Fundo
do clima pode deixar Brasil fora, diz jornal
Nos
bastidores do primeiro dia da Conferência do Clima
das Nações Unidas (COP-15), em Copenhague,
houve rumores de que os governos de países industrializados
se recusam a repassar recursos dos fundos de Adaptação
e Mitigação aos grandes países emergentes,
como o Brasil.
Este
fundo, estimado pela UE em 100 bilhões de euros por
ano no período 2013 a 2020, é o principal
meio de financiamento de ações para prevenir
e minimizar os efeitos do aquecimento global.
Apesar
dos negociadores europeus e sul-americanos compartilharem
que, sem o entendimento sobre o repasse de recursos dos
fundos, as chances de acordo são reduzidas. Não
há consenso nem sobre a administração
do fundo nem sobre seu montante total - e muito menos sobre
a divisão dos valores, assunto que provoca divergência
ainda maior entre os diplomatas europeus.
Para
eles, a crise econômica - marcada pelo mau desempenho
de países industrializados e pela boa performance
dos grandes emergentes como China, Índia e Brasil
- alterou as condições de negociação.
Hoje, acreditamos que quanto maiores as necessidades de
recursos de um país, mais ele precisa receber",
disse o negociador da UE, Artur Runge-Metzger, em referência
às nações menos desenvolvidas, como
as africanas.
Luiz
Alberto Figueiredo, diretor do Departamento de Meio Ambiente
do Itamaraty, um dos brasileiros responsáveis pelas
negociações, reconheceu que nações
industrializadas vêm fazendo manobras para privar
os emergentes de recursos. "Se não houver financiamento
adequado aos países em desenvolvimento será
muito difícil sair de Copenhague com um acordo”,
concluiu.
Da
Redação (Da Agência Estado)