O
que são fontes de energia?
Entende-se por energia a
capacidade de realizar trabalho. Fontes de energia, dessa
forma, são determinados elementos que podem produzir
ou multiplicar o trabalho: os músculos, o sol, o
fogo, o vento etc.
Através do uso racional do trabalho, especialmente
na atividade industrial, o homem não apenas sobrevive
na superfície terrestre – encontrando alimentos,
abrigando-se das chuvas ou do frio etc –, mas também
domina e transforma a natureza: destrói florestas,
muda o curso dos rios, desenvolve novas variedades de plantas,
conquista terras ao mar, reduz distâncias (com modernos
meios de transporte e comunicação), modifica
os climas (com a poluição, as chuvas artificiais
etc), domestica certos animais e extermina outros.
As primeiras formas de energia que o homem utilizou forma
o esforço muscular (humano e de animais domesticados),
a energia eólica (do vento) e a energia hidráulica,
obtida pelo aproveitamento da correnteza dos rios. Com a
Revolução Industrial, na Segunda metade do
século XVIII e no século XIX, surgem as modernas
máquinas, inicialmente movidas a vapor e que hoje
funcionam principalmente a energia elétrica. A eletricidade
pode ser obtida de várias maneiras: através
da queima do carvão e do petróleo (usinas
termelétricas), da força das águas
(usinas hidrelétricas), da fissão do átomo
(usinas nucleares) e de outros processos menos utilizados.
As chamadas modernas fontes de energia, ou seja, as mais
importantes, são: o petróleo, o carvão,
a água e o átomo. As fontes alternativas,
que estão conhecendo um grande desenvolvimento e
devem tornar-se mais importantes no futuro, são o
sol (energia solar), a biomassa e os biodigestores, o calor
proveniente do centro da Terra energia geotérmica),
as marés, o xisto betuminoso e outras.
É importante ressaltar que as fontes de energia estão
ligadas ao tipo de economia: quanto mais industrializada
ela for, maior será o uso de energia. O carvão
mineral foi a grande fonte de energia da Primeira Revolução
Industrial, e o petróleo foi a principal fonte de
energia do século XX e continua a desempenhar esse
papel, apesar de um recente e progressivo declínio.
Tanto o petróleo como o carvão mineral são
recursos não renováveis, isto é, que
um dia se esgotarão completamente; eles também
são muito poluidores, na medida em que seu uso implica
muita poluição do ar. Por esses dois motivos
eles estão em declínio atualmente, em especial
o petróleo, que foi básico para a era das
indústrias automobilísticas e petroquímicas.
Vivemos na realidade numa época de transição,
de passagem do domínio do petróleo para a
supremacia de outras fontes de menos poluidoras e renováveis,
ou seja, que não apresentam o problema de esgotamento.
Este pensamento está pelo menos na cabeça
dos ambientalistas de todo o planeta, mas a realidade ainda
é um mundo dominado pelos combustíveis fósseis.
A série “Que energia é essa?” irá trazer
as principais fontes de energia usadas em nosso planeta;
como surgiram, onde são usadas, qual a dependência
humana dessas fontes e muito mais. Neste capítulo
conheceremos a fonte de energia chamada “Petróleo”.
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O
petróleo
Substância
líquida, que se compõe de uma mistura
de hidrocarbonetos, resultante de milhares de compostos
orgânicos (combinação de moléculas
de carbono e hidrogênio) de coloração
escura, oleosa, menos densa que a água. Sua
cor, entretanto, oscila do negro ao âmbar.
Pode apresentar-se sob a forma de fluido ou semi-sólida,
cuja consistência é idêntica
às das graxas.
O petróleo, em geral, é encontrado
alojado em rochas sedimentares tal como arenito,
areia, argila e calcário, ao lado de depósitos
de sal-gema e abticlinais. Sua densidade varia de
0,75 a 0,95. Pode ser encontrado a poucos metros
da superfície terrestre, ou em profundidades
maiores ou acima de 3 mil metros.
Sua composição difere bastante em
relação ao lugar em que é encontrado.
Nos Estados Unidos da América do Norte, por
exemplo, há petroleiros que contêm
quase só alcanos (parafina); cicloalcanos
(cicloparafinas) como os da Rússia; hidretos
de carbono aromático como os da Polônia
e Romênia.
O petróleo foi e ainda continua sendo um
elemento básico para a moderna sociedade
industrial.
Além de fornecer o combustível usado
em usinas termelétricas, constituindo portanto
uma fonte de energia elétrica, dele se obtêm
vários combustíveis (gasolina, querosene,
óleos) usados na indústria e nos veículos
automotores. Além disso, constitui matéria-prima
importante para inúmeros tipos de indústrias
químicas, como a de plásticos, de
asfalto, de borracha sintética e várias
outras,. São as indústrias petroquímicas
que refiram o petróleo e também fabricam
materiais a partir dele.
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Para
ter uma idéia melhor do que o petróleo
representou – e ainda representa, grande parte –
para o século XX, para a Segunda Revolução
Industrial, pensemos no seguinte: acordamos de manhã,
tomamos um banho sob um chuveiro elétrico
(que normalmente é de plástico, derivado
de petróleo), vestimos a roupa (alguns tecidos
como o náilon, são feitos a partir
do petróleo), calçamos os sapatos
(seguramente as solas tiveram petróleo como
matéria-prima) e vamos tomar café
(talvez as xícaras ou manteigueira sejam
de plástico); saímos à rua
e olhamos passar os carros (movidos a gasolina,
com dezenas de componentes fabricados a partir do
petróleo); resolvemos ouvir um pouco de música
e escolhemos um disco de vinil (que não pode
ser feito sem o petróleo) que colocamos na
aparelhagem de som (na qual há muito plástico).
Hoje algo está mudando: os discos de vinil
desapareceram, pelo menos não são
mais produzidos, foram substituídos por CDs,
que usam outros materiais não derivados do
petróleo, os carros pouco a pouco rodam com
outros combustíveis (álcool e também
eletricidade e hidrogênio, em fase experimental).
Mas ainda estamos mergulhados numa espécie
de civilização do petróleo,
que continua a ser uma matéria-prima estratégica
para a sociedade moderna e industrial. O petróleo
é um hidrocarboneto substância formada
em grande parte por hidrogênio e carbono),
resultante da transformação de matéria
orgânica (vegetal ou animal). Aparece no subsolo,
em terrenos sedimentares, especialmente os da era
Cenozóica, surgindo normalmente associado
com o gás natural. Juntos, o petróleo
e o gás natural representam mais da metade
do consumo mundial de energia. Mas de 60% das reservas
mundiais localizam-se no Oriente Médio, em
especial ma Arábia Saudita, no Iraque, no
Kuwait, no Irã e nos Emirados Árabes
Unidos; somente um país, a Arábia
Saudita, possui 25,6% das reservas mundiais desse
óleo. Os demais países ou áreas
que se destacam nas reservas de petróleo
são algumas nações da CEI (principalmente
a Rússia, Kasaquistão, Ucrânia,
Uzbequistão e Turcomênia), os Estados
Unidos, o México, a Venezuela e outros de
menor importância.
Quanto ao total das reservas mundiais conhecidas,
em 1995 calculou-se em pouco mais de 1 trilhão
de barris, o que seria suficiente para o consumo
mundial de apenas uns quarenta anos, no máximo.
As esse cálculo é relativo, uma vez
que se baseia no atual nível de consumo,
e existe uma tendência para o declínio
do uso do petróleo, embora lentamente por
enquanto, com sua substituição por
outras matérias-primas ou fontes de energia.
Em todo caso, uma coisa é certa: o petróleo
é uma riqueza natural que existe em quantidades
limitadas que em um dia se esgotará, seja
daqui a trinta, quarenta ou sessenta anos. Alguns
grandes produtores e consumidores mundiais de petróleo
possuem reservas somente para dez anos (caso dos
Estados Unidos e Canadá) ou no máximo
para dezoito anos (caso da Rússia e da China),
desde que mantidos os atuais níveis de exploração.
A Arábia Saudita é quem possui as
melhores perspectivas, com reservas suficientes
para 80 anos níveis atuais de exploração;
só que o esgotamento em alguns países
poderá implicar uma maior exploração
do petróleo saudita, devido às maiores
compras internacionais (algo que as autoridades
desse país árabe dizem não
aceitar), a não ser que a substituição
do petróleo como combustível ou matéria-prima
caminhe mais rapidamente nos próximos anos.
Os maiores produtores mundiais de petróleo
são os Estados Unidos, a Rússia, a
Arábia Saudita, o Kasaquistão, o México,
o Irã, a China, a Venezuela, o Canadá
e o Iraque. Como se vê, alguns são
grandes produtores e também consumidores,
principalmente os Estados Unidos, que produzem e
também importam bastante petróleo
todos os anos. Outros são grandes produtores
e t6em um baixo consumo interno, exportando a maior
parte da produção: Arábia Saudita,
Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos,
Venezuela etc. E outros ainda, como a Rússia
e a China, chegaram a exportar bastante petróleo
nos anos 80 e depois, percebendo que essa atitude
foi mal pensada, já que o seu óleo
está se esgotando, passaram até em
importar esse produto. |
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Teoria
do petróleo
São várias
as teorias que tentam explicar a origem do petróleo.
A de maior aceitação entre os geólogos
é a de que provém de detritos oriundos de
organismos aquáticos e restos de animais. Depositaram-se
em grande quantidade nos mares, lagunas e embocaduras dos
rios que aos poucos foi se acumulando de sedimentos e enterrados
cada fez mais profundamente. Como o passar dos tempos esta
matéria foi-se transformando lentamente em hidrocarbonetos.
O enxofre, o oxigênio e nitrogênio forma igualmente
elaborados. Sob a ação do calor, resultante
da pressão das camadas que iam se depositando essa
massa de detritos converteu-se em óleo e gás.
Durante a transformação integraram-se os compostos
orgânicos, uns voláteis e outros de elevada
massa molecular. O conjunto desses produtos, misturado aos
sedimentos possibilitou a formação da rocha-matriz,
xistosa. Dela é que o petróleo foi expulso,
através de camadas arenosas ou rocha de estrutura
mais porosa e permeável, que resultaram em depósitos
conhecidos nos tempos de hoje. Esse fenômeno recebeu
o nome de “migração”. As rochas porosas, em
cujo seio são encontrados os atuais depósitos
de petróleo, recebem o nome de rochas-reservatórios.
Quando fazemos alusão a lençol petrolífero
estamos usando uma expressão que não corresponde
à realidade, porque o petróleo jamais é
encontrado sob forma de lagos subterrâneos, conforme
crendice. Na realidade o petróleo é encontrado
na rocha.
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O
uso de petróleo
Tudo leva a crer, conforme
referências esparsas que o petróleo é
conhecido do homem há cerca de 4 mil anos em sua
História Natural, Heródoto, anos a.C. Dele
fazem menção Plínio, o grande historiador
do século V a.C., a Bíblia quando faz referência
à Torre de Babel. A Arca de Noé, no Gênese,
quando se refere ao asfalto para sua impermeabilização
e os egípcios que o empregavam para embalsamento
de mortos de origem nobre. Na liga das pirâmides,
do Egito, o petróleo também foi utilizado.
Os gregos e os romanos usaram-no com finalidades bélicas.
Impregnavam os dardos de betume, envoltos de chamas para
destruir as muralhas, e os obstáculos inimigos. Os
astecas e os incas serviram-se dessa substância para
pavimentar as estradas do seu famigerado império,
mesmo antes da descoberta do Novo Mundo.
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A
fase comercial e industrial
Teve início no século
XVII. Primeiramente utilizado nas eras farmacêuticas
e na iluminação. Sua primeira mineração
ocorreu na Alsácia em 1742. Industrialmente somente
a partir do século XIX é que deu-se início
ao seu aproveitamento. Após a descoberta do primeiro
poço em Tittusville, Estados Unidos, em 1859, pelo
coronel Edwin L. Drake, a notícia que empolgou a
nação foi difundida rapidamente. Foi grande
a afluência a Tittusville à procura do ouro
negro, como passou a ser chamado. No inicio era principalmente
empregado na iluminação. A obtenção
de querosene processou-se posteriormente. A partir do século
XVIII passou a ser matéria-prima fundamental como
fonte de energia, mormente após a invenção
da máquina a vapor e gradativamente o carvão
foi sendo substituído pelo petróleo.
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Extração
do petróleo
Perfura-se a terra até encontrar o lençol
petrolífero. De início, pela ação
dos gases liberta-se jorrando livremente. Depois é
extraído por meio de bombas. Passa posteriormente
por um processo de purificação. É submetido
à destilação fracionada, da qual se
consegue obter três frações: a benzina,
o querosene e os óleos lubrificantes. O Asfalto é
obtido do resíduo. Refracionando-se a benzina, obtêm-se
o éter e as gasolinas. Recebendo um tratamento especial
são obtidas as parafinas e as vaselinas e outros
subprodutos como o óleo diesel e outros óleos
usados na lubrificação. O gás que se
desprende do petróleo quando em aquecimento é
empregado como combustível. Converteu-se num produto
de suma importância após a descoberta dos automóveis
acionados a gasolina e de motor à explosão.
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O
petróleo no Brasil
Em fins do XIX, surge primeiramente o regime da livre iniciativa
à exploração do petróleo. A
busca não são se procedia por iniciativa do
governo como por particulares. A primeira concessão
coube ao inglês Thomas Denny Sargent, através
do Decreto Imperial nº 352-A, de 30-11-1864. Dava-lhe
“Concessão para prospecção e lavra
do petróleo no brasil, no município de Camamu,
na Bahia”. Entretanto, Thomas Denny preocupava-se com maior
intensidade com o xisto da região. Outras concessões
foram outorgadas posteriormente. A primeira sondagem profunda
que alcançava 488 m procedeu-se em São Paulo
por ocasião em que Eugenio Ferreira de Camargo perfurou
um poço em Bofete. Entretanto dele jorrou apenas
água sulfurosa. A primeira sondagem de iniciativa
oficial do governo foi procedida em Marechal Mallet, no
Paraná, que durou de 1919 a 1920. Em 1925, em Bom
Jardim, cidade do Estado do Amazonas, surgiram vestígios
de óleo e gás que foram aproveitados para
iluminação a gás nessa cidade. A descoberta,
entretanto de maior relevância, que se converteu em
marco decisivo, foi “assinalada em 21 de janeiro de 1939,
quando pela primeira vez jorrou o ouro negro na localidade
de Lobato, próximo de Salvador, na Bahia”. Esta descoberta
abriu novas perspectivas para o desenvolvimento da indústria
do petróleo no Brasil. Em diferentes localidades
vários outros poços foram sendo perfurados.
