Estudo
que aponta pecuária como responsável por 50%
das emissões brasileiras é contestado
14
de Dezembro de 2009 - Bruno Bocchini - Repórter da
Agência Brasil - São Paulo - O professor do
Instituto de Física da Universidade de São
Paulo (USP) e membro do Painel Intergovernamental de Mudanças
Climáticas (IPCC) Paulo Artaxo discorda de que a
pecuária seja responsável por aproximadamente
50% das emissões de gases de efeito estufa brasileiras.
Na
última semana, estudo realizado por membros da Universidade
de Brasília (UnB), do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) e da Organização Não
Governamental (ONG) Amigos da Terra – Amazônia
Brasileira mostrou que a pecuária emite aproximadamente
1.000 milhões de toneladas (Mton) de gases de efeito
estufa por ano, ante uma produção total no
país de 2 mil a 2,2 mil Mton anuais.
Para
o pesquisador, o estudo apresentado incluiu erroneamente
na conta da pecuária as emissões advindas
das queimadas para abertura de pastos. “A pecuária,
em si, contribui diretamente com cerca de 17 % das emissões
de gases de efeito estufa, de acordo com cálculos
feitos pelo Cena [Centro de Energia Nuclear na Agricultura
da USP] de Piracicaba. Na verdade, não é correto
incluir desmatamento da Amazônia no setor da pecuária,
embora a gente saiba que essa atividade é um dos
grandes vetores do desmatamento”, disse Artaxo.
A
pesquisa indicou três fontes principais de emissões
de gases de efeito estufa pela pecuária: o desmatamento
para formação de pastagens e queimadas da
vegetação derrubada; as queimadas de pastagens;
e a fermentação entérica do gado (gases
produzidos durante a digestão dos alimentos). O estudo
destacou que a maior contribuição da pecuária
às emissões se deve ao desmatamento para formação
de novas pastagens na Amazônia.
Da Agência Brasil
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