problemas de lançamento
de esgotos e lixo, ocupação indevida das
margens, dragagens desordenadas para retirada de conchas,
dentre outros impactos ambientais, serão eliminados
a curto prazo, sem o que a Lagoa de Araruama deixará
de ser bela, admirada e útil às atuais
e futuras gerações.
Esta publicação da série que a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável vem produzindo como parte do Projeto
Planágua Semads / GTZ, de Cooperação
Técnica Brasil - Alemanha, tem como objetivo
disseminar novos conhecimentos ambientais e contribuir
para a cooperação dos diferentes atores
de gestão e para a integração de
ações em prol da preservação
e recuperação da Lagoa de Araruama e de
seu ecossistema.
Restauração
da mata ciliar - Manual para recuperação
de áreas ciliares e microbacias
As áreas de matas
ciliares degradadas em todo o Estado do Rio de Janeiro
são evidentes. Refletem o grande desconhecimento
da sociedade da importância dessas formações
arbóreas para a manutenção dos
ecossistemas característicos das margens e áreas
adjacentes, em especial, de rios, lagos, lagoas, represas,
córregos, nascentes e várzeas.
Com o manual Restauração da Mata Ciliar,
pela primeira vez editado com vistas às peculiaridades
fluminenses, tem continuidade a série Semads
de publicações no âmbito do Projeto
Planágua Semads / GTZ, da maior relevância,
pois resgata e amplia conhecimentos acerca de importantes
questões ecológicas do Estado do Rio de
Janeiro, imprescindíveis à sociedade.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável Semads, ao disponibilizar esta
publicação às Entidades estaduais
e municipais, aos técnicos, aos ambientalistas,
às ONGs, empresários e produtores rurais,
o faz consciente, contribuindo para o entendimento amplo
de toda a população quanto a importante
função das matas ciliares para os ecossistemas,
em especial dos rios e lagoas, de que todos dependemos.
São as matas ciliares que possibilitam, por exemplo,
habitat e refúgio à fauna terrestre, e
alimento com a produção de folhas e
frutos , à fauna aquática. As vegetações
ciliares atuam ainda como corredores ecológicos,
concorrem para a manutenção do microclima
e da qualidade da água. Por sua presença,
as matas ciliares possibilitam a contenção
de processos erosivos nas margens dos cursos dágua,
assim como têm função importante
na retenção natural das águas,
contribuindo para o amortecimento de enchentes.
Este manual, acessível, inclusive, a leigos em
restauração e manutenção
de áreas ciliares, destina-se a contribuir para
a crescente conscientização da viável
coexistência harmônica entre o homem e a
natureza, desde que todos apliquemos os princípios
do uso racional dos recursos naturais, base do desenvolvimento
sustentável. Dever de toda a população
deste Estado.
Lagoas
do Norte Fluminense - Perfil ambiental
Os motivos que levaram
o Projeto Planágua Semads/GTZ a focalizar a região
das lagoas da bacia hidrográfica da lagoa Feia
e da região entre a foz dos rios Paraíba
do Sul e Itabapoana em tão oportuna publicação
prendem-se ao fato de ser a lagoa Feia a menos conhecida
das grandes lagoas em todo o Estado. Há poucos
estudos e compilações atuais que permitam
traçar medidas de gerenciamento e recuperação.
Deste modo, o presente documento tem dupla finalidade:
suprir a lacuna de conhecimento que existia até
então e possibilitar aos órgãos
ambientais gestores estaduais e municipais , e à
sociedade civil conhecerem melhor parte do patrimônio
público ambiental formado pelas lagoas e lagunas
fluminenses.
Ao mesmo tempo, permite que as lagoas sejam registradas,
formalmente, como patrimônio público.
A segunda, é servir como instrumento para balizar
a gestão destes ecossistemas. Possibilita ainda
identificar também as áreas, antes de
lagoa, mas que foram indevidamente privatizadas após
obras de drenagem, configurando uma posse ilegal de
bens públicos, assim como delinear as medidas
de recuperação desse sistema lagunar Norte
Fluminense que, agora se sabe, reúne 132 lagoas,
onde as intervenções humanas registradas
datam de 1688 ( 313 anos ) com a abertura do canal do
Furado.
O governo Estadual, que elegeu as questões ambientais
como uma de suas prioridades, além de considerar
fundamental o resgate da história hidrográfica
da Região Norte Fluminense com esta publicação,
atua na recuperação dos vários
sistemas lagunares do Estado mediante o Programa Nossas
Lagoas.
Merece destacar na Região Norte do Estado as
medidas adotadas pelo Governo do Estado, através
da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável, na aprovação da Resolução
Semads nº 167, de 6 de novembro de 2000. Criou-se
no âmbito do Projeto Planágua Semads/GTZ
um Grupo de Trabalho para indicar à lista da
Convenção Ramsar sobre zonas úmidas
áreas fluminenses, de que são exemplos
os manguezais da baía de Sepetiba, o Parque Nacional
da Restinga de Jurubatiba, acrescido das lagoas da Ribeira
e Feia, entre outras áreas de importância
ambiental.
Na Região Norte do Estado, a Semads faz parte
e acompanha as ações do Consórcio
Intermunicipal para a Gestão Ambiental das Bacias
dos Rios Macaé, Macabu, das Lagoas de Cima, Feia
e Zona Costeira Adjacente, integrado por 11 prefeituras
locais, empresários, representantes da sociedade
civil e de ONGs, segmentos esses ora empenhados na criação
de Comitês de Bacias.