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A
Petrobras
Com
a criação da Petrobras, pela Lei nº
2.004, de 3 de outubro de 1953, após a instituição
do monopólio estatal surgiram novos horizontes
para a descoberta do ouro negro no Brasil. Seu início
entretanto data de 10-05-1954. Convertendo-se em
monopólio do Estado a indústria petrolífera
é regida por dois órgãos: o
Conselho Nacional de Petróleo (órgão
de orientação e fiscalização)
e a Petrobras (órgão executivo)”.
Em “O petróleo e a Petrobras”, segundo essa
publicação do serviço de Relações
Públicas – SURPUB, editado em 1976, “A Petrobras
é uma sociedade por ações,
de economia mista, com predominância obrigatória
de capital subscrito pelo Governo da União.
As atividades que o monopólio abrange são:
1) a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo
e outros hidrocarbonetos fluidos e gases raros;
2) a refinação do petróleo
nacional e estrangeiro;
3) o transporte marítimo de petróleo
bruto e de derivados de produção nacional,
e transporte, por meio de condutos, de petróleo
e seus derivados, bem como de gases raros”. Por
decreto do governo da União a importação
do Petróleo e derivados, desde dezembro de
1963 passou a ser monopólio da Petrobras.
A Petrobras possui cinco subsidiárias que
são a petroquisa – Petrobras Química
S/A; a Petrobras Distribuidora S/A; a Braspetro
– Petrobras Internacional S/A; a Interbras – Petrobras
Comércio Internacional S/A; Petrobras Fertilizantes
S/A”. As atividades da Petrobras abrange atualmente
“a) campos terrestres de petróleo e gás
natural nos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e
Espírito Santo, que permitem uma extração
média diária de 24 mil m³ de
petróleo e 3.870 mil m³ de gás;
b) campos marítimos de petróleo na
plataforma continental de Sergipe e novos campos
no Rio Grande do Norte, Alagoas e Rio de Janeiro;
c) nove refinarias em operação com
capacidade global para processar 100.100 mil m³
diários de petróleo (além da
refinaria de São José dos Campos –
REVAP – em São Paulo; d) uma frota petroleira
com mais de 50 navios com capacidade de carga de
2.632.923 toneladas métricas de bruto; e)
sete terminais marítimos; f) uma grande rede
de oleodutos com mais de 1000 km de extensão
e outra de gasoduto no Recôncavo baiano, com
578 km; g) uma usina protótipo para industrialização
de xisto betuminoso em São Mateus do Sul,
no Paraná, aparelhada para processar até
2.200 toneladas por dia e produzir 160 m³ de
óleo, 35,500 m³ de gás combustível
e 17 toneladas de enxofre; h) seis fábricas
de asfalto, com capacidade total de 840 mil toneladas
por ano”. |
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A
Petrobras: exportação e produção
“Para se extrair a maior quantidade possível de petróleo
da rocha-reservatório é necessário
manter uma pressão suficientemente alta por maior
tempo no reservatório. Com o curso da extração,
as características físicas de uma jazida vão
sofrendo alterações; a pressão vai
baixando pouco a pouco, modificando assim as condições
de circulação dos fluídos. Para diminuir
este efeito injeta-se gás, ou água, dentro
das camadas produtoras, através de poços especialmente
perfurados para isso, mantendo-se, assim, o equilíbrio
de forças que escaparam das profundezas da terra
no decorrer da produção e em as quais é
impossível extrair o petróleo”.
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Descoberta
antes do monopólio estatal
“A exploração de petróleo no Brasil
teve inicio em fins do século passado, quando Eugênio
Ferreira de Camargo, entre 1892 a 1896, às suas expensas,
realizou a primeira sondagem profunda, 488 metros – em Bofete
– São Paulo. Do poço jorrou apenas água
sulfurosa. A escassez de combustível, provocada pela
Primeira Guerra Mundial mostrou a necessidade de pesquisar
petróleo no solo brasileiro. Os trabalhos foram iniciados
em 1917 com um poço perfurado em Assistência
(SP), `profundidade de 300 metros, e que foi abandonado
por falta de recursos. A incapacidade técnica e financeira
da iniciativa privada levou o Governo a entregar os trabalhos,
em 1918, ao Serviço Geológico e Mineralógico
do Brasil que, em 1919, efetuou a primeira perfuração.
Sob a chefia de Euzébio Paulo de Oliveira, entre
1918 e 1933, procedeu-se a levantamentos geológicos
e à perfuração de 63 poços –
10 no Pará, 6 em Alagoas, 6 na Bahia, 21 em São
Paulo, 12 no Paraná, 6 em Santa Catarina e 2 no Rio
Grande do Sul. Em 1933, o antigo Serviço Geológico,
então departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM), assumiu os trabalhos, prosseguindo com as
atividades de exploração e perfuração.
De 1928 até 1940, paralelamente, os governos Federal
e Estadual de São Paulo e diversas empresas particulares
pesquisaram e perfuraram poços, mas sem obter sucesso.
Ao DNPM coube a perfuração do poço
de Lobato (BA), primeiro a revelar a existência de
petróleo no solo brasileiro (21 de janeiro de 1939).
A 29 de abril de 1938 foi criado o Conselho Nacional do
Petróleo (CNP) que, com a descoberta de Lobato, aplicou
grande esforço na Bacia do Recôncavo. Pesquisando
de 1939 até 1954, o CNP perfurou um total de 33 poços
pioneiros, descobrindo os campos de Candeias (1941), Aratu
e Itaparica (1942), Dom João (1947), P. Vencimento
e Pedras (1950), Mata e Água Grande (1951) e Pojuca
(1953). Outras bacias sedimentares foram pesquisadas (Amazonas,
Parnaíba, Sergipe-Alagoas, Tucano, Espírito
Santo e Paraná), perfurando-se 19 poços pioneiros,
que não revelaram acumulação de petróleo
de valor comercial. Sancionada a Lei nº 2.004, em 3
de outubro de 1953, estabelecendo o monopólio estatal
de petróleo – vital para segurança e o desenvolvimento
do País – foi criada a Petrobras, órgão
de execução da política monopolista.
Ao Conselho Nacional do Petróleo coube a função
de orientar e fiscalizar os trabalhos.”
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Plataforma
continental
A extração do petróleo das plataformas
submarinas teve início em 1889, mas a produção
só teve significado econômico depois da Segunda
Guerra Mundial, quando a demanda de petróleo e de
gás natural começou a crescer consideravelmente,
em virtude do aperfeiçoamento da tecnologia. Atualmente,
cerca de 20% do petróleo extraído das rochas,
provém do fundo dos mares, existindo poços
em mar aberto e outros próximos à costa.
A plataforma continental é a faixa de terra submersa
que se estende desde a linha da costa até a profundidade
de cerca de 200 metros. Corresponde a 10% de toda a área
ocupada pelos mares, e equivale à superfície
da África. A profundidade de 200 metros de água
não constitui obstáculo insuperável
para a exploração dos recursos, notadamente
a prospecção petrolífera, sendo essa
uma das razões dos países proclamarem a anexação
ao seu território de sua própria plataforma
continental. As primeiras perfurações e descobertas
realizadas em terra levaram os geólogos a acreditar
que, em alguns casos, as camadas de rochas produtoras de
petróleo e gás estendiam-se a áreas
submarinas, sob o fundo dos oceanos. As técnicas
exploratórias marítimas são semelhantes
às terrestre, só diferindo no que se refere
aos equipamentos e meios de transporte. Os gastos de perfuração
são cinco a seis vezes mais caros que em terra. Entretanto,
a exploração na plataforma continental tem
vantagens sobre a terrestre – maior rapidez, melhor qualidade
e menor custo dos trabalhos de investigação
sísmica. Estatisticamente e por intermédio
das técnicas atuais de produção, cerca
de 10% dos poços exploratórios pioneiros (primeiros
a serem perfurados em uma região) resultam em poços
descobridores, ou seja, revelam petróleo. Destes,
apenas 2% a 3% contêm acumulações comerciais,
isto é, apresentam produção de petróleo
que justifica a instalação de equipamentos
necessários à extração de hidrocarbonetos.
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O
trabalho no mar
No
mar, a prospecção já se inicia
pelos reconhecimentos geofísicos (gravimetria,
magnetometria e sísmica) e segue com detalhamento
sísmico, utilizando equipamentos e técnicas
adequadas . Depois de interpretar. Depois de interpretar
os dados geofísicos e outras informações
geológicas, são aprovadas locações
nas áreas consideradas mais promissoras.
Daí se iniciam as perfurações
exploratórias pioneiras a fim de pesquisar
a existência de hidrocarbonetos. Após
a análise das amostras (com técnicas
semelhantes às desenvolvidas em terra), comprovada
a existência de acumulação de
hidrocarbonetos, delimitada a jazida, é feito
um levantamento de todas as informações
até então obtidas, ou seja: volume
de petróleo: características da Rocha-Reservatório
(porosidade, permeabilidade etc); características
do petróleo (viscosidade etc); comportamento
do reservatório nas provas e outros. Com
base nestas informações, procede-se
ao estudo da viabilidade técnico-econômico
que irá determinar se é interessante
executar o desenvolvimento da descoberta. Este estudo
envolve: economicidade da descoberta, volume de
petróleo recuperável, número
ideal de poços de desenvolvimento, número
ideal de plataforma de perfuração-produção,
instalação necessária para
produção, transporte para o continente
(oleoduto ou petroleiros), armazenamento etc.
A descoberta revelando-se econômica, começa
a fase de desenvolvimento da jazida, instalando-se
as plataformas de perfuração, que
em alguns casos, são transformadas, posteriormente,
em plataformas de produção, inicia-se
a perfuração dos poços programados,
ao mesmo tempo em que começa a implantação
do esquema global de produção.
Ao termino da perfuração, procede-se
à contemplação dos poços
que insiste na introdução de um revestimento
de aço, em torno do qual é colocado
um anel de cimento para reconstituir as condições
originais do reservatório e permitir, posteriormente,
a passagem dos fluidos para dentro do poço.
A conexão destes fluidos para dentro do poço
é feita através de perfurações
efetuadas com ferramentas especiais, isto é,
‘canhões’ a bala ou a jato, que perfuram
o revestimento, formação |
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e
cimento. A produção para a superfície
é feita por tubulação (ou tubulações,
no caso de mais de uma zona de produção)
de menor diâmetro que é colocada dentro
do revestimento e acoplada na superfície
a um conjunto de válvulas, designado como
“árvore de Natal”. Completada a perfuração
dos poços de desenvolvimento, inicia-se a
produção submarina. Nesta fase são
utilizadas plataformas fixas de produção,
instalações de tratamento e armazenagem
e equipamentos de transporte. Nas instalações
de tratamento é removida a água e
separado o petróleo do gás. Para o
transporte do petróleo em zonas marítimas
utilizam-se oleodutos ou petroleiros. O transporte
por oleodutos é contínuo, o que não
acontece quando é feito por navios. Neste
caso deve ser providenciada sua armazenagem em tanques
colocados sobre uma plataforma , no leito oceânico,
em navios ancorados no mar, ou mesmo em cavidades
pelo homem na rocha do fundo do oceano. Dali o petróleo
é escoado para a refinarias. |
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Os
equipamentos do mar
Para os trabalhos de perfurações exploratórias
no mar, são empregadas unidades perfuradoras que
podem ser do tipo submersível, auto-elevável
(ambos com apoio no fundo do mar), semi-submersível
e flutuante. As plataformas submersíveis apóiam-se
no fundo do mar para realizar as perfurações.
Ao ser completado o trabalho, voltam a flutuar, bombeando-se
água para fora dos suportes de apoio e dos tanques
de lastro. A seguir são removidos por meio de rebocadores.
Seu uso, por razões econômicas, é limitado
a águas rasas. As plataformas móveis do tipo
auto-elevável se compõem, em geral, de um
grande casco de barcaça, sobre o qual flutua a estrutura,
e de 3 ou mais “pernas”, com até 150 metros de comprimento,
que se movimentam verticalmente através do casco.
No local da perfuração as “pernas” descem
até o leito do mar e a plataforma é erguida,
ficando a uma altura segura, acima das ondas. Este tipo
de plataforma, apesar de sua versatilidade, é de
construção muito onerosa e apresenta alguns
problemas de estabilidade da estrutura, em face dos esforços
e tensões a que é submetida (ondas, correntes
etc). Na procura de soluções para essas dificuldades,
foram realizados estudos que conduziram à construção
das plataformas flutuantes, para operação
em águas profundas, que evoluíram em suas
formas a partir de 1948.
Tornou-se ainda preciso desenvolver uma plataforma flutuante
para vencer as dificuldades próprias dos mares agitados.
Surgiu então o tipo de estrutura transparente ou
aberta, que flutua sobre câmaras com bóias
colocadas bem abaixo da zona de ação das ondas
(10 a 30 metros sob a superfície). Assim, para as
grandes profundidades (além de 100 metros) e nos
mares agitados, o velho modelo de plataforma sobre estacas,
cujo funcionamento é perfeito para alguns locais
(como o Lago Maracaibo e ao largo da costa de Bakou), não
é mais aplicável. Recorre-se agora a um engenho
flutuante, como um navio de perfuração (navio-sonda),
ou uma plataforma cujos os pés repousam sobre flutuadores
submarinos (plataforma semi-submersível0. Apesar
da diversificação das unidades exploratórias,
ainda são grandes as dificuldades para manter estável
uma plataforma marítima durante as operações
em locais de grandes profundidades de água. As ondas,
mesmo as mais violentas constituindo um fenômeno quase
superficial, pois a água permanece calma em profundidade,
causam problemas de solução relativamente
fácil; os ventos e as correntes, entretanto, criam
grandes dificuldades à operação.
