Apelidos
para Copenhague simbolizam impasses entre nações
ricas e pobres
09/12/2009
- Dependendo dos acontecimentos nos próximos dias
na Conferência do Clima em Copenhague, a sede da cúpula
poderá ser apelidada de "Flopenhague" (de
"flop", ou fiasco, em inglês). Outros preferem
"Hopenhague" --de "hope", esperança.
O
apelido mais adequado dependerá do que fizerem os
diplomatas e os 110 chefes de Estado e governo que prometeram
comparecer à COP-15. Eles deverão definir
como a humanidade combaterá seu maior desafio coletivo,
o aquecimento global e precisam fechar um acordo que amplie
e prolongue o Protocolo de Kyoto,que expira em 2012, para
redução de emissões dos gases-estufa.
Estes
gases são produzidos pela queima de combustíveis
fósseis e pelo desmatamento, e contribuem para o
aumento da temperatura terrestre. Segundo a previsão
do IPCC, o painel do clima da ONU, é que, se nada
for feito para contê-los, a temperatura possa crescer
em 3°C até 2100.
É
consenso na comunidade internacional que é necessário
um novo acordo, pois o Protocolo de Kyoto tem metas pífias,
não prevê reduções para os países
emergentes, e foi rejeitado pelos EUA.
As
propostas de corte de carbono para 2020 divulgadas pelos
principais países poluidores, somadas, levariam a
uma redução de cerca de 15% nas emissões
globais em relação a 1990. Para estabilizar
o CO2 em 450 ppm, é preciso cortar de 25% a 40%.
Outro
ponto que merece destaque é que para os países
pobres contribuírem para a mitigação
do aquecimento global, será necessário um
financiamento dos países ricos, que são os
principais responsáveis pela crise climática.
Como as metas dos emergentes têm sua execução
condicionada ao apoio dos ricos, a negociação
não anda.
Em
Copenhague o presidente americano, Barack Obama, não
poderá assinar qualquer acordo com valor de lei,
já que depende da aprovação de uma
lei de mudanças climáticas no Senado –
que só deve ocorrer em 2010.
No
entanto, no mesmo dia do início da cúpula
do clima, a Casa Branca anunciou aprovação
de um projeto da Agência de Proteção
Ambiental dos EUA aparentemente promissor. Ele autoriza
o órgão a estipular regras sobre as emissões
de gases do efeito estufa no país, mesmo que o Congresso
não aprove uma legislação específica.
Da
Folha