Conferência
do Clima começa em Copenhague
7
de Dezembro de 2009 - 05h44 - Última modificação
em 7 de Dezembro de 2009 - 05h44
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Sob olhares atentos do mundo e com poucas
chances reais de terminar com um acordo efetivo, começa
nesta segunda (7) em Copenhague (Dinamarca) a 15ª Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(COP-15). Até o dia 18, negociadores de mais de 190
países terão a difícil missão
de chegar a um consenso sobre o novo acordo climático
para complementar o Protocolo de Quioto depois de 2012.
O
desafio inclui a conciliação de interesses
de países ricos e nações em desenvolvimento
para chegar a níveis de redução de
emissões de gases de efeito estufa que evitem o colapso
climático do planeta. Também está em
jogo a definição de um mecanismo para compensar
a redução de emissões pelo desmatamento
de florestas e dos valores do financiamento dos países
ricos para os que os mais pobres se adaptem às consequências
da mudança do clima, conta que até agora não
está fechada.
Os
diplomatas chegam a Copenhague sob pressão para evitar
o fracasso do encontro, alardeado nas últimas semanas
por organizações ambientalistas que temem
que a COP-15 termine apenas com um acordo político,
sem medidas efetivas para salvar o clima. A expectativa
ficou menos sombria após o anúncio de metas
e compromissos de países como os Estados Unidos,
a China, Índia e o Brasil.
Grande
poluidor e único país rico a não assinar
o Protocolo de Quioto, os EUA prometeram corte de 17% das
emissões até 2020. A China, numa conta mais
complicada, anunciou compromisso de corte entre 40% e 45%
por unidade de Produto Interno Bruto (PIB) até 2020,
o que na prática ainda significa dobrar as emissões
do país. A conta brasileira é de redução
entre 36,1% e 39,8% até 2020, o que segundo o governo,
vai evitar o lançamento de mais de 1 bilhão
de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera.
Mesmo
com parte dos números na mesa, é improvável
que a reunião de Copenhague defina o novo regime
global para complementar o Protocolo de Quioto. Nos últimos
meses, reuniões preparatórias e encontros
multilaterais não foram suficientes para fechar pontos
importantes do acordo, que, pela regras da Organização
das Nações Unidas (ONU), só pode ser
aprovado por consenso.
Um
dos principais nós é o impasse sobre o financiamento
de ações de adaptação e mitigação
nos países em desenvolvimento. O dinheiro tem que
vir dos países desenvolvidos, mas até agora
não há sinal de acordo sobre os valores. Os
mais pobres argumentam que são necessários
pelo menos US$ 400 bilhões por ano. A melhor proposta
na mesa por parte dos países industrializados prevê
aporte de cerca de US$ 140 bilhões, mas parte do
dinheiro teria que vir dos países em desenvolvimento,
caso do Brasil, da China e Índia.
Geralmente
representados por diplomatas e ministros, chefes de Estado
importantes no jogo da negociação climática
já confirmaram presença em Copenhague em algum
momento das próximas duas semanas. O norte-americano
Barack Obama, o francês Nicolas Sarkozy, a alemã
Angela Merkel, o britânico Gordon Brown e o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva estão com passagens
marcadas para a capital dinamarquesa.
Além
de governos, participam da COP-15 representantes de organizações
não governamentais, observadores internacionais e
ativistas de todo o mundo. Em duas semanas de reunião,
o número de participantes deve passar de 30 mil.
Da
Agência Brasil