Entre os equipamentos flutuantes, existem estruturas equipadas
com âncoras, que podem manter a operação
mesmo com ondas de 10 metros de altura, em águas
de 180 metros de profundidade e ventos de 100 km por hora.
Além disso, , técnicas para manter uma unidade
perfuradora em posição de operar à
profundidade de 500 metros, sem o uso de âncoras,
têm sido desenvolvidas, ressaltando-se, entre elas,
a que usa um piloto automático, para compensar os
desvios, fazendo variar a direção e o impulsionamento
de hélices giratórias em cada extremidade
do navio. O princípio do sistema de posicionamento
din6amico compõe-se de um indicador de posição,
um computador e um sistema de propulsão. O primeiro
consiste em um cabo tenso, que parte do navio e vai atingir
o fundo mar, bem como em uma bússola giroscópia.
Se o navio se aftas da posição de perfuração,
são transmitidos sinais do medidor de inclinação
e da bússola ao computador. Este controla o sistema
de propulsão, fazendo o navio voltar ao local exato.
São empregadas nesse sistema, várias hélices
capazes de produzir impulsos de direções e
magnitudes variáveis. Esses são alguns equipamentos
utilizados na procura de petróleo no mar. A pesquisa
na plataforma continental é feita através
dos métodos de: Sísmica, Gravimetria, Aeromagnetometria
e Perfuração Exploratória. Cada um
desses métodos tem seus equipamentos próprios.
Para a perfuração exploratória são
utilizadas unidades apoiadas e unidades flutuantes. As unidades
apoiadas podem ser: submersíveis, plataformas fixas
integradas, plataformas fixas assistidas por barcaças;
plataformas móveis auto-eleváveis.
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Refinação
do petróleo
No
início, uma refinaria se assemelhava a um
alambique comum, cujo principal objetivo era obter
o querosene e o óleo combustível.
Essas primeiras unidades, instaladas em barracões
de madeira, eram do tipo chaleira e produziam um
líqüido viscoso e de odor desagradável.
Por um processo simples, bombeava-se o óleo
para dentro de um tambor de ferro, aquecido a fogo
de lenha ou carvão. Soba a ação
do aquecimento, o óleo, em estado de vapor,
circulava por uma serpentina, onde se condensava.
Dali saía um líquido esverdeado denominado
óleo de carvão, vendido como querosene
e utilizado em lampiões. Entretanto, o mau
cheiro que exalava e o rolo de fumaça que
desprendia levaram os fabricantes a melhorar o produto.
Esse processo perdurou por longo tempo, até
mesmo depois da descoberta do primeiro poço
produtor de petróleo. Três anos após
a descoberta do primeiro poço, havia sessenta
refinarias no mundo, algumas das quais com capacidade
de refinação da ordem de 400 barris
diários. Os aparelhos refinadores de então
já davam melhor tratamento ao petróleo,
graças às inovações
introduzidas por Samuel Kier.
Hoje, existem milhares delas espalhadas no mundo,
mas para sua construção são
realizados estudos sobre a escolha da região.
Existem duas teorias que determinam a instalação
de uma nova refinaria: a da localização
nas proximidades da jazida produtora de petróleo
e a da localização próxima
da região onde o consumo de derivados é
mais acentuado. Esta última teoria tem prevalecido
ultimamente graças à maioria facilidade
e ao menor custo para o transporte do petróleo,
se comparado ao transporte de derivados. Além
destes fatores também a disponibilidade de
mão-de-obra de energia elétrica e
de água são de grande importância,
por fornecerem uma infra-estrutura capaz de suportar
a instalação de uma refinaria. |
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ETAPAS
DO PROCESSO...
O petróleo, quando chega à refinaria,
é bombeado e recolhido em tanques de estocagem,
cuja capacidade ultrapassa às vezes 80 mil
m³. A refinação do petróleo
pode ser comparada, grosso modo, à transformação
da cana até a obtenção do açúcar
refinado.
Muitos podem fornecer asfalto, dependendo da natureza
doshidrocarbonetos pesados que contêm. O petróleo
com elevada proporção de hidrocarbonetos
parafínicos em sua parte residual dificilmente
fornecerá asfalto.
Já o petróleo que contém maiores
quantidades de hidrocarbonetos leves e médios
é o que, ao final do processo de refinação,
produzirá maior quantidade de óleo
diesel e gasolina. Estes exemplos já dão
uma idéia da complexidade do petróleo.
Assim, antes da fase do refino, devem-se considerar
suas propriedades físicas e químicas
que, avaliadas em laboratório, indicam os
produtos que poderão ser obtidos.
A primeira etapa do refino é a destilação
fracionada, feita na Unidade de Destilação
Atmosférica, por onde passa todo o óleo
cru a ser refinado. A Unidade consiste de torres,
de variadas dimensões, tendo, ao longo da
coluna, uma série de pratos perfurados.
O óleo pré-aquecido penetra na coluna
cilíndrica mais ou menos na metade da torre.
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A
parte de baixo é a mais quente, fazendo com
que os hidrocarbonetos em estado gasoso ao longo
da coluna tendam a subir. À medida que se
elevam, vão passando pelos pratos, considerando-se
de acordo com as respectivas temperaturas, sendo
os produtos retirados em pontos de coluna, segundo
as temperaturas limites da destilação
das frações desejadas. Tais frações,
ainda sujeitas a processamento, passam posteriormente,
por tratamentos especiais, uma de cada vez. A fração
mais pesada, chamada de resíduo (parte do
petróleo que não conseguiu ser fracionada
nesta etapa) é retirada pelo fundo da torre
e passa a em segunda fase na Unidade de Destilação
a Vácuo. Sofrendo nova destilação,
produz gasóleos leves (óleo diesel)
e pesados (óleo combustível)) e novo
resíduo. Com pressão inferir à
atmosférica, esta unidade permite maior flexibilidade,
quanto à qualidade dos crus a serem utilizados.
Conforme o petróleo, este segundo resíduo
pode ser especificado como asfalto, ou óleo
combustível.
O CRAQUEAMENTO...
A terceira etapa de refino consiste no craqueamento
térmico ou catalítico. O princípio
desses processos é o mesmo, ou seja, baseia
– no craqueamento – quebra de moléculas longas
de hidrocarbonetos de elevado peso molecular, em
outras de cadeia menor, às quais se incorporam
as frações mais leves do petróleo
processado na refinaria. A diferença fundamental
entre eles é que o térmico necessita
de temperatura e pressões elevadas para romper
as moléculas mais pesadas, enquanto o catalítico
só exige a presença de uma subst6ancia
denominada catalisador, que permite maior segurança
e fácil manejo, propiciando economia e rentabilidade.
Ambos nasceram das necessidades do mercado consumidor
de uma determinada época. O térmico
surgiu com o aumento do número de automóveis.
Os primeiros automóveis consumiam gasolina
que provinha diretamente da destilação
primária.
Como a demanda de combustíveis automotivos
crescia em ritmo elevado, foram realizados estudos
no sentido de melhor aproveitar os resíduos,
levando a indústria ao craqueamento térmico
de gasóleos. Assim, se produzia maior quantidade
de gasolina, além de um ligeiro acréscimo
no volume de derivados para o mesmo volume de petróleo.
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A
produção de gasolina, além
de ter aumentado, apresentou ainda melhor qualidade,
o que propiciou a fabricação de motores
mais eficientes e econômicos. O craqueamento
catalítico surgiu na década de 40,
suplantando o térmico que tende a desaparecer.
O uso de catalisador (subst6ancia que favorece a
realização de uma reação
química sem, contudo, entrar como componente
no produto obtido) tornou possível regular
o processo de craqueamento de forma a obter-se gasolina
e de melhor qualidade. Esta gasolina tem ainda poder
antidetonante e estabilidade bem superiores aos
obtidos pelo craqueamento térmico. O craqueamento
de gasóleos permite a conservação
adicional de produtos que seria, consumidos como
óleos combustíveis (produtos de menor
preço) em hidrocarbonetos gasosos (eteno,
propeno, buteno e outros), matérias-primas
de preços elevados, tão solicitados
pela indústria petroquímica. Todos
os produtos elaborados pelas unidades de processamento
de petróleo, antes de serem levados ao mercado
consumidor, passam por tratamentos de natureza física,
ou química, sofrendo o que poderíamos
chamar de purificação. |
Voltar
A
gasolina
De todos os produtos que
passaram pelos modernos processos de refinação,
a gasolina é o mais solicitado em termos de consumo,
tanto do tipo A (azul), quanto do tipo B (comum). Ambas
são misturas de diferentes tipos de hidrocarbonetos.
A faixa de destilação da gasolina está
entre o gás liqüefeito de petróleo (GLP)
e o querosene. Após os diversos processos e tratamentos
a que é submetida são acrescentados corantes
(laranja e azul) à gasolina, para a diferenciação
entre seus dois tipos de aditivos, antioxidantes, para evitar
a formação de resíduos, e pequenas
quantidades de fluido antidetonante contendo chumbo tetraetila
(CTE), para aumentar a resistência da gasolina à
detonação. O índice de octano (octanagem)
determinado pelo método motor e fixado pelo Conselho
Nacional do Petróleo (CNP) é de 73 para a
gasolina tipo B e de 82 para a gasolina tipo A. Finalmente,
hás as Plantas de Gasolina Natural, cujo objetivo
é a recuperação dos gás natural
dos campos de derivados. As plantas extraem do gás
úmido os hidrocarbonetos que podem ser facilmente
liqüefeitos e separados em propanos, butanos e gasolina
natural, sendo o gás seco reinjetado nos campos para
fins de manutenção de pressão nos poços
produtores de petróleo, ou ainda, consumido na indústria,
principalmente como matéria-prima para a petroquímica.
Voltar
A
crise do petróleo
Na realidade, a sociedade industrial e de consumo
do século XX foi construída com base na abundância
e nos baixos preços do petróleo. Quando se
começou a perceber que ele é esgotável
e quando seus preços começaram a subir ( a
partir de 1973), configurou-se a famosa crise do petróleo
ou crise energética. De 1973 a 1980, os preços
do petróleo tiveram sucessivos aumentos. De 1973
a 1974 o preço do barril aumentou de 5 para 11 dólares
e, em dezembro de 1980, já estava na casa de 33 dólares.
Aumentos tão substanciais no preço de um produto
primário constituem um fato raro e até surpreendente
na história do século XX: foi a primeira vez
que uma matéria-prima exportada por países
subdesenvolvidos teve uma valorização, no
comércio internacional, superior à da maioria
dos produtos manufaturados, exportados pelos países
desenvolvidos.
Vários acontecimentos
contribuíram para o aumento dos preços do
petróleo:
CRIAÇÃO DA OPEP...
Em 1960, os principais países exportadores criaram
a Organização dos Países Exportadores
de Petróleo (OPEP), que é formada por Arábia
Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Catar, Emirados Árabes
Unidos, Indonésia, Líbia, Argélia,
Venezuela, Equador, Nigéria e Gabão. Essa
associação, unindo os principais exportadores
e evitando a concorrência entre eles, conseguiu ter
um importante peso na fixação dos preços
do produto.
A enorme importância do petróleo para a nossa
época, juntamente com as informações
sobre a possibilidade desse recurso se esgotar num futuro
não muito distante, também contribuiu para
que os países produtores resolvessem aumentar seu
preço.
ATUAÇÃO
DAS “SETE IRMÃS”...
A maior parte da produção e da comercialização
mundial do petróleo concentra-se em um número
reduzido de grandes empresas, as chamadas “Sete Irmãs”*.
Antes de 1973, essas grandes empresas petrolíferas
sempre evitaram aprovar grandes aumentos nos preços
do produto, chegando às vezes a provocar irritações
em alguns países árabes, que em certos casos
até nacionalizaram as firmas petrolíferas
do país, expulsando as multinacionais. Após
1973, portando, as “Sete Irmãs” começaram
a aprovar todo aumento reclamado pela OPEP, em especial,
devido a dois fatores: Na guerra árabe-israelense
de 1973, os Estados Unidos e a Europa ocidental permaneceram
passivos diante da atitude de Israel de não devolver
territórios sírios, jordanianos e egípcios
ocupados na Guerra dos Seis Dias (1967). Além disso,
venderam armamentos e prestaram auxílio financeiro
a Israel. Tal atitude irritou profundamente os países
árabes, levando-os a utilizar o petróleo como
arma política. Diante disso, as empresas multinacionais
do petróleo corriam o sério risco não
somente de serem nacionalizadas em outros países
do Oriente Médio onde ainda tinham filiais, mas também
de sofrerem atentados terroristas em outras partes do mundo.
Resolveram, portanto, acatar tal política.
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Aprovando esses
aumentos, as “Sete Irmãs” sabiam que se daria
uma corrida para outras fontes de energia (carvão,
átomo, xisto betuminoso etc), com a conseqüente
valorização também dessas fontes.
Já na década de 60, as grandes empresas
petrolíferas procuraram constituir conglomerados**,
acabando por controlar, a baixos preços,
a pesquisa, a produção e o comércio
dessas outras fontes de energia. Assim, no início
da década de 70 elas já estavam bem
instaladas, já tinham um razoável
controle sobre tais fontes e o aumento do preço
do petróleo acabaria por beneficiá-las
tanto a curto prazo (o petróleo) como a longo
prazo (as demais fontes).
* “Sete Irmãs”: nome que se dá às
grandes empresas petrolíferas: Exxon (Standard
Oil of News Jersey), Royal Dutch-Shell, Gulf Oil
Company, Texaco, Mobil, Standard Oil of California
e British Petroleum. O termo irmãs é
utilizado pelo fato de tais empresas não
concorrerem muito uma com as outras, entrando sempre
em acordo sobre os aumentos de preços e os
locais onde cada uma vai atuar mais intensamente. |
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**
Conglomerados: grupos de empresas diversificadas
cujo controle acionário pertence aos mesmo
proprietários. Assim, uma grande indústria
acaba adquirindo um banco, ou vice-versa, uma indústria
de outro ramo, uma empresa de seguros, uma cadeia
de supermercados e assim sucessivamente, constituindo
conglomerados.
