A
principal fonte de contaminação das águas
superficiais é o despejo direto dos esgotos domésticos
gerando um maior risco potencial a saúde da população
por sua presença em zonas densamente povoadas.
A contaminação das águas subterrâneas
se deve principalmente a infiltração de excretos
provenientes de fossas sépticas e redes de esgoto
com manutenção deficiente, ausência
de cobertura de saneamento, infiltração de
compostos tóxicos de depósitos industriais
e de vertedouros de depósitos de lixo. Neste último
caso a preocupação é maior ainda porque
cerca de 50% da população urbana e rural da
região captam água para consumo e irrigação
de fontes subterrâneas.
A contaminação dos mananciais vem se agravando
devido principalmente a:
- Aceleração e crescimento populacional.
- Ampliação da cobertura dos serviços
de saneamento e que paralelamente gera um maior volume de
despejos.
- A expansão da indústria manufaturária
e extrativa
As águas subterrâneas
no país vêm sendo extensivamente exploradas
nas duas últimas décadas. Estima-se que existem
atualmente 100 mil poços tubulares, além de
dezenas de milhares de poços rasos escavados fornecendo
água para diversos fins, principalmente para abastecimento
público.
Em quase todas as cidades do litoral brasileiro já
existem manifestações de avanço da
água do mar em lençóis de água
subterrânea, comprometendo progressivamente a potabilidade
das águas.
A estiagem, além de ameaçar o abastecimento
de água também contribui para aumentar a poluição
dos rios. Quando não chove, o volume de água
dos rios diminui. A quantidade de poluentes despejada continua
igual, mas como existe menos água para dissolução,
a poluição fica mais concentrada.
O combate a poluição da água subterrânea
foi eleito há mais de 15 anos como prioridade aos
países avançados. Os governos dos Estados
Unidos, Alemanha e Holanda, principalmente, criaram leis
e regulamentos específicos, além de fundos
especiais para a descontaminação. No Brasil,
o assunto é praticamente ignorado pelos governos.
A preocupação é restrita aos pesquisadores
e técnicos do setor.
Cerca de 60% dos 12 mil depósitos de lixo no Brasil
estão em rios, lagos, restingas, ou seja, nos chamados
corpos d'água.
A água constitui um dos recursos vitais para todos
os seres vivos, nos quais desempenha múltiplas funções
de extrema importância.
O homem pode suportar mais de uma semana sem comer mas sem
beber água sucumbirá ao fim de 4 a 5 dias.
Cada ser humano bebe, em média, de 2 a 3 litros de
água por dia, o que quer dizer que o seu corpo é
atravessado por cerca de uma tonelada de água por
ano.
Em média, a água representa entre 80% e 90%
do peso dos seres vivos, chegando mesmo a ultrapassar os
90% em alguns animais marinhos, como é o caso de
algumas medusas (95%). No homem, cerca de 65% do seu peso
consistem em água.
Regra geral, o consumo de água per capita constitui
um dos indicadores de riqueza e qualidade de vida das populações
e aumenta no mesmo sentido que o desenvolvimento econômico
e social. Por exemplo, enquanto nos países ricos
o consumo ultrapassa os 200 litros/habitante/dia, nas áreas
rurais dos países do Terceiro Mundo é, em
média, inferior a 30 litros/habitante/dia.
O consumo de água cresce com a expansão industrial
e urbana, o crescimento e aumento do nível de vida
da população e o desenvolvimento da agricultura.
a) O desenvolvimento industrial. Para o grande acréscimo
do consumo de água contribui em primeiro lugar o
rápido crescimento da atividade industrial. Com efeito,
sendo a indústria um setor econômico grande
consumidor de água, naturalmente que o seu rápido
desenvolvimento, particularmente nos países desenvolvidos,
implica um aumento de consumo de recursos hídricos;
b) O crescimento da população. Em 1900, o
mundo não tinha mais de 1633 milhões de habitantes,
enquanto hoje alberga cerca de 5500 milhões. Obviamente
que a este explosivo crescimento da população
mundial corresponde um extraordinário acréscimo
do consumo de água. De resto, o consumo per capita
aumentou a um ritmo ainda maior do que o da população,
devido à elevação do nível de
vida e aos progressos da higiene (crescente uso de casas
de banho residenciais, vulgarização de máquinas
de lavar roupa e loiça, maiores cuidados com a higiene
pessoal, rega de jardins particulares, lavagem de automóveis,
etc.);
c) O crescimento urbano. Em 1900, apenas cerca de 13 % da
população mundial viviam nas cidades. Atualmente
ultrapassa os 40% e nos países desenvolvidos vai
além dos 70% ou mesmo 80%. Ora, este aumento da população
citadina não pode deixar de se refletir num substancial
aumento de consumo de água, na medida em que nas
cidades o consumo médio no setor doméstico
per capita é, em regra, superior ao dos meios rurais;
d) O desenvolvimento da agricultura. O desenvolvimento e
a modernização da agricultura implica também
um aumento do consumo de recursos hídricos. Com efeito,
sabendo-se que a irrigação das terras aumenta
o seu rendimento, compreende-se que se multipliquem as regas
periódicas e se amplie a área de regadio.
|