Assim, com o esforço de toda a coletividade e
a correta aplicação dos instrumentos legais
sobre recursos hídricos disponíveis
lei federal, ou das águas nº 9.433/97, e
lei estadual nº 3.239/99 , temos a certeza de
que o rico ecossistema da Região Norte Fluminense
sobreviverá, desde que sejam sustentáveis
as atividades de abastecimento de água, pesqueira,
agroindustrial, turística e de lazer. As presentes
e futuras gerações merecem.
Gerenciamento
Ambiental de Dragagem e Disposição do
Material Dragado
Na intenção
de informar acerca dos procedimentos e estabelecer critérios
para a avaliação dos efeitos ambientais
de dragagem e disposição final de material
dragado, desenvolveu-se essa orientação
técnica para o Gerenciamento Ambiental de Dragagem
e Disposição Final do Material Dragado
considerando as determinações das Convenções
e Comissões Internacionais para águas
costeiras das quais o Brasil é signatário.
Essa iniciativa, pioneira no Brasil, nasceu da necessidade
de enfrentamento da questão relativa à
dragagem do canal de acesso ao porto de Sepetiba, e,
posteriormente, de uma série de outras dragagens,
tais como as dragagens de manutenção,
de controle ambiental, e, também, as dragagens
deflagradas pelo reaquecimento da indústria naval
e da atividade portuária.
O processo de desenvolvimento dessa orientação
foi apoiado pelos Projetos Feema / GTZ e Planágua
Semads / GTZ, cabendo destacar, ainda, que esse processo,
mesmo referenciado pelas normas internacionais, foi
acompanhado por um grupo de trabalho multidisciplinar,
composto por técnicos das mais diversas áreas
de atuação.
Consoante com a importância desse processo, a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável está incluindo essa orientação
técnica na série SEMADS de publicações
sobre temas ambientais, iniciada no âmbito do
Projeto Planágua Semads / GTZ, de Cooperação
Técnica Brasil / Alemanha, com o objetivo de
disseminar novos conhecimentos ambientais, contribuir
para a cooperação dos diferentes atores
de gestão e para a identificação
de ações em prol da preservação
e recuperação de nossos rios, lagos, lagoas,
lagunas e águas costeiras e seus ecossistemas.
Este documento traduz o primeiro passo dado no sentido
da obtenção pelos órgãos
ambientais e gestores de recursos hídricos no
Estado do Rio de Janeiro de normas e diretrizes essenciais
à boa condução dos empreendimentos
relativos à dragagem.
Com isso, mais uma vez, o Estado do Rio sai na frente
ao regular e priorizar questão relevante para
a proteção ambiental dos ecossistemas
e do cidadão.
Organismos
de Bacias Hidrográficas
O tema Organismos de
Bacias Hidrográficas é de enorme importância
para a política de recursos hídricos e
ambiental em nosso Estado e no país. Afinal,
é através dos comitês, dos consórcios
intermunicipais e das associações e, muito
em breve, das agências de águas, que é
desenvolvida grande parte das ações de
mobilização da comunidade de uma bacia,
para participar e influir na nova política de
águas em implantação em todo o
país.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro tem o compromisso
de incentivar a mobilização da comunidade
da bacia e de informá-la sobre as mais diversas
concepções de gestão, para que
esta possa encontrar os seus próprios caminhos
e venha a exercer o seu papel de forma eficaz, consciente
e responsável.
O presente trabalho, publicado com apoio do Projeto
Planágua SEMADS/GTZ, da Cooperação
Brasil-Alemanha, vem a constituir importante subsídio
aos técnicos e à população,
de uma forma geral, envolvidos na gestão de bacias.
Estão sendo reunidos trabalhos de 18 autores,
abrangendo cinco estados (RJ, MG, PR, MT e SP) e o Governo
Federal. Os trabalhos descrevem experiências,
dificuldades e prioridades de ação de
oito organismos de bacia.
Os artigos constantes na presente publicação
expressam correntes de pensamentos que nem sempre rumam
para uma convergência de opiniões.
Isto pode ser compreendido pela enorme diferença
entre as regiões brasileiras e a necessidade
de se encontrar alternativas que sejam flexíveis
e capazes de dar, ao mesmo tempo, resposta às
necessidades de controle e recuperação
ambiental de nossas águas e às manifestações
da vontade da comunidade de cada bacia. Por isto, é
normal que cada bacia tenha suas particularidades, sua
história e uma forma própria de leitura
dos dispositivos legais e da maneira prática
de implementá-las. Mas uma coisa é certa:
somente com base na ampla participação
dos agentes locais prefeitos, usuários das
águas e entidades da sociedade civil , é
que poderemos alcançar sucesso e edificar mecanismos
eficazes e duradouros. Não queremos e não
desejamos uma solução que seja a imposição
de uma vontade de um governo. Queremos e desejamos que
os anseios de todo o tecido social sejam convenientemente
considerados, respeitados e acatados.
O Estado do Rio de Janeiro possui experiências
interessantes e relatadas na presente publicação:
na Bacia do Rio Paraíba do Sul, com um Comitê
federal que abrange RJ, SP e MG e com início
de funcionamento de uma associação de
usuários na parte Média da Bacia; nas
Macrorregiões 4 e 5, parte Leste do Estado, com
o funcionamento de consórcios intermunicipais
de gestão ambiental; na Baía de Guanabara,
com um Conselho Gestor e, mais recente, na Bacia do
Rio Guandu, com a criação do Comitê
de Bacia. O Projeto Planágua SEMADS/GTZ cumpre,
com este trabalho, a sua mais nobre missão, que
é disseminar conhecimentos e contribuir para
a cooperação dos diversos atores que atuam
no sistema e na política de recursos hídricos
no Rio de Janeiro e em todo o Brasil.