As “Sete Irmãs” do petróleo vêm-se
diversificando não apenas em outros setores
de atuação, mas principalmente no
da energia, tendo já o controle de boa parcela
das reservas mundiais de xisto betuminoso, carvão,
areia asfáltica, urânio e tório.
A partir de 1981, contudo, os preços do barril
de petróleo começaram a se estabilizar
no mercado internacional e, de 1985 em diante, começaram
a sofrer sucessivas quedas, chegando a custar novamente
11 dólares o barril, em 1990. Mas, já
em 1995, o barril de petróleo era vendido
por 18 dólares. Como se vê os preços
do petróleo eram extremamente baratos até
1973, depois subiram assustadoramente até
1981 e passaram a declinar novamente, chegando a
um patamar médio mais ou menos estável
nos anos 90.
As causas desse declínio dos preços
do petróleo nos anos 80 estão ligadas
fundamentalmente ao excesso de produção
e de fartura. Com os elevados preços de 1973
até 1980, muitos países passaram a
investir mais em extração desse combustível;
e muitas delas que não eram exploradas, porque
o predomínio do óleo importado era,
até 1973, mais barato que os gastos da extração
(caso de algumas regiões oceânicas,
por exemplo), começaram a produzir na década
de 80. Além disso, muitos países que
não eram importantes exportadores de petróleo
– como México, a Rússia e a China
– passaram a ser a partir de 1981. Tudo isso contribuiu
para aumentar a oferta do produto no mercado internacional
e, conseqüentemente, para a queda de seus preços.
Mas os cálculos que mostraram as possibilidades
de esgotamento desse combustível, em especial
na Rússia e na China, fizeram com que eles
deixassem progressivamente de exportar petróleo
nos anos 90, estabilizando novamente os preços,
que agora tendiam mais a subir do que a declinar.
Na realidade, os preços do petróleo
– como os da imensa maioria das mercadorias importantes
para a economia moderna – dependem bastante das
relações geopolíticas internacionais.
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Há
várias décadas os Estados Unidos controlam
a oferta de cereais no comércio mundial,
especialmente de trigo, fazendo com que seus preços
sejam compensados para o produtor norte-americano.
Essa superpotência tem até um lema
– Food is power (Comida é poder) -, que sugere
a importância estratégica do controle
da oferta de alimentos em nível internacional.
O petróleo possui uma grande importância
estratégica para a economia internacional,
e seus preços variam bastante conforme a
conjuntura política. Quando o Iraque invadiu
o Kuwait em 1990, por exemplo, o preço desse
combustível subiu durante algumas semanas
para quase 40 dólares o barril. Durante a
chamada Guerra do Golfo, os preços sofreram
seguidas oscilações, para baixo e
para cima, dependendo das notícias do conflito.
Mas os países ricos, liderados militarmente
pelos Estados Unidos, não admitem uma grande
subida nos preços do petróleo, e até
mesmo os grandes exportadores com governos moderados
– caso da Arábia saudita, principalmente,
que tem muito capital investido em empresas dos
países desenvolvidos -, também colaboram
para manter uma certa estabilidade desse mercado. |
OS
PETRODÓLARES E MODERNIZAÇÃO
NOS PAÍSES DA OPEP...
Os sucessivos aumentos no preço do petróleo,
após 1973, acarretaram uma notável
transferência de riquezas para os países
da OPEP. Para ter uma idéia do volume de
dinheiro ganho por esses países com a exportação
do petróleo, vejamos os seguintes exemplos:
apenas no período de 1973 a 1980 a Arábia
Saudita acumulou uma receita de cerca de 200 bilhões
de dólares em exportações;
o Iraque, nesse mesmo período, acumulou 80
bilhões de dólares; e o Irã,
em torno de 180 bilhões de dólares.
É bem verdade que o início (1973 e
1974) os ganhos foram bem maiores, diminuindo depois
progressivamente devido à inflação
internacional e à desvalorização
do dólar em relação ao marco
alemão, ao iene japonês e à
outras moedas fortes. Apesar disso, no entanto,
tais países acumularam enorme quantidade
de dólares (que receberam o nome de petrodólares,
devido à sua origem) e tiveram talvez uma
grande chance de superar a situação
de países subdesenvolvidos. Mas tal não
aconteceu, por vários fatores: |
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Esses
países, como a maioria no Terceiro Mundo,
têm uma estrutura social caracterizada
por desigualdades extremas, com uma grande maioria
da população vivendo de baixos
rendimentos, uma classe média normalmente
pouco numerosa em relação à
população total e uma elite econômica
que possui a maior parte da renda nacional.
Uma grande parcela dos petrodólares foi
aplicada por essa elite no exterior, na compra
de ações de empresas estrangeiras
(principalmente nos Estados Unidos, no Japão
e na França). Fica claro, portanto, que
muito do dinheiro obtido com o petróleo
não chegou a beneficiar o conjunto da
população dos países produtores.
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Em alguns
casos houve uma rápida modernização
do país – isto é, urbanização,
industrialização e adoção
de valores e hábitos “modernos”, tais
como intenso uso de jeans e outras vestimentas
ocidentais, de fast food, automóveis
etc – como no Irã e na Venezuela, mas
foi um desenvo9lvimento econômico subordinado
aos países capitalistas desenvolvidos,
com maior penetração de empresas
estrangeiras principalmente no setor industrial,
tecnologia importada (e, portanto sempre dependente
do exterior). Em outros casos, como no Iraque
e também no Irã, grande parte
dos ganhos foi despendida em armamentos e na
reconstrução das perdas de guerra.
E na Arábia Saudita, onde os recursos
adquiridos foram maiores, houve tanto aplicações
no exterior, como investimentos duvidosos no
próprio país: através da
modernização agrícola e
do uso de água subterrânea para
irrigação no deserto, a agricultura
saudita teve um acréscimo de 1500% nos
anos 80, o maior do mundo; só que esse
recurso fundamental no país, a água
de lençóis artesianos, deverá
se esgotar no máximo até o ano
de 2020, algo que compromete o futuro dessa
modernização agrícola.
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De
fato, o substancial aumento da renda per capita
verificado nos países exportadores de petróleo,
que foi grande até 1981, acabou não
correspondendo a uma sensível melhora da
qualidade de vida, do nível cultural ou dos
salários reais da maioria da população.
As estruturas sociais, com violentas desigualdades,
não se alteraram, pelo contrário,
em geral até se reforçaram.
Todavia, existe enormes diferenças entre
os países exportadores de petróleo.
Na Venezuela, por exemplo, desde os anos 7 se verifica
uma melhoria do padrão de vida da população,
até mesmo da classe trabalhadora, a ponto
de atrair imigrantes de praticamente todo o restante
da América do Sul; só que o aumento
da dívida externa e as quedas nos preços
do petróleo criaram uma nova crise nesse
país, no final dos anos 80. E alguns países
árabes de elevada renda per capita, como
o Kuwait, os Emirados Árabes Unidos e Arábia
Saudita, investiram razoavelmente na saúde
e na educação elementar intermédia,
praticamente eliminado a mendicância e a pobreza
absoluta antes existentes.
Mas essa pobreza continua a existir nas massas de
trabalhadores imigrantes que foram para esses países
nos anos 70 e 80, criando assim, um abismo entre
os operários nacionais, que têm mais
direitos sociais, e os estrangeiros, que são
discriminados e ganham bem menos.
Por outro lado, a regra nesses países árabes
é a extrema concentração das
riquezas nas mãos de duas ou três famílias
importantes. Muitas vezes o poder político
é privilégio da família do
governante principal: seu primo ou seu cunhado é
ministro da economia, o irmão controla o
exército, o sogro é presidente do
Banco Central, o outro irmão ou primo é
chefe da polícia, e assim por diante. O estado
nacional é quase uma imensa fazenda, com
uma concentração de riqueza e do poder
político que dificilmente encontra paralelo
no restante do mundo. Atualmente essas nações
ainda contam com sensíveis ganhos vindos
do petróleo, mas estarão despreparadas
para sobreviver quando o petróleo se esgotar.
Grande parte do que foi obtido com as exportações
encontra-se investida, em nome de poucos, em ações
ou propriedades no Primeiro Mundo. |
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Os
choques do petróleo
Procurar e explorar petróleo
e uma atividade que envolve bilhões de dólares,
materiais especializados, tecnologia de ponta, e ainda assim
é cercada de grandes possibilidades de fracasso.
Tal complexidade explica parcialmente a dependência
do mundo capitalista em relação às
áreas produtoras de petróleo do Oriente Médio.
Nessa região, particularmente no Golfo Pérsico,
encontram-se as maiores reservas mundiais de petróleo
e, o que é mais importante, de exploração
relativamente fácil. Tais condições
determinam que os custos de produção de um
barril de petróleo nessa região fossem bem
mais baixos que nas demais grandes áreas produtoras.
Nessas condições, os árabes venderam
petróleo ao mundo a preços tão baixos
que desestimularam qualquer política de expansão
da produção mesmo em áreas sabidamente
ricas em petróleo, como, por exemplo, o mar do Norte.
Os Estados Unidos, um dos maiores produtores e consumidores
de petróleo, adotaram uma política de manutenção
das reservas, desativando tradicionais áreas produtoras
e aumentando sua dependência em relação
ao Oriente Médio.
Foi nesse contexto que a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEP) elevou drasticamente
os preços do barril de petróleo nos anos 70,
num processo ainda não satisfatoriamente explicado,
uma vez que envolveu grandes interesses.
Acredita-se que a questão árabe-israelense
tenha funcionado como forte fator de união do mundo
árabe, que viu no petróleo uma poderosa arma
política contra Israel. Fala-se também no
interesse das grandes empresas petrolíferas em elevar
sua margem de lucro, viabilizando novas áreas produtoras,
pois investir no Oriente Médio estava se tornando
cada vez mais arriscado e caro. Outros, ainda, envolviam
a extinta União Soviética no processo, alegando
que suas reservas de petróleo, de custo exploratório
mais baixo, estavam se exaurindo e tornando o preço
do produto mais lato em relação ao do Oriente
Médio. Tal fato, segundo eles, teria feito com que
a União Soviética disputasse fornecedores
no Oriente Médio, provocando choques de interesses
na área.
Em 1973, quando o barril de petróleo passa de 2,70
dólares para 11,20 dólares, ocorre o primeiro
choque do petróleo. O segundo choque se dá
em 1979, quando o barril passa a custar 34 dólares.
De 1973 a 1979, o preço do barril eleva-se cerca
de 1 260% desarticulando a economia de vários países
dependentes do petróleo, sobretudo dos menos industrializados.
Tais países, por serem exportadores de matérias-primas
(historicamente subvalorizadas), não tiveram como
repassar a elevação dos seus custos de produção.
Caso do Brasil, por exemplo, que chega a utilizar a receita
de mais de 50% de suas exportações com importações
de petróleo.
Diante disso, os países, dependentes ou não,
mudaram sua postura em relação ao petróleo,
procurando substituí-lo por fontes alternativas e
aumentar, se possível, sua produção
interna a qualquer custo.
A observação do que correra nos anos 70 fez
com que erroneamente se acreditasse que o preço do
barril de petróleo continuaria a subir, podendo chegar
a algo em torno de 50 dólares, no final dos anos
80. A esse preço, seria melhora para o Brasil procurara
e explorar petróleo, investir na construção
de usinas hidrelétricas e nucleares e até
pensar no álcool como combustível automotor.
Políticas semelhantes em todos os países determinaram
a expansão da produção, provocando
a redução relativa do consumo mundial do petróleo.
Os preços do petróleo começaram a cair:
de 34 dólares, em 1979, passaram para 10 dólares
em 1986. Foi o chamado terceiro choque do petróleo
que, por ter-se caracterizado por queda nos preços,
jogou por terra os bilhões de dólares investidos
em fontes alternativas, viáveis apenas enquanto o
barril estivesse em 40-50 dólares. A viabilidade
das fontes energéticas alternativas, fica, portanto,
na dependência das oscilações do preço
do petróleo no mercado internacional.
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Acidentes
ambientais envolvendo o petróleo
NOVO
VAZAMENTO DE ÓLEO NA BAÍA DE GUANABARA
(DEZEMBRO DE 2001)...
Autoridades ambientais avaliavam nesta sexta-feira
aquilo que acreditam ser um pequeno vazamento de
petróleo, ou de um derivado, a partir do
rompimento de um duto da refinaria Manguinhos, na
baía da Guanabara, no Rio de Janeiro. Representantes
da Agência Nacional de Petróleo (ANP)
e da Fundação Estadual de Engenharia
do Meio Ambiente (Feema) sobrevoavam a baía
em helicópteros para avaliar o tamanho do
acidente.
|
Axel
Grael, subsecretário ambiental do governo
do Estado do Rio, disse que o rompimento ocorreu
em um duto subaquático. Manguinhos é
uma das duas refinarias privadas do país,
controlada pela companhia Peixoto de Castro. "A
empresa nos disse que o vazamento é pequeno,
cerca de 8 mil litros. A primeira avaliação
é de que não é tão grande.
Mas continuamos averiguando", afirmou ele.
No entanto, Grael não foi capaz de dizer
qual era a substância. Executivos da Peixoto
de Castro não estavam disponíveis
para comentários. A Petrobras, responsável
por um vazamento de grandes proporções
ocorrido no mesmo local há dois anos, deixou
claro que não tem nada a ver com a Manguinhos
ou seus dutos. A Petrobras recebeu um multa de 30
milhões de dólares pelo vazamento
de 270 mil galões de petróleo (1,3
milhão de litros) ocorrido em janeiro de
2000 na baía de Guanabara através
do rompimento de um duto subaquático.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP)
interditou o oleoduto da Refinaria de Manguinhos,
depois que uma ruptura jogou 40 mil litros de petróleo
na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro,
no início da tarde.
|
A
ANP e a Fundação Estadual de Engenharia
do Meio Ambiente (Feema) sobrevoaram nesta tarde
a região atingida pelo óleo, mas ainda
não sabiam informar qual será a multa
pelo acidente.
