Proposta
de acordo preserva Protocolo de Quioto
11
de Dezembro de 2009 - Roberto Maltchik - Enviado Especial
EBC - Copenhague (Dinamarca) - O primeiro desenho de um
possível acordo na Conferência Mundial do Clima,
em Copenhague, preserva os compromissos assumidos pelos
países que assinaram o Protocolo de Quioto, cujo
texto obriga as nações ricas a assumirem metas
de redução dos gases de efeito estufa.
Quanto
aos Estados Unidos, maior emissores histórico dos
gases de efeito estufa e que não subscreveu Quioto,
a proposta indica a elaboração de um novo
acordo para que os norte-americanos também tenham
metas para combater o aquecimento global.
No
caso dos países em desenvolvimento, o texto mantém
ainda o formato defendido pelo Brasil, com o compromisso
de ações de mitigação visando
a conter o aumento projetado das emissões até
2020, caso nada seja feito para mudar os métodos
de crescimento econômico.
As
duas propostas juntas, uma vez aprovadas, obrigariam os
países ricos a reduzir as emissões de gás
carbônico (CO2) e outros gases de efeito estufa no
prazo de 11 anos, em comparação com as emissões
de 1990. O nível de queda ainda está em aberto:
25% ou 40%.
“Os
países desenvolvidos devem assumir, individualmente
ou juntos, o compromisso legal de reduzir as emissões
até 2020, partindo dos níveis de 1990. Os
esforços dos países desenvolvidos devem ser
comparáveis, mensuráveis e devem levar em
conta as circunstâncias nacionais e a responsabilidade
histórica”, informa o documento.
Pela
primeira vez, um texto oficial da conferência cogita
que países em desenvolvimento colaborarem com o fundo
para combater o aquecimento global e estipula até
uma possível meta para eles reduzirem as emissões
projetadas para 2020, se nada for feito para mudar a forma
de crescimento econômico: entre 15% e 30%, até
2020.
A
proposta também contempla a possibilidade de exigir
metas mais ousadas das nações ricas e em desenvolvimento
para garantir que as emissões caiam em até
95%, considerando 1990, em 2050. Com isso, a temperatura
média do planeta subiria apenas 1,5 grau Celsius
(ºC) até o fim do século.
No
entanto, esses números ainda estão sob analise
dos negociadores e variam entre 50% e 95% de redução
até metade do século. O limite de negociação
aceito é de uma elevação de 2 ºC
na temperatura do planeta em 2100.
No
caso do financiamento de longo prazo, principal ponto de
discórdia na Conferência do clima, os negociadores
sequer esboçaram um rascunho, considerando a ampla
diferença entre as propostas apresentadas até
agora por países ricos e em desenvolvimento.
No
entanto, o rascunho divulgado hoje (11) torna claro que
a responsabilidade pelo financiamento das ações
de mitigação no mundo em desenvolvimento e
de adaptação das economias pobres fica por
conta dos países desenvolvidos.
“Os
países em desenvolvimento devem adotar ações
nacionais de mitigação, viáveis por
meio de financiamento, tecnologia e capacidade de criação
provida pelos países desenvolvidos”, determina.
Entre
os projetos que poderão ser financiados pelos países
ricos estão os programas de redução
do desmatamento, um dos principais interesses do Brasil
nesta Conferência do Clima. A proposta em análise
pelos delegados e que poderá ser submetida na semana
que vem aos chefes de Estado contempla ainda as iniciativas
para o uso sustentável da floresta, chamadas de projeto
de Redução de Emissões por Desmatamento
e Degradação (Redd).
Da Agência Brasil