Brasil
propõe reduzir 39% das emissões de carbono
Thiago
Mendonça/MCT - O pesquisador Carlos Nobre(E), ao
lado do secretário executivo, Luis Elias (C)e o diretor
do Inpe, Gilberto Câmara, no debate no MCT.
02/12/2009
- Os dados a serem apresentados na 15ª Conferência
da Partes (COP15) da Convenção das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima, este mês, em
Copenhaguem, na Dinamarca, foram debatidos ontem (1), no
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Participaram
das discussões o diretor geral do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Gilberto Câmara,
os pesquisadores Carlos Nobre e Dalton Morisson Valeriano,
do Inpe, Susana Kahan, do Ministério do Meio Ambiente
(MMA), Eduardo Assad, da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), com a mediação
do ministro em exercíco do MCT, Luis Antônio
Elias.
Câmara
apresentou um balanço das emissões de carbono
(CO²) e do aquecimento global. A proposta que o Brasil
leva a Copenhague é de reduzir em até 39%
as emissões de carbono até 2050. “O
País está se colocando como uma potência
ambiental e quer mostrar que é possível utilizar
recursos naturais para ter crescimento”, disse.
Os
países em desenvolvimento são os maiores emissores
de CO². Segundo Câmara, as emissões de
combustíveis fósseis e cimento entre os anos
de 1990 e 2000 foram bem superiores as emissões de
2000 a 2009, atingindo 1% e 3,4%, respectivamente. A China
é a maior emissora de carbono do mundo, seguida da
Índia e dos Estados Unidos.
Numa
análise histórica, pode-se dizer que os Estados
Unidos e a Europa são os maiores responsáveis
pelo aquecimento global. “As emissões dos Estados
Unidos representam 30%, e as da Europa, 25%. Ou seja, 55%
no total”, explicou Câmara.
O
desmatamento e o uso indevido do solo são outros
causadores do efeito estufa. O diretor do Inpe disse que
essas atividades detêm 12% a 15% das emissões
globais. Desses gases, 46% vão para a atmosfera,
29% para o solo e 26 % são absorvidos pelos oceanos.
No Brasil, houve uma redução dos efeitos do
desmatamento dos anos 90 até hoje. “Nos anos
90, as emissões do Brasil correspondiam a 3%. Entre
2005 e 2009, esse número caiu para 1,2%”.
Em
sua exposição, o coordenador do Conselho Diretor
da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas
Globais (Rede Clima), Carlos Nobre, disse que os debates
sobre o assunto estão bem avançados. Segundo
ele, reuniões como a realizada hoje são essenciais
para levantar informações a serem levadas
aos debates internacionais e para a tomada de decisões
políticas.
O
encontro fez parte da agenda do programa Conhecimento para
Todos, evento promovido pelo MCT, com o objetivo de divulgar
as atividades dos institutos e órgãos ligados
a ciência e a tecnologia. O ministro em exercíco
e secretário-executivo do MCT, Luiz Antonio Rodrigues
Elias, intermediou o debate. Ele destacou a necessidade
de se criar um canal permanente de comunicação
entre o governo e a sociedade para que o Brasil chegue na
COP15 mais amadurecido.
Do
Ministério de Ciência e Tecnologia