"Normalmente, quando tem acidente desse tipo
cabe multa, certamente vamos multar, mas ainda não
se sabe o valor", disse à Reuters a
assessoria da Feema. Em Manguinhos, o diretor de
operações Luiz Armando Vasconcelos
informou que a ruptura ocorreu durante a manutenção
do oleoduto, que, portanto, encontrava-se fora de
operação.
"Sempre depois que um navio abastece a refinaria
fazemos uma manutenção, foi durante
essa manutenção que notamos um desnivelamento
do duto, o que deve ter provocado a ruptura",
explicou ele. O navio abasteceu a refinaria nesta
semana e o próximo abastecimento está
previsto para daqui a 25 dias, o que só poderá
ser feito se o único duto da empresa for
liberado pela ANP.
"Não acredito que a interdição
dure muito tempo, estamos trabalhando junto aos
órgãos governamentais para evitar
danos ao meio ambiente, depois disso o duto deve
ser liberado", avaliou Vasconcelos. Ele informou
que a mancha de óleo decorrente do acidente
está sendo contida e não vai causar
danos ao meio ambiente.
Com capacidade para refinar 14 mil litros de petróleo
diários, a Refinaria de Manguinhos, uma das
duas únicas refinarias privadas do país,
é controlada pela companhia Peixoto de Castro.
Executivos da Peixoto de Castro não estavam
disponíveis para comentários. A Petrobras,
responsável por um vazamento de proporções
enormes ocorrido no mesmo local há dois anos,
deixou claro que não tem nada a ver com a
refinaria de Manguinhos ou seus dutos.
A Petrobras recebeu um multa de 30 milhões
de dólares pelo vazamento de 270 mil galões
de petróleo (1,3 milhão de litros)
ocorrido em janeiro de 2000 na baía de Guanabara,
depois do rompimento de um duto subaquático.
A Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, uma
das duas únicas refinarias privadas do país
e controlada pelo grupo Peixoto de Castro, foi multada
em 5 milhões de reais nesta segunda-feira
pelo vazamento de petróleo na baía
de Guanabara ocorrido na última sexta-feira.
|
A
Fundação Estadual de Engenharia do
Meio Ambiente (Feema) multou a empresa em 3 milhões
de reais e a Prefeitura de Niterói, em mais
2 milhões de reais. As multas referem-se
aos danos ambientais causados pelo vazamento de
cerca de 110 mil litros de petróleo na última
sexta-feira, o segundo pior acidente ecológico
na região.
O maior foi em janeiro de 2000, quando a Petrobras
derramou 1,3 milhão de litros de petróleo
na baía de Guanabara e foi multada em 30
milhões de dólares.
O assessor de imprensa da refinaria disse que a
empresa ainda não recebeu oficialmente a
notificação das multas e não
vai se pronunciar. "Quando chegarem (as multas)
vamos encaminhar para o departamento jurídico
para ver se cabe a aplicação",
disse o assessor, Rui Portilho.
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Na prefeitura de Niterói, entretanto, o subsecretário
de urbanismo e meio ambiente disse que a multa já
foi entregue e que a empresa terá 10 dias
para recorrer. "Enquanto isso, já estamos
limpando o estrago que o vazamento fez nas praias
e até em uma ilha tombada pelo patrimônio
histórico", informou à Reuters
Renato Guimas.
O vazamento em Manguinhos, que tem capacidade para
refinar 14 mil litros de barris diários de
petróleo, ocorreu na última sexta-feira
e jogou na baía de Guanabara 110 mil litros
de petróleo, segundo estimativas de autoridades
ambientais, e 40 mil litros de petróleo de
acordo com a empresa.
O acidente aconteceu pela ruptura do único
oleoduto de Manguinhos, interditado desde sexta-feira
pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
De acordo com a assessoria da ANP, nesta segunda-feira
será feita uma avaliação sobre
a liberação do oleoduto para reparos.
Os fortes ventos no final de semana fizeram com
que o óleo jogado no mar se espalhasse em
praias de Niterói e da zona sul carioca,
além da zona portuária do Rio de Janeiro
e Ilha do Governador, "o que aumenta o valor
dos danos provocados", ressalta Grael.
O trabalho de retirada do óleo está
sendo feito desde sexta-feira pelas empresas que
operam petróleo na Baía de Guanabara,
entre elas Petrobras e Shell, dentro do programa
de emergência da baía de Guanabara,
criado há dois anos após o maior acidente
ecológico ocorrido no Brasil, de responsabilidade
da Petrobras. |
VAZAMENTO DE ÓLEO
POLUI O ESTUÁRIO DE SANTOS EM SP (ABRIL DE 2002)...
Mais de 15 mil litros de óleo combustível
foram despejados no estuário de Santos nesta madrugada,
provocando uma mancha de aproximadamente 10 quilômetros
de extensão ao longo do cais, a partir da travessia
de balsas, na Ponta da Praia. Imediatamente após
a comunicação do acidente, feita por volta
das 5 horas, a Companhia Docas do Estado de São Paulo
(Codesp), que gerencia o porto, acionou o Plano de Ação
Mútua (PAM), recrutando cerca de 50 homens para isolar
a mancha com barreiras de contenção.
Segundo levantamento feito pela Capitania dos Portos, há
fortes indícios de que o acidente tenha sido provocado
pela transferência de combustível dos rebocadores
Lot e Avalon, em operação nas proximidades
do Armazém 3. Amostras de óleo das duas embarcações
foram recolhidas para confirmar a suspeita.
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb)
também foi acionada, iniciando, de imediato, a apuração
dos danos provocados ao meio ambiente. No final da tarde,
a mancha, que avançou até as proximidades
do Armazém 15, já no Canal do Mercado Municipal,
estava inteiramente controlada, encerrando-se a mobilização
iniciada na madrugada.
Para o superintendente de Meio Ambiente da Codesp, Aloísio
de Souza, o vazamento só não atingiu maiores
proporções porque, logo após a denúncia
feita por um policial militar, todas as providências
foram tomadas. Ele calcula em R$ 30 mil os gastos da companhia
com a mobilização de técnicos e de
equipamentos para conter o avanço da poluição.
Um outro acidente foi registrado nesta manhã, no
porto. Um contêiner, que estava sendo operado no Terminal
37, se desprendeu do guindaste caindo no porão de
um navio. Por sorte, apesar da gravidade do acidente, ninguém
se feriu. De acordo com o Sindicato dos Estivadores, não
é a primeira vez que há esse tipo de ocorrência
no cais, por conta da falta de manutenção
dos equipamentos.
PETRÓLEO
QUE POLUI MARES DOS EUA VEM DE RIOS, JET SKIS E BARCOS (MAIO
DE 2002)...
A maior parte dos 110 milhões de litros de petróleo
encontrados nas águas costeiras dos EUA todo ano
vêm principalmente de rios poluídos, pequenas
embarcações e jet skis, e não de vazamentos
que ganham grande destaque nos meios de comunicação,
afirmou um relatório.
Menos de 8 por cento do petróleo encontrado nas águas
costeiras norte-americanas vêm de navios-tanques ou
de oleodutos, e apenas 3 por cento é resultado da
extração de petróleo em plataformas
submarinas, afirmou o documento da Academia Nacional de
Ciências.
Quase 85 por cento dos 110 milhões de litros de petróleo
vêm de rios poluídos, aviões, pequenas
embarcações e jet skis. "Manchas de óleo
visíveis do ar e pássaros ensopados de petróleo
recebem a maior parte da atenção do público,
mas são os consumidores do petróleo, não
os navios que o transportam, os responsáveis pelo
que encontramos nos oceanos", disse o relatório.
Mais de metade da contaminação vinda da terra
na linha costeira do país ocorre entre o Maine e
a Virgínia (Costa Leste), onde há muitas cidades,
comunidades à beira-mar e várias refinarias.
Outros 20 por cento do petróleo que chega às
águas costeiras acabam no golfo do México,
onde barcos e jet skis são comuns.
O relatório recomenda que os órgãos
federais trabalhem com os órgãos do meio ambiente
estaduais e municipais a fim de fiscalizar as fontes em
terra dos poluentes e que a Agência de Proteção
Ambiental continue com seus esforços para tirar de
circulação os modelos mais antigos de jet
ski.
O documento disse ainda ter descoberto que, devido a melhores
métodos de coleta de dados, a quantidade de petróleo
jogada nas águas norte-americanas e internacionais
é menor do que se pensava.
REBOCADOR
AFUNDA E CAUSA MANCHA DE ÓLEO NA BAÍA
DE GUANABARA (JUNHO DE 2002)...
Um rebocador naufragou na baía de Guanabara
provocando o vazamento de óleo que deixou
uma mancha do produto no local, informou a Fundação
Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema).
O rebocador, que levava cerca de 35 mil litros de
óleo, naufragou na terça-feira, mas
o incidente só foi divulgado na quarta. O
incidente foi consequência de uma colisão
entre o rebocador da empresa Saveiro com outra embarcação.
O diretor do Departamento de Controle Ambiental
da Feema, Luiz Heckmaier, disse que a proprietária
do rebocador pode pagar uma multa que pode ir até
50 milhões de reais.
"Isso vai ser estabelecido pela Comissão
Estadual de controle ambiental (Ceca)", disse
ele após fazer um sobrevôo na baía
de Guanabara e constatar que a mancha está
concentrada próxima à ponte Rio-Niterói.
Para conter o avanço do óleo, a Feema
acionou o plano de emergência da baía
de Guanabara, que conta com a participação
de equipamentos e funcionários de várias
empresas, entre elas a Petrobras. Na noite da última
terça-feira, mergulhadores tentaram fechar
o tanque da embarcação, mas não
obtiveram sucesso.
Heckmaier prevê que o óleo se disperse
em três dias. "As correntes marítimas
e os ventos podem espalhar esse óleo, que
é leve. O impacto ambiental não deve
ser muito grande", disse ele.
O vazamento de 35 mil litros de óleo é
considerado pequeno. Nos piores acidentes na baía
de Guanabara, vazaram mais de 1,2 milhão
de litros de óleo, em janeiro de 2000, e
1,4 milhão de litros quando a plataforma
P-36 afundou, em março de 2001. |
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O óleo derramado na baía de Guanabara
é de um rebocador que transportava 35 mil
litros do produto e afundou na altura do vão
central da ponte Rio-Niterói, depois de se
envolver em um acidente com outra embarcação
na tarde de ontem. A área foi isolada com
bóias para evitar que o óleo se espalhe.
Mas, de acordo com a Feema (Fundação
Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), os danos
ambientais não devem ser grandes.
A Feema informou, ainda, que a empresa Saveiro,
dona do rebocador, pode ser multada em até
R$ 50 milhões. |
NAVIO DERRAMA ÓLEO
NA BAÍA DE GUANABARA (FEVEREIRO DE 2002)...
Um novo vazamento de óleo atingiu a baía de
Guanabara. O combustível, cerca de 2.000 litros de
óleo diesel, segundo informação do
porto, vazou de um transatlântico de bandeira britânica
Caronia, perto do píer 1 da praça Mauá,
no porto do Rio de Janeiro.
O navio será multado pela Freema (Fundação
Estadual de engenharia do Meio Ambiente), mas o valor, que
pode variar de R$ 1.000 a R$ 50 milhões, ainda será
definido.
A Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente (Feema) multou em 1 milhão de reais a representante
brasileira da empresa de navegação inglesa
Cunard, cujo navio de passageiros derramou 30 mil litros
de óleo na Baía de Guanabara neste domingo.
O acidente ocorreu à meia-noite de sábado
e foi notificado à Feema duas horas mais tarde. O
navio ficou retido no porto do Rio, onde estava ancorado.
A representante brasileira, Expresso Mercantil Agência
Marítima, terá até 30 dias para recorrer
da decisão do órgão. A Feema informou
que o óleo já foi totalmente contido e o navio
com cerca de 600 passageiros foi liberado pela Capitania
dos Portos para seguir viagem a Salvador. No relatório,
entregue nesta segunda-feira à Secretaria Estadual
de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, a Feema aponta uma falha
no processo de abastecimento como a causa do acidente.
No domingo, a Feema informou erroneamente que o nome da
empresa inglesa era Cunia. A assessoria justificou o erro
dizendo que "as informações foram truncadas".
ÓLEO MATA
IGUANAS DE GALÁPAGOS (JUNHO DE 2002)...
Um grande número de iguanas das ilhas Galápagos
(Equador) morreu vários meses após o naufrágio
do petroleiro Jessica, em janeiro de 2001, a quase 1 km
da ilha San Cristóbal (a mais ao leste no arquipélago),
quando cerca de 600 toneladas de óleo vazaram, indica
estudo publicado na revista “Nature” na semana passada.
Após o naufrágio, os ventos para o alto-mar,
o que levou a se acreditar que uma catástrofe havia
sido evitada. Mas estudo feito por Martin Wikelski, da Universidade
de Princeton (EUA), mostra que, ao longo dos 12 meses que
se seguiram ao acidente, 62% das iguanas marinhas (Amblyrhynchus
cristatus) de Santa Fé, a ilha mais perto de San
Cristóbal, morreram. A mortandade foi mínima
na colônia da ilha Genovesa, mais longe do local do
acidente. Segundo o estudo até quantidade pequenas
de óleo mataram microrganismos que habitam os intestinos
dos animais e são essenciais para o processo digestivo
deles.
ÓLEO VAZA
E ATINGE AFLUENTE DO RIO IGUAÇU (JUNHO DE 2002)...
Quinze mil litros de óleo que vazaram da empresa
Ingrax Indústria de Graxas contaminaram o rio Atuba,
afluente do Iguaçu, principal responsável
pelo abastecimento de Curitiba e região. Equipes
do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente fizeram uma operação
de contenção, na tentativa de evitar que o
óleo chegasse ao Iguaçu.
