Manifestantes
no mundo protestam por clima; polícia prende quase
400 na Dinamarca
12/12/2009
- A polícia dinamarquesa prendeu cerca de 400 pessoas
durante manifestação que pedia um ambicioso
acordo, empenhado à COP-15. Em vários países,
milhares de manifestantes foram às ruas, pedir ações
efetivas de combate às mudanças climáticas.
Foram registrados alguns incidentes.
Segundo
a polícia em comunicado oficial, as pessoas presas
pertencem aos "Blacks Blocs", os grupos ultraviolentos
que se chamaram a atenção na Cúpula
da Otan em Estrasburgo, no leste da França, em abril.
Cerca
de 50 mil pessoas (segundo os organizadores) se mobilizaram
e marcaram o início de protestos na região
Ásia-Pacífico, a qual inclui vários
países (entre eles algumas ilhas) particularmente
vulneráveis ao aquecimento global. A manifestação,
com pessoas usando lenços azuis ocorreu nas ruas
de Canberra, Sydney e Melbourne (Austrália). Em frente
à prefeitura de Manila (Filipinas), centenas de pessoas,
a maioria estudantes, manifestaram vestidas de vermelho,
com faixas defendendo a energia solar.
Em
Hong Kong e Jacarta, grupos de centenas de manifestantes
se juntaram para pedir uma ação contra a mudança
climática.
Na
capital dinamarquesa, 30 mil manifestantes, segundo a polícia,
foram às ruas, sob intenso inverno no início
da tarde. Por outro lado, os organizadores disseram que
100 mil pessoas participaram da passeata. Do Parlamento,
no centro da cidade, o cortejo saiu em direção
ao Bella Center, onde ocorre a cúpula sobre o clima,
a 6 km ao sul da cidade.
"Maré
azul"
Convocadas
pelo grupo Amigos da Terra, cerca de 3.000 pessoas, a maioria
vestida de azul claro, formou pela manhã um primeiro
ato em Copenhague. O objetivo era formar uma "maré
azul" para a justiça pelo clima. Fantasiado
de Papai Noel, um manifestante dizia com um cartaz que o
aquecimento avança duas vezes mais rápido
no Ártico: "Meu Rudolph (a rena que o acompanha)
não pode mais suportar".
Pela
primeira vez na história da diplomacia climática,
nascida em 1992 com a adoção da Convenção
da ONU, o movimento antiglobalização se aproximou
das organizações ambientais. O deputado francês
José Bové, ícone da luta contra a globalização,
declarou ter ido a Copenhague "aliar justiça
climática à justiça social". "Hoje,
não existe diferença entre o combate ao aquecimento
climático e luta por um outro mundo."
Várias
personalidades foram mobilizadas para a causa, entre elas
a modelo dinamarquesa Helena Christensen, a cantora Angelique
Kidjo, a ex-comissaria da ONU para os refugiados Mary Robinson.
A mobilização foi idealizada pela organização
Oxfam. O ex-arcebispo sul-africano do Cabo Desmond Tutu
deve participar ainda hoje de uma vigília no Bella
Center, sede da COP-15..
Da
Redação
Com Folha