Acordo
em Copenhague só levará a novas decepções,
defende cético
O
dinamarquês Bjorn Lombog, autor de “O Ambientalista
Cético” (Campus, 2002), professor adjunto da
Copenhagen Business School, doutor em ciência política
que dirige ainda o Copenhagen Consensus Centre, defende
a tese de que esforço mundial para cortar emissões
de gases do efeito estufa no curto prazo é um gasto
errado de recursos – seria mais útil, argumenta,
investi-los em outros problemas igualmente graves e de mais
fácil solução, como a desnutrição
nos países pobres, e promover formas alternativas
de energia para evitar lançar carbono na atmosfera.
Lombog
argumenta “se for para gastar dinheiro, podemos fazer
muito mais bem à humanidade colocando-o em coisas
básicas, como desnutrição, saneamento
básico e acesso à água potável,
entre outras. Ao investir o dinheiro na questão climática
como fazemos agora, provavelmente faremos muito pouco bem
para cada dólar gasto”.
Só
falamos de cortes de emissões carbono imediatos,
embora todas as análises econômicas mostrem
que serão muito caros e trarão pouco benefício
para o clima. Acredito que os principais motivos para que
esta seja uma grande discussão - de relações
públicas - são que dá boa oportunidade
de notícias e dá chance para os políticos
dizerem que querem salvar o mundo. Mas não leva realmente
a uma solução para as mudanças climáticas,
ressalta o professor.
E
lembrou, na Eco 92, prometemos cortar emissões, e
não fizemos isso. Em Kyoto , em 1997, prometemos
cortar ainda mais e, ainda assim, não o fizemos.
Então, reunir-se em Copenhague e fazer promessas
ainda maiores é simplesmente uma maneira de termos
uma decepção também ainda maior.
Da
Redação (G1)