O vazamento aconteceu por volta do meio-dia da última
terça-feira quando o óleo era transferido
de um caminhão para um tanque fixo no pátio
da empresa. Os quinze mil litros do produto atingiram o
rio Atuba através da tubulação de esgoto
da empresa. Segundo os técnicos do IAP, o óleo
é um derivado do petróleo altamente tóxico.
Um caminhão do Corpo de Bombeiros de Curitiba isolou
o pátio da empresa para evitar explosões.
A direção da Ingrax foi procurada mas não
quis se pronunciar sobre o acidente. O IAP informou que
ainda está avaliando a extensão dos danos
ao meio ambiente. A empresa será multada.
TANQUE DA SHELL
VAZA DIESEL E CONTAMINA ÁGUA EM ITU (JUNHO DE 2002)...
O vazamento de 8 mil litros de óleo diesel de um
tanque instalado e operado pela Shell no bairro Rancho Grande,
na área urbana de Itu, contaminou mananciais e pode
causar a suspensão no abastecimento de água
de parte da cidade. O tanque faz parte de um conjunto de
três unidades utilizadas para abastecer a frota de
ônibus da Viação Itu, que opera o serviço
de transporte coletivo na cidade.
Por uma falha de operação, o óleo ficou
vazando toda a noite e parte da manhã. Os funcionários
limitaram-se a lavar a área atingida com caminhões
tanques. Um morador comunicou o acidente ao departamento
municipal do Meio Ambiente depois de ter notado a morte
de peixes em um lago de sua propriedade.
Segundo o diretor do departamento biólogo Leziro
Marques Silva, a ocorrência é uma das mais
graves já registradas na região. Além
do cheiro de óleo que impregna o bairro onde moram
mais de 20 mil pessoas, o combustível infiltrou-se
no subsolo atingindo o lençol freático. Vários
afluentes do ribeirão Braiaia, um dos principais
mananciais do sistema de abastecimento de Itu, apresentavam
manchas e cheiro de óleo.
Ele informou do acidente o Ministério Público
e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
Técnicos do órgão começaram
a monitorar as condições da água no
início da noite. A Cetesb interditou os tanques,
pois havia riscos de vazamento nas outras duas unidades.
PETROBRAS É
MULTADA EM R$ 500 MIL PELO IBAMA POR DERRAMAMENTO DE ÓLEO
(ABRIL DE 2002)...
O Ibama multou a Petrobras em R$ 500 mil devido ao derramamento
de óleo no rio Doce, o maior do Espírito Santo.
Um caminhão-tanque perdeu a direção
e provocou o derramamento de 17,5 mil litros na pista. Segundo
a Petrobras, apenas 5.000 litros contaminaram o rio.
Para o chefe de fiscalização do Ibama no Estado,
Sebastião Garcia, houve negligência da empresa
no trabalho de contenção da mancha de óleo.
“Basta constatar a chegada do líquido a 40 quilômetros
de distância, na foz do rio.” Segundo ele, não
houve preocupação imediata com a contenção
do óleo, e a barreira para impedir a dispersão
do material não foi eficiente.
A um quilômetro da foz do rio Doce existe uma base
do Projeto Tamar. “Não há risco para as tartarugas
porque as praias não foram atingidas”, disse o biólogo
Juarez Scalfoni.
A Petrobras, por meio da sua assessoria, afirmou que o serviço
de contenção do óleo foi iniciado imediatamente
e que o líquido não chegou a atingir o mar.
Ainda segundo a assessoria, todo o óleo já
foi retirado.
GREENPEACE ACUSA BUSCA
DE PETRÓLEO PELA MORTE DE BALEIAS CACHALOTES
(JANEIRO DE 2002)... |
A morte de três cachalotes, que apareceram
em uma praia do mar do Norte, pode estar relacionada
aos abalos sísmicos e às perfurações
na busca de gás e petróleo em alto
mar, a oeste das ilhas Shetland (Reino Unido). Segundo
o Greenpeace, essas perfurações provocam
sinais acústicos tão fortes que desorientam
as baleias, que são extremamente sensíveis
às emissões sonoras, explica a associação
em uma nota enviada hoje, quarta-feira, aos meios
de comunicação.
Os cachalotes, encontrados ontem à noite
na praia de Friedrichskoog, no estado federado de
Schleswig-Holstein, morreram após ficarem
"encalhados" na areia, pois não
podem se deslocar por causa do seu peso. Nos últimos
dez anos, o Greenpeace encontraram um total de 98
cachalotes no Mar do Norte, sendo que 82 acabaram
nas praias ao norte da Alemanha. "Há
cada vez mais baleias desorientadas no Mar do Norte",
disse o especialista do Greenpeace Thilo Maack,
na nota, e disse que a morte dos três animais
pode estar relacionada com as perfurações.
O Greenpeace recolherá amostras de tecidos
dos animais para analisá-los e determinar
se contêm substâncias tóxicas
ou parasitas que possam explicar a morte dos cachalotes.
Segundo dados dos ecologistas, no Mar do Norte há
cerca de 400 plataformas petrolíferas e de
gás que produzem a cada ano 10 mil toneladas
de petróleo e 100 mil de substâncias
químicas.
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BR DISTRIBUIDORA
É ACUSADA DE VAZAMENTO (JUNHO DE 2002)...
A BR Distribuidora (subsidiária da Petrobras) mantém,
há pelo menos nove meses, um cemitério de
tanques de combustível usados em Heliópolis
(zona sul de SP). O terreno é vizinho à base
de estocagem de combustível da Shell na Vila Carioca,
que é acusada de contaminar mais de 180 mil m²
na região com compostos químicos.
No depósito da BR, forma encontrados 250 tanques
velhos utilizados em postos de combustível e ainda
dezenas de caminhões tanque abandonados.
O problema, contudo, não seria o cemitério
de tanques, mas sim o vazamento de combustível. A
denúncia foi feita pela CPI dos Postos de Combustíveis
de São Paulo, que constatou a existência de
manchas de óleo no solo do depósito. Segundo
o técnico que assessora a CPI, Stelio da Cunha, a
contaminação ambiental na região é
“líquida e certa”. Ainda não há, entretanto,
nenhum laudo comprobatório dos danos. O presidente
da CPI, o vereador Jooji Hato (PMDB), informou que pretende
notificar nos próximos dias a prefeitura para que
verifique se a documentação da BR está
em dia – caso contrário, o terminal será fechado.
Além disso, a Cetesb (agência ambiental do
Estado) será consultada sobre a possibilidade de
haver uma interdição no local. A agência
ambiental vai inspecionar o terreno. O Ministério
Público também será acionado pela CPI
nas próximas semanas para abrir um inquérito
civil sobre o caso.
Já a associação de moradores da Vila
Carioca pretende usar na Justiça o novo problema
para reforçar a argumentação de que
é urgente a realização de exames médicos
na população local.
O terreno onde fica o cemitério de tanques de combustível
em Heliópolis é completamente aberto, sem
vigias ou cercas. Crianças freqüentam o local.
É o caso de I.S., 13 que afirma ir todos os dias
ao depósito para brincar. A BR Distribuidora diz,
entretanto, que não em como cercar o terreno do depósito.
Segundo a assessoria da empresa, experiências passadas
com vigias na área foram fracassadas: assaltantes
já teria rendido os guardas para roubar as armas
deles.
A unidade é vizinha da favela Heliópolis,
a maior de São Paulo, com mais de 90 mil habitantes.
Os tanques originários de postos, afirma a BR, estão
limpos e já foram leiloados para serem transformados
em sucata. O problema relativo aos reservatórios
dos caminhões, é de responsabilidade de uma
antiga coligada, que deve removê-los até o
fim do mês.
Por Renato Essenfelder
CLIMA:
ESTUDO CULPA DIESEL POR AQUECIMENTO GLOBAL (NOVEMBRO
DE 2002)...
Um estudo publicado nos EUA mostra que a substituição
de gasolina por diesel para reduzir as emissões
de gás carbônico na atmosfera não
desaceleram o processo de aquecimento global. Ao
contrário, o intensificam. Pelo visto, até
quando o assunto é o que acontece no céu,
o inferno está cheio de boas intenções.
A pesquisa, publicada na edição de
outubro do “Journal of Geophysical Research” (www.agu.org),
aponta que a fuligem preta emitida pela queima do
diesel esquenta muito mais a atmosfera do que o
gás carbônico, que é emitido
em maior quantidade pela gasolina. Quando se leva
em conta só a emissão de CO2, o óleo
diesel parecer ser uma opção menos
agressiva ao equilíbrio térmico da
Terra. É o que muitos governos já
estão fazendo, com legislações
que favorecem a substituição da gasolina
por esse combustível.
“Na Europa, há impostos que favorecem o diesel”,
afirma o engenheiro ambiental Mark Jacobson, da
Universidade de Stanford, autor do novo estudo.
“Os europeus estão pensando em cumprir parte
de suas metas de redução de emissão
de dióxido de carbono no Protocolo de Kyoto
em estímulo ao diesel. Eu não acho
que essa seja uma boa idéia.”
Jacobson fez um estudo detalhado da atuação
das partículas de fuligem, as mesmas que
o diesel emite após sua combustão,
o que resultou na identificação de
12 diferentes efeitos atmosféricos. “Trabalho
nesse modelo desde 1989, já faz 13 anos”,
conta. |
Ao realizar uma simulação por computador
com todos esses efeitos em conta, ele descobriu
que a fuligem do diesel supera em muito os benefícios
da menor emissão de CO2. Segundo seus cálculos,
cortando toda a emissão de fuligem na atmosfera,
seria possível reduzir em 20% a 45% o processo
de aquecimento global. O mesmo efeito poderia ser
obtido cortando um terço das emissões
de CO2, mas ele só seria plenamente sentido
em 50 a 200 anos. Já o corte de fuligem seria
sentido bem antes – 3 a 5 anos.
Esse diferencial de tempo ocorre porque o tempo
que as partículas ficam suspensas na atmosfera
é muito menor do que os gases levam para
sair. “Conheço bem esse estudo, e o Mark
Jacobson de Stanford está publicando uma
série de artigos sobre essa questão”,
diz Paulo Artaxo, físico da USP e membro
do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança
Climática). “O efeito dos aerossóis
[partículas] no sistema climático
global foi subestimado até algum tempo atrás.
Mas, nos últimos meses, vários estudos
estão apontando que os aerossóis são
tão ou mais importantes que o efeito dos
gases-estufa para o aquecimento global.”
Embora aponte a importância da fuligem (particulados
de carbono) como componente do aquecimento global,
Jacobson reconhece sendo a chave para a solução
do problema. “Não importa o que façamos,
precisaremos cortar gás carbônico também”,
diz. Não é à toa que o pesquisador
ficou insatisfeito quando George W. Bush requisitou
um rascunho de seu estudo e usou suas conclusões
para justificar o abandono do Protocolo de Kyoto,
apontando que o acordo internacional, entre outras
coisas, não tocava na questão da emissão
de fuligem.
“O governo estava preparando sua política
de combate ao aquecimento global. Eles ficaram sabendo
do meu estudo, pediram uma cópia e eu enviei
a eles”, conta. Quando viu que Bush usou suas conclusões
para simplesmente descartar o protocolo, Jacobson
escreveu em seu site (www.stanford.edu/group/efmh/jacobson/)
que não aprovava a decisão do presidente.
“Por um lado, fiquei feliz por ele ter reconhecido
que o aquecimento global era um problema importante
e a fuligem, um componente significativo dele”,
diz. “Por outro, não acho que isso era motivo
para abandonar o protocolo, que é um passo
importante para atacar a principal origem do problema,
que é o CO2.”
Por Salvador Nogueira
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MAIS UMA DA PETROBRAS,
NAVIO DERRAMA NAFTA NO PARANÁ (OUTUBRO DE 2001)...
Um navio da Petrobras teve um acidente no porto de Paranaguá,
a 120 km de Curitiba, que resultou no vazamento de 4 milhões
de litros de nafta, este número não foi confirmado
pela empresa. Nem a Petrobras, nem os órgãos
ambientalistas do Paraná souberam determinar a extensão
do vazamento nem os prejuízos causados.
1. O navio Norma que ia de Paranaguá, no Paraná,
para Tramandaí, no Rio Grande do Sul.
2. Por volta das 8h25, quando saía do porto, encalhou.
3. Uma análise da Transpetro (subsidiária
de transporte da Petrobras) indica que um dos tanques teria
sido perfurado por uma rocha.
O que é nafta?
É um subproduto do petróleo, serve de matéria-prima
básica da industria petroquímica. Representa
o início de uma cadeia de produção
que passa por três etapas industriais e tem o plástico
como o produto final mais conhecido. É altamente
inflamável, pode provocar explosões caso entre
em contato com alguma fonte de calor.
O presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, disse
que se “nos próximos dois ou três dias a empresa
terá uma avaliação sobre os prejuízos
ao ecossistema”. Já o ministro do Meio Ambiente,
José Sarney Filho, disse não se lembra de
acidentes desta proporção com esta substância
no país, porém não informou quais serão
as medidas tomadas em relação a Petrobras.
Foi divulgada a informação, que a Polícia
Federal do Paraná prendeu em flagrante o condutor
do navio Norma e solicitou a prisão do comandante
da embarcação, sob a acusação
de negligência do acidente. Outra informação
divulgada foi que um mergulhador contratado pela Petrobras
morreu no local durante verificação dos danos
no casco do navio.
TANQUE DA SHELL
VAZA DIESEL E CONTAMINA ÁGUA EM ITU (JUNHO DE 2002)...
O vazamento de 8 mil litros de óleo diesel de um
tanque instalado e operado pela Shell no bairro Rancho Grande,
na área urbana de Itu, contaminou mananciais e pode
causar a suspensão no abastecimento de água
de parte da cidade. O tanque faz parte de um conjunto de
três unidades utilizadas para abastecer a frota de
ônibus da Viação Itu, que opera o serviço
de transporte coletivo na cidade.
Por uma falha de operação, o óleo ficou
vazando toda a noite e parte da manhã. Os funcionários
limitaram-se a lavar a área atingida com caminhões
tanques. Um morador comunicou o acidente ao departamento
municipal do Meio Ambiente depois de ter notado a morte
de peixes em um lago de sua propriedade.
