Minc:
Brasil fará pressão por recursos de países
ricos para projetos de redução de CO2
8
de Dezembro de 2009 - 19h50 - Ivan Richard - Repórter
da Agência Brasil - Brasília - O Brasil pretende
fazer “grande pressão” para que os projetos
das nações emergentes para redução
de gases de efeito estufa sejam também beneficiados
com recursos públicos das nações ricas.
A afirmação foi feita hoje (8) pelo ministro
do Meio Ambiente, Carlos Minc, após encontro com
os ministros Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, e Sergio
Rezende, da Ciência e Tecnologia. No encontro, os
ministros discutiram as estratégias brasileiras que
serão levadas à 15ª Conferência
das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
(COP-15), em Copenhague.
Segundo
Minc, os negociadores brasileiros que já estão
em na capital dinamarquesa têm tido dificuldade para
acertar os ponto de um acordo que trata da questão
da criação do Fundo Global, uma espécie
de financiamento dos países ricos às ações
para tornar ambientalmente sustentável o crescimento
econômico nas próximas décadas.
Minc
disse que o Brasil pretende cumprir sua meta de redução
de emissões de gás carbônico (CO2),
no entanto, ressaltou que para isso serão necessários
recursos internos e também externos. “Vamos
discutir com eles [os países ricos]. Vamos dizer
que os recursos que eles estão colocando na mesa
são insuficientes, tanto para a redução
das emissões quanto para evitar a desertificação
e inundações. Não aceitamos isso. Com
esses recursos, o problema das mudanças climáticas
não fecha.”
Sobre
a possibilidade de o Brasil recuar em relação
à sua meta de redução da emissão
de gás carbônico, caso fique de fora do Fundo
Global, Minc lembrou que as medidas para diminuir o desmatamento
da Amazônia e reduzir a emissões de gases serão
transformados em lei.
"Nossa
estratégia é dizer o seguinte: vamos cumprir
as metas, mas temos que ter recursos suficientes para isso.
Vamos batalhar por eles [recursos]. Vamos estar lá
[na Dinamarca] com estande do Fundo Amazônia, vamos
abrir o Fundo Cerrado. Mas para atingirmos isso, acredito
até que possamos chegar a 90% de queda do desmatamento
da Amazônia, necessitamos realmente desses recursos".
O
ministro criticou a postura dos países europeus,
que sinalizaram hoje que podem adotar um percentual mais
baixo de emissões de gases de efeito estufa. “Os
europeus, que falavam em 20% a 30%, estão começando
a falar em mais de 20% de corte para permitir que os Estados
Unidos entrem com uma menor diferença entre eles.
Ou seja, em vez de puxar os Estados Unidos para cima, os
europeus querem ir mais para baixo. Seria, para o clima,
catastrófico”, ressaltou Minc.
Ele
informou ainda que, além dele e da ministra Dilma
Rousseff, que chefiará a delegação
brasileira na COP-15, devem integrar a comitiva os ministros
Sérgio Resende e Celso Amorim, das Relações
Exteriores. De acordo com Minc, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva deverá estar na Dinamarca nos dias
17 e 18, nos dois últimos dias do evento.
Da
Agência Brasil