Cálculo
de meta brasileira de corte de gases-estufa ainda não
é público
03/12/2009
- Às vésperas da Conferência do Clima
das Nações Unidas, que acontecerá em
Copenhague, entre 7 e 18 de dezembro, o governo brasileiro
anunciou o compromisso voluntário de reduzir suas
emissões de gases-estufa em 36,1% a 38,9% até
2020.
Porém
nos ministérios de Ciência e Tecnologia, Meio
Ambiente, Relações Exteriores e Casa Civil,
ninguém sabe indicar um documento de acesso público
com as contas justificando as reduções.
Também
consultado sobre a existência de algum registro do
raciocínio adotado para chegar às porcentagens
brasileiras, o físico Luiz Pinguelli Rosa, secretário-executivo
do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas,
recomendou que se procurasse o governo. Organizações
ambientalistas confirmaram que os critérios permanecem
misteriosos (uma delas usou o termo “caixa-preta”).
Enfim,
se qualquer cidadão que queira saber como foram derivados,
objetivos tão precisos (afinal, os números
têm até casa decimal), isso por enquanto é
impossível. Ninguém no governo tem ou reconhece
que tem em mãos tal estudo. “É claro
que existem contas por trás, há uma racionalidade”,
explicou a diretora do departamento de mudanças climáticas
do Ministério do Meio Ambiente, Branca Bastos Americano.
“Mas não tem um lugar com isso publicado, não.”
Sérgio
Rezende, ministro da Ciência e Tecnologia, apresentou
esta semana à Comissão do Meio Ambiente do
Senado, o inventário atualizado de emissões
brasileiras, que será levado à conferência
na Dinamarca.
O documento indica que mesmo que o Brasil alcance sua meta
voluntária, ainda terá 21,3% a mais de emissões
em relação a 1990.
Da
redação