Segundo o diretor do departamento biólogo Leziro
Marques Silva, a ocorrência é uma das mais
graves já registradas na região. Além
do cheiro de óleo que impregna o bairro onde moram
mais de 20 mil pessoas, o combustível infiltrou-se
no subsolo atingindo o lençol freático. Vários
afluentes do ribeirão Braiaia, um dos principais
mananciais do sistema de abastecimento de Itu, apresentavam
manchas e cheiro de óleo.
Ele informou do acidente o Ministério Público
e a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb).
Técnicos do órgão começaram
a monitorar as condições da água no
início da noite. A Cetesb interditou os tanques,
pois havia riscos de vazamento nas outras duas unidades.
Por José Maria Tomazela
ACIDENTE
MANCHA A BELEZA DE LA CORUÑA (DEZEMBRO DE
2002)...
Por que os grandes desastres sempre acontecem nos
lugares mais bonitos do planeta? Essa é a
pergunta que fizemos quando |
saímos
de La Coruña para percorrer os 400 quilômetros
do litoral da Galícia (Espanha), atingido
pelas 20 mil toneladas de óleo vazadas do
navio Prestige.
Era um Domingo de sol e já nos primeiros
dez quilômetros, numa estrada que margeia
o Atlântico, encontramos algumas das grandes
vitimas do desastre: as aves marinhas. O litoral
galego, especialmente a costa da Morte, por onde
passam 70% dos petroleiros europeus, é um
santuário de pássaros pontuado por
reservas e parques naturais.
Numa pequena praia encontramos a primeira ave atingida
pelo desastre. Morreram mais de 40, e cerca de 400
estão sendo atendidos em Oleiros e Pontevedra,
esta quase na fronteira com Portugal.
Os animais morrem de duas maneiras: bebem ó
óleo e se intoxicam, ou se molham com ele
e suas asas perdem a capacidade termorreguladora.
Nesse caso, é o frio que os liqüida.
|
Na
primeira cidade, Caión, de casas brancas
e ruelas vazias, é possível sentir
o impacto que o desastre trouxe: tão perto
de La Coruña e tão vazia para um Domingo.
Caión, do alto da estrada, parece uma cidade
colada no oceano Atlântico, pronta para despregar
e rumar para a América levada pelas ondas.
Seis mil pescadores e marisqueiros vivem nas costas
da Galícia. Todos os restaurantes da região
oferecem peixes e frutos do mar. Mais tarde, em
Madri, soube que é uma tradição
não apenas da Galícia, mas dos restaurantes
da Espanha. Agora, os pescadores vagam pelo porto,
mostrando as grandes manchas de óleo nas
pedras e no cimento.
Fonte: Folha de São Paulo
Fernando Gabeira |
MAR
MORTO: FALTA DE INSPEÇÃO NOS PETROLEIROS
AMEAÇA GALÍCIA (DEZEMBRO DE 2002)...
Ao examinar as fotografias tiradas rapidamente no
litoral de La Coruña, onde aconteceu o acidente
com o navio Prestige, percebi que os voluntários
de macacão branco olhavam quase sempre para
o mar.
Imagino que deviam pensar no drama que envolve seu
litoral e que ameaça alguns paraísos
turísticos do planeta. O mar está
meio sem controle. Pontos como o de Gibraltar são
apenas uma base de apoio para navios que querem
transportar óleo a baixo preço, fugindo
das regras de segurança. Não há
inspeção rigorosa; dos 6.050 barcos,
apenas dois forma examinados.
Além disso, o mar é dominado pelas
bandeiras de conveniência. Os navios nada
têm a ver com os símbolos que tremulam
em seus convés. É como se o seres
humanos determinassem regras para a vida em terra
firme e ao mesmo tempo abrissem um espaço
de tolerância em alto-mar.
Dos 7.000 petroleiros que navegam pelo mundo, apenas
21% têm casco duplo, que fazem os possíveis
vazamentos caírem em seu interior. A idade
média da frota é de 18 anos, sendo
que 60% têm mais de 20. Não só
os santuários da costa da Morte estão
em perigo. A extensa linha de praias da Galícia,
como Caión, Malpica, Barizo, Camelle e Muxia,
para citar apenas algumas, estará sempre
na linha de alcance dos naufrágios.
E o que é
pior: o navio Prestige afundou com 57 mil toneladas
de óleo dentro de seus tanques. Há
quem afirme que, a 3.500 metros de profundidade,
o óleo que vazou vai ficar congelado durante
todo o inverno. Há outros afundados na região
e também no mar Egeu. A revelação
dessa fragilidade pode ser um permanente fator negativo
para o turismo na região.
Mas ela não merece. Mesmo com Prestige a
246 quilômetros da costa, o litoral da Galícia
vale a pena ser visitado. Os galegos são
simpáticos, decifram muito bem o sotaque
de quem, fala português – aqui no Brasil,
galego e português são quase sinônimos
– e conseguem manter suas ruelas de casas brancas,
limpas e acolhedoras.
Os restaurantes não são caros para
o padrão europeu (um almoço custa
em média R$ 35) e oferecem um caldo galego
capaz de levantar o ânimo dos clientes quando
está frio. Isso tudo sem contar as merluzas,
os robalos e os linguados maravilhosos, pelo menos
aqueles pescados antes do desastre. Além
do bom vinho branco da casas, típico da região.
Fonte: Folha de São Paulo
Fernando Gabeira
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MAR
MORTO: MANCHA GIGANTE DE ÓLEO SE APROXIMA
DA GALÍCIA (DEZEMBRO DE 2002)... |
Novas
massas do combustível derramado pelo petroleiro
liberiano Prestige, acidentado na costa da Galícia
no dia 13, continuam a chegar ao litoral galego.
Pequenas manchas chegaram às praias de Riazor,
Orzan e Amorosas, em La Coruña.
As autoridades e a população temem
a chegada da mancha maior, do tamanho de 15 campos
de futebol, que está cada vez mais próxima
da costa. Entre 300 e 400 quilômetros do litoral
galego já estão contaminados pelo
óleo.
Segundo as últimas estimativas do ministro
do Meio Ambiente espanhol, Jaume Matas, 165 praias
foram afetadas pela maré negra, 13 delas
com gravidade. As autoridades ressaltaram nesta
segunda, no entanto, que 7 mil toneladas de combustível
já foram retiradas da água e 2,5 mil
das praias. Calcula-se que 20 mil toneladas vazaram
do Prestige.
"A mancha principal de óleo está
à mesma distância da costa que ontem
(domingo), cerca de 30 quilômetros",
informou Matas. As autoridades espanholas temem
que o óleo continue vazando do petroleiro,
que no dia 19 se partiu em dois e afundou, carregado
com 60 mil toneladas de combustível.
Nesta segunda, o minissubmarino francês Nautile,
com três tripulantes, realizou a primeira
imersão no local do naufrágio e não
detectou indícios de mais vazamento. O Nautile
leva duas câmeras fotográficas e duas
de vídeo e pode submergir até uma
profundidade de 6 mil metros.
Autoridades espanholas puseram em dúvida
a possibilidade de que o Prestige continue perdendo
carga, já que o combustível deve ter
se solidificado a uma profundidade de 3,5 metros
em água fria.
Além de ter arruinado a vida de cerca de
6 mil de pescadores e 800 marisqueiros, o combustível
derramado já provocou danos incalculáveis
para a fauna marinha. Nesta segunda, perto do cabo
Touriñán, um filhote de golfinho morto
foi lançado à praia, e os ambientalistas
temem que ele seja apenas o primeiro de uma série.
Até este domingo, só os pássaros
figuravam como vítimas.
A Sociedade Espanhola de Ornitologia SEO/Birdlife
estima que entre 10 mil e 15 mil aves tenham morrido
ou estejam seriamente afetadas pelo acidente. O
Greenpeace, por sua vez, anunciou que análises
feitas pelo Instituto de Investigações
Químicas e Ambientais de Barcelona em amostras
do combustível confirmaram sua toxicidade,
em especial "a presença de hidrocarbonetos
aromáticos policíclicos pesados (PAHs),
os mais tóxicos e potencialmente cancerígenos,
como o benzopireno".
O primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh
Rasmussen, cujo país detém a presidência
rotativa da União Européia, se declarou
partidário de uma "ação
rápida" e de "uma aplicação
efetiva e acelerada da legislação
européia sobre segurança marítima".
Rasmussen expressou seu desejo de que se alcancem
"resultados concretos" sobre o assunto
na próxima reunião da UE, dias 12
e 13.
Fonte: O Estado de São Paulo
Redação |
MAR
MORTO: CERCA DE 400 KM DO LITORAL DA ESPANHA FORAM
ATINGIDOS POR ÓLEO (DEZEMBRO DE 2002)...
Quatrocentos quilômetros de litoral, entre
eles 75 quilômetros de praias da Galícia,
no noroeste da Espanha, foram poluídos pelo
óleo que vazou do petroleiro Prestige, segundo
autoridades do governo.
Manchas negras foram detectadas nas áreas
protegidas ao norte e ao sul da principal área
afetada pelo vazamento, informou o governo local
em Santiago de Compostela. A região de Doniños,
no norte de La Coruña, é uma das mais
afetadas --a área é muito apreciada
pelos pássaros marinhos.
Na semana passada, o petroleiro sofreu danos no
litoral espanhol, lançando ao mar cerca de
10 mil toneladas de óleo. Na terça-feira
(19), durante seu transporte para águas mais
calmas, ele rachou e naufragou, levando para o fundo
do mar mais de 60 mil toneladas de óleo.
Hoje, a ministra das Relações Exteriores
da Espanha, Ana Palacio, anunciou que Espanha e
Portugal pedirão à União Européia
(UE) que afaste o corredor marítimo de seus
litorais.
"A costa galega é como a auto-estrada,
por onde passa um barco atrás do outro. Muitos
são bombas ecológicas. Isto é
o que se deve combater", disse. Segundo ela,
o corredor fica a apenas duas milhas náuticas,
ou 3,7 quilômetros, do litoral. |
Petroleiro
é "apenas" mais um dos problemas no fundo
do mar
O
petroleiro Prestige, que naufragou nesta semana
na costa da Espanha com 70 mil toneladas de óleo,
acrescentou uma nova bomba-relógio ao fundo
do mar, onde estão desde submarinos nucleares
a gás mostarda da era Hitler.
Cargas tóxicas corrosivas em águas
profundas deverão assombrar o mundo por décadas
antes de se romper ou dispersar pelos mares. Além
disso, lixo nuclear permanece radioativo por milhares
de anos.
O petroleiro Prestige afundou na terça-feira
em águas a 3.600 metros de profundidade,
na costa noroeste da Espanha, depois de ter deixado
para trás enormes manchas que escureceram
praias do país.
Petroleiros afundados como o Castillo de Bellver,
na África do Sul em 1983, transferiram dezenas
de milhares de toneladas de óleo para o fundo
do mar após vazamentos desastrosos.
"A
experiência indica que cargas podem ficar
estáveis por décadas uma vez que estejam
no fundo do mar", disse Ian White, diretor-gerente
da International Tanker Owners Pollution Federation.
Segundo ele, o óleo provavelmente se coagula
e fica grosso como "chiclete" devido à
pressão e ao frio.
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Mas
o que desce, sobe. Na melhor das hipóteses,
o óleo volta à superfície de
forma lenta; no pior, destroços podem repentinamente
se romper com a ferrugem. No ano passado, até
91 mil litros de combustível vazaram do USS
Mississinewa, um petroleiro norte-americano afundado
por um submarino japonês suicida na Segunda
Guerra Mundial, perto do atol de Yap, no sul do
Pacífico.
Os restos deste são apenas um dos 1.080 navios
fretados durante a Segunda Guerra só na área
do sul do Pacífico. Os mares têm sido
a lata de lixo preferida da humanidade há
anos, mas o impacto a longo prazo do lixo tóxico
na vida marinha, já atingida pelo excesso
de pesca, é desconhecido.
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Em
um dos piores casos de poluição atômica
deliberada, sete reatores soviéticos com
combustível nuclear a bordo foram jogados
no mar de Kara, ao norte da Rússia."Estes
sete reatores atômicos jogados fora podem
ter consequências por muitos milhares de anos",
avaliou ThomasNilsen, do grupo ambientalista norueguês
Bellona, acrescentando que isso somente transfere
o problema para as próximas gerações.
Submarinos nucleares também afundaram em
acidentes com reatores e ogivas a bordo. "Que
eu saiba, não se detectou vazamento nuclear
destes submarinos até hoje", disse Stephen
Saunders, editor da revista "Janes Fighting
Ships". "Obviamente que eles têm
de ser monitorados, mas este talvez seja o melhor
lugar para eles", observou.
Entre a Noruega e a Dinamarca, dezenas de navios
foram afundados após a Segunda Guerra contendo
gás mostarda e outras armas químicas
nazistas.
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Um
relatório norueguês esta semana afirmou
que os destroços mostravam pouco sinal de
corrosão e que a vida marinha ao redor deles
era abundante. Segundo o documento, o melhor é
deixá-los onde estão.
Fonte: Folha de São Paulo/o Estado de São
Paulo/Associated Presse/Reuters/Jornal Nacional
(Globo)/France Press
Roberto Kishinami/Redação/Adrian Croft |
MAR
MORTO: MAIS ÓLEO VAZADO DE PETROLEIRO CHEGA
À COSTA ESPANHOLA (DEZEMBRO DE 2002)...
Mais óleo vazado do Prestige chegou às
costas da Galícia hoje, aprofundando o cenário
de horror nessas praias procuradas por todos os
europeus por sua beleza. Esse novo asfaltamento
das praias aumentou a insegurança dos pescadores
que, impedidos de exercer sua atividade, já
não sabem até quando continuará
vindo a próxima "onda negra". "Estamos
temerosos de que a maré negra nos alcance
aqui", diz Maria Busto, portuguesa de 47 anos,
uma dos 600 pescadores trabalhando com água
até os joelhos no estuário de Noia,
abaixo do Cabo Finisterre, coletando mexilhões
em cestos.
