Comunidades
de florestas são vitais para luta climática
13/12/09
- As florestas tropicais são vitais na luta contra
a mudança climática, isso é consensual,
mas sem salvaguardas que compensem e indenizem comunidades
locais, os esforços para deter o desmatamento global
estão ameaçados de fracassar, segundo afirmação
de acadêmicos e autoridades neste domingo (13).
Ao
absorver grande volume de toneladas de gases-estufa, emitidos
pelos humanos, as florestas agem como os "pulmões"
da atmosfera. As florestas representam ainda fonte de alimento
e sustento a bilhões de pessoas.
Fazer
com que países em desenvolvimento preservem suas
florestas é questão central nas negociações
sobre clima da ONU em Copenhague. O objetivo é assegurar
o esboço de um acordo global mais rígido que
contenha as emissões de gases-estufa a partir de
2013.
"Florestas
e questões climáticas nunca estiveram tão
em alta na agenda política". A afirmação
é de Gro Harlem Brundtland, enviada especial da ONU
para Mudança Climática, em reunião
paralela às negociações. Brundtland
afirmou ainda que as florestas estão sendo devastadas
a níveis alarmantes, sem redução no
ritmo de desmatamento desde 1987. Apesar de todo o foco
em torno da questão, ela disse. "Estamos no
caminho de destruir uma área do tamanho da Índia
até 2017", acrescentou.
Reservas
de carbono
As
maiores e mais ricas reservas de carbono e espécies
animais e vegetais do planeta encontram-se nas florestas
tropicais, que vão do Brasil à África
equatoriana e Indonésia. Estes ambientes sofrem pressão
e ameaças crescentes daqueles que buscam a extração
de sua madeira, além do desmatamento para a produção
em larga escala de alimentos a uma população
humana em ritmo acelerado de crescimento.
Da
mesma forma, a pecuária e a cultura de soja representa
séria ameaça a grupos indígenas na
gigantesca bacia amazônica e nas selvas da ilha de
Bornéu, os quais temem perder mais de suas terras.
A
compensação em carbono em troca de salvar,
resgatar e melhorar o gerenciamento de suas florestas pelos
países em desenvolvimento está em discussão
por delegados que estão próximos de finalizar
o esboço de um esquema financeiro apoiado pela ONU.
Tal programa poderia render às nações
mais pobres bilhões de dólares anuais em vendas
de compensação às nações
ricas. O carbono que não foi emitido ao se preservar
florestas seria compensando financeiramente, com uma parcela
destinada diretamente às comunidades envolvidas.
"Se
os povos indígenas e nativos no mundo em desenvolvimento
não forem reconhecidos e não tiverem garantidos
seus direitos claros, teremos mais desmatamento", afirmou
Elinor Ostrom, da Universidade de Indiana e Nobel da Economia
de 2009.
Há um risco de expulsões de comunidades e
corrupção nos esquemas de preservação
a menos que salvaguardas sejam estabelecidas, disse ela.
Da
Redação
Com G1/Reuters