Emergentes
e pobres coordenam protesto contra países ricos na
COP-15
14
de Dezembro de 2009 - Roberto Maltchik - Enviado Especial
- Copenhague (Dinamarca) - Os chefes das delegações
do grupo de nações emergentes formado pelo
Brasil, pela China, Índia e África do Sul
se reuniram nesta manhã na Conferência das
Nações Unidas sobres Mudanças Climáticas
(COP-15) para acertar uma estratégia conjunta visando
a forçar os países ricos a adotarem metas
mais ousadas contra o aquecimento global.
O
encontro contou com a presença da ministra-chefe
da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ocorreu ao mesmo tempo
em que as nações pobres – lideradas
pelos africanos – ausentaram-se de várias reuniões
formais, em um claro bloqueio ao avanço das negociações.
Os
líderes do mundo em desenvolvimento temem que o avanço
da negociação, da forma como foi conduzida
nas últimas 24 horas, deixe em segundo plano o debate
sobre metas mais ousadas para a Europa, os Estados Unidos,
a Austrália e o Canadá. “Por enquanto,
nada sobre isso [metas mais ousadas para os países
ricos] foi tratado”, admitiu à Agência
Brasil um dos principais negociadores do G77 (grupo de países
pobres e em desenvolvimento), pedindo anonimato.
A
COP-15 começou com o objetivo de garantir que, ao
final do encontro, a soma das metas anunciadas pelos países
ricos garanta uma redução de, pelo menos,
25% nas emissões de gases de efeito estufa, considerando
os dados de 1990.
Depois
do encontro com os líderes da China, Índia
e África do Sul, a ministra Dilma Rousseff se limitou
a dizer que a conversa foi “boa” e que a negociação
está em pleno curso.
O
secretário executivo da conferência, Yvo de
Boer, lembrou que, além do financiamento de longo
prazo para ajudar países pobres a combater o aquecimento
global e da importância de metas mais ousadas para
os países ricos, existe mais um ponto fundamental
que continua fora da agenda.
“Ainda
não se discutiu como fiscalizar e punir quem não
cumprir as metas que devem ser firmadas pelos países
que assinaram o Protocolo de Quioto”, afirmou.
Nessa
lista estão incluídos os países da
União Europeia, mas os Estados Unidos, principal
emissor de gases do planeta, não assinaram o documento
e já disseram que não vão aderir ao
protocolo durante a conferência de Copenhague.
Da Agência Brasil