A cota normal diária é de 25 quilos,
vendida a US$12 por quilo. Mas, com a insegurança
criada pelo vazamento, já que os frutos do
mar não colhidos podem ficar simplesmente
contaminados e impróprios para consumo, colhe-se
tudo que puder. Ao fim do dia, depois de três
horas sob chuva e com as ondas cada vez mais fortes,
Maria tinha colhido 29 quilos.
Mas as autoridades portuguesas já decretaram
a suspensão da pesca e da extração
de frutos do mar em toda região ao norte
de Portugal. Os piores efeitos disso ainda estão
por vir. Para ter uma idéia da importância
da pesca, só na Galícia espanhola,
em que a pesca está banida entre Ferrol e
Ribeiro, numa extensão de 300 quilômetros,
os peixes e frutos do mar trazem uma receita de
US$330 milhões anuais. O turismo é
outra fonte de ganhos, da mesma ordem de magnitude,
mas deverá ser fortemente afetada no próximo
verão europeu. "Não podemos dizer
se estamos a salvo ou não da maré
negra", diz Jose Ramon Lado, um criador de
ostras ao longo dos 40 de seus 56 anos, enquanto
olha os engradados cheios de ostras em crescimento,
depositados em tanques cheios de água limpa
do oceano, captada em Muros.
O desânimo toma conta de todos. O prefeito
Rafael Mouzo, da cidade de Corcubión, a 100
quilômetros da cidade de La Coruña,
desabafa "o governo nacional não está
nos protegendo". Isso, no meio de um esforço
da defesa civil para estender 1.800 metros de barreiras,
para fechar a baia onde se criam ostras. As barreiras
haviam sido pedidas com urgência há
cinco dias. Chegaram hoje, horas depois do anúncio
que uma língua negra de óleo se dirigia
para a baía.
Fonte: Folha de São Paulo/o Estado de São
Paulo/Associated Presse/Reuters/Jornal Nacional
(Globo)/France Press
Roberto Kishinami/Redação/Adrian Croft
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MAR
MORTO: MANCHA DE ÓLEO DEVASTA FAUNA DO LITORAL
DA ESPANHA (DEZEMBRO DE 2002)...
Uma grande mancha de óleo impediu a pesca
e devastou a fauna na costa noroeste da Espanha,
enquanto uma equipe de resgate lutava em águas
agitadas para tentar salvar um petroleiro à
deriva que carrega cerca de 70 mil toneladas de
óleo. A grossa massa preta cobriu uma faixa
de mais de 35 quilômetros da rochosa costa
da Galícia. Ecologistas batalhavam para salvar
grandes quantidades de pássaros marinhos
manchados de óleo.
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Mas
grupos ambientalistas disseram que uma catástrofe
muito pior pode acontecer se o petroleiro Prestige,
de 26 anos, danificado numa tempestade na última
quarta-feira, se partisse em dois no Atlântico,
em meio à ondas de sete metros de altura,
depois que a Espanha mandou rebocá-lo para
além de suas águas.
O Fundo para a Vida Selvagem (WWF) disse que se
todo o óleo vazar, seria um dos maiores desastres
ecológicos de toda a história, cerca
de duas vezes maior que o vazamento do Exxon Valdez,
no Alasca, em 1989. O governo espanhol, no entanto,
afirma que esta hipótese está afastada.
Moradores da "Costa da Morte," notória
por vários naufrágios ao longo da
história, reclamaram do governo regional
e afirmaram que as autoridades locais demoraram
demais para conter a mancha, de mais de 3 mil toneladas
de óleo combustível, que vazou do
Prestige na quarta-feira."Isto é a pior
coisa que poderia ter acontecido," disse o
chefe da Associação de Pesca Galega.
"Nós estávamos prestes a começar
nossas pescas para o Natal, a melhor época
do ano."
Autoridades regionais suspenderam toda a pesca ao
longo da costa -- famosa por suas cracas-ganso,
polvos e caranguejos - e instalou cerca de sete
quilômetros de barreiras infláveis
para tentar conter a poluição.
Rebocadores de uma companhia de resgate holandesa
estão puxando o Prestige em direção
ao sul, a cerca de 100 quilômetros da costa
espanhola, mas o tempo instável impediu que
o combustível fosse retirado da embarcação,
que tem um rombo de mais de 10 metros na parte do
casco abaixo d'água.
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A
companhia de resgate disse que procurava um porto
seguro onde pudesse transferir o combustível
do Prestige. O capitão grego do Prestige,
um navio com bandeira das Bahamas, deveria depor
este domingo no tribunal. A polícia o prendeu
na última sexta-feira, assim que ele foi
retirado do navio, sob suspeita de desobedecer autoridades
e ameaçar o meio-ambiente.
O governo espanhol divulgou documentos de autoridades
navais da Letônia e da França que supostamente
mostravam que o destino do Prestige era Gibraltar
-- uma revelação que pode piorar uma
disputa política sobre a colônia britânica
no extremo sul da costa espanhola.
"A Espanha se reserva o direito de tomar qualquer
ação legal aplicável sob a
legislação marítima,"
disse o primeiro-ministro espanhol, José
Maria Aznar. "Mas no momento nós ansiosamente
tentamos reverter uma tragédia para o meio-ambiente
do litoral espanhol." |
Desastre
ecológico
Ecologistas e ambientalistas apreensivos com o naufrágio
do petroleiro no litoral da Espanha com mais de
70 mil toneladas de óleo. O Fundo Mundial
para a Natureza acha que as conseqüências
do desastre poderão ser maiores do que as
provocadas pelo Exxon Valdez, no Alasca, há
13 anos.
Desde a última quarta, o navio-tanque Prestige,
de bandeira das Bahamas, estava parado a 250 quilômetros
da costa da Espanha, com uma rachadura de 10 metros
no casco, por onde já haviam vazado cinco
mil toneladas de óleo combustível.
Na manhã desta terça, a remoção
do petroleiro para mais longe da costa, com o mar
agitado, provocou um novo vazamento: mais seis mil
toneladas de óleo que deixaram uma mancha
preta de 100 quilômetros de extensão
no Oceano Atlântico.
No começo da tarde, a rachadura partiu o
navio em dois. A parte mais pesada, a popa, submergiu
primeiro e levou para o fundo do mar os tanques
com 77 mil toneladas de combustível. A profundidade
é de 3,5 mil metros.
A velocidade da queda e a pressão do peso
das águas podem ter provocado a explosão
dos tanques, em uma área de fauna marinha
das mais ricas do mundo. O governo espanhol proibiu
a pesca na área atingida pelas manchas de
óleo, entre as cidades litorâneas de
Malpica e Finsterre. Os pescadores serão
indenizados pelo governo.
Ambientalistas de várias partes do mundo
estão sendo convocados para ajudar a salvar
os animais marinhos. O veterinário brasileiro
Rodolfo Silva, do Museu Oceanográfico de
Rio Grande, viaja nesta quarta-feira para a Espanha.
Ele é especialista na limpeza de aves atingidas
pela poluição de petróleo.
"Acredito em dificuldades na captura dos animais,
principalmente pelo tipo de costa, o frio e, principalmente,
o frio, pela hipotermia dos animas e uma dificuldade
na reabilitação mesmo. O tempo vai
ser meio decisivo", diz o veterinário
Rodolfo Silva. A expectativa, agora, dos ambientalistas
e dos técnicos espanhóis é
saber se houve explosão ou não dos
tanques no fundo do mar. O governo de Portugal mandou
uma fragata para ajudar os trabalhos na área
do naufrágio.A previsão é de
que, pelo menos nas próximas 48 horas, as
correntes marítimas vão continuar
empurrando o óleo para a costa da Espanha.
Autoridades ambientais espanholas calculam que serão
necessários quatro anos para concluir os
trabalhos de limpeza.
Fonte: Folha de São Paulo/o Estado de São
Paulo/Associated Presse/Reuters/Jornal Nacional
(Globo)/France Press
Roberto Kishinami/Redação/Adrian Croft |
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Uma
nova tecnologia contra desastres: nanoímãs
contêm derrame de petróleo
Uma
pesquisa da UnB (Universidade de Brasília)
está desenvolvendo uma nova arma contra os
derramamentos de petróleo no mar, responsáveis
por desastres ecológicos como o que aconteceu
em Angra dos Reis, Rio de Janeiro. O método
usa um composto magnético que se mistura
ao petróleo. E facilita sua retirada do mar.
Além de contribuir para a limpeza de ecossistemas
marinhos, o composto promete ser agradável
também para o bolso: é que será
possível separá-lo posteriormente
do petróleo, reaproveitando ambos os materiais
e reduzindo os custos da operação.
A técnica, cujo desenvolvimento está
sendo coordenado por Paulo César de Morais,
do Instituto de Física da UnB, aproveita
um dos conceitos mais promissores da ciência
dos últimos tempos, a nanotecnologia. O nome
de origem grega se refere à minúscula
escala que ela abrange, da ordem de um milionésimo
de milímetro.
As vantagens de usar esse tipo de processo na interação
entre diversos materiais são inúmeras.
Morais, contudo, explica que uma delas foi decisiva
para escolher a escala nanométrica. “devido
ao próprio movimento de suas moléculas,
os objetos nessa escala não decantam [não
afundam na água]”, diz o pesquisador.
Além disso, a dimensão nanométrica
tira proveito de outra regrinha básica da
química e da física. Essa regra estabelece
que, quanto maior a superfície de contato
entre dois corpos, mais facilmente eles interagem.
Uma multidão de partículas minúsculas
cria uma superfície de contato gigantesca,
o que melhora a interação entre o
composto e o petróleo. No caso da pesquisa
da UnB, o composto anti-derramamento é formado
por microbolas de um polímero (tipo de molécula
muito longa, formada por uma série de unidades
menores e idênticas, baseadas em carbono)
que recebem uma série de “implantes” de nanopartículas
magnéticas, feitas com um óxido de
ferro. O polímero, semelhante ao PVC, tem
a vantagem de ser inerte, ou seja, não reage
quimicamente com outras substâncias e, por
isso, não é poluente, explica Morais.
O Composto é misturado ao petróleo
que fica em suspensão na água. “É
um composto hidrofóbico, ou seja, tem uma
tendência a se separar da água e se
misturar ao óleo”, explica Morais.
Como o material, além disso, não afunda,
a mistura fica à disposição
dos pesquisadores brasileiros para a Segunda fase
do procedimento. Entra em ação um
filtro magnético especial, também
desenvolvido pelo projeto, que usa os nanoímãs
espalhados pelo líquido, que também
se tornou magnético, para retirá-lo.
Dessa forma, é possível separar a
água, que pode até voltar para o mar,
dos nanoímãs e do petróleo,
que ficaram juntos. O nanocomposto, que não
é dos mais baratos, pode ser reaproveitado
para novas limpezas, diz Morais.
O pesquisador conta que o nanocomposto teve seu
desenvolvimento praticamente concluído e
deverá ser patenteado. O grupo da UnB agora
dedicará seus esforços a aperfeiçoar
o filtro magnético. De acordo com Morais,
o trabalho pode estar concluído em meados
do ano que vem. |
PETROBRÁS
INVESTIRÁ NA TECNOLOGIA DE DUTOS PARA EVITAR
ACIDENTES...
Nos últimos anos, a Petrobras, uma das maiores
empresas do mundo na área de produção
e distribuição de petróleo
e seus derivados, teve seu nome abalado por causa
de uma série de acidentes ocorridos em sua
instalações (sobretudo vazamento de
dutos), que causaram incalculáveis danos
ao meio ambiente e prejuízos para o país.
Pressionada pela opinião pública,
que colocava em dúvida sua capacidade de
prevenir e evitar acidentes, a empresa teve de melhorar
seu Programa Tecnológico de Dutos (Produt),
criado em 1998, para desenvolver tecnologia para
seu sistema dutoviário.
“O programa contínuo focado nos seus objetivos
e temas, desenvolvendo e testando tecnologias voltadas
para evitar, monitorar e remediar qualquer tipo
de acidentes. A Petrobras criou um grupo de trabalho
para análise de todos os seus dutos e um
programa com ações emergências,
de modo a reabilitá-los para uso, minimizando,
assim, possíveis acidentes”, explica o engenheiro
mecânico Jorge Luiz Kauer, coordenador do
Produt. “Contudo, sabemos que nessa atividade estamos
sempre expostos a que acidentes ocorram. Faz parte
da natureza do negócio.”
O engenheiro enfatiza que o Produt é muito
mais do que um simples programa para evitar e minimizar
as conseqüências de acidentes. “O Produt
tem a missão de vencer grandes desafios empresariais,
aumentando a confiabilidade e a capacidade operacional
dos dutos, bem como a vida útil da malha
existente.
O programa
procura diminuir riscos de vazamentos, custos operacionais
e de investimentos, além de reduzir o tempo
de reparo e o impacto no meio ambiente. Para isso
a Petrobras está fazendo parcerias com universidades
brasileiras para desenvolver mais rapidamente novas
tecnologias para enfrentar o desafio que o crescimento
na malha de dutos nos últimos anos vem exigindo,
atualmente, a empresa é responsável
pelo gerenciamento de 15 mil quilômetros de
dutos, sem contar o Gasoduto Bolívia-Brasil,
que sozinho tem uma extensão de 3100 quilômetros
de dutos.
“A Petrobras incentiva muito a participação
das universidades em seus projetos, não só
na área de dutos, mas em todos os segmentos
da companhia, desde a prospecção,
produção, até o refino, passando
pelo transporte.
A empresa possui atualmente projetos com cerca de
50 universidades brasileiras. Quase todos os projetos
do Produt têm uma universidade desenvolvendo
projetos e os resultados são os melhores.
Para se ter uma idéia, o Produt desenvolveu
um projeto, através da seleção
de um software moderno para sistema de detecção
de vazamento, que permitirá sua instalação
em 150 dutos, os quais ficarão totalmente
monitorados para evitar qualquer tipo de falha.”
Vale lembrar que a manutenção e o
aprimoramento das técnicas usadas para combater
acidentes que causem danos ao meio ambiente não
são mais que obrigação da empresa
responsável. |
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