Brasil
pode liderar negociação sobre novo acordo
climático
7
de Dezembro de 2009 - 06h04 - Última modificação
em 7 de Dezembro de 2009 - 08h09
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil chega à 15ª Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(COP-15), que começa nesta segunda-feira (7) em Copenhague
(Dinamarca), com o compromisso de reduzir as emissões
de gases de efeito estufa entre 36,1% e 39,8% até
2020 e o desafio de ser um dos mediadores da divergência
entre países desenvolvidos e em desenvolvimento para
evitar que a reunião termine em fracasso.
O
anúncio do compromisso brasileiro de redução,
feito há cerca de um mês, derrubou um dos principais
argumentos dos países ricos para não apresentarem
metas de redução ambiciosas - o de que os
grandes emissores em desenvolvimento também teriam
que assumir cortes de gases de efeito estufa. Depois dos
números brasileiros, a China e a Índia anunciaram
compromissos voluntários de redução.
Os Estados Unidos prometeram cortar as emissões em
17% até 2020.
“O
Brasil vai chegar em Copenhague com a moral elevada. A pressão
da opinião pública fez o Brasil assumir compromissos
e influenciar outros países. Nem todos os problemas
serão resolvidos [durante a reunião], mas
vamos conseguir arrancar recursos para começar programas
de mitigação e de adaptação
e os países vão assumir compromissos mais
fortes”, aposta o ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc.
A
meta brasileira, voluntária, deve evitar o lançamento
de cerca de 1 bilhão de toneladas de gases de efeito
estufa na atmosfera até 2020, segundo cálculos
do governo. O balanço mais recente de emissões
do país, com dados de 2000, mostra que em 15 anos
as emissões nacionais cresceram 62%. O desmatamento
ainda é o maior vilão, por isso o governo
sustenta grande parte da meta no objetivo de reduzir em
80% as derrubadas na Amazônia.
A
definição de um instrumento para compensar
a redução de perda de carbono pelas florestas,
o mecanismo de Redução de Emissões
por Desmatamento e Degradação (REDD), está
na lista de prioridades dos negociadores brasileiros na
COP. A inclusão de um mecanismo para florestas no
novo acordo climático global é quase certa,
mas falta definir como os países que mantêm
a floresta em pé serão financiados.
Chefiada
pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que recentemente
passou a comandar a discussão climática dentro
do governo, a delegação brasileira terá
integrantes dos ministérios das Relações
Exteriores (Itamaraty), do Meio Ambiente, da Ciência
e Tecnologia e da área econômica. O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva também já
confirmou presença em Copenhague.
O
ministro Carlos Minc, que chegou a dizer que a COP-15 corria
o risco de “naufragar” por causa da posição
reticente dos países em assumir metas e compromissos
para costurar um novo acordo, agora acredita que o cenário
está mais promissor. “Já estive muito
mais pessimista. Havia um grande abismo de desconfiança
entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento.
Hoje estou mais otimista”, afirmou.
Da
Agência Brasil