ONGs
devem pressionar governos para garantir acordo climático
7
de Dezembro de 2009 - 06h05 - Última modificação
em 7 de Dezembro de 2009 - 08h10
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Do lado de fora das salas onde negociadores
de mais de 190 países tentarão chegar a um
consenso sobre o novo acordo climático global, as
organizações não governamentais que
vão participar da 15ª Conferência das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(COP-15) em Copenhague (Dinamarca) devem reforçar
a pressão sobre os líderes dos países
para garantir algum sucesso nas negociações
sobre o futuro do Protocolo de Quioto.
Desta
segunda-feira (7) até o dia 18, a missão dos
países será definir as novas metas de redução
de emissões de gases de efeito estufa para os países
desenvolvidos, os compromissos para os países em
desenvolvimento e questões como transferência
de tecnologia e financiamento de ações de
mitigação e adaptação às
mudanças do clima.
Manifesto
divulgado pela Climate Action Network (CAN), rede de mais
de 450 organizações ambientalistas, cobra
resultados efetivos de Copenhague e alerta para a urgência
dos riscos do aquecimento do planeta. As ONGs, que costumam
movimentar as COPs com protestos e manifestações
diárias, defendem o repasse de pelo menos US$ 195
bilhões por ano para que países em desenvolvimento
enfrentem as mudanças do clima.
Diante
do risco de fracasso da reunião, que já começa
sem esperanças de um acordo definitivo, a rede de
ONGs defende a manutenção do Protocolo de
Quioto – com ampliação da vigência
do documento – até que um novo regime global
para o clima seja acertado pelos países.
A
porta-voz da Oxfam Internacional em Copenhague, Katia Maia,
defende que da COP-15 saiam compromissos mais firmes dos
países desenvolvidos, com medidas e recursos para
facilitar a adaptação dos mais pobres às
consequências do aquecimento do planeta.
“Os
países ricos têm que mostrar propostas concretas
e decentes à humanidade, em especial às pessoas
pobres do mundo, que são e continuarão sendo
as mais impactadas pelas mudanças. Os países
em desenvolvimento, como o Brasil, têm que se unir
à demanda global por esse acordo ambicioso e justo
que beneficie os mais pobres e assumir responsabilidades
dentro do seu próprio território para ajudar
as comunidades mais vulneráveis”, sugere.
Otimista,
o coordenador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
(Ipam), Paulo Moutinho, acredita que o anúncio de
compromissos de redução de emissões
feitos pelos Estados Unidos, pela China e Índia nas
últimas semanas aumentou as chances de sucesso em
Copenhague.
Moutinho
lista a definição das regras para o mecanismo
de Redução de Emissões por Desmatamento
e Degradação (Redd) e a necessidade dos países
ricos aceitarem metas ambiciosas de corte de emissões
como prioridades da reunião. “É preciso
avançar também em adaptação.
Temos que nos preparar para um mundo que será mais
aquecido. O planeta precisa continuar habitável,
precisamos combinar adaptação e mitigação
para garantir isso”, avalia. “Tomara que os
negociadores tenham juízo”, acrescenta.
Da
Agência Brasil