Brasil
lidera ranking de combate à mudança climática
14
de Dezembro de 2009 - Da Agência Brasil - Brasília
- O Brasil encabeça o ranking de combate à
mudança climática publicado hoje (14) pela
ONG Germanwatch e a rede Climate Action Network (CAN), organizações
não governamental europeias. Pela primeira vez desde
que o indicador começou a ser medido, um país
emergente ocupa a liderança da lista, superando países
desenvolvidos economicamente como a Suécia, a Alemanha
e a Noruega. As informações são da
BBC Brasil.
O
Brasil obteve nota 68, o que o coloca no grupo dos países
cujo desempenho no combate à mudança climática
é considerado “bom”. No mesmo grupo ficaram
a Suécia (67.4), a Grã-Bretanha e a Alemanha
(65.3), a França (63.5), a Índia (63.1), a
Noruega (61.8) e o México (61.2).
“É
muito bom que países emergentes estejam ganhando
posições neste ranking. Estão mandando
um sinal claro, durante as negociações de
Copenhague, de que estão comprometidos em combater
a mudança climática. Gostaria apenas que outros
países europeus estivessem demonstrando o mesmo compromisso
para com as mudanças positivas”, avaliou o
diretor europeu da rede CAN, Matthias Duwe.
Esta
foi a quinta edição do índice de desempenho
da mudança climática (CCPI, na sigla em inglês)
que avaliou as medidas que estão sendo tomadas em
57 países e as comparou com o que está sendo
feito em outros países e o que a organização
considera necessário ser feito para evitar um aumento
de 2 graus Celsius (ºC) na temperatura do planeta.
Como
a ONG considera que “nenhum país está
se esforçando o suficiente para prevenir uma perigosa
mudança climática”, nenhum desempenho
foi considerado “muito bom”, o que deixou vazias
as três primeiras posições do ranking.
As
duas ONG elogiaram a melhora do marco legal de proteção
ao clima no Brasil. Mas adotaram uma postura cautelosa em
relação à desaceleração
do ritmo de desmatamento que reduziu as emissões
de carbono do país.
“Ainda
não está claro se isto é resultado
de uma menor demanda por óleo de palma e soja na
atual crise econômica.”
O
indicador foi divulgado no mesmo dia em que as negociações
sobre o clima na capital dinamarquesa esbarram em um impasse,
com os países emergentes acusando os desenvolvidos
de promover um acordo sem força para reduzir as emissões
de gases que causam o efeito estufa e o aquecimento global.
No rascunho de acordo apresentado na sexta-feira (11), as
metas de cortes na emissão de carbono variam de 25%
a 45% até 2020.
Para
os divulgadores do CCPI, as metas apresentadas pelos países
ricos são “insuficientes”. No fim da
lista, entre os países com desempenho “muito
ruim”, figuram o Canadá (40.7) e a Arábia
Saudita (28.7).
A
ONG ressaltou que, apesar de estar entre os dez maiores
emissores mundiais de gás carbônico, até
agora o Canadá não anunciou nenhuma política
significativa em relação ao tema. Já
a Arábia Saudita, o maior produtor mundial de petróleo,
é considerada uma espécie de “inimiga”
dos ambientalistas por questionar a origem e a importância
do fenômeno de aquecimento global. Na mesma categoria,
e a apenas oito do fim do ranking, ficaram os Estados Unidos
(46.3).
“Há
uma série de propostas de políticas climáticas
tramitando no Congresso americano no momento, mas nenhuma
ainda aprovada”, disse o diretor de políticas
da Germanwatch, Christoph Bals. “Uma lei que realmente
reduza as emissões, assim como uma posição
forte em Copenhague, melhoraria sua posição
no ranking”, acrescentou.
Da Agência Brasil